terça-feira, 24 de junho de 2014

7 passos para afundar seu programa de fidelidade

 

Postado por Fabio Passerini - 18/06/2014
               
Atualmente vemos um crescimento nas ações de marketing que envolvem algum tipo de premiação. Estas ações podem ser atividades mais simples, como curtir uma foto no facebook, ou mais elaboradas, como enviar uma frase criativa para um concurso ou mesmo os famosos sorteios de natal de shopping center.
Programas de fidelidade também são focados em premiação, que podem ser tanto pelo acúmulo de pontos ao longo do tempo, como por ações de indicação de amigos, alcance de metas específicas ou outras regras específicas de cada programa.
Muitas vezes somos procurados para estruturar estas ações para as empresas, cuidando de todo o processo estratégico, criativo e logístico, e vemos que alguns conceitos básicos são desconsiderados por negligência ou mesmo desconhecimento do seu impacto na imagem da empresa patrocinadora.
O risco de premiar sua audiência de forma inadequada supera o custo da ação desenvolvida e atinge a imagem dos produtos e serviços, bem como a sua própria reputação da empresa. Desta forma é fundamental desenvolver um trabalho que busque a coerência e a relevância da premiação ao mesmo tempo que permita seu monitoramento preciso e em tempo real.
O poder do consumidor insatisfeito é enorme e continua crescendo, à medida que o ambiente digital se torna cada vezmais conectado. Nos “7 passos infalíveis para você destruir sua ação de premiação, frustrar seu público e manchar sua reputação”, mostramos os fundamentos básicos ao premiarmos nossa audiência. E, para chamar a atenção, fizemos isso de forma reversa, “ensinando” como destruir sua ação, invertendo a linguagem de forma divertida e irônica. Desejamos que esta modesta contribuição auxilie os gestores no desenvolvimento de ações de premiação mais sólidas e que encantem cada vez mais seu público.
1- PLACEBO
O primeiro passo para alcançar seu objetivo é transformar sua ação em um Placebo. Ou seja, dar prêmios sem valor significativo ou com características de brindes e amostras, divulgar suas ações de forma intensiva em vários canais simultâneos, com chamadas contundentes, entregando pouco resultado para o esforço dos participantes interessados.
2- ABADÁ
O segundo passo é usar a diferenciação explícita dos participantes, seja por renda, volume de compras, ou outros critérios exclusivos, como um abadá de carnaval. Assim você transmite para seu público uma sensação de favorecimento indevido ou de participação como um prêmio de consolação para quem não é tão “diferenciado”. Ainda, permite que a maioria tenha acesso somente aos benefícios ou prêmios inferiores, ao mesmo tempo que desfila as vantagens e benefícios dos poucos escolhidos.
3- SÃO SILVESTRE
A esta altura, você já deve ter percebido que é possível alcançar sua meta. O terceiro passo é transformar sua ação em uma maratona. Para isso, basta fazer ações muito longas para que os participantes recebam um prêmio. As etapas precisam ser complexas e, se possível, com uma mecânica confusa e diferente a cada etapa só para dar mais emoção aos participantes! (#SQN) Assim, os participantes são levados a acreditar que a empresa patrocinadora não quer premiar ninguém e está usando uma estratégia de forçar a desistência pelo cansaço.
4- LETRAS MIÚDAS
Se você ainda não conseguiu fazer boa parte dos participantes desistir, use as letras miúdas para isso. Um regulamento extenso, com muitas cláusulas de exclusão e proteção a favor da empresa, além de um linguajar hermético e altamente jurídico é uma garantia de caminhar para sua meta final. Além disso, um regulamento sem possibilidade de impressão e armazenamento, ou ainda sem permitir consulta futura, é um reforço importante.
5- HÉRCULES
Como Hércules e seus 12 Trabalhos, crie necessidades como: Cadastro com etapas complicadas, plataformas de conteúdo que necessitam de logins diferentes, necessidade de instalação de aplicativos ou softwares, Envio de documentos pelo correio, Recebimento de senhas aleatórias por carta impressa. E ainda a obrigação de comparecer em dia e hora determinados pela empresa patrocinadora em local de acesso difícil para retirada do prêmio.
6- SPAM
Estamos chegando ao fim e podemos nos inspirar em algo odiado por todos: SPAM. Faça promessas irreais em regulamentos confusos, crie etapas sem clareza e com dificuldade de acompanhar o desempenho. Crie todo tipo de dificuldade de contato dos participantes com a sua empresa patrocinadora, por meio de telefones que ninguém atende e e-mails que voltam com mensagem de erro. Isso é fundamental para comprometer sua credibilidade.
7- SANTO EXPEDITO
Chegamos ao fim: agora você tem que jogar pesado, pois é sua última cartada! Aposte em criar: metas quase impossíveis, Etapas complicadíssimas e fórmulas de pontos complexas, um game infindável e com dificuldade crescente ao infinito.
Fidelidade, Promoção
 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

