terça-feira, 31 de julho de 2018

Confira quais são as diferenças entre SEM e SEO e veja como esses dois recursos contribuem para sua página ganhar posições no Google!


Quando se trata de Marketing Digital, um dos principais objetivos de qualquer empresa é estar entre as primeiras colocações no Google. E diante desse desafio, surgem várias estratégias de Search Engine Marketing (SEM) e Search Engine Optimization (SEO). Mas uma dúvida que muitos profissionais de Marketing é têm é “SEO x SEM: qual a diferença, afinal?
Ainda que sejam conceitos com objetivos muito parecidos, existem diferenças fundamentais entre Search Engine Marketing (SEM) e Search Engine Optimization (SEO). E se você é um profissional de Marketing, é importante que você as conheça. Só assim será possível traçar estratégias assertivas e que tragam bons resultados.
E é por isso que neste artigo vamos explicar mais detalhadamente quais são as diferenças entre Search Engine Marketing (SEM) e Search Engine Optimization (SEO), além mostrar como esses dois recursos são importantes para a sua estratégia de Marketing. Confira!

Importância de estar entre as primeiras colocações no Google

Acredito que ninguém mais precisa ser convencido de que o Google é o mecanismo de busca mais utilizado (e muito utilizado!) no mundo. Arrisco até mesmo dizer que, antes de chegar a este artigo, você já fez diversas pesquisas ao longo do seu dia.
Seja para conferir o horário de funcionamento de um local, tirar dúvidas de português ou encontrar soluções para o seu problema, o Google é, com certeza, sua fonte inicial de consulta.
E é por este motivo que estar no topo dos mecanismos de busca é tão importante para a sua marca. Diversas pesquisas, estudos e mapas de calor comprovam que a maior parte dos cliques feitos pelos usuários estão nas primeiras colocações.
Para se ter uma noção, dados da imFORZA mostram que 18% do tráfego fica na primeira colocação do Google. Para o segundo lugar, já há uma queda considerável, alcançando apenas 10% dos usuários. A terceira e a quarta colocação recebem apenas 7,4% e 4,8% dos cliques, respectivamente.
Conseguiu perceber que estar além das quatro primeiras colocações do Google significa que você pouquíssimos usuários acessarão seu site?

SEO x SEM: entenda as diferenças

E é nessa necessidade de alcançar os primeiros lugares nos mecanismos de busca que tornam as estratégias de Search Engine Marketing (SEM) e de Search Engine Optimization (SEO) tão importantes. Mas você sabe qual a diferença entre elas?

Search Engine Marketing (SEM)

O Search Engine Marketing é uma estratégia que tem como objetivo traçar ações que façam uma empresa conquistar melhores posições na busca do Google, aumentando visibilidade e tráfego.
Se você já tem algum conhecimento de Marketing Digital, deve estar pensando: “ué, mas esse não é o mesmo objetivo do SEO?”.
E até é. Mas a diferença é que as técnicas de SEM envolvem não só a busca orgânica, mas também os links patrocinados. Entenda melhor:

Links patrocinados

Os links patrocinados do Google AdWords são uma ótima alternativa para fazer com que sua empresa apareça de forma imediata nas buscas do Google. Basta configurar um anúncio e pronto: sua página já vai começar a aparecer nas buscas com a palavra-chave definida por você.
Essa é uma estratégia muito interessante para quem busca resultados de curto prazo e tem possui recursos para investir em anúncios, já que existe um custo por clique.

Busca Orgânica

Por outro lado, a busca orgânica é outra forma de fazer com que sua empresa apareça nos resultados do Google, sem que para isso seja preciso fazer anúncios.
Essa exibição é totalmente gratuita e, como o próprio nome já diz, orgânica. No entanto, não há garantias de que a sua página vai aparecer nas buscas. Isso porque o Google utiliza inúmeras variáveis para posicionar uma página (inclusive, fontes dizem que a empresa modifica cerca de 500 vezes por ano os seus algoritmos).
Mas calma, não precisa se desesperar achando que é impossível obter bons resultados com a busca orgânica. Existem várias práticas que você pode adotar para conquistar melhores posições no ranking do Google. E é esse conjunto de ações que chamamos de Search Engine Optimization (SEO)!

Search Engine Optimization (SEO)

Conforme já mencionado, Search Engine Optimization (SEO) são as práticas que buscam otimizar o desempenho orgânico de uma página, com o objetivo de ganhar posições no Google – e outras plataformas de busca. Essa técnica gera tráfego espontâneo para a página – ou seja, ao contrário dos links patrocinados, você não precisa pagar por esses acessos.
No entanto, uma particularidade dessa estratégia é que ela traz resultados a médio e longo prazo, pois o tempo de existência da página é um dos fatores que o Google considera para posicionar, por exemplo.
Mas, ao mesmo tempo, depois que você consegue se posicionar bem, os resultados são muito mais duradouros. Você consegue se estabelecer no topo por bastante tempo, sem que seja necessário fazer investimentos em anúncios.
O SEO se divide em duas estratégias: o SEO On Page e o SEO Off Page.

SEO On Page

São os ajustes que podem ser realizados dentro do site. E isso inclui produção de conteúdo relevante, carregamento do site, URL, meta description, meta tags, usabilidade, design responsivo, entre outros aspectos. Todos esses aspectos influenciam o ranqueamento e, por isso, você deve otimizá-los.

