segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A controvérsia de cariz sexual vende?


Todas as marcas querem um posicionamento forte para torna-las top of mind e conseguirem a liderança de mercado. Para o efeito, algumas marcas definem estrategicamente uma posição controversa, usando a polémica para vender o produto ou serviço e ter visibilidade gratuita nos media. Mas e se… esta posição controversa partir de um meio de comunicação social? Um jornal, por exemplo? Foi o caso do newspaper Ha’aretz…
O mais antigo diário de Israel, promoveu o seu site com um provocante vídeo de 53 segundos. Sem recurso à nudez total, o anúncio começa com um casal deitado na cama em posição missionário enquanto o protagonista fala directamente para a câmara.
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Ao segundo 12 a mulher passa para cima do homem, numa posição em que, segundo o Kama Sutra, a mulher assume o controlo, ditando o ritmo e profundidade da penetração.
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No entanto, apesar dos gemidos da personagem feminina, o homem não parece concentrado nacopulação e continua a falar de forma descontraída para a câmara: “O design é impressionante e confortável, mas a experiência do usuário como um todo… há uma ligeira sensação been there, done that” – aparentemente referindo-se à experiência de ler um jornal tradicional. Treze segundos depois as personagens passam para outra posição, na qual a mulher fica de quatro enquanto o ator interpreta a penetração por trás.
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O homem continua, por sua vez, sem demonstrar qualquer interesse pela relação sexual com a sua parceira e afirma “A vida não é tão interessante quanto o novo site do Ha’aretz”.
A edição online do jornal, disponibilizada para leitura paga em Março, posiciona-se, com este spot, como mais excitante que o “velho e chato” SEXO, passando uma clara mensagem que a leitura do periódico pode ser prazerosa. Este tipo de posicionamentos controversos pretendem sempre chocar o público e esse objectivo foi cumprido, sendo o anúncio mais sexualmente explícito, para vender jornais, alguma vez visto.

Mas será que conseguiu o impacto pretendido? É certo que a polémica garantiu uma visibilidade mundial nos media, no entanto, acredito que as crescentes visualizações do vídeo no Youtube, desde a data da sua publicação a 10 de Agosto, são maioritariamente provocadas pela pura curiosidade comoinstinto humano. Confesse, não está um pouco curioso? O spot está a gerar visualizações além-fronteiras, que crescem de dia para dia, contudo não nos podemos esquecer que o objectivo é vender e atrair novos subscritores… Se não fosse esta polémica, provavelmente nunca teríamos ouvido falar deste jornal aqui em Portugal, porém, à partida, nós não somos o público-alvo pois, com excepção daqueles que conhecem a língua hebraica, não vamos subscrever à edição online.
Com quase 100 anos de existência, o Ha’aretz, que em hebraico significa “A Terra”, assumiu uma posição nada convencional – a nova página web é melhor que o SEXO – e com ela ofendeu alguns como, certamente, atraiu outros. Ao planear esta campanha, os marketeers deveriam ter identificado, em primeira mão, quem pretendiam seduzir e aqueles que estariam dispostos a incomodar e perder como possíveis leitores. Não é um trabalho fácil… E esta poderosa técnica de marketing, se mal utilizada, pode ter repercussões contrárias ao pretendido. É um risco! E o jornal arriscou! Tendo, consequentemente, provocando indignação em grupos de mulheres de Israel, reacções do Parlamento Israelita, exigindo que o vídeo fosse removido da internet e que fosse emitido um pedido de desculpas ao público feminino, e até os próprios colaboradores do diário iniciaram uma petição como forma de protesto. O vídeo tornou-se rapidamente polémico, considerado de conteúdo pornográfico e com uma conotação, para alguns, desprezível, sexista e ofensiva. Deixando agora de ter um posicionamento como uma publicação tradicional, será que também ofendeu clientes e prospects? Será que a controvérsia de cariz sexual vende? Ou, neste caso, irá fazer perder vendas? Sem dúvida que o uso do sexo na publicidade pode ser uma faca de dois gumes… E o Ha’aretz “tropeçou” numa dose dupla de “viagra” metafórico. O anúncio evidencia uma linha ténue entre ousadia e desrespeito pela mulher quando tratada como um objecto, sendo o seu único papel gemer e movimentar-se ao “ritmo das batidas” do acto sexual. Claramente esta campanha ficará nas mentes dos consumidores, uns pela positiva outros pela negativa… Resta saber se, com isso, trará alguns benefícios económicos para o jornal…
Até à data da publicação deste artigo, Ha’aretz não comentou sobre a polémica nem retirou o vídeo do Youtube.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Velozes e Furiosos: o marketing em tempo real ganha terren


