Generalizações sobre o comportamento dessa geração no mercado de trabalho podem estar levando empresas a focarem nas questões erradas para atrair e reter talentos
Por Renata Leite | 31/07/2015
renata.leite@mundodomarketing.com.br
A atração e a retenção de talentos é uma das chaves para o sucesso de uma companhia, o que justifica a preocupação de muitos gestores em descobrir as melhores formas para motivar e engajar os profissionais da Geração Y. Também conhecidos como Millennials, os jovens nascidos entre 1980 e 2000 já são maioria na força de trabalho: nos Estados Unidos, representam 37% do total de empregados, ante 34% de Baby-Boomers - grupo formado pelos nascidos entre 1960 e 1980. Os líderes, entretanto, podem estar se guiando por generalizações um tanto equivocadas.
O senso comum de que a Geração Y não está preocupada com a carreira é o primeiro conceito derrubado por uma reportagem publicada esta semana na revista The Economist. Um levantamento realizado pela empresa de consultoria CEB - que entrevista 90 mil profissionais americanos a cada trimestre - mostrou que, entre os Millennials, 33% colocam a oportunidade de crescimento futuro dentro da companhia como uma das cinco principais razões para escolher um emprego. Esse índice é de 21% em outras gerações.
Outra máxima que foi por terra refere-se ao suposto comportamento colaborativo desse grupo mais jovem no mercado de trabalho, que seria estimulado pelas redes sociais. A pesquisa apontou que são justamente os Millennials os mais competitivos: 59% deles disseram que a competição é o que os levanta da cama diariamente, pela manhã. O levantamento mostrou ainda que 58% dos profissionais da Geração Y dizem comparar suas performances com a de seus pares, enquanto nas demais gerações esse índice é de 48%.
Valorização do feedback
Outro sinal de que esse grupo seria formado, em parte, por individualistas e não por colaboradores é a falta de confiança entre eles. Apesar das frequentes trocas de mensagens por smartphone, 37% dos Millennials dizem não confiar em seus pares, comparados aos 26% de outras gerações. A conclusão é de que as generalizações aplicadas ao grupo se tornam extremamente inconsistentes, quando se lança um olhar mais acurado.
Outro sinal de que esse grupo seria formado, em parte, por individualistas e não por colaboradores é a falta de confiança entre eles. Apesar das frequentes trocas de mensagens por smartphone, 37% dos Millennials dizem não confiar em seus pares, comparados aos 26% de outras gerações. A conclusão é de que as generalizações aplicadas ao grupo se tornam extremamente inconsistentes, quando se lança um olhar mais acurado.
Os mitos não param por aí. Muito se fala de que a Geração Y é impaciente com qualquer freio ou imposição, o que a leva a não querer receber ordens. Segundo o levantamento da CEB, entretanto, 41% concordaram que os empregados precisam fazer o que seus chefes mandam, ante 30% dos Baby Boomers e 30% da Geração X. Os mais jovens também valorizam os feedbacks dos gestores, especialmente aqueles dados pessoalmente, tanto é que 90% afirmaram querer receber avaliações de performance e discutir a carreira com seus líderes.
Os dados não excluem a existência de diferenças entre os grupos segundo a faixa etária, mas sugerem que elas estariam mais no comportamento de consumo do que no campo do trabalho. A geração conectada está, por exemplo, mais inclinada a ler notícias no site BuzzFeed do que os Baby Boomers. Os reflexos comportamentais no emprego seriam bem menores, tirando um peso das costas dos gestores.
Mudança de ação
Hoje os líderes vivem preocupados em dar liberdade para esse grupo e em aumentar os orçamentos destinados a ações socioambientais, já que os Millennials demonstram ser mais comprometidos com os problemas da humanidade. O grupo estaria sempre em busca de um significado para o que fazem, sob o risco de abandonarem a empresa se não o encontrarem. A pesquisa da CEB, no entanto, mostra que pode ser mais importante colocar ênfase nas recompensas individuais e em prover esses indivíduos com planos de carreira claros para retê-los nos quadros da companhia.
Hoje os líderes vivem preocupados em dar liberdade para esse grupo e em aumentar os orçamentos destinados a ações socioambientais, já que os Millennials demonstram ser mais comprometidos com os problemas da humanidade. O grupo estaria sempre em busca de um significado para o que fazem, sob o risco de abandonarem a empresa se não o encontrarem. A pesquisa da CEB, no entanto, mostra que pode ser mais importante colocar ênfase nas recompensas individuais e em prover esses indivíduos com planos de carreira claros para retê-los nos quadros da companhia.
A matéria da The Economist ressalta ainda que, mais do que categorizar gerações segundo rótulos comportamentais, é fundamental tratar as pessoas como indivíduos diferentes. E que todas as faixas etárias estão em busca de questões semelhantes: ter um trabalho interessante para fazer, ser recompensado por suas contribuições e ter a chance de trabalhar duro e ir adiante no percurso profissional.
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