SEO Off Page

Ao contrário do On Page, está ligado às atividades que são realizadas fora do seu site. Ainda que você não tenha total controle sobre essas ações, existem meios de fortalecer o SEO Off Page do seu site. Entre elas:
  • Link Building: é quando outras páginas inserem links recomendando o seu site. Ou seja, é quando você vira referência em algum assunto e tem autoridade suficiente para que outras marcas usem você como fonte.
  • Guest Post: ocorre quando você escreve conteúdo para outro site, a fim de obter visibilidade e, quem sabe, novos visitantes.
  • Ações de co-marketing: essas estratégias constroem relacionamentos com sites e blogs parceiros. Além disso, você também pode lançar materiais ricos em conjunto, a fim de aumentar sua base de Leads.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

O que é Inbound Marketing – conceito e aplicação


DinamizeCapaDicaDicas do LivebuzzDicas do Mail2Easy PRODinamize

Também chamado de marketing de conteúdo, o Inbound Marketingevoluiu de um mero conceito para tornar-se uma das principais estratégias de marketing para o desenvolvimento de negócios online.

O conceito de Inbound Marketing consiste em traçar um caminho orgânico para que as pessoas se interessem pelo que o seu negócio tem a oferecer, e elas mesmas procurem a sua empresa (estratégia pull). Assim, utilizam-se “chamarizes”: posts no seu blog, ebooks, podcasts, redes sociais e mais.
Utilizar esta metodologia não exclui o uso dos métodos de marketing tradicional – ou Outbound Marketing, que consiste em colocar a sua mensagem “para fora”, buscando chamar a atenção das pessoas (estratégia push). Isto envolve ações como a compra de anúncios, materiais promocionais impressos, propagandas no rádio ou TV e outros tipos de publicidade.
Assim, a grande diferença entre os dois é que o Inbound atrai os contatos em vez de interromper o processo de comunicação. A sua finalidade principal é ter um contato inicial com as pessoas que estão no início do funil de vendas e seguir acompanhando-as em cada uma das fases do processo, até a compra e a consequente fidelização.
Um grande motivo para que você invista nesta metodologia é que todas as suas ações podem ser mensuradas. Você tem o controle de visualizações, conversões e compras em cada uma de suas campanhas, otimizando suas ações.
Em resumo, o Inbound Marketing se estrutura nos seguintes itens:
  • Conteúdo;
  • Segmentação;
  • Automações;
  • Análise de resultados.
Para ajuda a obter os seguintes resultados:
  • Aumentar a visibilidade do negócio;
  • Atrair contatos com potencial de compra;
  • Otimizar os esforços no processo de venda;
  • Melhorar o relacionamento com o público.

Entenda melhor como funciona

A metodologia de Inbound marketing tem originalmente 4 passos: atração, conversão, fechamento e satisfação – onde alguém que é totalmente desconhecido se interessa pelo seu produto ou serviço e pode chegar a se tornar um grande fã ou apoiador que ajudará a atrair ainda mais pessoas interessadas no serviço ou produto que sua empresa oferece.
Veja a imagem a seguir:
Funcionamento da metodologia de inbound
FUNCIONAMENTO DA METODOLOGIA DE INBOUND
Exemplo de caso
Nosso exemplo será uma empresa que produz ou importa placas para geração de energia solar. Esse é um ramo novo no Brasil e com bastante crescimento e potencial, um mercado de grande procura. Como o inbound marketing pode fazer a diferença nessa situação?

1ª Fase – Atração:
Nesta etapa você deve fazer a definição e estudo do tipo de público que tem potencial para tornar-se cliente. Esses indivíduos são também chamados buyer personas, ou os“clientes ideais”.
O foco é trazer para perto entusiastas e interessados. Então, mantenha em suas páginas em redes sociais, como o Facebook e o Twitter, links para o material que sua empresa oferece, ganhando seguidores que interagem com suas publicações.
Prepare também o seu site, fazendo uso de tecnologias de otimização de buscas para conteúdos, como os microdados e dados estruturados, que sofisticam a maneira como o conteúdo do seu site aparece em buscadores como o Google e Bing, e agilizam o uso das palavras-chave que trazem os visitantes.
2ª Fase – Conversão:
Essa fase é o início da tão falada “nutrição de leads“, que tem a função de educar, e por vezes, se confunde com a atração.
Aqui, você deve focar na criação de conteúdo e materiais,falando sobre as vantagens da tecnologia que sua empresa usa, mas de forma indireta, usando cases de sucesso. No exemplo proposto, você pode usar detalhes de como funciona para ter a tecnologia de forma homologada, vantagens, notícias de inovação na área etc.
Você deve criar hotsites, blogs e definir landing pages falando sobre a tecnologia, colocando sua marca como um apoiador. Você pode fazer além: criar eventos de treinamento e capacitação  que podem ser gratuitos ou não – ensinando a instalar e a montar os painéis solares por exemplo, para atrair não só os clientes mas também outros interessados que podem se tornar parceiros de negócio.
Aqui é bem interessante utilizar ferramentas de monitoramento social, como o Livebuzz, para identificar os lovers e haters e tratá-los adequadamente para conduzir até a próxima etapa do inbound, que é a de fechamento. Afinal, como influenciadores, eles podem ampliar ou diminuir a conversão.
Lembre-se também de ter sempre uma entrada de comunicação, como um formulário de newsletter ou de leads, para que você possa criar posteriormente uma base de contatos qualificados e possa fazer ações de email marketing, cujo ROI é bem superior ao das mídias sociais.
3ª Fase – Fechamento:
Esta é uma fase crucial do Inbound Marketing.
Aqui você deve ter os cuidados de planejar a parte final da nutrição, usando mecanismos de automação de marketing, como séries de emails voltadas à conversão, colocando o seu produto ou serviço como solução e, obviamente, as vantagens únicas dele. No exemplo utilizado, pode-se falar sobre a economia na conta de luz, o fato de ser uma energia limpa, entre outros.
Use técnicas como o lead scoring, que atribui níveis de qualificação dos leads, levando em conta o engajamento deles nas campanhas. Em outras palavras, é o lead scoring que vai permitir saber a “temperatura” de um contato a respeito da sua intenção de adquirir o seu produto ou serviço e, ao mesmo tempo, de saber como evoluem os demais prospects. Uma ferramenta de inbound que une email marketing, posts em mídias sociais, automação de marketing e lead scoring, por exemplo, é o MKT2Easy.
No fechamento é interessante também realizar a integração com CRMs como Pipedrive ou o Highrise, pois assim você tem um bom controle dos novos leads que entraram no seu funil de vendas.

