Vou confessar. O que me fez começar a olhar o Snapchat foram as celebs. Talvez culpa dos BBBs de 10 anos atrás que eu assistia.
A Anitta, depois de passar férias em Orlando, foi para LA e está passeando por Beverly Hills. Não sei exatamente o que ela foi fazer lá. Faz uns dois dias que não assisto. Mas como a moça faz show e viaja. Que vida louca! E o Renner? Aquele amigo dela, maquiador, que tá sempre junto? Como eles se divertem.
Cara, a Isis Valverde tá na Bahia de novo?! Toda brecha de tempo que ela tem, ela dá um pulo lá. Aquela temporada em Nova York foi bem legal. Ela foi estudar lá. Pegou bastante frio, mas se divertiu também. Foi em altas festas. Você viu o cachorro novo dela que bonitinho? Ela então, linda mesmo cedo quando acorda.
Sabe a Camilla Pires, do Desafio Vida Saudável? Mudou. Tá morando agora na Bela Vista com o namorado. O apê dela novo é super simpático. Ela tá com uma cara ótima.
Mas cara, a Caroline Dickmann. Ela é suuuper amiga da Preta Gil, vai em to-dos os shows. Fora isso, tá sempre na piscina da casa dela. A vista parece legal.
E a Tessália? Aquela que era webceleb, depois foi BBB. Virou DJ. E toca numas baladas muito legais. Tô seguindo.
Tem a Carla Said também. Publicitária, redatora. A gente se conhece de redes. Tipo eu sigo ela e ela me segue. O Snap dela é bem divertido. Ela é super bem humorada, tem umas coisas hilárias. Me divirto seguindo o dia dela por lá.
Kéfera, andei seguindo um tempo. Depois parei. Prefiro os vídeos dela no Youtube. Achei meio sem graça.
A Ingrid Guimarães eu parei de seguir. Ela não posta muito e quando posta é meio chato. Acho que ela não sacou bem ainda aquilo lá.
Tem umas 70 pessoas me seguindo no Snap. Não é nada comparado às outras redes. Mas eu também não posto nada lá. Não sei. Não me sinto à vontade. Não dá pra preparar muito as imagens como a gente faz no Instagram. Não se posta em texto. Video, não gosto de selfies. Vou mostrar o quê? Talvez uma viagem.
Ok, eu comecei usando o Snapchat seguindo celebridades. Mas definitivamente não é por isso acho que ele é importante.
O app está divido em 3 partes. As mensagens diretas, os snaps públicos (que você posta pra seus seguidores) e a parte editorial, com diversos publishers. A parte de mensagens diretas talvez seja a mais comum. O interessante está mesmo nas outras duas. E aqui vão as 8 razões pelas quais acho que vale a pena prestar atenção.
1. Snapchat é a vida, quase sem edição.
No começo, eu achei que seria uma rede de ‘nudes’. Claro, deve rolar bastante disso, mas definitivamente não é o uso que o Snapchat vem tendo na vida das pessoas.
O interessante do Snapchat não é o app. É a vida. Se a sua vida é interessante, se você for interessante, bingo. Se não for, esquece.
Aqui quase não dá pra preparar. Não dá pra ajustar as fotos. Não dá pra falar muito porque os vídeos não duram mais de 10 segundos (embora muita gente emende vááários videos seguidos falando). São pequenos fragmentos instantâneos e espontâneos da vida. E daí, ou a vida e a pessoa é interessante, ou esquece.
2. Snapchat é agora.
Então, não vi o que a Anitta foi fazer em Beverly Hills. Ela deve ter falado num dos snaps, mas eu não cheguei a ver. E dai, não viu, perdeu. Os snaps duram 24 horas, depois ‘puf’, desaparecem. Ruim por um lado, ótimo por outro. Sumiu, já era. Não tem arquivo. Não tem dias de vídeo pra ver, toneladas de fotos, textos.
É curto, rápido e direto. E efêmero.
3. Snapchat dita o formato.
Esse negócio de filmar com o celular em pé. Eu achava burrice, porque considerava que o vídeo em pé era ruim de se ver no computador e na TV. E é mesmo. Mas Snap é na hora. É no celular. É o ambiente. Dai, é tudo em pé. E é lindo. A estética é nova, é refrescante. As interferências que ele permite são divertidas. No tom exato. Depois do Snapchat, passei a achar video em pé ótimo. Snap não se vê fora do celular. Deitar pra quê? Me irrita quando, no Snap, alguém filma deitado. Olha ai, virou ao contrário de novo.