5 boas práticas de assessoria de imprensa para você ficar de olho

 

Por em 10 de junho de 2014 · 

Assessor de Sucesso

Existem poucas coisas mais difíceis do que fazer um jornalista gostar de uma assessoria de imprensa. Mas existem assessorias admiradas por eles, e é natural que por isso emplaquem mais pautas, mais ao gosto de seus clientes. Isso acontece não apenas porque os repórteres acham agradável lidar com elas, mas por causa dos efeitos benéficos em adotar estas práticas matadoras. Vamos a cinco delas.

1. Conhecer os jornais


Boas assessorias são formadas por profissionais que conhecem os veículos que querem pautar tão bem quanto os repórteres que trabalham neles. Sabem que o caderno ‘Comida’ da Folha de S.Paulo sai às quartas mas que o ‘Paladar’ do Estadão chega às quintas. Sabem onde baixar os mídia kits das revistas da Abril. Sabem os números de circulação e de audiência dos principais veículos e programas que interessam. E têm o saudável hábito de sempre conferir quem assina cada reportagem que lhes chega aos olhos. Toda essa informação vale ouro na hora de redigir o próximo release ou fazer o próximo telefonema.

2. Saber a hora de sugerir

Que tal um filé com fritas? Pode ser uma ótima sugestão, mas não se você acaba de se empanturrar de macarronada. Boas assessorias dominam o timing e sabem a hora de certa de sugerir pautas. No dia do fechamento do caderno: má ideia. Logo depois de ele atingir as bancas: boa ideia, a menos que seja para propor exatamente o mesmo assunto. Com antecedência, exclusividade e às vésperas da reunião de pauta de uma semana lenta: o que você está esperando?

3. Manter uma boa administração

Jornalistas são vítimas constantes de um fenômeno conhecido em algumas redações como “só a Dilma sabe”. Funciona assim: o repórter liga para apurar uma coisa boba, como certo número ou a data de uma foto, e recebe a resposta de que “só o fulano sabe disso, e ele viajou/está em reunião/está de férias”. De certos assessores, a expectativa é que não responderão ao repórter sequer o endereço de onde trabalham se não houver autorização expressa de algum misterioso superior. As melhores assessorias contam com profissionais bem-informados e sabem dividir tarefas. Tanto para assessores quanto para jornalistas vale a Lei de Murhpy: no dia em que o Fulano, único que atende a conta X, estiver doente, vai ser o dia em que o repórter do jornal mais importante da cidade vai telefonar querendo apurar algo sobre o cliente X. Ninguém precisa ser especialista em todos os assuntos, mas boas assessorias não deixam a capacidade de seus clientes responder à imprensa depender de um profissional só.

4. Fazer jornalismo

Boas assessorias não saem vazando para a imprensa tudo o que sabem sobre seus clientes. É claro. Mas boas assessorias também sabem muita coisa sobre seus clientes que não devem ou não precisam sair na imprensa! Eles conhecem a história, os objetivos, os nomes das principais pessoas e pelo menos alguns números básicos sobre as finanças dos clientes. Essa relação íntima permite inclusive saber o que pode ser dito a jornalistas se eles perguntarem, o que precisa de autorização e o que é segredo de Estado.