4ª Fase – Satisfação (do cliente):
Esta fase muitas vezes é esquecida e pode ser seu grande trunfo para aumentar o faturamento através da melhora das taxas de retenção. Uma vez que alguém é seu cliente, você não pode simplesmente se esquecer dele. Você deve continuar a publicar e compartilhar conteúdo, com a finalidade de ajudá-lo a usar melhor o seu produto ou serviço, além de promover a reputação da sua marca.
Use call-to-actions bem direcionados, divulgando melhorias, interaja em mídias sociais e faça réguas de conteúdo com a automação de email marketing.
Ao encantar seus clientes, você cria maiores oportunidades de vendas, e os próprios clientes vão compartilhar suas experiências positivas!
Monitore também o que falam da sua marca nas mídias sociais e busque parcerias com evangelizadores.






Entrevista com Martha Gabriel sobre Marketing

Martha Gabriel é considerada um dos principais pensadores digitais no Brasil. Autora de best sellers, como "Marketing na Era Digital" e "Educ@r: a (r)evolução digital na educação", finalista do Prêmio Jabuti, seu mais recente livro, "Você, Eu e os Robôs: Pequeno Manual do Mundo Digital” bateu recorde de vendas no lançamento. É também palestrante keynote internacional, tendo realizado mais de 70 palestras no exterior, sendo premiada 3 vezes em congressos nos Estados Unidos. Palestrou também em 4 TEDx. Apresentadora da websérie “Caminhos da Inovação” e do “SEBRAE Digital” da Rádio Jovem Pan. Rankeada entre os 50 profissionais mais inovadores do mundo digital brasileiro pela ProXXIma e entre os Top 50 Marketing Bloggers mais influentes do mundo pelo KRED. Executiva e consultora nas áreas de business, inovação e tendências digitais. Engenheira (Unicamp), pós graduada em Marketing (ESPM), Design (Belas Artes), mestre e PhD em Artes (ECA/USP), e Educação Executiva no MIT com foco em neurociência para liderança e negócios. Professora de pós graduação na PUC-SP, no TIDD (Tecnologias da Inteligência), de MBAs, e faculty internacional da CrossKnowledge.
  

1. O que é marketing digital? (Thales Brandão / @thalesbrandao)
Segundo Kotler, marketing é “a atividade humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos por meio de troca”. Uma estratégia de marketing, envolve a determinação dos 4P’s que resolvem essa equação: Produto (o que satisfaz a necessidade/desejo), Preço (determina as condições da troca), Praça (onde a troca é feita) e Promoção (como o produto é comunicado). Quando um ou mais dos P’s do marketing é digital, tem-se o que normalmente é chamado de marketing digital.
No entanto, considerando-se que o digital é apenas uma das dimensões que pode ser usada nas estratégias de marketing, acredito que o termo “marketing digital” não seja apropriado, pois ele exclui, a priori, as demais plataformas não-digitais. O ser humano vive tanto no ambiente on-line quanto off-line, no analógico e no digital, e as estratégias de marketing devem usar e misturar essas dimensões de forma a alcançar o resultado almejado. Sugiro que, talvez, o melhor termo para designar o marketing que engloba as plataformas digitais sem excluir as demais seja “marketing 2.0”, que tem o foco no comportamento 2.0, participativo, independentemente das plataformas.
2. Estudando mais detalhadamente Kotler, percebi que ele fala sobre foco no cliente já há muito tempo atrás. Na sua opinião, o que fez com que a maioria das empresas só começasse a ter foco nos clientes de uns tempos para cá? Estou envolvida na área de comunicação e marketing há 4 anos, mas nunca ouvi falar tanto em “ter foco no cliente” como no último ano. (Laissa Reis / @laissareis)
O “foco no cliente” faz parte do conceito do marketing, já que ele é atividade humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos dos clientes, público-alvo. Assim, na essência o marketing sempre teve o foco no cliente. Em cenários menos competitivos, no qual o consumidor/cliente tem opções de ofertas mais limitadas, ele é impactado por menos comunicações e mais facilmente acaba escolhendo uma delas. Já em cenários mais competitivos, o consumidor tem uma infinidade de opções ao seu dispor, e é bombardeado por comunicação o tempo todo. Nesse caso, fica muito mais difícil para ele escolher um produto e entender as diferenças entre cada opção.
Com os avanços tecnológicos das últimas décadas somados à proliferação das tecnologias de comunicação e informação, estamos vivendo cada vez mais um cenário competitivo para a maior parte dos produtos de consumo. Entender as necessidades do consumidor para ajustar os produtos às suas necessidades e comunicar de forma relevante é o único caminho eficiente de se diferenciar dos concorrentes nessa situação. Por isso, quanto mais competitivo se tornar o ambiente de marketing, mais as empresas necessitarão conhecer mais profundamente os seus públicos.

