O escritório de advogacia Kemp Little, baseado em Londres, na Inglaterra, alerta que há restrições legais sobre o uso de dados das redes sociais. Poucas organizações estão cientes sobre essa questão. Apesar de serem consideradas publicas, o uso dessas informações inadequadamente pode gerar processo nas Justiça.
Os dados de redes sociais podem ser coletados online para gerar diversos tipos de análises, relatórios e pesquisas que apoiam as estratégias de negócios. As redes sociais são uma fonte inesgotável na geração de dados demográficos. Elas permitem saber o nome das pessoas, idade, sexo, religião e suas localizações, entre outras informações.
Essas redes possibilitam saber até saber onde determinada pessoa está, quais são suas interações, grupos de amizade, preferências, hábitos de compras etc.
Algumas companhias estão coletando dados anônimos nas redes sociais para atrair clientes e chegar a um público-alvo, sem identificar as pessoas. Em outras situações, as informações são obtidas diretamente de redes sociais como Facebook através de ferramentas de análises e métricas.
As empresas podem se apoiar em recursos como Facebook Connect ou plugins como o botão "Like" do próprio Facebook. Informações dos usuários podem ser rastreadas e analisadas para gerar relatórios que podem valer ouro para as equipes de negócios.
Propriedade intelectual
Os advogados chamam a atenção das empresas que estão realizando esse trabalho para as questões de propriedade dos dados. As organizações devem verificar se não estão quebrando leis de propriedade intelectual, coletando dados sujeitos a regulamentos de copyright ou de confidencialidade.
Muitas informações dessas mídias estão sujeitas às leis de proteção de dados, o que significa que elas não devem ser obtidas para finalidades específicas nem ser mantidas por mais tempo do que o necessário.
As empresas de mídia social estão tentando lidar com essas questões. O Facebook, por exemplo, afirma que a coleta de dados por determinado tipo de software só pode ser feita com o consentimento explícito do usuário. Portanto, esse dado não pode ser usado para qualquer outro fim.
A advogada Suzy Schmitz, do escritório de advogacia Kemp Little, observa que a linguagem dos termos legais utilizada pelas plataformas de mídia social é muitas vezes ambígua. Segundo ela, há uma desconexão entre essas ferramentas e os termos legais porque não explicam com clareza que tipo de dado pode ser usado.
Suzy afirma que as organizações que estão usando dados de mídia social inadequadamente correm o risco de sofrer processo na Justiça. Para evitar problemas futuros, elas devem tomar cuidado para garantir que estão cumprindo todos os regulamentos necessários.
O escritório Kemp Little recomenda que as organizações trabalhem com departamento jurídico na hora de fazer uso de dados das redes sociais. É uma medida importante para assegurar de que não estão quebrando nenhuma regra de confidencialidade e propriedade intelectual.
Outra recomendação é que as empresas não trabalhem com desenvolvedores de soluções ou agências de marketing digital que não respeitem essas regras. Segundo os advogados, os fornecedores de aplicativos que coletam dados online tendem mais a focar na entrega da melhor funcionalidade em vez de se preocupar com a conformidade legal com os regulamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário