sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Bel Pesce: jovem dá lição de empreendedorismo em palestra no Sebrae

 

Bel Pesce empolgou a plateia ao mostrar que é possível obter sucesso cedo com dedicação

Por Hédio Ferreira Júnior, Agência Sebrae

Com uma mente que parece não parar de fervilhar e a desenvoltura típica de uma jovem ávida por conhecimento, a paulista Bel Pesce, 24 anos, superlotou o auditório doSebrae Nacional na noite dessa quarta-feira (26). A jovem falou à uma plateia majoritariamente na faixa etária dos 20 anos, e contou êxitos de uma carreira bem-sucedida e recheada de episódios engraçados e improváveis.
Simpática, Bel é uma menina de aparência simples e que passaria despercebida entre a turma que a ouviu por quase duas horas. Determinada a conseguir tudo que planejava - contando apenas com a falta de vergonha em tentar um sim quando o não ela já conhecia -, decidiu aos 17 anos tentar uma vaga no renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. O detalhe: prazos de inscrição e entrevista já haviam terminado.
Tanto fez que conseguiu o que lhe disseram ser impossível. Ao chegar nos Estados Unidos e se envolver em feiras e eventos para os quais ainda não tinha experiência curricular, conseguiu estagiar em uma das maiores empresas da internet, o Google, ainda no primeiro semestre da faculdade. Ela também ousou dar passos que pareciam absurdos ao deixar a empresa e trancar o mestrado para se dedicar a um projeto menor, mas no qual ela vislumbrava sucesso. "Minha família e meus amigos achavam que eu era louca, mas meus riscos eram completamente calculados", disse ela.
Como é definida na contracapa de seu livro A menina do Vale - como o empreendedorismo pode mudar sua vida, Bel é mesmo um ponto fora da curva. Ela montou sua própria startup, empresa jovem e inovadora, em busca de modelo negócio escalável e sustentável no Vale do Silício, na Califórnia.
Hoje, Bel Pesce faz parte do time fundador da Lemon, empresa de aplicativos para smartphones, que após três meses de lançamento já contava com mais de um milhão de usuários.
Simples, bem articulada, extremamente carismática e bem-humorada, ela decidiu, no ano passado, contar as suas histórias recheadas de improbabilidades em uma publicação lançada na internet. Em apenas um mês foram atingidos 500 mil downloads, sucesso que migrou para a versão impressa por meio da editora Casa da Palavra. O livro foi autografado por ela após a palestra no Sebrae.
Aprender, Bel garante, é uma motivação diária. Do tipo que faz dez coisas ao mesmo tempo, ela já concluiu os cursos de engenharia elétrica, ciências da computação, administração, economia e matemática. Cursava na faculdade 13 disciplinas ao mesmo tempo - quando a recomendaram não passar de quatro - e admite que para conseguir sucesso em um projeto é preciso dar um passo de cada vez e testar o interesse das pessoas pelo seu produto.
"A minha definição de empreendedorismo é a de quem cria serviços e produtos que podem tocar a vida das pessoas", descreveu. Ela contou que muitos dos seus projetos também fracassaram, mas que aprender com os erros está na fórmula de quem quer crescer. "Errar faz parte do empreendedorismo. Quando se valoriza o erro é sinal de que se é capaz de corrigir e melhorar. E, mais do que isso, não ter medo de arriscar".
Atualmente, Bel dedica 99% do seu tempo e de suas funções na Lemon. O ciclo de palestras pelos Sebrae começou em Belo Horizonte, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e se encerra nesta quinta-feira (27) em Porto Alegre.
Com projetos para a área da educação, ela diz ainda ter vontade de fazer música e jura que mesmo no ritmo alucinante a que se propõe trabalhar quer uma casa cheia de filhos. "Às vezes queremos fazer tudo estruturado e nem sempre é assim. Pipocar ideias de pequenas coisas pode fazer com que, juntas, elas valham muito", definiu os passos de sua carreira que podem ser perfeitamente encaixados aos seus planos pessoais.

Como definir o público-alvo para sua empresa?

 

Dependendo do tipo de negócio que se pretende implementar, pode ser importante identificar desde a faixa etária e o nível de renda dos possíveis clientes até o estado civil e se têm filhos (e quantos, claro!)

Por Simão Mairins, Revista Administradores

Quando se pensa em abrir um negócio, há uma série de fatores que precisam ser considerados para que o empreendimento saia do papel e consiga sucesso. Levantamento de capital inicial, definição do produto e planejamento financeiro são alguns exemplos. Nesse conjunto, entretanto, poucos são tão determinantes quanto um: a definição do público-alvo.
Dependendo do tipo de negócio que se pretende implementar, pode ser importante identificar desde a faixa etária e o nível de renda dos possíveis clientes até o estado civil e se têm filhos (e quantos, claro!). Com as informações em mãos, o próximo passo é delimitar a parcela desse grande público para a qual valerá a pena dedicar as maiores atenções. "É melhor falar bem com os vizinhos do que mais ou menos com todas as pessoas do bairro", destaca o professor Paulo Tamanaha, autor do livro Planejamento de mídia: teoria e experiência.
"O lançamento de um negócio sem um prévio entendimento de quem será o seu público principal faz com que o empreendedor assuma riscos que podem afetar de forma bastante negativa seu negócio", complementa André Banchi Alves, da Cauduro Associados, empresa especializada em branding e design.

Dicas

– Pesquise
É importante conhecer muito bem o mercado que se pretende atingir. Quanto mais detalhes, melhor. É uma região de imóveis residenciais ou comerciais? Existem mais edifícios ou casas? Os prédios são novos ou antigos? Ali moram mais pessoas solteiras ou casadas? Qual a faixa etária predominante? Qual a faixa de renda? Agora, claro, cuidado para não perder tempo com o que não fará diferença para sua estratégia.
– Delimite seu público majoritário
Agora você já sabe quem é quem no mercado em que pretende atuar. Mas vá com calma e não saia atirando para todos os lados. Afinal de contas, quem tenta agradar a todos não agrada a ninguém. Delimite um grupo específico no qual valerá a pena focar seus principais esforços, cruzando informações e identificando o que será mais vantajoso para seu negócio.
– Organize a oferta
Público majoritário definido, agora é só preparar sua oferta de modo que atenda o máximo possível de necessidades dele. "Digamos que ao montar uma farmácia em um local de muitos prédios residenciais novos, o perfil predominante dos moradores seja de recém-casados, faixa etária entre 25 e 35 anos, com filhos pequenos. Assim, talvez seja razoável deduzir que, ao incrementá-la com produtos como fraldas e de higiene pessoal, poderá gerar maior atração junto aos moradores", exemplifica Tamanaha.
– Evite confundir gosto pessoal e gosto dos clientes
Muito profissionalismo nessa hora. Quando for definir os produtos, a arquitetura do ponto de venda, a decoração, a abordagem dos clientes, coloque-se no outro lado do balcão. "Evite achar que o que é bom para você é bom pra todo mundo. Essa é uma atitude que deve ser abandonada imediatamente, a não ser que o perfil do público seja totalmente idêntico ao seu", afirma Tamanaha.
– Defina uma estratégia de comunicação
Aqui, tudo depende do tipo de negócio e do público a que se pretende chegar. Procure identificar os principais canais através dos quais será possível chegar a seus clientes e defina ações para eles, levando em conta o grau de retorno de cada um e os custos. "Uma loja de bairro, por exemplo, pode utilizar canais específicos da região onde está localizada, como jornais de bairro, mala direta nos edifícios, e-mail marketing, panfletagem etc.", explica André Banchi.
– Escute e observe
"Aproveite todos os contatos que você tiver com seu cliente para ouvir e compreender quais são suas reais necessidades. Além disso, pergunte o que poderia melhorar no seu negócio. Depois disso, observe o comportamento de compra. Pequenos gestos podem indicar onde você precisa fazer ajustes na sua operação", explica André.