3. Qual a melhor forma de trabalhar o marketing digital em mídias sociais?(Ronaldo Chiréia / @chirea)
A única forma de trabalhar o marketing é por meio de um planejamento de marketing, independente de qualquer mídia. Todas as ações de marketing devem ser resultado de um plano elaborado baseado nos objetivos de marketing da empresa com seu público-alvo, o ambiente no qual está inserido e os recursos de que dispõe. Somente com o desenvolvimento do plano de marketing é que se pode determinar o que se deve fazer como promoção, envolvendo ou não ações em redes sociais, em quais redes sociais atuar, etc. Qualquer ação em redes sociais sem um planejamento adequado resulta em ações pontuais isoladas, desconectadas, e que raramente dão resultados consistentes para as empresas.
4. O uso precoce das novas tecnologias produzem bons resultados? (Carlos Fernandes Santos / @frangorrobo)
O importante em relação às novas tecnologias não é o “quando” usar, mas “como” elas são utilizadas pelas empresas. O uso precoce de novas tecnologias, se feito de forma adequada, pode ser bastante favorável para uma marca/empresa. O problema normalmente ocorre quando uma nova tecnologia vira moda e começa uma corrida do ouro entre as empresas para usá-la. Nesse caso, é muito comum que empresas que não estejam preparadas ainda para atuar com essa tecnologia utilizem-na de maneira equivocada. Assim, desde que a tecnologia seja utilizada alinhada com as necessidades do negócio e objetivos de marketing, os resultados podem ser muito bons.
Um exemplo interessante de uso tanto adequado quanto inadequado de novas tecnologias é o Second Life. Quando o Second Life virou moda na mídia em 2007/2008, muitas empresas correram para fazer uma ação no Second Life sem antes analisar os objetivos e alinhamento do negócio com essa plataforma. Para essas empresas, as ações no mundo virtual foram um fracasso, uma decepção. Por outro lado, para empresas cujo negócio se beneficiava do ambiente 3D do Second Life, as ações foram muito bem sucedidas e continuam a dar resultados ótimos. Exemplos de empresas que souberam utilizar o Second Life dessa forma são a Universidade de Havard (que oferece cursos no mundo virtual possibilitando simulações e experiências impossíveis em outro ambiente) e a IBM, que usa a plataforma para reuniões globais de executivos sem que eles tenham que se deslocar.
Imagem: Gartner’s Hype Cycle (fonte: Wikipedia – http://en.wikipedia.org/wiki/Hype_cycle)
A Gartner Inc. desenvolveu uma análise relacionada à adoção de novas tecnologias pelo mercado e verificou que toda tecnologia que lançada no mercado passa por um ciclo, o Hype Cycle (ver figura), composto pelos estágios: a) pico (hype); b) depressão de desilusão; c) ladeira de entendimento; d) patamar de produtividade. O pico (hype) acontece justamente porque a tecnologia virou moda, e todo mundo a adota como panacéia. Depois, muitas empresas verificam que a tecnologia não é solução para elas e se decepcionam, passando à depressão de decepção. No entanto, outras empresas continuam a usar a tecnologia de maneira interessante e adequada para seus negócios e sobem a ladeira do esclarecimento atingindo, finalmente, o patamar da produtividade, onde a tecnologia já está madura e ocupando o seu papel adequado no cenário das empresas.  Assim, o ideal é que cada empresa analise a necessidade e benefícios da adoção das novas tecnologias no estágio inicial para o seu negócio para determinar se deve ou não utilizá-la, e quando. Isso determinará se o seu uso precoce pode ou não ser bom para a empresa.
5. É possível mensurar resultados com maior facilidade e com a certeza de alcance necessário nos meios digitais? Quais ferramentas podem ser mais efetivas nessa mensuração? (Felipe / @felipezorzi)
O meio digital é altamente propício para a mensuração, porque nesse ambiente as pessoas deixam rastros o tempo todo. O livro Numerati (Baker) traz exemplos muito interessantes de como o meio digital permite a construção de um dossiê digital de cada pessoa, que possibilita conhecê-la em detalhes. Quando se faz uma compra com cartão de crédito, um telefonema, uma doação na internet, um clique no site, deixa-se rastros digitais que engrossam o dossiê, revelando necessidades e desejos pessoais. Além dos rastros dos indivíduos, os sites, blogs, emails, perfis de redes sociais, etc, por sua vez, também podem ser mensurados das mais diversas maneiras, em função do seu uso. Na realidade, existe uma infinidade de possibilidades de mensuração no ambiente digital e isso permite que se conheça melhor e se alcance o público-alvo de modo mais eficiente do que nas mídias analógicas.
No entanto, da mesma forma que para atuar no marketing digital é preciso fazer um planejamento de marketing, para se mensurar e saber quais indicadores (KPIs) e ferramentas mais adequados para cada caso, deve-se fazer essa análise durante o plano, pois esses fatores dependem do objetivo de marketing. Por exemplo, se meu objetivo é vendas, devo mensurar os indicadores que estejam relacionados com a minha performance em vendas, como unidades vendidas, por meio de que canal, funil de vendas, etc. Por outro lado, se o meu objetivo é branding, os indicadores que devo mensurar e analisar são outros, como impressões de anúncios, pontos de contato com a marca, etc.