Postado por Roberto Ricossa - 12/11/2014



Quando o atacante Luís Suarez mordeu o zagueiro Giorgio Chiellini em um jogo decisivo entre italianos e uruguaios durante a Copa do Mundo FIFA® Brasil 2014, os usuários das redes sociais reagiram imediatamente. Uma verdadeira onda de memes – denominação para os famosos virais da internet – se espalhou rapidamente pelo Twitter, confirmando o que todos presumiam: os espectadores do maior evento esportivo mundial estavam tão conectados à televisão como a seus smartphones e tablets.

O mega evento também despertou a criatividade dos community managers: marcas reconhecidas como Listerine, Discovery e Snickers twitaram sobre o episódio. A filial uruguaia do McDonalds, por exemplo, aproveitou a situação com bom humor, convidando o jogador a "morder" um Big Mac em um dos seus estabelecimentos. O resultado foi contundente: mais de 77.000 retweets.

Esta iniciativa é chamada de “marketing em tempo real” (Real Time Marketing ou RTM).

Meses antes da Copa do Mundo, empresas igualmente famosas levaram a cabo as suas próprias experiências de RTM durante a premiação do Oscar. Nessa ocasião, a inusitada entrega de pizza, solicitada pela apresentadora do programa, Ellen DeGeneres, deu margem para que empresas como a Papa John's Pizza aproveitassem a situação, convidando a humorista para saborear seu prato.

Tempo real, risco real
Contudo, o surgimento e a proliferação do conceito de marketing em tempo real não estão isentos de riscos. As marcas são desafiadas a participar das conversas nas redes sociais com doses de simplicidade, espontaneidade e senso de timing. Porém, isso acarreta em diversos erros cometidos por grandes empresas (como, por exemplo, postagens sem sentido ou com teor preconceituoso), confirmando a ideia de que as margens de risco ainda são altas.

Diante desta situação, muitas empresas têm dúvidas sobre os benefícios de uma estratégia que, em caso de falhas, podem danificar seriamente sua imagem de marca. A resposta é que, em geral, atuar de forma assertiva e pontual é extremamente favorável. De acordo com uma pesquisa recente, realizada pela Econsultancy com estrategistas de marketing, três em cada quatro entrevistados afirmam ter aumentado suas taxas de conversão após a implementação de ações de RTM. Além disso, percentagens igualmente significativas admitem ter melhorado a experiência do consumidor (84%), retenção de clientes (47%) e reconhecimento da marca (34%).

Espontâneos, mas não improvisados
Embora os benefícios do RTM sejam cada vez mais valorizados, ainda existe certa incerteza neste processo. Muitas empresas ainda têm receio de desenvolver estratégias que, por definição, exigem ações imediatas e dispensam análises profundas. No entanto, é importante notar que o RTM não é necessariamente sinônimo de improvisação. Conectar-se com o público nas redes sociais muitas vezes exige planejamento e criação de conteúdo que deverá ser disparado no momento certo. A Starbucks, por exemplo, criou uma bela peça de conteúdo sobre o "bebê real" da Coroa Britânica que foi publicada em sua conta no Twitter no dia de seu nascimento.

Por outro lado, da mesma forma como o RTM não é o reino da espontaneidade, sua implementação não pode estar isolada da estratégia integral de social media da marca. Neste sentido, é importante que as intervenções nas redes sociais sejam pertinentes ao momento, lugar e perfil da empresa. Aqui, a diferença entre ser oportuno e oportunista pode ser crucial.