Análise: segmentação é a tendência das redes sociais

 

A possibilidade de voltar a ter um contato mais próximo pessoas que estavam distantes animava os usuários. Mas ao mesmo tempo em que aproximou quem estava longe, as redes sociais distanciaram quem está perto no mundo real

Por Marcelo Spinassé, Administradores.com
 
O sucesso das redes sociais não é mais novidade. Você conhece alguém que não participe de alguma rede social? Acho que não. Elas se popularizaram nos anos 2000 e hoje não conseguimos imaginar nossas vidas sem esta forma de interação social. Como tudo se transforma e na internet não demora muito para que isso aconteça, as redes sociais também já sofreram diversas mudanças e agora estão na fase da segmentação. Será que a moda vai pegar?
Quando as redes sociais se popularizaram a ideia era reunir todos os amigos e conhecidos em um único lugar. A possibilidade de voltar a ter um contato mais próximo pessoas que estavam distantes animava os usuários. Mas ao mesmo tempo em que aproximou quem estava longe, as redes sociais distanciaram quem está perto no mundo real.
Nas redes segmentadas a história muda. Todos os participantes estão interessados em um mesmo assunto. Além dos amigos do mundo 'real', os usuários destas redes têm a possibilidade de conhecer novas pessoas com interesses semelhantes e trazer esta amizade para fora do mundo virtual. As redes sociais segmentadas aproximam quem está longe e ainda criam a possibilidade de conhecer novas pessoas.
Acredito que o futuro das redes sociais é a segmentação porque chegamos ao limite das redes de massa. Primeiro, a novidade atraiu milhões de usuários, agora as pessoas estão se saturando e buscando uma 'nova' forma de se relacionar. O que não exclui as redes sociais, porque elas são inerentes a nossa sociedade.
O Brasil é o quarto país do mundo com mais usuários de internet em redes sociais. Cerca de 97% dos internautas brasileiros acessam sites como Facebook e Twitter, segundo estudo da comScore. O Facebook, com certeza, é a rede social mais popular. Neste ano, atingiu um índice de 54,99% de participação no Brasil, frente os 18,24% registrados em 2011, um crescimento de 36,75 pontos percentuais.
Mas o crescimento da rede criada por Mark Zuckerberg não intimida as redes sociais segmentadas. Afinal, ser segmentada não significa ter poucos usuários e sim atrair um público específico. Rede social corporativa, de moda, de troca de serviços, para relacionamentos, para médicos, profissionais de RH, universitários e recém-formados. Já existem redes sociais específicas para todos esses públicos e muitos outros.
As redes sociais segmentadas são para troca de informações e ideias entre pessoas interessadas em um determinado tema. Em uma rede só para profissionais de recursos humanos, por exemplo, os usuários podem compartilhar as dificuldades da profissão, trocar experiências e encontrar novas ideias através do conhecimento de pessoas que também têm aquela dificuldade. É possível usar uma linguagem mais técnica, por exemplo, e ter certeza que todos estão entendendo do que se trata.
Mesmo sem os números grandiosos do Facebook essas redes específicas podem sim ter sucesso. A rede social é antes de qualquer coisa um local (mesmo que seja virtual) de troca, um relacionamento horizontal, no qual todos são iguais e o conhecimento de um pode ser muito útil para o outro. Se as pessoas conseguem aproveitar o conteúdo disponível a rede social já cumpriu a sua função e é sim um sucesso.
Marcelo Spinassé, idealizador da rede social de troca de serviços WinWe.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Como as redes sociais podem colaborar na educação e influenciar o consumo?

 

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Nosso tema de hoje será um pouco mais reflexivo e pensando na futura geração que vem aí e que respira tecnologia e informação a todo o momento. São eles nossos brilhantes filhos, que se tornarão profissionais do futuro, nossos neoconsumidores decisores na compra de produtos e serviços. E vem aquela pergunta? Como lidar com essa geração Y e aliar o ensino amparado por meio da tecnologia e das redes sociais?
 
No passado, o processo de aprendizagem era totalmente off-line e por meio dele realizávamos as interações com nossos professores, colegas de classe e toda comunidade escolar. O método era eficaz? Era e sempre foi eficaz! Porém, por meio das novas tecnologias os alunos e colégios passaram a ter à sua disposição um universo de interação em tempo real e de rápida distribuição.
Há vários motivos para utilização das redes sociais na educação. Em primeiro lugar, elas são o habitat dessa nova geração, pois ela está lá e quer ser ouvida de alguma forma. Se de um lado pode haver resistência por parte dos próprios alunos em misturar estudo no momento em que eles se divertem, de outro eles já sabem utilizar as mídias, estão familiarizados com vários recursos e os acessam com frequência, o que facilita atividades realizadas nas redes. Além de possuir um potencial incrível para gerar interação, o que é um dos principais desejos da educação, o compartilhamento de opiniões e ideias é base de qualquer rede social. Na educação atual, é necessário formar alunos para trabalhar em grupos e em redes; então nada mais adequado do que já fazer isso de maneira autêntica.
Como nossos “baixinhos” já estão conectados boa parte do dia, muitas empresas se aproveitam da situação para fazer seu marketing. Segundo o jornal The Daily Telegraph, mais de 300 mil crianças já foram recrutadas em pesquisas de marketing de grandes empresas, como Mattel, Nintendo e Coca-Cola. A Mattel, por exemplo, na campanha de marketing de um MP3 player da Barbie, pediu a 50 meninas, de idade entre 7 e 11 anos, para divulgar o produto. Para ganhá-lo, além de outros prêmios da marca, elas precisavam criar seus próprios sites de fã do MP3 da Barbie e conseguir que suas amigas se cadastrassem no Barbie.com. Em outros casos, empresas pedem que crianças façam e publiquem vídeos mostrando sua devoção à marca, como foi o caso da Pizza Hut, entre outros diversos casos.
Veja o vídeo abaixo, trabalhadado pela empresa Mattel e divulgado no canal do Youtube para atingir esse público:


E em sua opinião, qual sua visão referente a presença das redes sociais no processo do ensino e formação?

Cliente oculto no shopping: "Ei, olha pra mim!"

Será que um indivíduo simples, de chinelo e vestindo roupas já bem surradas, recebe o mesmo tratamento que um engravatado no shopping? Fizemos o teste. Saiba o que aconteceu

Por Simão Mairins, Revista Administradores

Sexta-feira, passava das 18h. O rush já começava a se formar nas avenidas e no estacionamento do maior shopping da cidade já estava engarrafada a busca por uma vaga. Depois de circularmos um pouco e esperarmos bastante numa fila de indecisos que não sabiam se iam ao subsolo ou subiam ao primeiro andar do edifício garagem, finalmente encontramos um lugar para estacionar. Era o extremo do pátio, bem em frente ao portão que dá acesso à favela que fica lá por trás. Para a maioria dos que ali passavam, aquele lugar era uma espécie de Faixa de Gaza. Para nós, perfeito.
Já devidamente paramentado com a velha camisa (uns quatro anos de uso, no mínimo!) que comprei no Carrefour em um supercombo daqueles de três por R$ 12,00, um short que quase morreu afogado na água sanitária na minha mais mal sucedida tentativa de ser um solteiro competente na lavanderia, um par de havaianas pretas milimetricamente sujas de terra, um boné desbotado e a barba por fazer, desci do carro e simulei uma entrada triunfal a pé pela porta dos fundos. Mas foi só para entrar no espírito. O teatro de verdade tinha que funcionar lá dentro.
Já tomando distância do meu editor, Fábio Bandeira de Mello, que me acompanhou até avistarmos as primeiras vitrines, comecei a estudar o ambiente e ver mais ou menos por onde começar, seguindo na medida do possível o roteiro previamente elaborado. A ideia ali era entrar em lojas de diferentes segmentos e níveis, e ver, de fato, como um cara simples seria atendido em cada uma. Como o shopping é, do ponto de vista da oferta, relativamente democrático (com lojas bem caras e outras mais acessíveis), sabia que seria possível traçar alguns paralelos. Com isso em mente, fui lá.
Matéria foi publicada na edição 16 da revista Administradores (Imagem: reprodução)


O bom tratamento

No térreo, tradicionalmente, estão as lojas mais populares. A primeira em que parei foi uma de calçados. Mas, se o objetivo era ser maltratado para ter uma história interessante para contar aqui, não deu certo. Mal parei na vitrine e já veio um vendedor me dando boa noite. Como vi que ali me tratariam bem, acabei não demorando muito. Mas, antes de sair, deu tempo ainda de outro atendente se aproximar e, simpaticamente, dizer que, caso eu precisasse de alguma coisa, poderia chamar.
Quase em farrapos, como eu estava, cheguei a acreditar que os seguranças poderiam me tratar, no mínimo, como um suspeito. Foi então que resolvi pedir informação a um deles. Caprichando nas gírias e no sotaque malandrês, perguntei a um deles onde ficava o banheiro mais próximo. E aí o indivíduo teve a petulância de, também muito educadamente, perder uns segundos de seu tempo me explicando detalhadamente como chegar ao toilette. Agradeci, abaixei a cabeça e sai.
Com todo mundo me tratando bem ali naquela área, peguei a primeira escada rolante e decidi passar logo para o nível 2 da ação: as lojas intermediárias. Cai em cheio na entrada da filial de uma grande rede de móveis e eletrodomésticos. Cresci logo os olhos para uma TV LED 3D que chamava atenção na entrada da loja. Parei em frente a ela e comecei a ler os detalhes. No momento, havia uns dois vendedores atendendo outros clientes e, por alguns minutos fiquei sozinho. Mas logo que ficou livre, um dos atendentes veio até mim, falando sobre o produto, dando detalhes sobre a tecnologia e já adiantando as incontáveis formas facilitadas de pagamento que eu poderia ter.
Foi aí que comecei a desconfiar dessa história de preconceito. Principalmente agora, com a economia brasileira bombando. A turma já tomou consciência de que a classe C - e até a D - está endinheirada, ou pelo menos com crédito suficiente para ir às compras. "Não dá mais para tratar ninguém mal simplesmente por achar que não vai sair dali uma venda, porque todo mundo agora pode comprar", pensei.