Além disso, a escolha das melhores ferramentas de mensuração em cada caso depende também do ambiente digital que se está mensurando. Assim, para mensuração de acessos e estatísticas em websites usa-se ferramentas como WebTrends ou Google Analytics, por exemplo, mas para mensuração de performance e engajamento no Twitter, é necessário se usar outras ferramentas, como o Klout, Favstar.fm, etc. Assim, não existe fórmula, receita ou ferramenta única para se mensurar os meios digitais, e cada caso exige uma análise específica para determinar os melhores indicadores e ferramentas de mensuração e análise.
6. Recentemente, muitos estudos sobre a Neurociência tem se aplicado ao Marketing provocado discussões sobre a ética do Neuromarketing. O que você acha sobre a aplicação desses estudos em embalagens e materiais promocionais no ponto de venda, você acredita que isso seja anti-ético ou uma forma de interagir com o público de interesse de forma direta? (André Marcel Albiero / @andrealbiero)
Como qualquer disciplina, seja matemática, línguas, física, engenharia, etc., o neuromarketing pode ser usado tanto para o bem como para o mal, de forma ética ou não. O que determina a ética não é a disciplina e sim o seu uso. Da mesma forma que a energia nuclear pode ser usada para energizar cidades inteiras, ela também pode ser usada para destruir por meio de bombas.
O neuromarketing é uma nova área do marketing que estuda as reações cognitivas, sensoriais, motoras e afetivas dos consumidores a um estímulo de marketing, ou seja, o neuromarketing analisa como o cérebro se comporta diante de uma marca, como é estimulado por uma campanha publicitária, etc. Normalmente são usadas tecnologias que medem os estados cerebrais a cada estímulo, ao invés de se perguntar ao consumidor o que ele pensa e sente. Esse conhecimento sobre os consumidores, permite que os profissionais de marketing criem melhores produtos para esses mesmos consumidores.
No entanto, como o neuromarketing mede reações cerebrais, que provém do subconsciente dos consumidores, a preocupação ética é grande, pois o neuromarketing atua no nível subliminar, sem a intervenção da mediação do consciente. Outras disciplinas que mensuram o comportamento humano, como o behavioral targeting, também levantam questionamentos éticos, pois, de certa forma, analisam as pessoas em nível de reações subconscientes (neuromarketing) ou comportamentais (behavioral targeting) para conhecê-las de forma profunda, revelando informações sobre essas pessoas que, muitas vezes, elas mesmas desconhecem. Essas informações constituem um poder muito grande, tanto para manipular as pessoas como para melhor servi-las. O que determina a ética do neuromarketing e behavioral targeting é a intenção por detrás de seu uso e não as disciplinas em si.
Um exemplo interessante do uso do neuromarketing, citado no livro “A Lógica do Consumo” (Lindstrom), é a análise das campanhas contra o cigarro que mostram os males que o produto causa à saúde por meio das imagens impressas nos maços. Apesar dos fumantes declararem que as imagens os auxiliavam como incentivo para parar de fumar, o estudo cerebral mostra exatamente o contrário: que além das imagens não darem resultado, ainda estimulam o fumo.  Desse modo, se usado de forma adequada, o neuromarketing pode sim, ser um modo de interagir com o público de interesse de forma mais direta, focado em melhor atendê-lo. Se usado de modo manipulativo, torna-se uma ferramenta anti-ética.
7. Sabemos que o marketing de relacionamento está cada vez mais presente no nosso dia-a-dia, porém sabemos também que muitos gestores ainda o confundem com formas das organizações agradarem seus clientes. Diante disso, o que é realmente marketing de relacionamento? O que o diferencia das simples maneiras criativas de satisfação e pode ser considerado como um diferencial competitivo? (Tamires Carvalho Rabelo / @tamirabelo)
Marketing de relacionamento é uma área do marketing que lida com o relacionamento com o público-alvo em todos os estágios do seu envolvimento com a marca/empresa, a saber: prospect, cliente, ex-cliente. Cada pessoa do público-alvo é tratada individualmente e de forma personalizada pelo marketing de relacionamento de modo que a cada estágio de envolvimento com essa pessoa, seja desenvolvida a melhor estratégia para se apresentar a ela (conscientização – prospect), convertê-la em cliente (conversão prospect-cliente), fidelizá-la (pós-venda/fidelização cliente), retê-la (pós-venda/retenção cliente), ou recuperá-la (pós-venda recuperação/ex-cliente).