5. Usar distribuidores e agregadores de conteúdo

Algumas ferramentas online oferecem recursos para divulgar e distribuir conteúdo na internet que otimizam o tempo gasto em outros meios como telefonemas ou mala direta. Recentemente no mercado, o DINO reúne todos estes recursos. Além disso, a plataforma permite acompanhar o desempenho das distribuições da assessoria por meio de gráficos, números e relatórios. Assim a assessoria pode medir o desempenho de suas ações e saber onde se deve melhorar para ficar ainda mais eficaz.
E então, que achou destas práticas? Comente!

A importância da Missão, Visão e Valores nas estratégias de Marketing


Um dos conteúdos que abordo no curso Marketing 3.0 para Empreendedores é a importância da Missão, Visão e Valores da empresa para as estratégias de Marketing 3.0. 


Para exemplificar, utilizo a história do filme "Other People's Money" (Com o Dinheiro dos Outros). O filme mostra uma empresa que fabricava fios e cabos indo à falência por causa de fabricarem um produto que simplesmente estava ficando extremamente ultrapassado e, com isso, perdendo cada vez mais mercado.  

Na produção, os donos da empresa familiar, tentam de diversas maneiras manter o empreendimento longe das mãos de um investidor/especulador voraz, que queria controlar o negócio para tirá-lo do caminho de suas investidas financeiras, que esbarravam nas ações da empresa de fios e cabos que, apesar de ultrapassada, tinha ações valorizadas - por pouco tempo. O investidor Larry Garfild, interpretado por Danny DeVito, tenta de todas as formas tirar a empresa de seu caminho.  

O filme é de 1991, mas a atualidade dos assuntos abordados  mostra que a voracidade do capitalismo se já era presente no início da computação, se tornou ainda mais feroz com a revolução tecnológica e digital dos últimos 20 anos. Enfim, não contarei o final do filme, mas o importante para este texto é a análise de como atualmente as empresas precisam saber exatamente que caminhos tomar para não serem "engolidas" pela evolução tecnológica que ocorre quase que diariamente. 

Uma empresa de aplicativo, por exemplo, pode se tornar obsoleta da noite para o dia, com o surgimento de um app concorrente e mais funcional. Ou mesmo o celular que você compra hoje, amanhã já estará antigo. Outro aspecto, além de evolução e concorrência de mercado, é que várias empresas, principalmente as de tecnologia, programam a vida útil de seus produtos, o objetivo é que o cliente necessite trocar o dispositivo depois de determinado tempo, simplesmente por que ele ficou velho demais e não funciona mais corretamente. O objetivo, claro, é gerar novas vendas de bens 'duráveis". Esta estratégia é chamada de obsolescência programada. 

Depoimentos | Curso Marketing 3.0 para Empreendedores

Pois bem, a questão é:
Com um mercado tão concorrido e ágil, como a empresa pode se manter forte em sua área de atuação e não sofrerem com a especulação do mercado e com a obsolescência de seus próprios produtos? 

Para uma empresa se manter forte no mercado, ela precisa ter muito bem definido sua Missão, sua Visão e seus Valores. Pois, com isso, a instituição encontrará novos segmentos de mercado e levará a razão de a empresa existir para um patamar que ultrapassa a qualidade e inovação dos produtos e preocupa-se em contribuir na melhoria do ambiente ou setor em que atua. Ou seja, o produto deixa de ser importante em si e o que passa a ser valorizado é o compromisso da empresa em atender as demandas dos clientes, da sociedade e, com isso, acompanhar as alterações do mercado.  

MISSÃO  

A missão, vai mostrar a razão da empresa existir, vai delimitar que setor, que clientes e que segmento social a empresa pretende impactar. Geralmente, a missão é a que tem mais foco no produto ou serviço oferecido pela empresa. 

Enquanto a Missão é baseada no alicerce do empreendimento, quando a empresa foi fundada, a Visão tem a ver com a invenção do futuro. 