Mas nem tudo é simpatia

Mesmo cada vez mais descrente na possibilidade de encontrar boas histórias para a pauta, dei sequência à caminhada e resolvi parar numa loja de ternos, mas já com a certeza de que o cara ia pensar: "olha lá que oportunidade: a classe C não quer só TV de LED, quer andar na beca, bem elegante". Então, parei. Olhei. Caminhei em frente à vitrine. Entre os manequins, vi que uns cinco vendedores conversavam lá dentro. Suspeitei até que um tivesse me visto. Mas, para tirar a prova, decidi entrar. Entrei, olhei, esperei. Opa! Ali a coisa começou a mudar de figura. Dos cinco desocupados que jogavam conversa fora lá nos fundos da loja, um deles só se dignou a vir me atender quando comecei a dessarrumar as camisas empilhadas em um dos armários internos. Mesmo assim, ele desistiu no meio do caminho, quando um desenvolto usuário de camisas Lacoste entrou na loja e seguiu em direção ao lado contrário de onde eu estava.
Aquele primeiro desprezo me animou e aí fui com tudo para o teste da praça de alimentação. Quase sempre que alguém passa em frente aos restaurantes e lanchonetes, é comum as atendentes exibirem o cardápio e convidarem a conhecer as ofertas. Eu, então, para mostrar com bastante ênfase que queria comer alguma coisa, passei lentamente por toda a circunferência do ambiente, olhando para todos os menus afixados nas paredes. Em alguns casos, me atrevi até a olhar nos olhos de uma vendedora. E nada. Quase no fim, ao me ver com ar de humilhado depois de ter sido preterido por uma garçonete, que me deu as costas para oferecer todo o brilhos dos seus olhos a um casal aparentemente mais bem abastados, a funcionária de uma cozinha pegou um cardápio no balcão e disse: "pode olhar, moço".
As piores
Definitivamente, a coisa começava a mudar de figura. Segui, então, com toda a estranha felicidade de estar sendo mal atendido, para uma loja de relógios. E foi aí que o bicho pegou. Assim como nos estabelecimentos anteriores, fui completamente ignorado. Havia três vendedoras conversando ao lado de um balcão, mas todo esforço que fizeram foi o de não me deixar perceber que elas haviam me percebido. Para fazer com que elas mesmas se denunciassem, resolvi me fazer uma vergonha: olhei bem para o preço de uma peça e esbravejei: "R$ 3 mil conto? Tá doido! Lá no centro acho um igualzinho por R$ 10". O trio não aguentou e soltou aquela risada, me fitando com olhares que dispensavam qualquer palavra. Com o rabo entre as pernas, sai cabisbaixo, saltitando de alegria por dentro. Minha matéria estava salva.
Pouco mais à frente, vi logo as duas mais caras lojas de roupas de todo o shopping. A 20 metros, já senti que ali estavam escondidas boas histórias. E não deu outra. Dessa vez, nem me dei ao trabalho de fazer o teste da vitrine e entrei logo. Já na primeira, fui mais uma vez ignorado e, por persistir na presença, comecei a assustar a pobre moça do caixa, que logo chamou o único vendedor homem presente naquele momento e lhe disse algumas coisas no ouvido, sem me perder de vista. O homem, então, se dirigiu aos fundos da loja e eu sai, já começando a temer uma aproximação de seguranças (o que estragaria meu trabalho no melhor da festa).
Nesse momento decidi, estrategicamente, mudar de piso. Foi então que cheguei ao setor de serviços, no último andar. Lá, entrei na faculdade, onde fui pedir informações sobre cursos: "dona, eu queria saber aí se vocês têm uns curso técnico, profissionalizante. É que eu tô desempregado e queria ver se eu aprendia uma profissão". E ela, fazendo uso de toda a estupidez que tinha em si, me respondeu, apontando para o lado oposto: "sei não. Vá perguntar lá dentro". Fui. Mas não havia ninguém por lá. Vi, entretanto, por um vidro, que por trás da mulher que me atendeu, uma moça simpática explicava alguma coisa a alguém.
Já com material suficiente e temendo um baculejo dos seguranças, pois provavelmente eles já haviam sido avisados pelo pessoal da loja de roupas sobre minha presença estranha, decidi ir embora. Só que as coisas não acabaram por aí. Fiquei curioso para saber uma coisa: como toda essa gente com quem lidei nesse dia me trataria se eu estivesse de terno e gravata?

Agora, engravatado

Sexta-feira, passava das 18h. Uma semana depois de passear com minha camisa surrada, o short manchado e o boné desbotado (todos suficientemente velhos), entrei triunfalmente (neste momento usufrua da sua capacidade de imaginar em câmera lenta), todo na beca, pela porta da frente.
Passo a passo, refiz todo o roteiro de uma semana atrás e o resultado foi, no mínimo, engraçado. Na loja de calçados, me atenderam da mesma forma nos dois dias. Parabéns para aquela turma. Dei o maior valor. Na filial da rede de eltrodomésticos, entretanto, aconteceu algo inusitado: fui muito mais bem tratado quando cheguei arrastando o chinelo. Não sei se simplesmente dei o azar de pegar um mau vendedor na segunda vez. Mas sai de lá com a suspeita de que os juros do crediário pagos pelo meu eu mais pobre poderiam ser mais interessantes que a possível compra à vista do meu eu mais rico.
Como iria jantar por lá mesmo, mudei o roteiro e deixei a praça de alimentação para o fim. Passei, então, pela loja de ternos, onde rapidamente fui atendido. Mas foi lá onde percebi o primeiro indício de um fato que viria a comprovar mais tarde: independente da roupa do cliente, alguns vendedores atendem realmente mal. Nesse caso, por exemplo, disse que queria uma camisa de uma cor que não tinha lá. A moça, então, me respondeu dizendo apenas que infelizmente não tinha, sem fazer nenhum esforço para me mostrar que poderiam existir outras opções.
Na sequência, voltei à loja de relógios. Confesso que estava ansioso para esse momento. E, de fato, foi um dos mais excitantes. Coloquei o primeiro pé na loja e a vendedora que mais havia zombado de mim na semana anterior me abriu um sorriso imenso: "Olá, boa noite! Posso ajudar?". Sem nenhum ressentimento pelo ocorrido do último encontro, pedi para ver um relógio femino para presentar minha namorada. Ela logo se apressou em abrir a vitrine, de onde tirou uma peça que, segundo ela, era uma das mais caras da loja, mas que valeria a pena. Disse que seria um presente encantador e que mulher nenhuma resistira aos lindos detalhes feitos com pedras preciosas. Já contente com a cena, não perdi muito tempo. Agradeci o atendimento e, para não sair com a impressão de que entrei só para olhar, pedi um cartãozinho, perguntei o nome e prometi que voltaria para comprar.
Repeti o mesmo modus operandi em todos os estabelecimentos seguintes. Na loja de roupas em que levantei suspeitas na primeira vez, fui recebido como um velho amigo da família. A moça do caixa chamou novamente o único vendedor homem presente no momento. Mas dessa vez não se preocupou em falar baixo: "fulano, por favor, atenda aquele senhor que acaba de entrar". Nessa hora, juro, quase comecei a rir. Mas consegui me conter. E então aproveitei a oportunidade para por em prática uma pequena vingança. Pedi para ver quase todas as camisas visíveis na vitrine e ainda boa parte das que estavam bem dobradas nas prateleiras internas. Depois disse: "Obrigado. Queria só dar uma olhada mesmo. Até logo".
Já feliz da vida, segui rumo ao ponto final. Novamente, entrei na faculdade e me dirigi à moça da recepção. Dessa vez, não era a mesma pessoa. Mas, tudo bem. Ela não era exatamente quem eu procurava. Cumprindo a formalidade, pedi a ela informações sobre MBAs e, depois de demonstrar um certo despreparo para a função, me apontou a moça da sala ao lado, aquela que uma semana antes a vi pelo vidro, atendendo um rapaz. Naquele instante, lá de dentro, ela já me olhava atentamente. Nos entreolhamos e ela me chamou. Na hora, percebi logo: foi amor à primeira vista (dela pelo que ela pensava ter no bolso do meu terno ou na minha conta bancária imaginária).
Como um cavalheiro, cruzei a porta e fui até sua mesa: "boa noite?", disse eu. "Olá.. Boa noite! Tudo bem?", disse a garota. Daí para a frente, mandei a mesma conversa. Só que, em vez de cursos técnicos profissionalizantes, pedi sugestões de bons MBAs. Ela, daí, tirou da gaveta um monte de panfletos com informações sobre diversos cursos. Enquanto eu olhava, já foi logo perguntando meu nome, e-mail e telefone (e eu fiquei morrendo de medo de a próxima pergunta ser: "vai fazer o que hoje à noite?"). Antes de eu decidir por uma opção, o senhor que estava ao lado (e eu havia pensado que era um cliente) chegou junto e começou a fazer recomendações, falar sobre formas de pagamento e até mesmo tentar me convencer a fazer duas especializações ao mesmo tempo (mal sabendo eles o quanto estou suando para pagar a que meu eu real está cursando!).
Satisfeito, agradeci a gentileza e, como um bom cafajeste, pedi o telefone e prometi ligar. Em seguida, dei as costas e sai por aquela mesma porta de vidro, para nunca mais voltar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Barsa: como a enciclopédia sobreviveu à revolução digital?