Um plano de marketing de relacionamento determina quais públicos devem ser impactados com as ações de relacionamento de forma a alavancá-lo para o estágio seguinte, mais próximo da empresa/marca. Por exemplo, as ações que impactam prospects têm por objetivo torná-los em clientes. As ações projetadas em clientes têm a finalidade de fidelizá-los, retê-los ou sensibilizá-los para atuarem no boca-a-boca positivo para a marca. E assim por diante. Assim sendo, o marketing de relacionamento envolve estratégias contínuas e planejadas com o público-alvo, o que o distingue de ações isoladas para “agradar” os clientes.
Além disso, um dos maiores mitos do marketing de relacionamento é que se deve agradar todo mundo. Na realidade, o marketing de relacionamento determina quais públicos são mais e menos relevantes, e quais públicos não interessam. Desta forma, gasta-se mais esforços para se relacionar com os públicos mais relevantes para a marca, poucos esforços com os menos relevantes e nenhum esforço com os públicos que não trazem benefício algum para a marca/empresa. Da mesma forma que na vida pessoal escolhemos com quem nos relacionar e nos relacionamos de modo diferente com cada pessoa em função dos nossos objetivos, assim também acontece com o Marketing de Relacionamento – seleção de públicos e ações específicas com cada um deles.
A implantação de um plano de marketing de relacionamento não é um processo rápido, pois exige conhecimento crescente gradativo dos públicos e manutenção de ações de relacionamento constantes e evolutivas. No entanto, empresas que possuem planos de marketing de relacionamento bem desenvolvidos com seus públicos detêm um diferencial competitivo muito grande no mercado, por três motivos principais: 1) conhecem seus públicos e sabem, portanto, como atender melhor suas necessidades e desejos; 2) o processo de relacionamento é longo, assim, quem já tem isso implementado está na frente dos demais que ainda terão de desenvolver o processo e; 3) o conhecimento que a sua empresa/marca possui sobre seus públicos não pode ser usado por outras empresas, pois são dados de relacionamento específico do público com a sua empresa, referentes aos seus produtos e serviços, que constituem inteligência interna específica que não pode ser utilizada por outra empresa que tem produtos e serviços diferentes – cada empresa precisa desenvolver sua própria base de relacionamento da mesma forma que cada pessoa desenvolve o seu círculo de contatos. Não é possível que uma pessoa transfira o seu relacionamento para outra. Isso é uma conquista individual de cada empresa/indivíduo que traz vantagem competitiva para quem o desenvolve.
8. O marketing digital e as mídias sociais estão fortemente ligados à privacidade, que parece estar fadada ao desaparecimento. Como você enxerga esse panorama? Seria o fim da subjetividade e seu potencial criativo, já que poderíamos saber tudo sobre todos? Como consequência disso, o marketing pode perder sua força? (Udnei Aversa / @udaversa)
O conceito de privacidade não é universal e varia de cultura para cultura e de tempos em tempos. A palavra “privacidade” deriva do latim (privatus) e significa ‘separado do resto’ e, de modo mais amplo, é a habilidade dos indivíduos ou grupos de afastar a si próprios ou as informações sobre si próprios e consequentemente revelar-se seletivamente.
A privacidade está mais relacionada com “para quem” se revela algo do que com “o que” se revela, ou seja, está intimamente ligada ao contexto. O que você fala em um bar, talvez não fale numa igreja. O que revela a um amigo íntimo, talvez não revele a um desconhecido. Portanto, para exercer a privacidade é necessário que as pessoas tenham algum tipo de controle sobre o contexto. Nos ambientes analógicos, os contextos são mais facilmente reconhecíveis. As pessoas sabem quando estão no trabalho, na rua, na escola, numa festa e quem está nesse mesmo ambiente e que pode escutá-las. No entanto, nos ambientes digitais, é muito mais difícil reconhecer o contexto ou quem está inserido nele – quando as pessoas conversam em redes sociais como o Twitter, cada uma está num contexto analógico diferente, mas aos mesmo tempo, estão no mesmo ambiente digital que envolve diversos contextos simultaneamente – tantos quantos forem das pessoas no ambiente. Nesse cenário, o controle da privacidade torna-se muito mais complexo, pois exige conhecimento dos contextos e pessoas no ambiente digital e requer ferramentas para controle seletivo de revelação da informação.
Além da questão dos contextos, as tecnologias digitais de comunicação e informação permitem não apenas a disseminação mais rápida de conteúdos, mas, principalmente o seu registro imediato e cumulativo. Assim, enquanto nos ambientes analógicos, muito do que se revela é compartilhado com poucos ao redor e normalmente está sujeito apenas ao registro na mente humana, nos ambientes digitais, o que se revela pode estar sendo compartilhado com milhares ou milhões de pessoas e é sempre registrado por tecnologias digitais, sem esforço humano algum, no momento em que é revelado, sem possibilidade de deleção. Dessa forma, os ambientes digitais, por sua própria natureza são desfavoráveis à manutenção da privacidade.
