Ao Clube Mundo do Marketing, Raphael Pinho, co-fundador e CEO da Spark, apontou movimentos relacionados ao relacionamento entre consumidores e creators
Por Ian Cândido e Priscilla Oliveira
Bem como tantas outras disciplinas do Marketing, o mercado da influência não escapa do poder das tendências. No Brasil, 60% das pessoas preferem creators que falem com elas e com quem se identifiquem, enquanto 50% realmente ouvem as opiniões de especialistas sobre o assunto tratado, apontam dados do relatório Creator Economy, feito pela Cadastra.
Os números levantados pelo relatório evidenciam uma tendência primária: os consumidores deverão se relacionar com influencers com os quais se identificam, seja essa identificação lograda a partir da sensação de proximidade, seja a partir dos conhecimentos técnicos demonstrados por um creator acerca de um assunto específico.
Naturalmente, estamos falando de um país diverso, que como tal, abriga inúmeros grupos de interesse pautados pelas mais variados temas, focos e causas. Logo, a representatividade surge como o fio condutor desta tendência primária, e pode ser alcançada, principalmente, pela diversidade oferecida também pelo universo dos influenciadores.
Em bate-papo com o Clube Mundo do Marketing, Raphael Pinho, co-fundador e CEO da Spark, apontou quatro tendências que devem contribuir para a construção de trocas bem fundadas entre consumidores e influencers – creators ou não -, classificados pelo CEO como “experts em conteúdo”.
As Tendências
Para Pinho, as plataformas sociais modernas são um excelente espelho para a projeção do futuro do segmento. “Acreditamos muito na tendência do social commerce, que passa pelas plataformas assumindo um papel de venda e conversão bem relevante. Enxergamos o Tik Tok e o YouTube investindo muito fortemente nessa frente”, afirmou o CEO.
Outra tendência está diretamente ligada ao uso da Inteligência Artificial (IA) como uma ferramenta de empoderamento para os influenciadores modernos. “A IA está trazendo um impacto super relevante para a Creators Economy, pois permite um volume muito maior de produção de conteúdo de qualidade e contribui para uma internet mais livre, mais aberta, recheada de produções relevantes”, prossegue.
Finalmente, os modos de atuação dos creators e influencers também correspondem a tendências que deverão ditar os rumos deste mercado nos próximos anos. “Cada vez mais influenciadores dão início às próprias marcas, enquanto outros participam ativamente como protagonistas de desenvolvimento e comunicação para as marcas com as quais trabalham, produzindo conteúdo independente e gerando assets. Então, a tendência é que os influencers assumam cada vez mais a responsabilidade de serem experts em conteúdo”, conclui Pinho.
Diferenças entre creators e influencers
Vale relembrar que os creators são pessoas, que através da criatividade, criam conteúdos originais de forma mais ampla, seja para marcas, empresas, clientes ou o que for. Eles podem criar seus conteúdos por puro lazer ou de forma profissional, a depender do seu público e objetivos.
Já os influencers são pessoas que usam as plataformas digitais e seu poder de engajamento para influenciar pessoas. Nem sempre eles são criadores de conteúdo, mas através da sua relevância, promovem produtos, serviços ou marcas a fim de fazer com que sua comunidade, seus seguidores, consumam aquilo que estão, de alguma forma, divulgando.
“Em ambos os casos, trata-se de uma nova fase da economia, a creators economy, em que, por meio das ferramentas digitais, os criadores de conteúdo são capazes de monetizar e acessar a receita de suas criações. Esse movimento passa pelas empresas desenvolverem serviços e ferramentas que auxiliem os influenciadores nessa jornada. Exemplo disso são plataformas como a Twitch, o Instagram, TikTok e OnlyFans”, explicou Bárbara Bronzatti, gerente de social media & content da Cadastra.
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