Expectativa do grupo é vender 70 mil exemplares até o fim de 2012. Próximo passo, no entanto, é conquistar consumidores jovens e mirar em modelos digitais

Por Isa Sousa, Mundo do Marketing


Até o fim de 2012, a Barsa terá vendido 70 mil enciclopédias no Brasil. O número não é comparável a média de 100 mil exemplares que alcançava por ano em seu ápice, mas é considerado excelente pelo grupo espanhol Editorial Planeta, que comprou a empresa há 12 anos. Item de luxo quando lançada, em 1964, os 18 volumes vermelhos na estante de casa significavam status: em reais, o material custaria R$ 10 mil. Os tempos são outros e hoje o material pode ser parcelado em 24 vezes de R$ 100,00. Atenta as mudanças, a marca não pensa (ainda) em abandonar o papel, mas já mira nas mídias online para atrair um novo público e não virar refém da revolução digital.
Para se adequar aos novos formatos de comunicação, os itens da enciclopédia passaram por adições e o consumidor ganha um DVD com acesso exclusivo ao site Barsa Saber, que dá direito a atualizações mensais durante um ano. Ao expirar o prazo, por R$ 100,00 é possível validar o sistema por mais um ano e assim sucessivamente. Com a iniciativa, a marca possibilita um relacionamento duradouro. Hoje são cinco milhões de clientes ativos.
Outra adequação da marca foram nos modelos de venda. Se em seu ápice, o porta a porta chegou a ter dois mil representantes em diversas capitais do país, hoje são 200 que circulam prioritariamente no interior do Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A justificativa é que o número reduzido possibilita um controle maior de pessoas. O formato é responsável por 30% das vendas.
A implantação do call center também é significativa. Com 80 operadores, o telemarketing é responsável por 50% das vendas da Barsa. A loja virtual é outra plataforma de sucesso. Inaugurada em fevereiro deste ano, por ela são vendidas 12 unidades por dia, que representa 3% das vendas totais. Os 30% restantes do faturamento da marca vêm da venda aos governos municipal, estadual e federal. Como o produto não encontra concorrência, não precisa de licitação.
A construção do desejo
Sem anúncios em mídias tradicionais ou ações de Marketing nas mídias digitais, motivo da sobrevivência da Barsa está no imaginário que foi sendo construído por ela mesma durante seus quase 50 anos. "Quando foi lançada, tivemos grandes nomes que ajudaram na construção da marca. Houve Oscar Niemeyer falando de arquitetura, Jorge Amado sobre Bahia e Antônio Calado sobre literatura, por exemplo. A publicidade foi feita no boca a boca e, de lá para cá, as pessoas mantiveram o desejo. O sonho de qualquer um era ter uma Barsa em casa, mas era muito cara", lembra a Diretora de Marketing da Barsa, Sandra Carvalho, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Comparando-se à realidade da época, comprar a enciclopédia significava abrir mão de um fusca, carro popular na década de 1960. A grande mudança, no entanto, uniu a redução de custos da impressão, o cenário estável da economia brasileira e, principalmente, a ascensão da nova classe média, que já desejava o material, mas não podia comprar.
Diferente da década de 1960, hoje é possível parcelar o pagamento das enciclopédias em até 24 vezes. "A marca é aspiracional. Essas pessoas da classe média de hoje eram exatamente as crianças da época que desejavam o material, mas a família não tinha condição para tal. Hoje crescidos, eles podem realizar uma vontade que permeou o imaginário durante muito tempo e, mais ainda, ter a credibilidade que o produto sempre ofereceu, o que nem sempre a internet possibilita", avalia Sandra.
O desafio
Apesar das vendas estáveis, um dos desafios da Barsa é na conquista dos filhos da classe média. Mais ligados a Wikipedia do que a modelos tradicionais de pesquisa, os jovens terão de ser conquistados com plataformas digitais mais convincentes.
Entre os projetos do grupo, um aplicativo para smartphones e tablets está sendo desenvolvido e deve sair até o mês de novembro. Além dele, a marca vem testando nuvem de livros. "Os jovens são nosso maior desafio. A gente tinha uma geração de avós e pais que desejavam muito, mas manter essas pessoas de 14 anos será a parte mais difícil. Esse mundo digital não vai embora e isso é o futuro. Estamos testando e fazendo investimentos nessa área", afirma Sandra Carvalho.
Na opinião Coordenador Adjunto do Centro de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Marinho Aidar, a adaptação para o online não pode demorar. "O caminho é o digital. A Barsa continuará a ter espaço dela se fizer um modelo que dialogue, que tenha matérias e assuntos com fotografias, com vídeos, com conteúdo dinâmico. O Estadão e Folha de São Paulo, por exemplo, disponibilizam seus acervos nos sites. O caminho é de reinvenção. Se nada mudar, nem a forma de vender, é uma questão de tempo para começar uma curva descendente", avalia Marcelo Aidar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

5 Documentários para Empreendedores que Querem Construir um Mundo Melhor


Postado em 24 de setembro de 2012 por Daniel Pereira

Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de um país. Identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo – Esse é o papel do empreendedor.
O fato é que precisamos desenvolver nossa sociedade na direção correta e para isso buscar inspiração nas fontes corretas é essencial. Eu gosto muito de assistir a documentários, pois acredito que eles trazem uma visão mais sincera e permitem que você tire conclusões melhores.
Abaixo um a lista de 5 documentários (+ 2 de bônus) com seus respectivos sites e link no iTunes. Sei que nem todos que lêem o blog tem acesso ao iTunes ou dominam a língua inglesa, mas infelizmente não tem jeito já que a maioria dos documentários não chegam ao Brasil, nem são traduzidos para o português. Espero que vocês consigam de uma maneira ou de outra assistir a pelo menos alguns deles. Mas lembre-se, se você quer construir um novo futuro, faça de tudo para conseguir assisti-los! ;)
1 – I AM
I AM
Tom Shadyac é um famoso diretor de Hollywood que após um acidente embarca em uma viagem para encontrar respostas para duas perguntas: “O que há de errado com o nosso mundo?” e “O que podemos fazer sobre isso?”. Tom visita algumas das grandes mentes de hoje, incluindo autores, poetas, professores, líderes religiosos e cientistas que procuram o problema e a cura fundamental para humanidade.
2 – Wisdom
Wisdom
Inspirado pela idéia de que um dos maiores presentes que uma geração pode dar a outra é a sabedoria adquirida, o cineasta Andrew Zuckerman viaja o mundo para entrevistar mais de 50 dos escritores mais proeminentes do mundo, artistas, designers, atores, políticos e líderes religiosos e de negócios – todos com idade acima de 65. O filme resultante capta suas vozes, presenças físicas, palavras e idéias, proporcionando um extraordinário legado para as gerações que se seguem e um retrato atemporal da sabedoria que conecta todos nós.
3 – Zeitgeist
Zeitgeist
Esse documentário mostra porque a sociedade deve se livrar da “Economia de Mercado Monetário” para embarcar na “Economia Baseada em Recursos”. É uma total reinvenção da maneira como a economia mundial é estruturada.
4 – Rip! A Remix Manifesto
Rip! A Remix Manifesto
Rip! A Remix Manifesto
O documentário mostra como a lei dos direitos autorais vai precisar ser completamente reformulada para suportar nosso novo mundo tecnológico. Várias entrevistas interssante com o fundador do Creative Commons Lawrence Lessig, o nosso ex-ministro brasileiro da Cultura Gilberto Gil, entre outros.
5 – Press, Pause, Play
Press, Pause, Play
A revolução digital da última década desencadeou a criatividade e o talento de pessoas de uma forma sem precedentes, desencadeando ilimitadas oportunidades criativas. Mas será que a cultura democratizada significa melhor arte, cinema, música e literatura ou é verdadeiro talento? Esta é a questão abordada por PressPausePlay, um documentário contendo entrevistas com alguns dos criadores mais influentes do mundo da era digital.
Bônus
Resolvi listar outros dois para vocês refletirem mais um pouco.
6 - Happy
Happy
O documentário nos leva a viagem que vai dos pântanos da Louisiana para as favelas de Calcutá, em busca do que realmente faz as pessoas felizes. Combinando histórias reais de todo o mundo e entrevistas com cientistas e líderes na pesquisa da felicidade, Happy explora os segredos por trás da nossa emoção mais valorizada.
7 – Something Ventured
Something Ventured
Esse documentário conta a história da criação de uma indústria que passou a se tornar o motor único maior de inovação e crescimento econômico em do século 20. O filme também inclui alguns dos melhores empresários, mostrando como eles trabalharam com Venture Capital para crescer empresas de classe mundial como a Intel, Apple, Cisco, Atari, Genentech, Tandem e outros.
E você recomenda mais algum?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Por que as redes sociais cresceram tão rápido?