No entanto, apesar dos desafios do novo cenário, a privacidade continua sendo um direto dos cidadãos em diversos países e um valor bastante defendido em diversas sociedades. O fato de se tornar mais difícil manter a privacidade não significa que as pessoas não queiram e não tenham o direito de fazê-lo. Existe uma corrente de pensadores que acredita que a privacidade acabou e outra que acredita que a privacidade continua existindo, mesmo que, naturalmente se modifique gradativamente no cenário digital.
Quanto à relação da privacidade e o marketing, quanto menos privacidade existir, mais o marketing pode conhecer intimamente os indivíduos e, portanto, melhorar sua atuação – produtos, serviços, etc.- em função de suas necessidades e desejos. A questão que é colocada em relação ao marketing e à privacidade é justamente a ética – como usar as informações pessoais obtidas, conforme discutido anteriormente no tópico sobre neuromarketing.
Outro aspecto interessante relacionado ao marketing e privacidade é a reputação. A construção de marca se faz por meio da reputação, que é o ingrediente principal para empresas e indivíduos construírem suas imagens. Hoje, mais do que nunca, a reputação é valorizadíssima em função da alta exposição das empresas e indivíduos nas redes sociais digitais. A única forma de controlar a reputação é o por meio da privacidade, que permite a uma entidade revelar os aspectos sobre si que construam sua imagem e reputação. Assim, as próprias empresas digitais têm discutido mais e mais sobre privacidade e fornecido funcionalidades que a garantam.
Acredito que nos próximos anos, conforme as mídias sociais e ambientes digitais evoluam e adquiram maturidade, veremos muita discussão sobre a privacidade (do lado do indivíduo) e transparência (do lado das empresas/marcas).
9. O Google mudou a forma de indexar conteúdos com o novo projeto “Caffeine”, no que isso afeta as técnicas de SEO? O “conteúdo” continuará sendo rei, e imune a estas transformações? fonte: http://googleblog.blogspot.com/2010/06/our-new-search-index-caffeine.html(Mario SAM / @mestresam)
O algoritmo do Caffeine tem foco principalmente em duas coisas para aumentar a relevância das buscas: a) real-time e b) semântica. Para entregar os resultados de busca mais atualizados, tentado chegar o mais próximo possível do real-time, o Caffeine varre a web de forma diferente e mais rapidamente do que a versão tradicional do Google. Estima-se que o Caffeine ofereça resultados 70% mais atualizados que a versão anterior. Por outro lado, o algoritmo também se preocupa com o “que o usuário quis dizer e pode estar interessado na sequência da busca” e para isso, entender a semântica da linguagem natural, reconhecimento de fala, etc., são essenciais. Atualmente, temos testemunhado progressos mais significativos na velocidade de indexação do que na busca semântica, apesar de se notar os resultados de sugestões e correções ortográficas que o Google tem feito, atuando nesse sentido.
No que se refere a SEO, o conteúdo continua sendo rei, pois é ele o primeiro fator que contribui para a relevância de uma página. Entretanto, o conteúdo sozinho não é o único responsável pela relevância – ele precisa vir acompanhado de links e tráfego. Logicamente, quando mais interessante um conteúdo for, maior a sua probabilidade de conseguir links e tráfego e, portanto, o conteúdo é, no final das contas, o grande responsável pela relevância.
No entanto, quando se pensa em tempo-real, o que é relevante pode mudar rapidamente de momento em momento. Por exemplo, num final de semana, talvez o que seja relevante para você não seja o mesmo que você busca durante a semana e dias de trabalho. Ao se acelerar a indexação para oferecer respostas de busca em tempo-real, as mudanças de relevância tendem a ser mais sensíveis para entregar aos usuários o que tem maior valor para eles em cada momento.
Assim, essa maior velocidade de indexação do Caffeine e o seu foco no real-time refletem em algumas conseqüências nos projetos de SEO, como:
1. A velocidade de mensuração, análise e ajustes de um projeto deve acelerar também. Na situação anterior, as modificações nas posições demoravam semanas, agora tendem a ser bem mais rápidas. Isso impacta na dinâmica do processo de SEO.
2. Os links que apontam para uma página são atualizados mais rapidamente no índice. Isso significa que ações em redes sociais abertas, que são indexadas pelo Google (como o Twitter, por exemplo), ganham valor e devem ser consideradas mais rapidamente no ranking. Isso significa que ações de SMM (Social Media Marketing) e SMO (Social Media Optimization) ganham ainda mais importância nos processos de SEO.
3. Alguns testes com o Caffeine mostram pequenas alterações nos resultados de posicionamento em relação ao algoritmo anterior. Percebe-se que resultados de redes sociais (principalmente Twitter e Facebook) ganharam posições, e as páginas com SEO on-page bem feito são mais valorizadas.
Dessa forma, pelo menos por enquanto, as técnicas de SEO on-page continuam válidas e o conteúdo continua rei. As técnicas off-page devem considerar cada vez mais ações de SMM e SMO.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

