domingo, 25 de julho de 2021

Google explica razões de queda no tráfego orgânico e ensina usuários a identificá-las

 

Por: Bruna Rodrigues


Segundo publicação do Google, há 5 principais tipos de queda no tráfego orgânico: 1) problemas técnicos, 2) questões de segurança, 3) inconformidade com diretrizes de qualidade do Google, 4) atualizações de algoritmo e, por fim, 5) sazonalidade.

Na última terça-feira, 20, Daniel Waisberg, Search Advocate do Google, publicou um artigo em que lista as razões mais comuns para a queda de tráfego orgânico de um site e como identificá-las.

A publicação chamou a atenção de profissionais de SEO em todo o mundo porque esta é a primeira vez que o buscador categoriza de maneira tão clara quais são os principais tipos de quedas e seus impactos.

Google Search traffic drops reasons

Com base em ilustrações em formato de gráfico, Daniel utiliza o recurso Relatório de Performance do Search Console para fazer a análise.

O diagnóstico da possível queda de tráfego, em síntese, é feito através de um paralelo entre as cinco causas mais comuns de queda de tráfego e a forma como elas são representadas graficamente.

As 5 maiores causas de queda no tráfego orgânico

Segundo Waisberg, há cinco principais razões pelas quais sites de todas as categorias perdem tráfego.

Problemas técnicos

Uma vez que esse tipo de problema pode impedir o Google de encontrar, indexar e exibir o seu site em sua página de resultados, as falhas técnicas estão no topo da lista. Esses erros podem englobar todo o site de uma só vez, como por exemplo um site fora do ar, ou estarem restritos a somente algumas páginas, como uma tag noindex alocada em local inadequado.

Problemas de segurança

Se um site passa a apresentar problemas relacionados à segurança, o Google exibe alertas aos usuários antes que estes consigam acessá-lo, o que pode representar uma grande redução de tráfego.

Ações manuais

Quando um site não está de acordo com as diretrizes de qualidade do Google, algumas páginas ou até mesmo o site inteiro pode sofrer algum nível de penalização manual, sendo parcial ou totalmente omitido da SERP.

Mudanças no algoritmo

O Google está constantemente implementando atualizações e melhorias em seu algoritmo; core update ou até mesmo upgrades de menor grau podem impactar o tráfego e o posicionamento de alguns sites.

Inconsistências no interesse de pesquisa

Às vezes é possível identificar algumas mudanças no comportamento do usuário com relação a determinadas buscas. Isso pode ser resultado de novas tendências, períodos de crise ou sazonalidade ao longo do ano. Influências externas também causam impactos no tráfego orgânico.

Para ilustrar estes problemas, Daniel esboçou as representações gráficas de alguns exemplos de queda para fins comparativos.

Como analisar meu padrão de queda?

De acordo com as informações fornecidas por Daniel, a própria análise do desenho das linhas dos seus gráficos no Relatório de Performance do Search Console já trará uma grande quantidade de informações.

Identificar quedas bruscas, perda gradual de visitantes ou padrões de perda sazonal de tráfego é um ponto de partida bastante esclarecedor para a correção do erro.

Além disso, outras dicas dadas por Waisberg podem tornar a sua avaliação ainda mais eficiente. São elas:

1. Altere o intervalo de datas para 16 meses

Analisar os números de um período maior de tempo vai ajudá-lo a identificar melhor o contexto da queda e certificá-lo de que ela não é uma queda sazonal, que acontece todos os anos durante alguma data específica. Para entender a análise acima de 16 meses, utilize a API Search Analytics.

2. Compare o período de queda com um período similar

Essa ação pode ajudá-lo a rever o que exatamente mudou no seu tráfego. Além disso, certifique-se de clicar em todas as abas para ver se a mudança também ocorreu em outras buscas, URLs, países, dispositivos e etc. Também esteja certo de estar comparando a mesma quantidade de dias, e de preferência os mesmos dias da semana.

3. Analise diferentes tipos de pesquisa separadamente

Para compreender melhor onde a sua queda ocorreu, analise diferentes tipos de pesquisa, como a tradicional, Google Imagens, Vídeos ou aba de Notícias.

Daniel ainda disponibilizou um vídeo em que explica como utilizar da melhor forma o recurso do Search Console, e você pode vê-lo na íntegra abaixo:

Investigando tendências gerais do mercado

Para levar a sua análise um passo além, Daniel traz o Google Trends como uma importante ferramenta para a compreensão de tendências do mercado.

No caso de queda por fatores externos, as comparações da ferramenta podem ser extremamente úteis.

