“O homem cria as ferramentas e, subsequentemente, as ferramentas recriam o homem”. Essa frase de Marshall McLuhan traduz de forma simples e brilhante a conexão da tecnologia com a evolução da humanidade.
Uma das primeiras tecnologias dominadas pela humanidade e que alavanca a nossa evolução é o fogo. A partir de então, o homem começa a cozinhar os alimentos e isso modifica o tipo de nutrientes absorvidos pelo cérebro, fazendo com que ele ficasse mais denso e nos tornasse mais inteligentes. Além do cérebro, o fogo permitiu proteção contra animais, proporcionou aquecimento e luz durante a noite e isso nos trouxe possibilidades sociais que transformaram nossos hábitos e costumes. Assim, o homem cria o fogo e o fogo recria o homem.
Mais recentemente, algumas tecnologias introduzidas em nossas vidas no século passado, como o carro, a escada rolante e o controle remoto, por exemplo, são responsáveis por queimarmos em média 700 calorias a menos por dia hoje, o que, em consequência, está aumentando a obesidade na raça humana.
Nenhuma tecnologia é neutra. As tecnologias sempre afetam a humanidade em algum grau – de algumas formas, nos beneficiam. De outras, nos prejudicam. Por isso, é essencial estarmos sempre atentos às novas tecnologias que emergem em nossas vidas, pois elas certamente nos afetarão. No entanto, acompanhar as transformações tecnológicas e os impactos que elas nos causam não é uma tarefa fácil e torna-se cada vez mais difícil.
Além de controlar fisicamente todos os órgãos do corpo, o cérebro humano é a estrutura física que psicologicamente gera a mente, a fonte do nosso pensamento e consciência. As transformações no cérebro ao longo da evolução da humanidade são responsáveis pelas mudanças no mundo para chegarmos à civilização atual. Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, dizia que o cérebro é a fonte de toda alegria, prazer e riso e também de toda tristeza, desânimo, pesar e lamentações. Desta forma, as transformações no cérebro transformam nossa vida.
Ray Kurzweill afirma que o corpo cria o cérebro e o cérebro recria o corpo. Nosso cérebro está se esparramando pelas plataformas digitais – estamos nos tornando seres tecnológicos. Se a tecnologia fora do nosso corpo já nos transformava, qual será o seu impacto fazendo cada vez mais parte de nós?
Nicolas Carr, afirmou há alguns anos que o Google estava nos deixando burros. Por outro lado, outros estudos sugerem que a busca ativa mais o cérebro do que a leitura – na imagem abaixo, o cérebro da esquerda está lendo um livro e o da direita está fazendo busca na internet.
O infográfico “Google andMemory” baseia-se em diversos estudos que indicam transformações causadas pelo Google no nosso cérebro. Uma delas é o fato de não lembrarmos mais de informações, mas onde encontrá-las. Esse fenômeno foi batizado de Google Effect.
O artigo “Is the on slaught making us crazy?” da revista Newsweek (jul/2012) traz inúmeros estudos que mostram impactos negativos da internet no nosso cérebro e no nosso comportamento. Outro artigo, da Digital Trends, sugere que o Facebook pode destruir o seu cérebro, diz estudo.
Por outro lado, inúmeros outros estudos comprovam benefícios decorrentes do uso das tecnologias digitais, como no caso em que empreendedores que usam redes sociais têm mais confiança, ou no estudo que mostra que usar computador faz bem à saúde mental dos idosos, entre outros.
– Artigo publicado na coluna de Martha Gabriel no portal Administradores.com, em 17/set/2012
Uma das primeiras tecnologias dominadas pela humanidade e que alavanca a nossa evolução é o fogo. A partir de então, o homem começa a cozinhar os alimentos e isso modifica o tipo de nutrientes absorvidos pelo cérebro, fazendo com que ele ficasse mais denso e nos tornasse mais inteligentes. Além do cérebro, o fogo permitiu proteção contra animais, proporcionou aquecimento e luz durante a noite e isso nos trouxe possibilidades sociais que transformaram nossos hábitos e costumes. Assim, o homem cria o fogo e o fogo recria o homem.
Mais recentemente, algumas tecnologias introduzidas em nossas vidas no século passado, como o carro, a escada rolante e o controle remoto, por exemplo, são responsáveis por queimarmos em média 700 calorias a menos por dia hoje, o que, em consequência, está aumentando a obesidade na raça humana.
Nenhuma tecnologia é neutra. As tecnologias sempre afetam a humanidade em algum grau – de algumas formas, nos beneficiam. De outras, nos prejudicam. Por isso, é essencial estarmos sempre atentos às novas tecnologias que emergem em nossas vidas, pois elas certamente nos afetarão. No entanto, acompanhar as transformações tecnológicas e os impactos que elas nos causam não é uma tarefa fácil e torna-se cada vez mais difícil.
