terça-feira, 16 de outubro de 2012

Marketing Invisível e Mídia Espontânea. Você sabe como utilizar a favor da sua Marca Pessoal?

 



por Hellen Morais




O consumidor é bombardeado por milhares de mensagens publicitárias diariamente e está cansado dos anúncios convencionais. Assim, a confiança em pessoas nas quais acredita ou com quem se identifica é explorada com sucesso pelo Marketing Invisível. Mais sutis que o Merchandising, já que se parecem com fatos comuns do cotidiano, as ações do Marketing Invisível têm maior poder de convencimento sobre o público. É ao não perceber que o fato vivenciado foi cuidadosamente arquitetado, que o consumidor o aceita como verdade e, dessa forma, desejar possuir o bem de consumo relacionado ao fato, isto é, o produto anunciado disfarçadamente.

Como funciona o Marketing Invisível?
O Marketing se embasa em pesquisas, inclusive de comportamento do consumidor, para definir suas estratégias. Estudos recentes têm mostrado o crescimento da intolerância dos indivíduos à publicidade e a queda na credibilidade dos anúncios. É aí que o Marketing Invisível entra, já que não se parece com a publicidade convencional. Modalidade do chamado Marketing de Guerrilha, ele faz uso de celebridades, jornalistas e pessoas comuns contratadas para falar bem de um produto ou aparecer com ele em fotos/vídeos em seus blogs e redes sociais.

Também há celebridades contratadas para usarem roupas, bolsas e/ou sapatos, entre outros bens, em situações em que certamente serão filmadas e fotografadas. Caso uma das fotos da celebridade seja estampada em uma capa de revista ou imagens da personalidade sejam veiculadas em um programa de fofoca, por exemplo, essa exposição pode garantir visibilidade ao produto em questão, gerando a chamada Mídia Espontânea, a qual é gratuita e gera excelentes resultados.

Mídia Espontânea e Buzz Marketing
Quem não se lembra da cena do filme “Dois filhos de Francisco” em que o pai de Zezé de Camargo e de Luciano compra fichas telefônicas, distribui entre os colegas de trabalho e pede que eles façam ligações para uma rádio pedindo que seja tocada a música que lançou a dupla sertaneja? A atitude do pai dos cantores impulsionou a carreira deles, pois a música figurou naquela semana como uma das mais pedidas pelos ouvintes e, consequentemente, uma das mais executadas.

Outro exemplo (mas pouco conhecido) ocorreu em 2005, quando cinco mil envelopes com fotos de uma expedição do navegador Amyr Klink, fotos estas com anotações feitas a mão e o suposto número do telefone de Klink, foram deixadas em táxis, shopping centers, cafeterias e outros locais da capital paulista. Cada pessoa que encontrou um dos envelopes e telefonou para Amyr Klink para devolver as fotos ouviu uma gravação deixada na suposta caixa postal do navegador e, na mensagem, ele justificava sua ausência devido à edição do documentário “O continente gelado” – sobre sua expedição à Antártica realizada anos antes - o qual seria exibido no canal National Geographic a partir de 6 de março daquele ano.

Certamente, apesar da decepção, quem tentou devolver as fotografias sem obter sucesso as guardou como relíquias, as mostrou a amigos e/ou parentes e explicou o motivo de não ter conseguido fazer a devolução, gerando o chamado Buzz Marketing, o tradicional boca-a-boca. Já a divulgação do que havia por trás da suposta perda de fotografias por Amyr Klink poderia levar à perda da credibilidade do canal National Geographic e poderia também manchar o nome do navegador, o que não aconteceu.

Como utilizar estas experiências em benefício da sua Marca Pessoal?
Muitos profissionais de diferentes áreas já fazem uso de estratégias para se beneficiar da Mídia Espontânea e do boca-a-boca. Alguns buscam serviços de assessoria para aparecerem na mídia a qualquer custo, com o é o caso das celebridades relâmpago. Outras, pelas mãos de profissionais de Comunicação ou por meio de sua própria Network, se oferecem como entrevistados de jornais, sites e programas de rádio e TV em casos com qualquer tipo de repercussão. Outra estratégia é aquela em que os próprios potenciais entrevistados criam as demandas, sugerindo assuntos a serem tratados pelos jornalistas, a exemplo de assuntos sobre cuidados com a saúde ou a respeito dos direitos do consumidor. Cientes de que os veículos de Comunicação dependem diariamente de profissionais de vários segmentos para atuarem como entrevistados ou comentaristas, sobretudo em casos de grande repercussão, como o assassinato do executivo da Yoki e da gripe H1N1, assumir a posição de fonte de informações torna os profissionais uma referência na área em que atuam, o que gera aumento da procura por seus serviços.

Concluindo, é de forma não explícita que o Marketing Invisível e a Mídia Espontânea permitem que as funções da publicidade sejam exercidas: pessoas e produtos sejam divulgados, desejos sejam estimulados e o público seja persuadido a consumir um produto ou serviço, ou ainda, o serviço prestado por um determinado profissional. As estratégias, portanto, contribuem com as decisões do consumidor, que acredita fazer sozinho suas escolhas.




Hellen Morais Fonseca, Jornalista, Especialista em Jornalismo Aplicado e Mestre em Letras (Linguagem, Cultura e Discurso). É Coordenadora e Jornalista Responsável da Revista Digital da UNIVÁS (REUNI), Coordenadora do Curso de Publicidade e Propaganda e membro da Comissão de Projetos e Eventos do mesmo Curso (COPEPP). Também é Docente do Curso de Jornalismo da UNIVÁS. Tem experiência como profissional de Comunicação Social, com ênfase Webdesign, Propaganda e Telejornalismo. Entre os trabalhos desenvolvidos como Jornalista, está o de repórter de programas da Rede Record, a exemplo de Domingo Espetacular, Jornal da Record e Fala Brasil.
E-mail: hellenmorais@yahoo.com.br

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