Segundo Waisberg, há duas principais razões externas para a queda de tráfego orgânico dos sites. São elas:

  • Mudanças no interesse do público ou novo produto: se há alguma alteração significativa na maneira como as pessoas executam suas pesquisas (uma pandemia, por exemplo), as pesquisas feitas começarão a ser feitas com diferentes palavras-chave ou com diferentes intenções. Além disso, se as buscas dizem respeito à alguma marca específica, outra razão para essa mudança pode ser um novo produto ou marca concorrente canibalizando seus cliques.
  • Sazonalidade: um ótimo exemplo de mercado bastante marcado pela sazonalidade é o mercado de alimentos: há maior incidência de pesquisas por dietas em Janeiro, peru em Novembro e Champagne em Dezembro. Indústrias diferentes mostram diferentes níveis de sazonalidade, mas a grande maioria delas exibe algum padrão.

Para analizar as tendências em diferentes mercado, o Google Trends é o recurso que mais fornece dados relevantes.

Estes dados são anônimos, categorizados e podem ser agregados em uma única comparação, além de haver a possibilidade de serem filtrados em nível de cidade ou global.

Na hora de fazer a sua avaliação, certifique-se de que utilizar as palavras-chave que mais levam tráfego para o seu site de modo geral e veja se os gráficos exibem um padrão de quedas similares ao longo do ano. No exemplo abaixo, Daniel utilizou três exemplos da indústria alimentícia.

Search interest seasonality

Outros recursos do Google Trends que podem ajudá-lo a avaliar seu tráfego orgânico são:

  1. Cheque as buscas com maior volume na sua região e mercado e as compare com as buscas que estão levando mais tráfego ao seu site. Se o seu site não tem conteúdo para alguma delas, providencie as informações para que elas sejam encontradas e indexadas.
  2. Cheque as buscas relacionadas a tópicos relevantes. Essa pesquisa pode relevar importantes insights relacionados às buscas e ajudá-lo a preparar o seu site para elas, adicionando novos conteúdos ou otimizando conteúdos já existentes para diferentes intenções de busca.

Compreender de maneira clara quais são as tendências de mercado pode ser muito esclarecedor não somente na hora de identificar por que o seu site sofreu queda no tráfego orgânico, mas também para reconhecer oportunidades de crescimento.

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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Google Search Console: conheça 5 recursos e novidades de uma das principais ferramentas de SEO

Por Diego Ivo


Google Search Console (antigo Google Webmaster Tools) é uma ferramenta disponibilizada pelo buscador para acompanhar como seu site é rastreado, indexado e classificado

Imagine se o Google dissesse qual o estado de suas páginas, a performance, os erros que ele encontra e ajudasse, assim, seu site ou e-commerce a alcançar melhores posições nos seus resultados de busca? E se, mais do que isso, ainda trouxesse quais são as palavras-chave, as posições e as quantidades de cliques que cada palavra-chave sua recebeu? E, por fim, ainda falasse quais são as páginas que têm melhor experiência para o usuário?

Se você minimamente não é mais iniciante em SEO, com certeza já ouviu falar do Google Search Console (o antigo Google Webmaster Tools), que é uma plataforma de dados que representam como o algoritmo do Google enxerga o seu site e é, sem dúvida nenhuma, extremamente útil. O cadastro e acesso à ferramenta é gratuito e pode ser feito por aqui.

Dentre as últimas novidades do Google Search Console estão os dados de campo dos Core Web Vitals (métricas essenciais da web), que entram em vigor com a tão esperada atualização do Page Experience; e, mais recentemente, chegaram também os Search Console Insights, que trazem alguns dados relevantes sobre o que tem acontecido em seu site, palavras que mais receberam cliques e também tendências de busca no seu campo semântico.

1. Visão geral: seu dashboard de performance orgânica

Dashboard traz os principais dados de desempenho, cobertura, melhorias e experiência

Já na tela principal, após realizar o login, o primeiro gráfico que você observará é o de desempenho. Muito demelhante ao Google Analytics, ele traz a quantidade diária de cliques nos últimos 90 dias. Vale dizer que os cliques podem ser diferentes das sessões do Analytics, isso porque são métricas diferentes.

Depois, você terá dados de cobertura (estado de todas as URLs de seu site, erros, etc.), depois a Experiência de suas páginas (ligada ao Page Experience, novo update do Google) e por fim as melhorias que seu site pode obter. Na imagem acima, compilamos todos os gráficos em uma única tela; a única diferença é que no Console você deverá rolar a página para ver todos os relatórios.

Embora extremamente útil, o Google Search Console fica melhor quando utilizado em conjunto com outras ferramentas de SEO Técnico, como o Screaming Frog, e de análise web, como o Analytics.

No último mês de Junho, foi lançado o Search Console Insights, que traz, como o próprio nome sugere, insights e tendências de performance de seu site no buscador.

2. Search Console Insights: a integração perfeita com o Analytics

A imagem acima é um compilado de algumas das principais informações da ferramenta de Insights do Search Console. Para ativá-la, é preciso aceitar os termos de uso e integrar a uma conta do Google Analytics, de modo que dados unificados são gerados.