10 principais mudanças que a Lei Geral de Proteção de Dados trará

Saiba, na prática, o que vai acontecer depois que a legislação entrar em vigor


Publicada em 12 de julho de 2018 às 18h37


Tal como o Código de Defesa do Consumidor, a Lei de Dados Pessoais , quando entrar em vigor, no início de 2020, terá aplicação geral para todas as áreas que dependem de informações das pessoas, seja uma rede de farmácias, um aplicativo de namoro ou um “tracker” de corrida.
A lei abordará o tratamento de dados pessoais (todas as informações relacionadas à pessoa natural identificada ou identificável), inclusive nos meios digitais, por indivíduos e entidades públicas e privadas.
Adavogados afirmam que a linha mestra é a garantia da liberdade, mas a base é a transparência. Ou seja, essas novas regras vêm com um escopo de permitir que a livre iniciativa possa inovar desde que siga uma cartilha de valores que estejam condizentes com o respeito aos direitos humanos fundamentais. Um dos fatores que pressionou essa corrida legislativa em vários países foi a entrada em vigor do General Data Protection Regulation (GDPR) na União Europeia, em maio deste ano.
O cidadão será proprietário da sua própria informação e poderá negociá-la livremente. O governo e as empresas poderão tratar dados, mas o indivíduo terá sempre o direito de saber quais dados estão sendo coletados, para quais finalidades, e com quem estão sendo compartilhados.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - Idec preparou uma lista com as dez principais coisas que mudarão no dia a dia com a nova legislação.
1. O fim dos “termos de uso que ninguém lê”
A lei proíbe aqueles “textões” incrivelmente chatos que ninguém lê ao começar a usar um aplicativo. Proíbe também termos de uso generalistas, que permitem coletar todos os tipos de dados para fins de “melhoria dos serviços” e “compartilhamento com terceiros”.
Com a nova legislação, a permissão do usuário precisa ser específica e “granular”, ou seja, precisa estar atrelada a cada tipo de utilização dos dados pessoais. Além disso, o consentimento pode ser por vídeo e outras formas mais interativas, por meio de ícones e comunicação com robôs.
2. Mais controle do usuário sobre seus próprios dados
A nova lei cria um “pacote de direitos” para o cidadão. Após consentir com a coleta de informações pessoais, ele passa a ter controle dos próprios dados, com direitos de modificação de informações erradas, oposição de coleta de informações sensíveis (religião, por exemplo) e revisão de decisões tomadas de maneira automatizada.
3. Mais controle sobre como farmácias usam seu CPF e dados de saúde
O cidadão deve ser informado da finalidade da coleta e da existência ou não de tratamento desses dados, para, então, poder tomar a decisão acerca do seu consentimento para o tratamento dos seus dados.
Além disso, o consumidor terá garantido que os dados fornecidos não serão compartilhados com planos de saúde, para estabelecer preços diferenciados de acordo com seu perfil farmacológico, pois é vedado o compartilhamento de dados de saúde com o intuito de obter vantagem econômica.
O cliente também pode exigir, da farmácia, acesso às informações sobre o tratamento dos seus dados, isto é, o que está sendo feito com o seu CPF e registro de remédios comprados.
4. Mecanismos claros em caso de vazamentos de dados pessoais
As empresas que coletam e tratam seus dados (chamadas de “controladoras” e “operadoras”) devem manter registro das operações de tratamento dos dados e a autoridade responsável pode requerer a qualquer momento um relatório de impacto à proteção de dados pessoais.
Caso ocorra algum vazamento, o consumidor e o órgão competente devem ser notificados sobre o incidente de segurança, seus riscos e medidas que estejam sendo adotadas. O consumidor pode exigir, de qualquer empresa que controle seus dados, a reparação de seu interesse lesado e a indenização correspondente, quando a legislação e os padrões legais de tratamento e segurança de dados tiverem sido desrespeitados.
5. Suas emoções não poderão ser coletadas e vendidas em espaços abertos
Em casos de “câmeras inteligentes”, como a implementada pela Via Quatro no Metrô de São Paulo, fica proibido coletar dados de emoções dos passageiros sem seu consentimento. É também proibido vender dados biométricos para terceiros, como empresas de publicidade e marketing digital.
O mesmo vale para câmeras e totens de publicidade em locais abertos, como praças e ruas movimentadas. Para que essas informações sejam utilizadas, as pessoas precisam concordar por meio de validações no celular (via “QR code”, por exemplo) ou outra forma de permissão informada, livre e inequívoca.
6. Condomínios residenciais precisarão discutir sobre reconhecimento da digital para controlar a entrada no prédio
Em condomínios residenciais que atualmente exigem biometria de forma compulsória, será necessário rediscutir essa questão em assembleia condominial e avaliar se a coleta desse tipo de dados é necessária para fins de segurança, se há concordância e consentimento dos condôminos e se há condições seguras de armazenamento de dados biométricos.
Será possível contestar medidas de coleta de dados biométricos implementados de forma impositiva por administradoras de condomínios, com base na Lei de Dados Pessoais.
7. Sem obscuridades: os consumidores terão livre acesso a sua pontuação de crédito, como ela foi calculada e quais dados foram utilizados
O livre acesso aos dados pessoais é um direito básico da nova lei. O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento de seus dados. Assim, o consumidor pode exigir do bureau de crédito (como Serasa ou SPC Boa Vista) informações como a finalidade específica do tratamento, a forma e duração do tratamento, acesso aos dados utilizados, qual a origem dessas informações, a correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados e a anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários ou excessivos. O bureau é obrigado a responder o consumidor em até 15 dias corridos, por escrito.
Ainda, se o cálculo do score for realizado com base em tratamento automatizado de dados pessoais, o titular pode requerer a revisão. Caso não receba as informações claras sobre os critérios utilizados, ele pode exigir uma auditoria para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, órgão que estará vinculado ao Ministério da Justiça.
8. Fim da bonança dos testes de internet
É muito comum que testes simples de internet, como “com qual batata você parece”, coletem, além da sua foto de perfil, os seus amigos na rede social, as suas curtidas, interesses, data de nascimento etc - como ocorreu no caso Facebook/Cambridge Analytica. Tal comportamento será proibido. Os desenvolvedores desses testes ou aplicativos devem se limitar ao mínimo necessário para que o serviço ocorra, respeitando o princípio da necessidade, e realizar o tratamento de acordo com o princípio da finalidade, isto é, com propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular. Caso o desenvolvedor deseje coletar outras informações, deve explicitar especificamente quais as finalidades do tratamento destes dados, para que o consumidor possa dar seu consentimento inequívoco.
Assim, o consumidor pode requerer, ao desenvolvedor do teste, o acesso a quais dados foram coletados, o que foi feito com eles e a eliminação das informações coletadas indevidamente.
9. Diferenciação de preços em compra online somente com consentimento do consumidor
Se um site de compra online quiser realizar diferenciação de preços com base na localização, registro de busca, ou outras informações relacionadas ao consumidor, deve informá-lo, explicitamente, da existência de coleta e tratamento dos dados e sua finalidade, para permitir a escolha do titular. Percebida a realização de diferenciação de preços sem o seu consentimento, o consumidor pode requerer indenização junto aos órgãos de defesa do consumidor, ou à própria empresa.
A discriminação de preços não estará proibida, mas os consumidores terão mais controle e informação sobre a relação entre certos tipos de dados coletados e a formação de preços individualizados.
10. Portabilidade de dados pessoais
Com a Lei de Dados Pessoais, toda pessoa poderá pedir a portabilidade dos dados pessoais de um responsável para outro. Assim como a portabilidade do número do celular, o consumidor poderá pedir para levar seus dados pessoais do Spotify para o Deezer, por exemplo, eliminando um ou outro. Poderá, também, exigir que o Spotify promova a exclusão ou anonimização de seus dados.
Autoridades de proteção de dados pessoais do mundo todo já estão trabalhando em padrões de interoperabilidade para que essa portabilidade aconteça sem problemas. A ideia é que a portabilidade seja tão comum como é a do telefone celular hoje em dia.

FONTE: http://cio.com.br/gestao/2018/07/12/10-principais-mudancas-que-a-lei-geral-de-protecao-de-dados-trara/