Finalmente, é importante ressaltar que o planejamento de qualquer estratégia de RTM deve começar a partir de uma identificação precisa do público e dos objetivos das ações. Marketing em tempo real está diretamente relacionado a consumidores "multitela", ou seja, telespectadores e internautas que procuram nas redes sociais um espaço para comentar seu consumo. Portanto, as marcas devem conhecer não somente seu público o máximo possível, mas também estabelecer metas sobre a expectativa desse conteúdo.
Neste cenário, cujo ritmo é estabelecido pelas redes sociais, as empresas devem manter um equilíbrio ativo. Na prática, isso significa ser ágil, mas não cair no óbvio, ser sofisticado, mas não ousado em demasiado e, principalmente, entender o valor de uma oportunidade, sem forçá-la.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Case Aymoré: respeito à tradição é a receita para chegar aos 90 anos


Mesmo após diversas gestões, marca preserva sabores e logotipo original. Lançamentos acompanham a tecnologia e as necessidades do mercado, mantendo a essência da empresa

Por Priscilla Oliveira, do Mundo do Marketing | 13/11/2014

priscilla@mundodomarketing.com.br

Manter os hábitos antigos com as mudanças batendo à porta pode parecer estranho, ainda mais no mundo dos negócios, mas essa foi a estratégia da Aymoré, marca pertencente à Arcor, para resistir aos diversos concorrentes ao longo de seus 90 anos de existência. Aliada às novas tecnologias e aos estudos de mercado, a fabricante criou novos sabores, mas não abriu mão de suas receitas originais e que são o carro-chefe da fábrica. Os primeiros itens produzidos – a bolacha de água e sal e o biscoito de maisena -  são, até hoje, os mais vendidos e responsáveis boa parte do faturamento da companhia.
No que depender das pesquisas, eles ainda serão os preferidos. Segundo dados da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (ANIB), os consumidores procuram mais pelos tipos cream cracker e secos – que juntos representam 32,7% de todo o consumo brasileiro. Atualmente, o país é o segundo maior mercado de biscoitos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2013, foi registrado 5,5% de crescimento em volume e 10% em valor, de acordo com a ANIB.
Apesar da linha tradicional fazer sucesso, outros lançamentos foram feitos e bem recebidos pelos clientes, como as rosquinhas, os amanteigados, os recheados e os salgados. “Nossa fórmula é manter a essência como produto e marca. Buscamos a preservação da receita tradicional e o barateamento, para que seja um alimento para todos. Temos o compromisso de que o produto não vai mudar, como alguns do mercado acabaram mudando. Isso gera confiança e fideliza o consumidor. Isso não significa que vivemos de passado. Estamos sempre atrás de inovações e novidades para levar aos clientes”, conta Anderson Freire, Gerente de Marketing de Biscoitos da Arcor, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Passado e presente
Um dos pilares nos quais a empresa tem focado nas ações de Marketing é o resgate da memória afetiva do consumidor com a marca. “Se um cliente adulto comer um de nossos recheados, por exemplo, lembrará de quando o consumiu na infância, porque não mudamos nada além da embalagem. Entendemos que também existe um vínculo com o índio que estampa o rótulo. Chegamos a pensar em modifica-lo, mas, após tantos anos, vimos que ele é a cara da empresa e não há como alterá-lo”, conta Anderson.
Se com os produtos mais antigos a receita é a mesma, nos itens recém-lançados, a ousadia é o que impera. Atenta às necessidades e mudanças do mercado, a Aymoré investe desde 2012 nas linhas Express e Grãos da Terra. A primeira traz biscoitos porcionados para serem consumidos rapidamente em qualquer momento do dia. O segundo é voltado à tendência por alimentos saudáveis e é feito com grãos inteiros.
