Semana passada uma notícia interessante nos remete ao código de ética: Os EUA e Brasil estão estudando um ao outro seus devidos códigos de ética para trocarem informações e quem sabe ter um código de ética comum. Leia a notícia completa aqui.
Por óbvio, temos que respeitar que são países completamente diferentes, seja na forma da cultura do povo, visão de negócios, estratégias de mercado e economicas.
Ainda assim, temos pelo menos dois pontos interessantes nesta discussão:
1. A forma que os Americanos vêem o marketing jurídico;
2. Estratégias atuais similares entre os dois países neste âmbito;
Sobre a forma que é visto o Marketing em cada país
No Brasil sabemos que enfrentamos uma código de ética com visão bem mais restrita em relação ao marketing do que os EUA. Nos EUA há a possibilidade de anúncios na TV, colocações diretas do tipo “eu sou o bom e faço o melhor, me contrate” e por aí vai. Decorrência da visão capitalista forte que sempre norteou o mercado americano, que aliás, pauta num judiciário completamente diferente do nosso em inúmeros termos, principalmente pela característica de lá ser bem mais beligerante que o Brasil.
No Brasil temos uma visão mais tangente do marketing jurídico, ou seja, podemos fazer o marketing, contudo, a estratégia de marketing não pode ser direta, deve ser tangenciada através do conhecimento, eventos, networking, etc.
A ideia de unir ambos num código de ética comum parece bem interessante, contudo, há muitas etapas a serem enfrentadas e superadas para esta realidade ser verdadeira, a começar pelas estratégias de cada país em relação ao marketing.
Sobre as estratégias adotadas em cada país
Enquanto temos um mercado voltado ao marketing expositivo nos EUA e mais tangenciado no Brasil, temos limitações éticas completamente diferentes em cada país, nos levando a remar em direções opostas.
Contudo, nem tudo é assim.
Se analisarmos o contexto da cobrança de honorários, por exemplo, até bem pouco tempo atrás, quiça início de 2010, os EUA – assim como a Europa até hoje ainda assim se manifesta – fazia a cobrança de honorários baseado no trabalho do advogado por hora, o famoso time sheet. Isto no Brasil é pouquíssimo utilizado, na proporção das cobranças por mês ou por trabalho a ser realizado.
Pois bem. Mas, o cenário economico americano mudou esta realidade.
Em 2010 os consultores em marketing jurídico dos EUA já colocavam como diferencial estratégico para os advogados americanos a cobrança por mês ou por trabalho ao invés de por hora. (Na Europa ainda prevalece a cobrança por hora)
O que para um país é um diferencial de mercado, para nós brasileiros uma realidade diária, sendo que a regra por eles a ser deixada (cobrança por hora) é uma exceção que adotamos e queremos difundir por aqui.
Óbvio, ululante que o mercado influencia em todas as relações existentes e por isto, temos mudanças siginificativas na legislação e visão estratégica.
Enfim,
O Brasil é a bola da vez, ou seja, o país visado para negócios em todo o mundo. Conversando com americanos ou europeus, a visão clara é de que o Brasil é uma terra de oportunidades.
Que bom, se for gerar mais e mais negócios para nós com troca de experiências globais.
Contudo, a reflexão que faço é de que se estamos com todo este interesse em nós temos que aproveitar para fazer crescer o mercado e debater os pontos que hoje nos afastam dele, como é o caso do código de ética. Não precisamos ser iguais aos EUA, mas podemos aprender o que eles tem de bom e aplicar no nosso dia a dia.
E você? Como vê esta questão no seu universo de trabalho?
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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Diretor da Consultoria GestaoAdvBr
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