4. Snapchat briga pelo tempo.
Agora, além de todas as coisas que eu já fazia, ainda gasto pelo menos uns 10 minutos por dia vendo os perfis que sigo no Snap. Afinal, é fun-da-men-tal saber onde a Anitta fez show. Se o Renner, amigo dela, peidou hoje ou não. Se a Isis já voltou da Bahia. Se a Camilla tá curtindo a casa nova dela. Se tá sol na cobertura da Carol. Se a Ingrid postou alguma coisa legal. Como foi o dia da Carla na agência. Se a noite da Tessália foi intensa.
5. Snapchat briga com a TV.
Sim, esse tipo de informação, em geral, é pura bobagem. Dá pra dizer sem muito erro, que é totalmente desnecessário. Mas no que isso difere de assistir à um BBB? É a mesma lógica da vida real, sem roteiro, só que, muito, muito melhor. Claro, quando inventaram o BBB (no Brasil desde 2002), a curiosidade de ver a vida dos outros passava obrigatoriamente pela TV e por um formato de programa como esse. Não mais.
E o Snap não briga com a TV só nessa frente de reality-shows. Ele também faz coberturas incríveis. O último Super Bowl? Melhor cobertura foi no Snap. Não, não tinha gente twittando durante o jogo no Snap, nem postando comentários. Não é sobre isso. Durante o evento, o Snapchat foi lá e recolheu os melhores snaps em torno do assunto, feito pelas pessoas. Tinha snap de pessoas vendo em casa, tinha snap de gente no estádio, tinha snap de jogadores, enquanto eles entravam no campo. E como tudo vai se agregando em torno do mesmo assunto, você vai tendo uma edição em tempo real do evento, com pequenos videos de no máximo 10 segundos. Pega a lógica do hashtag e cria uma edição muito bacana. Ágil, gráfica, verdadeira e interessantíssima. GE-NI-AL.
6. Snapchat ainda não é para empresas.
Ainda é cedo pra dizer. Algumas marcas já estão lá oficialmente, nos canais de conteúdo que são, também, uma nova proposta de formato, edição e fluidez muito bacanas. Mas ainda não me pegou. Talvez porque ali mesmo no próprio Snap, os perfis que você segue com vidas interessantíssimas (as que não são, você deixa de seguir), vai ficando difícil a gente gastar o pouco tempo que tem para o Snap olhando conteúdo de empresas. Mas ainda há muito formato para se experimentar.
7. Snapchat é divisor de águas.
Pode anotar ai. Snapchat é divisor de águas. Talvez um dos maiores divisores que já vimos para o que os gringos chamam de ‘reality tv’. E, arriscaria dizer, para a ‘unscripted tv’ também. O Snap traz uma nova forma de entrarmos na vida das pessoas e nos eventos, nunca antes vista na história dessa internet. Traz também uma nova linguagem gráfica, visual, de edição. Rouba nosso tempo e vai roubar cada vez mais. Na medida em que cresce, vai tirar espaço de outras coisas (afinal a vida continua tendo 24 horas) e vai cada vez mais estar presente nas nossas vidas.
O Snap vai contaminar os formatos de edição e linguagem em outros meios. Vai se misturar com outros meios. E na cauda dele virão outros apps, outras leituras.
O Snap vai contaminar os formatos de edição e linguagem em outros meios. Vai se misturar com outros meios. E na cauda dele virão outros apps, outras leituras.
8. Snapchat é para você.
“Ah, não tenho paciência”. “Putz, nem sei mexer. Isso não é pra mim”. “Acho que vou pular essa, não consigo gostar”.
Acredite, já passei por todas essas fases. Mas se você trabalha com comunicação, faça um esforço e trate de entender o Snapchat. E mesmo se você não é do mercado, experimente, insista. Você vai agradecer esse meu conselho lá na frente.
fonte: https://www.linkedin.com/pulse/8-raz%C3%B5es-pelas-quais-voc%C3%AA-precisar-olhar-o-snapchat-%C3%A9-michel?trk=eml-b2_content_ecosystem_digest-recommended_articles-45-null&midToken=AQHkHofj3U9XgQ&fromEmail=fromEmail&ut=0LxftugjsKoD81
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