A maneira como a linha de produtos integrais é entregue remete a uma forma mais artesanal, que leve o verdadeiro sentido de natural a ser identificado pelo consumidor. “Em 2015, iremos lançar mais opções para o Grãos da Terra. Existe muito estudo e pesquisa por trás de um lançamento. Apesar de fazê-lo simples, existe uma grande tecnologia capaz de levá-lo deste jeito para as gôndolas”, conta o Gerente de Marketing de Biscoitos.
Histórico e investimentos
Mesmo tendo passado por diferentes gestões ao longo de nove décadas, não houve um período considerado crítico pela marca, que sempre manteve a visão inovadora para estar na liderança do mercado. Após a primeira comercialização de biscoitos em 1924, em Minas Gerais, a Aymoré passou a ser gerida pela empresa paulista Refinações de Milho Brasil SA. Após anos áureos produzindo inclusive balas e massas, a companhia foi vendida para a Danone em 1997 e, em 2000, para a Arcor, criando uma das maiores empresas de biscoitos da América do Sul.
Hoje, ela é a principal marca em faturamento da multinacional argentina e líder em sua categoria no estado de Minas Gerais, onde ainda está localizada a matriz da empresa, com 27% de participação. A fábrica e o centro de distribuição estão localizados em Contagem e possuem 860 colaboradores, sendo cinco responsáveis pelo Marketing da empresa. São produzidas cerca de 3.200 toneladas de produtos por mês, que chegam ao mercado por meio de 40 mil pontos de venda distribuídos estrategicamente no país.
Em 2013, chegou a aproximadamente R$ 150 milhões de faturamento. Cerca de 90% do volume produzido na unidade fabril de Contagem é comercializado com a marca Aymoré. "O Brasil é um mercado propício para o consumo e com oportunidades reais de crescimento. Temos, em nossa grade, uma marca forte e que faz parte da história e memória da família. As características de tradição e a qualidade são reconhecidas pelo próprio consumidor. O objetivo da empresa, hoje, é manter a liderança na região de Minas Gerais", pontua Loredana Mariotto, Diretora de Marketing da Arcor do Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Foco em Minas Gerais
No ano em que completa nove décadas de existência, a fabricante investiu cerca de R$ 2 milhões em ações de Marketing direcionados para o estado mineiro, estado que representa 90% do faturamento. Entre as estratégias, está um plano de mídia televisiva, que traz uma campanha institucional que pontua o retorno de Aymoré à TV. Também foram desenvolvidos novos produtos, pesquisas e embalagens comemorativas. O ponto alto é um programa cultural chamado “Momentos Aymoré”, destinado aos moradores da capital, com shows de bandas regionais em praças de Belo Horizonte.
Mesmo sendo conhecida nacionalmente, após ser incorporada à Arcor, a Aymoré foi estrategicamente direcionada aos públicos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Centro-Oeste, tendo encontrado no maior estado do Sudeste o público mais fiel à marca. “Sabemos que o mercado de biscoitos é amplo e muito competitivo, principalmente nas grandes capitais. É um consumidor que fala diretamente com a marca, que cresceu em volta da unidade fabril. Fomos eleitos top of mind dos mineiros e não queremos perder isso. Precisamos estar em movimento sem perder a essência”, conta Anderson Freire.
O foco na tradição da família e o lançamento dos novos produtos foi escolhido justamente por ser o perfil da região. “A linha de grãos remete ao lado mais rural do estado, por exemplo. Fizemos isso pela lealdade, afinal temos 40 pontos de market share só em Belo Horizonte. Poucas marcas conseguem alcançar toda a família como a nossa e ser abraçada pelos consumidores em todas as suas linhas como fomos. A constância e originalidade geram retorno e somos a prova disso”, conta Anderson.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O desafio da construção e consolidação da marca no ambiente digital


Definição do planejamento estratégico da empresa no ambiente virtual e monitoramento em tempo real fazem a diferença para a presença de uma empresa na internet