 

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Começo o post de hoje com um vídeo e uma pergunta: por que as redes sociais cresceram tão rápido? Vamos assistir ao vídeo.
 

Em meio à busca da sociabilidade, o ser humano com sua necessidade de se agrupar conecta-se às redes sociais e comunidades virtuais. As pessoas encontram uma nova forma de viverem e se comunicarem pelo desejo de encontrar pessoas com interesses comuns. Todos querem saber o que estão falando e quem está falando. Conhecer as diferenças de opiniões pode levar ao crescimento social ou pelo menos fazer com que as diferenças sejam respeitadas.
Transparência, regras, respeito mutuo são cada vez mais observados em meio às empresas que abraçaram as redes sociais como meio de comunicação. Hoje também temos outro público que está entrando de vez na rede social – o político, mas esperamos que seja trabalho sério a ser mostrado e venha acrescer sua vida pública às vistas do público.
No período entre 2010 e 2011, houve um aumento de 12% no número de visitantes únicos nas principais redes sociais. Desse total, a maioria está no Facebook e no Orkut, atualmente as duas maiores redes em número de usuários no Brasil. O infográfico abaixo ilustra um pouco de como foi esse crescimento.

18 das 20 marcas mais valiosas da América Latina estão no Brasil

 

No topo da lista, quatro bancos e uma operadora de telefonia comandam o ranking divulgada pelo Insituto Brand Finance

Por Redação, Administradores.com
 
De acordo com o ranking das marcas mais valiosas da América Latina da Brand Finance, 18 empresas que atuam no Brasil estão entre as 20 principais. No topo da lista está o Bradesco, com valor de R$ de 31,9 bilhões. Com valor de marca de R$ 26,8 bilhões, em 2º lugar, vem o Banco Itaú, seguido do Banco do Brasil (R$ 14,8 bilhões). A Claro, do México (R$ 11,6 bilhões), e o Banco Santander do Brasil em 5º, com valor de marca de R$ 11,4 bilhões complementam a lista do TOP 5.
De acordo com Gilson Nunes, CEO da Brand Finance América Latina., a liderança da marca Bradesco e as posições de Itaú, Banco do Brasil e Santander no ranking entre as 10 primeiras colocações vai além da importância que o setor bancário tem na economia.
"Mesmo com um crescimento menor em relação em 2011, fruto de novo cenário com quedas do PIB, do crédito e redução das taxas de juros, os bancos brasileiros demonstraram solidez e melhora do desempenho de suas marcas perante seus públicos", disse.
A soma do valor das 100 maiores marcas presentes no Brasil atingiu R$ 330,8 bilhões em 2012, um crescimento de 7% comparado a 2011. No resultado final, o Brasil representa 84% do valor total das 150 marcas mais valiosas; e o México se destaca como o segundo país em melhor posição, com a presença de 11 marcas que somam total de R$ 39,8 bilhões no rol das 150. As mexicanas presentes no ranking são a Claro (pertencente ao grupo América Móvil) e a Telcel.

20122011Marca Valor da marca 2012 (R$)
11Bradesco 31,9 bilhões
22Itaú 26,8 bilhões
33Banco do Brasil 14,8 bilhões
4n.dClaro 11,6 bilhões
57Banco Santander 11,4 bilhões
64Petrobras 11,2 bilhões
78Walmart 9,5 bilhões
85Vivo 8,8 bilhões
913Vale 8 bilhões
1011Fiat 7,9 bilhões
1115General Motors/Chevrolet do Brasil 7,8 bilhões
12n.dTelcel 7,6 bilhões
1310Caixa 7,4 bilhões
1416Volkswagen 7,2 bilhões
1519Unilever 7 bilhões
1622Bunge 6,856 bilhões
1718Pão de Açúcar 6,830 bilhões
189Casas Bahia 6,8 bilhões
1912Carrefour 6,5 bilhões
206OI 6,2 bilhões

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O PDV para a Geração Z

 

Postado por Ana Claudia Costa - 18/09/2012
 

Há 20 anos, era a indústria que alimentava a economia brasileira. Hoje, o varejo é o grande precursor e responsável pelo aquecimento e giro dos mercados. A transição de uma sociedade industrial para o conceito de serviços e comércio fortalece a economia e cria consumidores mais qualificados e exigentes.
O reflexo desse novo perfil de consumidor aparece, principalmente, no esforço de marcas e empresas, que inovam na forma como se relacionam e tratam o público –alvo. Grande parte desse comportamento está ligado à geração Z, um nicho de mercado que proporciona ao varejo descobertas diversas e um constante exercício de renovação.
Economicamente ativa, a geração Z se lança ao mercado e propõe ao varejo o desafio de entender esse novo consumidor, que preza pelo atendimento, pela interatividade e experiência da marca ou produto.
O mundo conectado acelera o processo de envelhecimento do conceito de marca e do ponto de venda. O que antes envelhecia em 10 anos, hoje, tem um prazo de validade muito menor. Assim, a releitura do público e da linguagem utilizada deve ser constante, no sentido de acompanhar a evolução do mercado e do consumidor.
Com esse cenário, o ponto de venda passa a ser pensado para a próxima geração, atentando-se ao comportamento e relação construída pelo shopper. A análise concentra-se na busca de respostas que definirão, claramente, quem são os novos shoppers e para onde caminha o varejo.
Para prender a atenção desse consumidor, a tecnologia é um caminho sem volta para o varejo, e essa conectividade abre novas possibilidades de inter-relação. Embora o desejo de compra não mude, o modo como o shopper recebe a mensagem faz diferença. Assim, inevitavelmente, o varejo passa por uma renovação estratégica, que inclui a questão da agilidade, do aumento do consumo e do consumidor mais informado em relação ao custo x benefício do produto desejado.
As vitrines de lojas, por exemplo, não são mais manequins estáticos. Hoje, embora sejam poucas, já temos lojas que investem na tecnologia para atingir o shopper Z. Em frente ao espelho ou à vitrine, a roupa escolhida é projetada no corpo do cliente e ainda mostra cores, tamanhos e outras opções de peças similares que compõem a produção.
A mudança do varejo e do ponto de venda vem acompanhada da necessidade de reposicionamento de produto, precificação, integração das plataformas físicas e virtuais e, principalmente da reprodução do mundo em que esse jovem vive.
Se olharmos a história do varejo, há uma reinvenção e atualização constante das relações com o mercado e busca pelo entendimento do comportamento do consumidor. Contudo, a diferença de gerações e o “abismo” existente entre os hábitos, culturas, comportamentos e até mesmo valores da geração Z para as demais, o que impõe um desafio de renovação do varejo ainda maior.
O varejista deve estar propenso a entender essa dinâmica e antenado a essas mudanças, que acontecerão muito rapidamente, a fim de suprir as necessidades de uma massa mais crítica e com consumo maior.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Infográfico: qual é o retrato do uso das redes sociais nas empresas brasileiras?

 

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Recente pesquisa apresentada pela Gentis Panel que entrevistou 1.709 pessoas, de presidentes a estagiários em empresas brasileiras, chegou nos seguintes resultados, destacados no infográfico a seguir:
 
Analisando os pontos de destaque do infográfico e da pesquisa
- 77% dos entrevistados usam Facebook (dentro e/ou fora do trabalho);
- 50% dos respondentes têm o LinkedIn como a segunda rede mais acessada. Vale lembrar que as entrevistas foram feitas com um público corporativo;
- 55% dos entrevistados são a favor do uso de redes sociais em ambiente corporativo.
  • Motivos dos indivíduos serem A FAVOR do uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 80% - Colabora com networking entre profissionais e com a geração de novos negócios para a empresa;
- 60% - Facilita a comunicação e a socialização entre funcionários;
- 44% - Permite estar por dentro do que é falado sobre a empresa na web;
- 43% - Ajuda a aliviar o stress do dia a dia por manter as pessoas conectadas com amigos e familiares.
  • Motivos dos indivíduos serem CONTRA o uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 95% - As pessoas não conseguem separar o uso pessoal do uso corporativo. Perde-se muito tempo de trabalho com assuntos pessoais;
- 31% - Facilita o vazamento de informações confidenciais para pessoas indevidas;
- 31% - Aumenta o risco de exposição indevida da marca por meio de pronunciamentos indevidos de funcionários que não estão autorizados a falar em nome da empresa;
- 31% - Fonte de informação desnecessária e irrelevante para o trabalho;
- 26% - Fazem uma exposição pessoal inadequada ao ambiente de trabalho;
- 12% - Afasta as pessoas de um contato pessoal real mais produtivo e social (olho no olho).
Qual a sua opinião referente ao uso das redes sociais no trabalho?

