Por: Shama Hyder
Ah, os millennials.
Parece que as pessoas não conseguem parar de falar da gente. Toda marca quer vender para nós. Somos reverenciados, desprezados e zombados. Até nós rimos de nós mesmos. Qualquer que seja sua opinião sobre os millennials, não há como negar que influenciamos radicalmente a maneira como as marcas fazem negócio e comercializam seus produtos e serviços. E muitos de nó estão prestes a entrar na faixa da população economicamente ativa.
O marketing para os millennials pode ser desafiador por algumas razões: estamos mais desconfiados com o marketing tradicional do que nossos antecessores, muitas vezes buscamos informações sobre produtos e serviços em uma ampla gama de fontes antes de comprarmos e temos muito mais opções quando tomamos uma decisão de compra.
Ainda assim, usando dados demográficos, comportamentais e de hábitos de compra dos millennials, as marcas podem se prepararam melhor para chamar a atenção desse cobiçado grupo. Abaixo temos cinco maneiras para as marcas ganharem o jogo ao criarem campanhas para os millennials.
Reconheça a diversidade nos millennials
É tentador assumir que todos os millennials são mais ou menos iguais em termos de gosto, interesses, dados demográficos, hábitos técnicos etc., mas todos nós sabemos que isso não é verdade.
Sendo os millennials mais jovens com cerca de 16 anos e os mais velhos com 35, essa geração engloba uma grande variedade de experiências culturais que moldam a identidade. Pense no tipo de música que era popular quando os millennials de 30 e poucos eram adolescentes (Blink-182, No Doubt, Aqua, Chumbawamba) em relação ao que os mais jovens escutam agora (Drake, One Direction, Taylor Swift). Da mesma forma, aqueles na faixa dos 20 e 30 anos cresceram com o bate-papo do UOL, internet discada e usando o paint, enquanto o grupo mais jovem cresceu com iPads, redes sociais e softwares de edição de vídeo fáceis de usar.
Isso significa que existe muita diversidade em como os millennials querem ser contatados - o que funciona com um grupo, pode não funcionar com outro. Então, não espere que uma campanha de marketing fale com todos os millennials. Em vez disso, identifique subgrupos de audiência e torne sua campanha hiper-relevante para eles.
Entenda o que impulsiona os millennials
Millennials, também conhecidos como a “geração da selfie”, são geralmente caracterizados como narcisistas e superficiais. Essa visão geral é muito simplista; a propensão do millennial de documentar a vida através das redes sociais não se dá pela auto-absorção, mas pelo amor à auto-expressão. E a ideia da auto-expressão através de imagens não é algo novo, afinal muitas pinturas de caverna mostram cenas com pessoas.
Mas os millennials são a primeira geração a ter uma quantidade ilimitada de plataformas tecnológicas nas quais eles podem se expressar – e eles não têm medo de usá-las.
Então, o que esse foco na auto-expressão significa para as marcas?
Tradicionalmente, a questão chave por trás do marketing tem sido “O que a nossa marca diz sobre nós (a empresa)?” Ao fazer marketing para millennials, a questão se torna “O que nossa marca permite que os consumidores digam sobre eles mesmos?” Essa é uma mudança fascinante. As marcas se tornaram outra ferramenta que os millennials usam para expressarem sua identidade, e os profissionais de marketing inteligentes incorporam esse conhecimento em suas campanhas.
Faça do ETE o seu mantra
Como os millennials vêem os produtos e serviços que escolhem como um reflexo de sua identidade, eles são consumidores altamente exigentes. Eles querem saber por quê os produtos custam o que custam, como eles são produzidos e de onde vem o material. Da mesma forma, eles não querem simplesmente aceitar que existem taxas bancárias, eles querem saber por quê estão sendo cobrados (o surgimento de soluções bancárias alternativas como Simple atesta isso). E eles querem opções: ao avaliar uma possível compra, eles querem poder escolher de uma variedade de empresas e serviços para encontrar a solução que mais atenda às suas necessidades (e que lhes permita expressar quem são).
As marcas que querem conquistar os millennials devem fazer do ETE o seu mantra: Educação, Transparência e Escolhas. Ao criar uma campanha de marketing para essa geração, lembre-se de que eles querem ser educados através de um conteúdo atraente, querem saber a história por trás do produto e da empresa e querem opções que lhes permitam escolher a melhor opção.
Pense em multicanal
Os millennials são a primeira geração de nativos digitais — pessoas que cresceram vivendo, respirando e falando tecnologia. A maioria não consegue se lembrar de um mundo sem smartphones e Internet, e grande parte da mídia que consomem, desde a TV até filmes, revistas e noticiários, é online.
Além disso, eles passam do laptop para o smartphone e tablet no mesmo dia (ou até na mesma hora) e esperam que a experiência em cada um deles seja perfeita e intuitiva. Eles podem começar a assistir um programa de TV no laptop e terminar no iPad antes de irem pra cama. Eles mandam um tweet para uma marca reclamando sobre um problema de um produto e depois ligam para o atendimento ao cliente no dia seguinte. E eles conferem páginas de produtos no site de uma empresa e depois perguntam aos amigos nas redes sociais o que eles acham antes de tomar a decisão de compra.
Os millennials são multicanais, e as marcas devem ter isso em mente ao criarem suas campanhas. Não há nenhuma garantia de que um anúncio será consumido apenas em uma plataforma, ele precisa ficar legal no desktop, no tablet e nos celulares, e precisa ser compartilhável em todas as principais plataformas sociais e por e-mail.
Use outros millennials
Foi-se o tempo em que as mensagens de marketing eram o principal meio pelo qual os consumidores construiam uma opinião a respeito de uma marca ou produto. Agora, com o surgimento do digital, as recomendações de amigos, familiares e outros consumidores desempenham um papel fundamental no processo de compra. Os millennials, em particular, confiam mais no boca a boca do que no marketing tradicional: 85% dizem que confiam na opinião de pessoas que conhecem ao procurar recomendações de um produto. Ainda mais quando falamos de brasileiros, que apresentam um grau de confiança acima da média mundial em pessoas reais, antes mesmo de especialistas.
É por isso que o conteúdo gerado pelo usuário tornou-se tão popular; ele mostra a fidelidade e o amor à marca de pessoas como eles. Parece ser autêntico (e todos nós sabemos que os millennials adoram essa palavra).
As marcas que querem conquistar os millennials podem fazer das críticas um grande recurso de sua página de serviços ou produto. Da mesma forma, recompensar críticas positivas pode reforçar a fidelidade à marca daqueles que já apóiam seus esforços de marketing digital. Um jeito de fazer isso é mostrando críticas de usuários nos canais sociais de sua marca.
Como comentamos anteriormente, o rótulo “millennial” aplica-se a uma ampla faixa etária com uma variedade de interesses, gostos e culturas. Se você reconhece essa diversidade e se aprimora em seu subgrupo de millennials-alvo, entende o amor da geração pela autoexpressão, faz da transparência uma parte importante de seu marketing, pensa multicanal e dá vozes aos clientes, sua marca estará bem preparada para se relacionar com a maior geração na história- aquela que reformulou completamente o modo como os consumidores se relacionam com as marcas.
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