VISÃO 

A Visão é onde a empresa quer chegar, que objetivos quer atingir, em que setor quer ser líder ou em que negócio ela quer ser referência. De acordo com grandes líderes de empresas mundiais, como Steve Jobs, a Visão de uma empresa é mais importante do que a Missão, pois explica o que o negócio pretende ser e o que pretende realizar. 

É preciso saber qual a Visão para definir não apenas as ações de comunicação e marketing, mas para entender e planejar os investimentos futuros. Abrace a Visão, sonhe alto e planeje de que maneiras chegar lá, o resultado será um crescimento consciente da empresa, ações bem planejadas e o engajamento de stakeholders. 

VALORES  

Os Valores podem ser considerados "padrões de comportamentos institucionais da empresa". Eles representam um conjunto de prioridades corporativas a partir do planejamento de procedimentos e objetivos sustentáveis que beneficiem uma comunidade ou sociedade na qual a empresa atua. 

Os Valores ajudam o empreendimento a se tornar uma marca melhor e que faz a diferença para funcionários, clientes e sociedade. 


Portanto, apesar do conselho parecer aula de administração básica: defina muito bem sua Missão, Visão e Valores. Para esclarecer para si mesmo, e para seus clientes parceiros e funcionários, qual é o real motivo de sua empresa existir e quais as variações na produção ou segmentos de mercado ela pode ter. Mas não complique, escreva os três de forma clara e objetiva. Quanto mais simples, melhor. 

Spa ameaça processar hóspede por comentário negativo no TripAdvisor

 

Cliente disse que não vai retirar o comentário

   
Redação, www.administradores.com,
 
Flávia Carvalho conta que se hospedou no spa Grand Village com um grupo de amigas durante um final de semana. Na volta, fez o seguinte comentário no TripAdvisor, que ela diz utilizar com frequência:
Bom custo benefício

O spa possui bastante atividades. Os quartos são limpos. Alguns funcionários são mal humorados e a nutricionista é bem ruim, pois simplesmente pergunta qual dieta você quer seguir e não avalia nada e no final nem sequer pergunta como foi. A comida é bem gostosa, porém a quantidade é bastante reduzida e não condiz com a quantidade de calorias estabelecida. Fazendo a contagem de calorias nunca dá o estabelecido e quando você vai reclamar e explica isso, te ignoram. Já fui a outros spas e não passei a fome que passei lá. As massagens também não são boas.
A carta da empresa você pode ver abaixo:

O spa não se pronunciou oficialmente. Já o TripAdvisor disse ao G1 que não exclui avaliações de clientes, exceto em casos de fraude. O site disse ainda que reprova qualquer tipo de ameaça ou intimidação a clientes e que pode até excluir de sua rede estabelecimentos que adotarem esse tipo de conduta.

Regra básica para posicionar sua marca: cumpra o que foi prometido


Posicionamento não é o que eu digo que sou, mas sim o que o outro (mercado) percebe



Fernando Coelho, 5 de junho de 2014

 

 O titulo deste post é muitas vezes (em algumas, sempre) descumprido pelas marcas de todos os segmentos – muitas empresas desconhecem, ou mesmo conhecendo, por pensarem em curto prazo, não buscam se posicionar na mente (e coração) de seus consumidores.

Apenas para lembrar, posicionamento não é o que eu digo que sou, mas sim o que o outro (mercado) percebe, logo, em marketing, percepção é mais importante que a realidade, todavia, a realidade precisa andar de mãos dadas com a percepção.

Para ser mais claro, a regra é básica: um bom posicionamento é construído por promessas, cumprimento de promessas e percepção – ou seja, se a marca prometeu ela tem que cumprir.

No marketing 3.0 Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan nos apresentam uma nova forma para conquistar o público-foco, é preciso alcançar a mente, coração e espirito; é fundamental entender os consumidores em sua totalidade humana e suprir suas expectativas.

O que acontece muitas vezes é que as expectativas dos clientes são formadas com base em promessas, e ai, os autores nos colocam os 3 I’s como solução: identidade, integridade e imagem. Às empresas caberá identificar as necessidades e desejos dos consumidores para serem capazes de orientar suas mentes, corações e espíritos traduzidos em promessas e ações.

