O Brasil chega à metade da segunda década do século XXI enfrentando um grande desafio que definirá o seu futuro. As crises política e econômica estão colocando o país em uma espiral de incertezas e impondo diversas mudanças nas perspectivas das empresas. Mercados inteiros que viviam suas épocas de ouro - como o automobilístico e o de constrição - agora lidam com a realidade de vendas em baixa e de demissões.
Há quem diga que estamos colhendo, neste ano de 2015, os erros cometidos nos últimos quatro e que só sairemos no atoleiro em 2018. Na verdade, estamos colhendo erros de décadas seguidas de descaso, como a falta de investimento em infraestrutura e a institucionalização da corrupção que, como exemplo máximo, corroeu o valor da maior empresa brasileira e está levando consigo várias outras. Até o aumento do poder aquisitivo de milhões de brasileiros já está sendo colocado em xeque.
O país que decolava ficou desgovernado e agora se encontra no atoleiro, como exemplificaram as capas da The Economist. As faces mais visíveis, como a inflação e a alta do dólar, escancaram a realidade: estamos diante de um cenário de falta de credibilidade e confiança total na econômica e na política. E vice-versa. Afinal, não se enxerga como os governantes podem melhorar este quatro. Aliás, sempre se pensa que pode piorar. Especialmente após atitudes como o pronunciamento da presidente neste domingo.
Enquanto isso, as empresas que não estão demitindo estão pisando no freio em seus investimentos. É, sem dúvida, uma realidade difícil. E, como vocês sabem, uma das primeiras áreas a sofrer é a de Marketing, especialmente os investimentos em comunicação. A crise política e econômica é uma realidade, mas não podemos esquecer de uma que somos nós os responsáveis: a crise do Marketing. Basta um espirro na economia para a área pegar um grande resfriado, especialmente quando estamos falando de campanhas publicitárias. Os investimentos são cortados na hora.
Já passamos décadas de implementação, de prática e de estudos de Marketing sem que consigamos defender bem a nossa área. Defender no sentido de comprovar os investimentos feitos. Nesta época de crise, fica clara esta realidade. A Comunicação ainda vive em épocas passadas, enquanto áreas novas, como Trade Marketing e Digital, conseguem até mais investimentos em situações de crise porque tem em suas bases métodos de comprovar sua eficácia em curto prazo.
Além de não comprovar resultado em vendas proporcional ao investimento, a Comunicação ainda sofre com o tempo. Pois seus resultados só são experimentados após um período de consistência. Dois artigos muito raros dentro da realidade e anseios de muitas companhias. Especialmente em momento como o que estamos vivendo. É hora de mudar. Já passou da hora, aliás. Já passamos por muitas crises recentes desde a grande crise mundial de 2008 e aprendemos muito pouco. Nossa crise é interna. De política, econômica e de Marketing. Precisamos, com esperança, mudar o jogo para sair do atoleiro.
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