Agora tudo muda mais rápido, inclusive nosso cérebro
Se, até o final do Século XX, o ciclo de vida das tecnologias era maior do que o ciclo de vida humano, a partir da década de 1990 temos testemunhado uma aceleração tecnológica, de forma que hoje o ciclo de vida das tecnologias é muito menor do que o ciclo de vida humano. Se no Século XX, entre o nascimento e morte das pessoas haviam poucas mudanças tecnológicas (o rádio, a TV, o carro, o telefone, etc., sofreram poucas transformações em décadas), hoje, a cada 18 meses as tecnologias mudam. Em algumas áreas, como nas mídias sociais, computação e telecomunicações, as tecnologias chegam a mudar várias vezes por ano. Assim, o ambiente tecnológico torna-se cada vez mais complexo e interconectado com o corpo humano e, portanto, nos transformando de forma cada vez mais rápida e intensa, inclusive o nosso principal órgão, o cérebro.Além de controlar fisicamente todos os órgãos do corpo, o cérebro humano é a estrutura física que psicologicamente gera a mente, a fonte do nosso pensamento e consciência. As transformações no cérebro ao longo da evolução da humanidade são responsáveis pelas mudanças no mundo para chegarmos à civilização atual. Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, dizia que o cérebro é a fonte de toda alegria, prazer e riso e também de toda tristeza, desânimo, pesar e lamentações. Desta forma, as transformações no cérebro transformam nossa vida.
As novas mídias e o nosso hipercérebro
Com a crescente disseminação tecnológica e melhorias na banda larga, estamos nos “esparramando” cada vez mais nas plataformas digitais. A capacidade de processamento e memória dos computadores expande o nosso cérebro: guardamos números de telefones e informações nos celulares, nos notebooks, na web. O nosso ser se amplia para nossos perfis online no Facebook, Twitter, LinkedIn etc. Quanto mais conexão, mais nos tornamos híbridos de corpo biológico e ciberespaço transitando constantemente entre o ON e OFF line. Estamos nos tornando cíbridos.Ray Kurzweill afirma que o corpo cria o cérebro e o cérebro recria o corpo. Nosso cérebro está se esparramando pelas plataformas digitais – estamos nos tornando seres tecnológicos. Se a tecnologia fora do nosso corpo já nos transformava, qual será o seu impacto fazendo cada vez mais parte de nós?
Multitasking: o paradigma do cérebro viciado
Pesquisas recentes mostram como as tecnologias digitais têm afetado nosso cérebro. Um dos impactos mais importantes é do multitasking – fazer várias coisas ao mesmo tempo. A pressão social para que consigamos dar conta de tudo é muito grande. Por exemplo, em média, trocamos 37 vezes de janela ou checamos e-mails em cada hora; em 2008 as pessoas consumiram 3 vezes mais informações por dia do que em 1960. No artigo “Attached to Technology and Paying a Price”, do New York Times, um neurocientista da Universidade da Califórnia disse que “A interatividade ininterrupta é uma das mais significantes mudanças de todos os tempos no ambiente humano. Estamos expondo nossos cérebros a um ambiente e pedindo que façam coisas que não estamos necessariamente evoluídos para fazer. Sabemos que há consequências”. De acordo com outro estudo, da Hewlett-Packard, “os trabalhadores distraídos por email e telefonemas sofrem uma queda de QI duas vezes maior do que observado em fumantes de maconha”. O multitasking, entre outras coisas, diminui a nossa memória, criatividade, capacidade de decisão e vicia.Nicolas Carr, afirmou há alguns anos que o Google estava nos deixando burros. Por outro lado, outros estudos sugerem que a busca ativa mais o cérebro do que a leitura – na imagem abaixo, o cérebro da esquerda está lendo um livro e o da direita está fazendo busca na internet.
Foto: johnguycollick.com |
O infográfico “Google andMemory” baseia-se em diversos estudos que indicam transformações causadas pelo Google no nosso cérebro. Uma delas é o fato de não lembrarmos mais de informações, mas onde encontrá-las. Esse fenômeno foi batizado de Google Effect.
O artigo “Is the on slaught making us crazy?” da revista Newsweek (jul/2012) traz inúmeros estudos que mostram impactos negativos da internet no nosso cérebro e no nosso comportamento. Outro artigo, da Digital Trends, sugere que o Facebook pode destruir o seu cérebro, diz estudo.
Por outro lado, inúmeros outros estudos comprovam benefícios decorrentes do uso das tecnologias digitais, como no caso em que empreendedores que usam redes sociais têm mais confiança, ou no estudo que mostra que usar computador faz bem à saúde mental dos idosos, entre outros.
Afinal, tudo isso nos faz bem ou nos faz mal?
Pesquisas são conduzidas diariamente ao redor do planeta que continuam a analisar o impacto das tecnologias em nosso cérebro. Se não sabemos ainda exatamente quais desses impactos são benéficos ou não, sabemos por certo que eles acontecem. E você? Tem pensado sobre isso? Cada vez mais precisamos refletir sobre o que usamos no dia a dia e observar o quanto isso nos afeta positiva ou negativamente. O que percebemos que está nos prejudicando de alguma maneira, não devemos consumir ou usar de forma automática ou por modismo. Devemos refletir constantemente pois estamos em permanente transformação. Convido você a ser o agente de análise do seu mundo sem esperar por estudos, pois as tecnologias mudam mais rapidamente do que os estudos e o nosso cérebro podem acompanhar. Reflexão e bom-senso são as palavras que devem nos reger nesse tsunami de mudanças.– Artigo publicado na coluna de Martha Gabriel no portal Administradores.com, em 17/set/2012
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