Essencialmente os 3 I’s seria destrinchados da seguinte maneira:

·         Identidade – aquilo que sou e prometo entregar;

·         Integridade – o cumprimento do que foi prometido, a marca agindo de forma honesta com o consumidor;

·         Imagem – promessas e ações se comungam e, portanto formam uma boa imagem diante do atendimento das expectativas criadas.

Em resumo, tenha palavra e faça o impossível para cumpri-la, mesmo que isso represente prejuízo no curto prazo, com absoluta certeza, sua imagem vale muito mais.

Ser ético e responsável são atitudes fundamentais para um bom posicionamento de mercado.

 

O que faz de você vencedor ou perdedor

 

Campeões sabem do seu valor e não se desencorajam quando a sociedade os vê com desprezo e como parte de uma grande massa desqualificada por não terem um sobrenome

Flávio Augusto,
 
 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Supermercados ganham características de shoppings para atrair clientes

 

Momento de abastecimento do lar adquire ares de lazer, em espaços que reúnem varejo de alimentos, entretenimento, lojas e restaurantes. Consumidor ganha em conveniência

Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 16/06/2014

luisa@mundodomarketing.com.br


Os supermercados já não são mais apenas lugares para fazer compras e abastecer a casa. Eles passaram a agregar lojas, restaurantes, serviços variados, agências bancárias e opções de entretenimento, criando em torno de si centros comerciais focados em conveniência. O movimento é resultado de mudanças significativas no comportamento dos clientes, que após o controle da inflação substituíram as compras de mês por visitas recorrentes aos empreendimentos, chegando até a abrir mão de dispensas cheias em favor de produtos frescos.
A diversificação da oferta de produtos e serviços nesses locais permitiu aos consumidores acrescentarem à ida ao supermercado outras tarefas cotidianas, como lavar roupas, fazer as unhas, frequentar academias de ginástica e pagar contas em bancos. O maior atrativo é a possibilidade de resolver diversas pendências em um único lugar. Para atender a esta demanda, o grupo GPA passou a investir nos shoppings de vizinhança, com a bandeira Conviva. No modelo, uma loja Pão de Açúcar é o centro da operação, que agrega ao seu redor serviços típicos de um shopping, em menores proporções e de forma mais despojada. A intenção é atrair os moradores do entorno, agregando as funcionalidades de um centro comercial à simplicidade de um supermercado.
A nova configuração dos supermercados deu ares de lazer à jornada de compras. O Pão de Açúcar identificou este comportamento entre as moradoras da Tijuca, bairro onde a empresa planeja abrir o seu próximo shopping de vizinhança. “Descobrimos que muitas consumidoras chamam as amigas para passear no supermercado. Há alguns anos era inimaginável que o momento de abastecimento do lar fosse encarado como uma experiência prazerosa e até de lazer”, aponta Isadora Brissa Campos, Diretora de Marketing e Operações do GPA Malls, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Passeio com as amigas, cinema e kart no mercado
O varejo de alimentos está aprendendo com os shoppings centers a entregar experiência, além de utilidades. O desafio agora é encantar o shopper, mesmo durante a compra de itens considerados básicos. “Antes, ir ao mercado era obrigação e zero diversão. Agora, o cliente saiu da ideia de um lugar chato para algo com uma proposta diferente. O processo fica mais prazeroso e isso passa pela possibilidade de interagir com outras pessoas, degustar produtos e ter um bom atendimento”, avalia Maurício Morgado, Professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A mesma tendência está presente em hipermercados como o Carrefour e o Extra que incluem em suas estruturas espaços como salas de cinema, pistas de patinação no gelo e kart. As atrações anexas aumentam o volume de visitantes em busca das atrações e, ao mesmo tempo, facilitam a rotina das donas de casa. Muitas buscam serviços que sirvam para entreterem seus maridos e filhos, enquanto estão no mercado.