Marketing Industrial

 

28 12 2011
 
Desde o dia no qual os conceitos dos 4 Ps do Marketing me foram apresentados eu comecei a testar a sua aplicabilidade no marketing industrial.
Me refiro a marketing industrial como a estratégia, a venda e o pós-venda de produtos de base tecnológica ofertados a indústrias que utilizarão esses produtos em seus processos produtivos.
É abundante a literatura onde o Mix de Marketing, ou 4 Ps, podem ser aplicados ‘sem contra indicações’ como, marketing para bens de consumo, marketing de varejo ou mesmo marketing B2B (business-to-business, também focado na venda de bens de consumo, só que entre empresas).
Não que o Mix de Marketing não possa ser aplicado ao marketing industrial, mas a questão é quanto as suas limitações, o que se transformou em uma pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos anos.
Baseado no livro Industrial Marketing Strategy de Frederick E. Webster Jr, temos as principais diferenças entre o marketing para produtos industriais e o marketing para bens de consumo:
  1. A adoção de um produto industrial tem como objetivo o aumento do lucro;
  2. Produto deve estar alinhado com as necessidades do cliente: Operações, Estrutura, Competitividade, Produtividade e Processo Produtivo;
  3. Alto grau de interdependência entre vendedor e comprador;
  4. Os serviços associados ao produto são, muitas vezes, mais importantes que o produto em questão;
  5. Complexidade do produto;
  6. A adoção de um novo produto poder afetar toda a estrutura da empresa.
Quanto ao primeiro e segundo item questiona-se, por exemplo, a baixa correlação entre preço e volume de venda, ou seja, a baixa influência que a empresa vendedora tem sobre a demanda de produtos industriais de seus clientes. Uma campanha publicitária ou preços promocionais irão fazer uma indústria de manufatura adquirir mais máquinas ou equipamentos para seu processo produtivo?
A interdependência entre o vendedor e o comprador pode ser explicada através do conceito no qual o vendedor de produtos industriais só terá sucesso se a empresa compradora obtiver sucesso na aplicação do produto industrial em questão. Isso caracteriza uma venda consultiva, pouco comum em bens de consumo. Também podemos dizer que a Pirâmide de Maslow não é capaz de representar a motivação de compra neste caso e o conceito de compras impulsivas é dificilmente aplicado.
Sobre quarto item podemos citar um dos 4 Ps, ‘Place’, Ponto de Venda ou Logística. É pouco provável que uma empresa industrial adquira produtos para seu processo produtivo de uma empresa que não apresente uma estrutura capaz de atender suas necessidades de assistência técnica, treinamento, suporte técnico e pós-venda. Outra característica da venda consultiva é a proximidade e o relacionamento entre vendedor e comprador.
Outro ponto importante é que muitas aplicações industriais são regulamentadas por normas ou padrões industriais (ISO, ABNT, UL, ANSI, IEEE, DIN, etc) o que praticamente define as características e/ou funcionalidades dos produtos.
Sendo assim fica claro que o Mix de Marketing deve ser trabalhado para atender as necessidades do cliente, no entanto a margem de manobra para o Preço, Logística, Produto e Promoção (Price, Place, Product, Promotion) é muito pequena para criação de planos de marketing desafiadores que uma vez implantados apresente resultados significativos.
O quinto e o sexto item representam os pontos inexplorados pelo Mix de Marketing como:
  • Difusão Tecnológica: Como empresas e profissionais adotam novos produtos e novas tecnologias;
  • Ciclo de Vida Tecnológico: Embrionário, Emergente, Adolescente e Maduro;
  • Gestão de Mudanças;
  • Perfil de Risco das Empresas.


Obs.: Influências ambientais como, economia, política, legislação, sociedade, meio-ambiente e competição, devem ser observadas em qualquer plano de marketing, seja ele industrial ou bens de consumo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo 'Empreendedorismo'

 


Eu vejo constantemente publicações, artigos, livros, textos e uma ampla miríade de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais diversas áreas e mídias, algumas fidedignas, outras, nem tanto. A segmentação do assunto parece não ter fim: empreendedorismo corporativo, empreendedorismo social, empreendedorismo em empresas familiares, empreendedorismo étnico, empreendedorismo de start-up, e assim por diante.
Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo 'Empreendedorismo'. Eu mesmo me vejo, em algumas situações, com dúvidas cruéis sobre a legitimidade da presença de alguns termos nas definições que vejo, e o pior é que não consigo perceber nenhuma tendência de se chegar a um consenso em torno de uma definição única.
Assim, prefiro seguir o caminho contrário e procurar aqui definir o que eu não considero empreendedorismo. Desta forma, posso dar espaço para que cada um construa sua própria definição, numa atitude mais democrática e mais condizente com o que o ensino do empreendedorismo deve ser: a construção do conhecimento ponderado pela união entre próprias convicções e informações externas, dando o máximo de liberdade de interpretação e contribuindo para ampliar ainda mais as distintas visões sobre o tema.
Empresários

Esta é a primeira e mais comum confusão que se criou nesta profusão de nomenclaturas. Muitas definições colocam empresários e empreendedores como sinônimos, quando, na verdade, o empreendedor é mais do que um empresário. Qualquer cidadão que abre um negócio é, a rigor, um empresário.

Um empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em ousadia, determinação, criatividade, relacionamentos, realizações, autoconfiança, flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características não pode ser considerado um empreendedor.

Quem abre mais uma padaria ou posto de gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho, pode ser um empresário, mas dificilmente o consideraria um empreendedor.
Franquia

Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia, acredito que a franquia representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria afastar, o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das coisas que o empreendedor mais preza: a liberdade.

Com maior ou menor grau, todas as franquias oferecem como benefício aquilo que o empreendedor enxerga como restrição: Identidade visual, padronização de metodologia e processos, cadastro único de fornecedores, políticas de preços uniformes, infraestrutura centralizada, marca e imagem, além de outros elementos que, no conjunto, trazem a segurança de um modelo de negócios já testado e, provavelmente, com riscos bastante reduzidos.

Um empreendedor pode até colocar a experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente vê uma franquia como seu objetivo final.
Herança

Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só. Este fato já pode aumentar as chances de vermos sucessores empreendedores à frente de negócios de sucesso criados por uma ou mais gerações anteriores.

Empreendedores formam (ou melhor, 'forjam') empreendedores para dar continuidade aos seus negócios, mesmo que estes não sejam seus sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número de herdeiros que se dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à frente do processo de criação e desenvolvimento da organização que assumiu.
Líderes

Também existe uma grande confusão em torno das definições de empreendedores como líderes. Líderes são diferentes de empreendedores. Alguns tipos de empreendedores podem ser influentes, cativantes, capazes de mobilizar pessoas em torno de causas comuns, viabilizar grandes realizações através de equipes, compreender e explorar o que existe de melhor de cada pessoa. Mas isso, por si só, não faz de um líder um empreendedor. Um líder não necessariamente é dotado de alta flexibilidade e adaptabilidade, embora saiba praticar o modelo de gestão participativo.

Um líder não é necessariamente perseverante e determinado, embora saiba construir e transmitir visões positivas do futuro que influenciam seguidores mais do que a si mesmo. Um líder também não costuma colocar 'a mão na massa', ao conduzir projetos. Embora costume atuar mais como um facilitador para deixar as pessoas mais livres, prefere ser o maestro e reger os esforços da equipe, do que sujar as próprias mãos.
Inovadores

O economista Joseph Schumpeter foi um dos mais proeminentes estudiosos do empreendedorismo. Sua linha de estudos vincula a figura do empreendedor à do inovador. A maior parte dos estudos acadêmicos no Brasil também segue por esta linha. Antes de prosseguir na argumentação, é importante diferenciar uma ideia de uma inovação.

Uma ideia é qualquer manifestação do pensamento criativo, enquanto uma inovação é o resultado do processo evolutivo de uma idéia em termos de valor agregado. Uma inovação é, portanto, uma ideia que serve para alguém ou alguma coisa. Isso posto, fica estabelecido o ponto de intersecção entre o inovador e o empreendedor.

Toda iniciativa do empreendedor está cercada por algum grau de inovação. Não precisa ser um novo produto ou serviço, pode ser uma simples mudança ou melhoria num processo. Se ninguém havia pensado naquilo, então é uma inovação. O empreendedor é aquele que coloca a inovação em prática, realiza-a e gera resultados perceptíveis. Pessoas que são boas em gerar inovação, como cientistas e pesquisadores, não necessariamente são empreendedores. O empreendedor transforma a inovação em negócio.
E então, você já tem elementos suficientes para escrever sua própria definição de empreendedor ou empreendedorismo?

O poder da classe C incomoda as classes A e B, segundo estudo

 

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Cada vez mais os consumidores das classes A e B têm se mostrado incomodados com a ascensão econômica da classe C, que passou a comprar produtos e serviços que até então só a classe A e B tinham acesso, segundo pesquisa do Instituto Data Popular realizada nesse primeiro trimestre de 2012, com 15 mil pessoas das classes mais altas em todo Brasil.
 