Por Roberta Moraes, do Mundo do Marketing | 07/11/2014

roberta.moraes@mundodomarketing.com.br

Planejamento. Essa é a palavra de ordem para empresas que desejam consolidar suas marcas na internet. Definir objetivos e metas é fundamental para se posicionar estrategicamente na web e chegar à maturidade no ambiente virtual. E toda essa preparação precisa ir além das redes sociais que, embora tenham sido elevadas a assunto de grande importância nas companhias, estão longe de definir o Marketing digital. Para garantir o sucesso, não basta manter uma fanpage com um milhão de curtidas.
Tão importante quanto entender o ecossistema em que a empresa está inserida, é compreender de que maneira a marca está exposta na rede, seja em sites, perfis oficiais nas redes sociais ou aplicativos. É fundamental analisar também a presença paga, em banners, links patrocinados e toda mídia negociada em sites e blogs. Há ainda a presença compartilhada, que são as citações em redes sociais.
A preocupação com o site corporativo deve ser o primeiro passo para garantir engajamento na web. A página funciona como a sede da marca no ambiente digital, oferecendo conteúdo de qualidade e prestando um serviço para os leitores. “Não adiantar ter um milhão de seguidores no Facebook, se o site não abre. Ninguém quer entrar em um ambiente institucional para ler ‘nossa missão’, ‘nossa visão’ e ‘nossos valores’. Essa parte de branding vai ser muito mais percebida nas atitudes que as empresas vão ter neste meio”, explica Marcelo Trevisani, Head of Digital Marketing da BRF e Professor de Inteligência de Marketing e Marketing Digital na HSM, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Perguntas chave
Um bom caminho para dar o primeiro passo no Marketing digital é investir em um site responsivo, com fácil navegabilidade e usabilidade, garantindo uma boa experiência com a marca no ambiente virtual. Para avaliar se o site está realmente tendo sucesso, é preciso responder perguntas como: quantos leads são convertidos em negócio? Quantos e-mails são respondidos? Qual conteúdo está sendo trabalhado? Como esse conteúdo está indexado na busca do Google?  Qual é a porta de entrada do site? Como conseguir maior engajamento do usuário? Os conteúdos estão sendo compartilhados? Que tipo de informação o usuário busca? Respondidas as perguntas, é hora de analisar e planejar.
Investir em um ambiente próprio seguro, como um site bem estruturado, que gere lead e mantenha uma navegação com visitas constantes, é a garantia de manter a presença da marca na internet, independente de outros canais que a empresa utilize. “O Facebook mudou as regras, e o alcance orgânico das postagens das companhias praticamente acabou. Hoje, a rede social se tornou mais uma plataforma de mídia, também social. É importante para gerar leads e tráfego, mas não é um ambiente controlável. Quem quer trabalhar nesta área precisa saber lidar com mudanças”, aconselha Trevisani, responsável pela estratégia global das marcas Sadia, Perdigão, Hot Pocket, Batavo, Elegê e Qualy.
O comodismo é uma palavra que passa longe do Marketing digital. A gestão das mídias deve ser sistêmica e holística, com um acompanhamento diário. Qualquer mudança pode gerar mais leads no site ou também derrubar a audiência. “O profissional de Marketing digital deve estar numa versão ‘always beta’. Sempre preparado para buscar novas possibilidades, fazer testes e entender a navegação do usuário. O novo profissional de marketing precisa gostar de números, ser flexível e ter determinação porque as coisas mudam. Determinar prazos também é muito importante”, defende Trevisani.
O primeiro passo
Para as empresas que ainda não têm presença no mundo digital, é fundamental estudar o mercado e conhecer a atuação dos concorrentes: quem está, onde está, o que está fazendo, por que e quais são os pontos de paridade e diferenciação que a marca consegue ter se entrar no ambiente virtual. Fazendo um levantamento minucioso, é possível traçar um plano de ação, levando-se em conta o que a marca tem de melhor. “A estratégia deve estar colada na diferenciação. Como eu posso melhorar essa jornada de experiência com o meu produto? Como eu trago um valor agregado à minha oferta e explico os benefícios que vou entregar?”, questiona o Head of Digital Marketing da BRF.
A marca tem que ter um diferencial no mundo digital, mas antes disso é preciso se destacar no mundo real. Grandes e médias empresas já perceberam a importância de trabalhar concomitantemente o marketing on e off-line, mas definir claramente os objetivos de cada canal contribui para encontrar as especificidades que farão a diferença no ambiente virtual. “Um bom trabalho de otimização via busca orgânica e via links patrocinados é um fator fundamental para a questão da atratividade. Hoje, a comunicação mudou, você busca as coisas, não fica esperando a marca aparecer na televisão”, comenta Trevisan.
As empresas devem estar preocupadas com as necessidades do seu público-alvo, os exemplos e os desejos que ele tem e a sua demanda. É preciso ir além da comunicação e analisar o comportamento dessas pessoas para trazer resultados. “Não adianta só estar presente, é preciso conversar com as pessoas na rede social, fazer com que esse canal sirva para captar percepções e melhorar os produtos, a entrega e o relacionamento. Ninguém conversa com marcas, mas com pessoas, e, por isso, a importância da personificação do discurso da companhia”.
Real time Marketing
Além de analisar as interações nas redes sociais, é fundamental agir rapidamente diante delas. Durante a Copa do Mundo, por exemplo, as companhias precisaram lidar com um novo comportamento do brasileiro, que passou a assistir à televisão com a segunda tela à mão, comentando em tempo real nas mídias digitais. A Sadia, uma das marcas gerenciadas por Trevisani, teve sucesso com a campanha “Joga Pra Mim”, que mostrava crianças que nunca haviam visto o Brasil ganhar um mundial fazendo o pedido aos atletas. Com pouco tempo de trabalho, a ação foi parar nos perfis de usuários, que compartilharam o conceito.
A marca conseguiu responder rapidamente a um dado novo quando Neymar se lesionou e não pode mais entrar em campo. O #jogapramim foi transformado em #jogapraele, também rapidamente abraçado pela torcida. “Criamos uma campanha, uma ação que se tornou viral. Conseguimos uma mídia espontânea muito agressiva, que capitalizou as nossas hashtags”, comemora Marcelo Trevisani.
A velocidade da atuação e a necessidade de monitoramento das mídias são fundamentais para as marcas que querem investir no real time Marketing. “Fomos muito rápidos para fazer isso, apesar de ser muito difícil trabalhar nessa velocidade, já que precisamos de ‘n’ aprovações, criar um planejamento ágil, ter um cerne, uma essência do que as pessoas estão falando e monitorar as redes sociais e entender as percepções das pessoas”, conclui o executivo.

