Renato Costa fala sobre como a autoridade de uma marca é essencial no mundo dos negócios
Por Renato Costa - 11/05/2023O mundo está de ponta cabeça, isso todo mundo sabe, e, junto com ele, o universo dos negócios e do marketing também passa por inúmeras mudanças e transformações. Há 20 anos, período em que ainda não contávamos com a força das redes sociais, se alguém queria vender mais, o marketing tradicional tinha a resposta. Publicidade e propaganda eram a bola da vez, sendo amplamente explorados em canais tradicionais, como grandes eventos (outdoors, patrocínios, etc.), revistas, jornais, e, principalmente, nos canais de televisão.
A exposição da marca era o fator mais importante e com investimento mais alto. E assim surgiram os horários mais disputados da televisão, como o espaço das propagandas da “novela das 8”. Além disso, times de futebol começaram a faturar milhões, colocando marcas nas camisas, naming rights nos estádios, placas ao redor do campo, entre outras ativações. Publicitários ficaram ricos e parecia fácil fazer marketing, disseminar uma marca ou produto e vender mais.
Os anos se passaram, a complexidade no mundo dos negócios só aumentou, e o advento da internet trouxe consigo uma aceleração das transformações, principalmente as digitais. As redes sociais democratizaram a voz: se, antes, só a possuía quem detinha meios tradicionais de comunicação, como jornal e televisão, ou o dono do programa em que se faziam “merchan”, com a difusão do acesso à internet, o cenário mudou radicalmente.
Pessoas que, até então eram anônimas, começaram a ter influência nas redes sociais – sobre temas que dominavam, ou não. E os grandes canais antes explorados, começaram a perder valor e eficácia. Embora isso tenha acontecido nos últimos dez anos, bem na nossa frente, muita gente não conseguiu fazer a transição, e outros têm dificuldade em aceitar ou respeitar esse novo mundo. Mas, por que isso aconteceu?
Bom, a verdade de hoje que nenhum marketeiro vai te falar é que o mundo do marketing é e sempre foi o mundo da ATENÇÃO. O modelo certo é aquele em que você consegue colocar sua marca no foco central de seu público-alvo. Cursos de marketing promovem estratégias para empresas ou microempreendedores que passam tempo demais estudando ferramentas de como fazer o marketing e acabam ignorando que, se você acredita que seu produto tem valor (vamos falar de atributos outro dia), o que importa é colocar essa oportunidade na frente dos seus clientes, levar para ter exposição no lugar onde está a atenção deles.
O mundo não mudou o conceito fundamental do marketing, que traz o maior valor da propaganda para onde está a audiência. O que mudou foi a descentralização da audiência em novos canais, oficiais ou não, que de alguma forma têm autoridade para o público em geral, principalmente nas redes sociais, em que pessoas que já têm imagem conhecida, tornam-se vias de impulsionamento de marcas. Uma pesquisa realizada pelo Business Insider em 2022, previu que, até o fim do ano, o setor de marketing de influência passaria a valer cerca de R$ 79 bilhões.
Outro fato é que a autoridade não está mais restrita à comprovação científica de alguma tese, ou a palavra oficial de uma marca. A autoridade foi delegada, pelos próprios clientes, para pessoas que se expõem nas redes sociais. Um influenciador não fala só de produto. Inclusive, muitas vezes ele não é especialista naquele nicho, mas ele abre a porta da sua casa, mostra sua vida, seu estilo de vida, e fala sobre algum tema que interessa para algum público. Essa relação, quase íntima, é o que o legitima e faz com que tenha INFLUÊNCIA sobre determinado grupo de pessoas.
Chegou a hora do marketing moderno parar de questionar a autoridade dos influenciadores e utilizar dessa nova ferramenta porque, no fim das contas, gostem ou não, quem os empossou, foi o próprio cliente.
*Renato Costa é CIO e CMO da Odontoprev
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