Destacamos, nessa integração, a grande ênfase que o Google tem dado ao tempo médio no site e nas páginas. Aliás, em nosso post sobre SEO Experience, que traz a nossa visão sobre o desenvolvimento da disciplina de SEO já falamos da importância de pensar em retenção de usuários, criação de audiência, etc. A métrica de tempo gasto em seu site é fundamental.

O mais legal é que, pela primeira vez, em uma ferramenta de SEO do Google temos os dados não apenas de busca orgânica mas de todos os canais. No exemplo abaixo, repare, por exemplo, o destaque à alta duração média do seugndo artigo (Google June 2021 Core Update) – e um dos fatores de sucesso para essa duração média não foi a busca orgânica apenas, mas a distribuição que fizemos em nossa newsletter e também pela sua viralização.

Ou seja, cada vez menos faz sentido você ver o SEO isolado de outros canais e de toda a jornada do seu consumidor.

3. Experiência de página: sua central de preparação para o novo update do Google

Não é novidade para ninguém que o Google Page Experience, nova atualização do buscador que já foi adiada algumas vezes, está prometendo ser a maior de todas as revoluções da história do SEO. Muitas pessoas estão desesperadas para conseguir adequar o seu site às novas exigências do buscador.

Embora muita gente não saiba se seu site está adequado ou não, é muito fácil saber isso através do Google Search Console no relatório Experiência de página (imagem acima).

Vale dizer que a aplicação dessas métricas será sempre em relação aos seus competidores, mas através desse painel você consegue ter um bom panorama do que está bom e também do que precisa melhorar (imagem abaixo).

4. Principais métricas da web (Core Web Vitals)

As Core Web Vitals são as métricas de experiência do usuário, ligadas principalmente à velocidade de carregamento e praticidade de interação, que estão revolucionando não só o SEO mas toda a experiência da web.

A aplicação dessas métricas implica não só em melhorias de performance na busca orgânica, mas no negócio como um todo. Em 2004, o termo web performance optimization surgiu pela primeira vez mas foi, 14 anos depois, em 2020, que este assunto começou a ganhar lugar de destaque.

O site WPO Stats reúne as principais estatísticas obtidas através das melhorias de performance e são extremamente úteis para quem quiser defender investimentos do tipo dentro de sua organização.

No Search Console, você terá o seguinte relatório que traz dados reais de experiência do usuário, oriundos do relatório de UX do Chrome (ou seja, de usuários reais que compartilham seus dados com o Google).

Você poderá ver e exportar facilmente uma lista com as URLs ruins, que precisam de melhoria.

No nosso exemplo, repare como a partir do dia 18/05 houve um aumento significativo de URLs ruins (que refletem no gráfico anterior). Neste caso, deve-se fazer uma investigação mais detalhada sobre eventuais mudanças que podem ter ocorrido no período.

Como ver dados de concorrentes?

Embora o relatório acima traga dados apenas de seu site, você pode usar o Google PageSpeed Insights para mensurar a página de um concorrente. Ao medir a página tome muito cuidado para verificar se a página em questão não possui uma versão AMP, pois deve ser levada em conta a página exibida nos resultados de busca. No exemplo a seguir, medimos a versão AMP de uma página de nosso blog e, como você pode ver, ela foi aprovada.

5. Facilidade de uso no celular

Desde março, o Google implementou Full-Mobile First Index, que passa a rastrear, como o próprio nome sugere, primeiro as versões mobile do seu site e somente depois as páginas desktop. Criamos uma vídeo-aula bem completa sobre o assunto aqui.

Atualmente, a maioria dos sites maiores já não tem tanta dificuldade em ter páginas fáceis de usar no celular; o relatório abaixo é bastante simples em demonstrar isso no nosso exemplo, mas há 2 URLs que precisam de atenção.

Ao pesquisar no Google por mobile friendly, o buscador já traz uma caixa de consulta para você testar uma página de seu site.

Conclusão

O Google está cada vez mais investindo e disponibilizando recursos que visem a uma melhor experiência da web. O Google Search Console sempre foi uma ferramenta técnica e voltada para o rastreio de páginas de seu site pelo buscador, mas está cada vez mais ganhando ares de comportamento do usuário.

Nesse artigo, preferi destacar esses recursos e não os outros recursos técnicos já disponíveis há mais tempo e conhecido por todos os profissionais de SEO. Mesmo que você ainda não conheça o Search Console, é mais interessante começar por esses conceitos voltados à experiência do usuário, que são mais intuitivos.

Por outro lado, o SEO Técnico não pode ser deixado de lado porque o que é visto e experimentado pelo usuário deve também ser rastreado pelos robôs de busca. Caso você queira se aprofundar em uma visão mais técnica do SEO, recomendamos que você assista ao Open SEO, nosso curso de SEO gratuito.