De acordo com a pesquisa, 55,3% dos consumidores do topo da pirâmide acham que produtos deveriam ter versões para rico e para pobre, 48,4% afirmam que a qualidade dos serviços piorou com o acesso da população, 49,7% preferem ambientes frequentados por pessoas do mesmo nível social, 16,5% acreditam que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares e 26% dizem que um metrô traria “gente indesejada” para a região onde moram.
Quanto preconceito! Preconceito ou inveja das classes A e B?
Nos últimos anos, a classe C invadiu shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha acesso, segundo Renato Meirelles, diretor do Data Popular. A classe AB ainda está aprendendo a conviver com isso e parte da elite está incomodada com toda essa situação.
Segundo o professor Rafael Costa Lima, da FEA-USP, empresas como Apple e montadoras de veículos vieram produzir e vender no Brasil para essa nova classe, porque agora existe escala de consumo, o que trouxe mais opções de produtos para todos.
Quase 60% da população pertence a classe C. Assista ao vídeo
Quem quer vender para a Classe C? Eu quero! E você?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Marketing de causa – qual o preço de uma saída fácil?

        

Postado em 5 de setembro de 2012 por Guilherme Lito
 
Marketing de Causa
Tenho pensado muito sobre “novas formas” de fazer negócios, e o marketing de causa surge quase sempre como uma sugestão em conversas, bares e brainstorm de como causar impacto social/ambiental com empresas, digamos, “convencionais”.

O que é Marketing de causa

o que é marketing de causa
Quando você agrega ao seu produto um valor social/ambiental do tipo “compre meu produto que eu planto uma árvore” ou “compre meu produto que eu doarei um igual para a Tanzânia.”
Temos exemplos famosos como Tom Shoes, que foi duramente criticado nesse artigo, e Starbucks. Na verdade quase qualquer grande empresa também está fazendo isso. É o (não tão) novo filão do marketing. Ao mesmo tempo eu mesmo oriento pequenas empresas e ONGs que lançaram “produtos” que contém um selo social ou coisa do tipo (só deixando claro, eu fui a favor do lançamento desses produtos) que caracteriza o marketing de causa..

Então o que pensar do Marketing de causa?

Marketing de Causa - Toms Shoes
Começamos com o óbvio. É inegável que esses produtos geram algum tipo de impacto positivo. Você planta uma árvore, doa par de sapatos, complementa a renda de alguém que não tem. No entanto, há de se pensar sempre nas consequencias do que estamos fazendo e não só no efeito imediato, vide soluções para crises econômicas, medidas governamentais e etc que são caras e, mesmo dando um fôlego no curto prazo, sempre acabam mantendo as causas do problema lá.
Bolsa família não funciona
Segundo Oscar Wilde, um incrível escritor e poeta, “A caridade não cura a doença, apenas a prolonga.” Slavoj Zizek, para mim o maior intelectual vivo, vai ainda mais longe e diz que esse tipo de ação mostra “…o capitalismo cultural em seu estado mais puro – no exato ato de consumo você compra sua redenção por ser consumista.”
Gestos altruístas, quando não embasados em valores e focados no processo, apesar de garantirem um resultado (que normalmente é pequeno e não muda em nada o todo), preservam e reforçam o status quo e evitam uma reconstrução radical da sociedade. Vejo muita gente votando em “político” (bandido) só porque apesar dele roubar (matar e etc), ele “também faz”. A visão maquiavélica de “os fins justificam os meios” não justifica em diversos casos. Até porque isso faz com que nos contentemos com o mínimo, com o que faz mais sentido agora, no ato da compra.
Segundo alguns artigos que li sobre marketing de causa...
“Pesquisas apontam que a ferramenta é bem eficiente do ponto de vista de vendas e reputação, atingindo tanto as classes mais altas, quanto as mais baixas. Afinal, é uma forma de ajudar sem fazer o menor esforço, não é mesmo? E as empresas sabem disso. Assim, nós, consumidores, devemos ter cuidado redobrado na escolha dos produtos, verificando a causa, procurando saber a idoneidade da empresa e, principalmente, os objetivos dela com a parceria.”
Confesso, fiquei triste. Uma penca de artigos que li estavam simplesmente dizendo os prós e contras na visão do consumidor, os números que aumentaram ou não a venda, se é possível ou não vender produtos com margem maior caso atrelemos uma causa social, etc. Ou seja, estamos rodando a mesma máquina que nos fez chegar aqui, mas agora com maquiagem.
Hoje somos arrogantes e insistimos em não reconhecer o que os “outros povos” tinham a nos ensinar. Os índios pensavam 7 gerações a frente na tomada de decisões. Baixar o IPI é bom para o que? 3 meses? Doar um sapato para um garoto na África que não tem direito garante o que? Que ele tenha um sapato no próximo ano? E o comerciante local que vendia o sapato para ele? E o cara que fazia o cadarço e o tênis? E toda a cadeia produtiva desse local? E o sentimento de se conquistar o primeiro sapato?

O que é o certo então?

Hoje acredito, e muito, no valor da intenção. Exemplo: conheço sócios de duas empresas que plantam uma árvore a cada venda realizada. Um diz que é ótimo porque melhorou a imagem com os clientes e o outro diz que essa medida está ajudando-o a zerar seu impacto ambiental e está restaurando uma área que ele gostava muito de ir quando pequeno. Dado esse cenário, acho que pela mesma atitude, um está certo e o outro está errado.
O fato é, o marketing de causa é a saída mais fácil, mas nem por isso não tem méritos. Tendo o prazer de ter acompanhado mais de uma centena de empresas por aí, sei que fazer caixa não é fácil, sei como monetizar seu negócio surfando as ondas do momento é muito mais seguro e sensato do que tentar virar o jogo do avesso e quebrar todas as regras. Reconheço, portanto, que o marketing de causa tem, hoje, seu papel. Se as pessoas não querem doar, mas estão felizes em faze-lo ao comprar um café mais caro, ótimo, estamos conseguindo fundos para um mundo melhor. Se “91% dos consumidores consideram importante que as empresas apóiem causas sociais”, ok.

Por outro lado defendo 3 contrapontos fortes:

1. Se é para fazer isso, tem de se fazer com a melhor das intenções, não porque vai melhorar sua imagem. É claro que como consumidor (principalmente quando a empresa é grande), é difícil entender as intenções envolvidas. Mas confesso que talvez por ter assistido a muito Aladin e Pocahontas, acredito que o bem vence no final. Acredito que as incoerências aparecem com e que o sistema se auto-regula com o tempo (ou seja, os pilantras serão descobertos e bocoitados). Na medida em que todos entram na onda da sustentabilidade, ser sustentável não quer dizer nada, portanto ações mais profundas, mecanismos mais precisos e clientes mais conscientes emergirão.
2. Justamente pelo motivo acima, é recomendável que você tenha um plano sério para, assim que conseguir estabilizar suas receitas e conseguir respirar para olhar para frente, busque caminhos onde o valor está no produto e no processo de elaboração dele, não na compra de um benefício.
3. Liberalismo disfarçado/Capitalismo – estamos reforçando o sistema que gerou justamente o que queremos resolver. Estamos, mais uma vez, desperadamente e desogarnizadamente fazendo o que o governo não consegue fazer por nós, e ainda nos trás uma consciência de que, ao comprar a redenção por estar fazendo a roda que a gente não quer girar, estamos fazendo nossa parte. Perigoso!

Conclusão:

O preço de uma saída fácil é você não estar garantindo o seu futuro, apenas sua sobrevivência. O modelo de marketing de causa (assim como venda de espaço publicitário e cobrança por networking), para mim tem seus dias contados. Se estamos praticando, é bom que estejamos pensando em algo melhor.
E se você entende por Marketing de causa, Marketing promocional utilizando o social unicamente para elevar o valor do produto, você está se tornando o inimigo que quer combater, pois aumenta a inércia para a verdadeira mudança que vem por aí…
E você, concorda? Comente, compartilhe!

O Administrador

O Administrador


A profissão de Administrador é relativamente nova e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data que se comemora o dia do Administrador.

Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que não é o dono do negócio) foram os que geriam as companhias de navegação inglesas a partir do século XVII. Estas empresas foram as primeiras sociedades anônimas que se tem notícia.

Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração.

Habilidades do Administrador
  • Habilidades Técnicas: Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas. Saber decidir e solucionar problemas.
  • Habilidades Humanas: Saber lidar com pessoas, comunicando-se eficientemente, negociando, conduzindo mudanças, obtendo cooperação e solucionando conflitos.
  • Habilidades Conceituais: Ter Visão sistêmica.

Atitudes do Administrador
Proativo, ousado, criativo, bom exemplo, cumpridor das promessas, saber utilizar seus princípios, ser cooperativo e ser um bom líder ajudando os funcionarios para que eles possam crescer junto com a empresa.




Símbolo da Profissão no Brasil


Este é o Símbolo do Sistema CFA/CRAs. Deverá ser usado nas suas várias versões, em toda a comunicação visual dos Conselhos Federal e Regionais de Administração. O Símbolo é composto de um emblema que representa a profissão de Administrador, cuja concepção e composição é detalhada no "Manual de Identidade Visual da Profissão" , inclusive especificações de cores, para aplicação em policromia ou em preto e branco.