Se para os clientes a junção entre diversão e necessidade serve para otimizar o tempo, para os estabelecimentos o ganho é na rentabilidade. Além da venda direta de produtos, o aluguel de lojas se torna uma nova receita para as redes. “O varejo de alimentos trabalha com margens cada vez mais apertadas e otimizar os espaços é uma alternativa eficaz para lucrar”, comenta Márcia Sola, Diretora de Geonegócios do Ibope Media, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Conveniência no varejo de alimentos
Para os lojistas, os benefícios em se associarem aos supermercados são semelhantes aos oferecidos pelos shoppings, mas com a vantagem dos custos operacionais reduzidos. Entre os atrativos estão o alto fluxo de clientes, infraestrutura e segurança. Essa nova opção faz parte de um contexto mais amplo, que envolve a descentralização do varejo, movimento já latente nos grandes centros.
O trânsito caótico intensificou a escolha das marcas por regiões mais residenciais, onde os supermercados já possuem, tradicionalmente, operações consolidadas. Esses bairros se tornam um terreno fértil para quem deseja investir em unidades menores com foco em conveniência. “As pessoas querem resolver um pouco de tudo a pé e de chinelo, sem se preocupar com escova no cabelo e salto alto”, comenta Isadora Brissa.
O que acontece é um resgate do comércio de vizinhança com produtos e serviços próximos de casa. A palavra de ordem é poupar tempo, ainda que saia mais caro. “As pessoas estão aprendendo a fazer uma conta de tempo versos qualidade de vida: quanto vale os 15 minutos lavando verdura, se pudessem ser utilizados para ficar com a família? Quanto eu ganho de tempo livre por não ter que dirigir para comprar pão?”, questiona Maurício Morgado.
Para atender a estas exigências dos consumidores, os supermercados também investem em mudanças no seu layout interno, os corredores paralelos com produtos empilhados ganham atrativos gourmet e traços de shopping. O GPA Malls foi a campo estudar o que dizia o consumidor. Segundo os relatos dos clientes, eles desejavam um espaço que ainda não enxergavam como possível: uma área sem os problemas próprios dos grandes shoppings centers, como dificuldade de achar vagas de estacionamento e, ao mesmo tempo, com um mercado à disposição.
Shoppings aproveitam fluxo de hipermercados
Os shoppings também não querem ficar de fora desta migração do consumo. O plano é expandir para as mais diversas regiões da cidade. Como muitos destes bairros não contam com a mesma concentração de pessoas da área central, uma estratégia que vem crescendo é colocar super e hipermercados como âncoras desses empreendimentos. “As partes mais adensadas da cidade, além de estarem saturadas, se tornaram muito caras. Os shoppings começam a migrar para as margens e usar uma bandeira conhecida, especialmente de hipermercado, para atrair clientes”, avalia a Diretora de Geonegócios do IBOPE Media.
Esta tendência ainda é relativamente nova para o Sudeste, mas já está presente em 41% dos centros comerciais de grande porte brasileiros, de acordo com uma pesquisa do Ibope. Embora sua expansão ocorra atualmente de modo mais significativo, o modelo já é antigo e familiar ao consumidor no Nordeste, onde 61% dos shoppings agregam hipermercados. Nesta região, o varejo de alimentos teve protagonismo na implantação dos primeiros centros comerciais. Os primeiros shoppings nasceram ao redor de supermercado, especialmente da rede Bom Preço.
Nacionalmente, a expectativa é de que este modelo represente 50% dos novos projetos inaugurados até 2016. A principal aposta é de que a proximidade entre o centro de compras e os hipermercados coloque o endereço na rota dos consumidores. “Quem optar por ir ao hipermercado vai encarar filas grandes, corredores largos e carregar sacolas para o carro, enquanto quem vai ao shopping está mais descontraído. Fazer compras de mercado dentro do shopping faz com que o cliente se lembre do espaço em mais ocasiões”, complementa Maurício Morgado.

Leia também: Análise do mercado shopping centers. Pesquisa do Mundo do Marketing Inteligência.
Shopping Center | Planejamento Estratégico | Copa do Mundo | Mercado