O Símbolo escolhido para identificar a profissão do administrador tem a seguinte explicação justificada pelos seus autores:




  • O quadro como ponto de partida: uma forma básica, pura, onde o processo de tensão de linhas é recíproco. Sendo assim, os limites verticais/horizontais entram em processo recíproco de tensão.
  • Uma justificativa para a profissão, que possui também certos limites em seus objetivos: organizar, dispor para funcionar, reunir, centralizar, orientar, direcionar, coordenar, arbitrar, relatar, planejar, dirigir, encaminhar os diferentes aspectos de uma questão para o objetivo comum".
  • "O quadro é regularidade, possui sentido estático quando apoiado em seu lado, e sentido dinâmico quando apoiado em seu vértice (a posição escolhida)"
  • "As flechas indicam um caminho, uma meta, a partir de uma premissa, de um princípio de ação (o centro)".
  • "As flechas centrais se dirigem para um objetivo comum, baseado na regularidade (...) as laterais, as metas a serem atingidas".

Dia do Administrador

Nove de setembro é o "Dia Nacional do Administrador", por ser a data de assinatura da Lei nº 4769, de 9 de setembro de 1965, que criou a profissão de Administrador. O dia do Administrador foi instituído pela Resolução CFA nº 65/68, de 09/12/68.


Juramento do Administrador

"Prometo dignificar minha profissão, consciente de minhas responsabilidades legais, observar o Código de Ética, objetivando o aperfeiçoamento da Ciência da Administração, o desenvolvimento das Instituições e a grandeza do homem e da pátria". O juramento foi oficializado pela RN CFA nº 201, de 19/12/97


Oração do Administrador

"Senhor, diante das organizações devo ter CONSCIÊNCIA de minhas responsabilidades como ADMINISTRADOR. Reconheço minhas limitações, mas, humildemente, junto com meus companheiros de trabalho busco o consenso para alcançar a SOLUÇÃO e tornar o trabalho menos penoso e mais produtivo; Senhor, despido do egoísmo, quero crescer, fazendo crescer, também, os que me cercam e que são a razão de minha escolha profissional; Senhor, ADMINISTRE o meu coração para que ele siga o caminho do bem, pois, a mim caberá realizar obras sadias para tornar as organizações cada vez melhores e mais humanas."

Adm. Rui Ribeiro de Araújo CRA/DF nº 2285


Código de Ética do Profissional de Administração (CEPA)

"O que importa nesse momento é que não se deixe de pensar em Moral, em Ética e em Ética Profissional; que não nos acomodemos diante do presente momento histórico que vivemos, onde a Moral, a Ética não são mais os momentos retóricos e, portanto, cansativos. Urge que reflitam em todos os rincões sobre o valor moral e da Ética, pois só assim mudaremos a Ética do País.É o que propomos e é o que a Comissão de Ética do CFA deseja despertar em todas as organizações".

Tupinambá Paraguassú

Clique aqui para acessar o Código de Ética Profissional do Administrador




Salário do Administrador

O CFA não estabelece piso salarial do Administrador. A FEBRAD - Federação Brasileira dos Administradores disponibiliza no site www.febrad.org.br a tabela de honorários da categoria profissional dos Administradores. O telefone para contato é: (13) 3232-8528 begin_of_the_skype_highlighting FREE (13) 3232-8528 end_of_the_skype_highlighting .

A Pesquisa Nacional Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador, realizada em 2006, apresenta informações sobre a renda média do Administrador.


Fontes:

Wikipedia
CFA

Spoleto: um show de estratégia nas mídias sociais

 

Publicado por
 
Mais uma vez o Spoleto, rede de restaurante que é amada e odiada por muitos, é satirizada por um vídeo na internet. A brincadeira entrou no canal do Youtube no dia 13 de agosto de 2012 e já recebeu mais de um milhão de visualizações.
 
Assista ao vídeo postado:

Analisando a repercussão do filme, a equipe de marketing do Spoleto chamou os mesmos atores para interpretar um novo vídeo em resposta ao primeiro.
Assista o segundo vídeo:

Com o segundo vídeo eles conseguiram reverter o que de início poderia ter sido negativo. Isso que é estratégia! Usaram um viral a seu favor. O vídeo postado no dia 29 de agosto de 2012 conta com mais de 700 mil visualizações. A grande sacada acontece no final do vídeo, quando a marca pede desculpas e deixa seu contato para os próprios clientes relatarem se foram ou não mal atendidos em uma de suas lojas.
O que você achou da estratégia do Spoleto?

4 lições que as grandes empresas precisam aprender com as feiras livres

Apesar de todas as tecnologias e métodos modernos que grandes companhias oferecem, os consumidores se sentem mais realizados nos tradicionais mercados. Entenda por quê


Em meio à explosão do comércio online, aplicativos que comparam preços através de fotos, tecnologias de pagamento via celular, códigos QR e etiquetas de identificação via rádio frequência, surpreendem os resultados do estudo conduzido pela empresa de pesquisa SAX, a qual aponta as feiras livres como os locais que oferecem as experiências de consumo mais satisfatórias.
Segundo os entrevistados, as feiras apresentam atendimento personalizado, são democráticas, tolerantes e pouco burocráticas, além de não apresentarem problemas operacionais. Em épocas de call centers e 0800, os velhos bordões: o sistema caiu, está lento ou precisa ser reinicializado mais se parecem desculpas velhas e esfarrapadas. Como era de se esperar, bancos e empresas de telefonia tiveram os piores índices. Basta consultar os rankings dos procons ou sites de reclamações.
Como a grande maioria dos moradores das capitais, assumo que há tempos deixei de frequentá-las, trocando-as por sacolões ou supermercados. Para escrever este artigo, visitei uma feira que costumava ir com meu pai quando criança, o que fazia em troca de um grande pastel e um bom caldo de cana, ajudando-o a carregar as pesadas sacolas. Como já era de se esperar acabei indo sozinho, apesar dos insistentes convites a minha filha, cujo apetite não se comoveu com minha calórica oferta.
Imagem: Thinkstock

Comecei pelo mesmo caminho: barracas de roupas, consertos de panelas, salgadinhos e laticínios, verduras e legumes, tomates, frutas, cebolas, batatas, carnes, frangos, peixes e enfim as famigeradas bancas de pastel e caldo de cana, apinhadas às nove horas da manhã. A não ser algumas novidades, tais como produtos eletrônicos, CDs e DVDs piratas, quase tudo permanecia do mesmo jeito. Com uma lista na mão e muita disposição fui às compras.
Seguem as lições colhidas em campo, confirmadas pela pesquisa.

Atendimento personalizado

Apesar de não ser um cliente frequente, vulgo freguês, fui muito bem atendido em todas as bancas, em especial as de frutas, onde pude experimentar de jabuticabas às laranjas, passando por melões e abacaxis. Para um leigo como eu, poder levar para casa frutas doces e sem risco de estarem passadas ou muito verdes, foi uma grande conquista. Apesar do preço um pouco mais elevado, o aproveitamento, as degustações e o atendimento cortês valeram a pena.

Democráticas e tolerantes

Creio que Michael Porter não conhecia este espaço quando desenvolveu a teoria das estratégias genéricas, através da qual as empresas devem optar entre custo ou diferenciação. Na feira, estas estratégias migram conforme o horário. Senhoras distintas em carros importados e motoristas logo nas primeiras horas da manhã, e pessoas mais simples na hora da Xepa. Os mais antigos talvez se lembrem de Yara Cortes interpretando o papel de uma feirante em novela de Gilberto Braga no final dos anos setenta.

Pouco burocráticas

Não me faz falta o som característico da leitura dos códigos de barras, assim como as perguntas padrões: faltou algum produto? É com ou sem CPF? - repetidas durante todo o dia por funcionárias cuja identificação se dá apenas pelo nome do crachá. O fechamento da venda na feira é uma etapa a parte. Com a caneta que se acomoda na orelha e um pedaço de papel improvisado em uma prancheta, os valores são anotados e somados, sempre se arredondando em favor do consumidor, cuja sensação de ter feito um bom negócio é invariável.

Problemas operacionais

Quem nunca se sentiu um verdadeiro idiota, aguardando na fila ou na linha, até que o sistema voltasse a funcionar? Em geral temperamentais, não raro costumam gerar problemas nos horários de maior movimento. Totalmente dependentes da tecnologia, varejistas e comerciantes perdem vendas por não poder registrá-las. Felizmente, abobrinhas, bananas e alfaces são abobrinhas, bananas e alfaces na feira, não códigos de barras.
Não obstante as limitações em transpor os exemplos da feira livre e do armazém de bairro, as redes de hipermercados, eletroeletrônicos e franquias, tornar o atendimento mais gentil, flexível, democrático e tolerante são ações que se podem colocar em prática, tornando a vida dos consumidores mais fácil e descontraída.
Apesar da experiência positiva, não acredito que vá mudar meus hábitos de compra devido ao estilo de vida corrido que levo. Porém, colocarei como um hábito esporádico frequentá-las, lembrando-me dos bons tempos nos quais éramos tratados pelo nome, por comerciantes que conheciam a fundo seus produtos, fregueses e a arte de encantá-los.