INFOGRÁFICO: A FREQUÊNCIA “PERFEITA” PARA POSTAR NAS REDES SOCIAIS

10/11/2014, POR  15 COMENTÁRIOS

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qqqq 02 Infográfico: A Frequência Perfeita para Postar nas Redes Sociais
Quantas vezes postar nas redes sociais? Descubra a frequência “perfeita” para postar no Facebook, Twitter, Google+, Instagram e muito mais…
Sabe aquela comida que você adora? Então, imagina ter que comê-la todos os dias, em todas as refeições. Por mais que você ame determinado prato, uma hora você vai enjoar.
Não ficou convencido? Acha impossível enjoar do strogonoff da sua mãe ou de comida japonesa? Então pense naquela música que era ótima, mas tocou tantas vezes em tantos lugares possíveis, que acabou se tornando maçante.
O mesmo acontece com um planejamento digital. Por mais que você adore determinado assunto ou marca, se isso começa a aparecer demais na sua timeline, pesquisas e caixa de entrada, você simplesmente enjoa.
Desta forma, assim como comer aquele prato maravilhoso em uma ocasião especial faz dele ainda melhor, as marcas e geradores de conteúdo devem dosar sua frequência nas redes sociais.
Saber quantas vezes postar é a linha tênue entre ser chato e maçante ou relevante e memorável.
Veja o infográfico que o Viver de Blog preparou para você saber a frequência ótima para você postar nas redes sociais.
Você saberá as respostas para perguntas do dia-a-dia, como:
  • Com que frequência devo postar no blog?
  • Quantas vezes posso postar no Facebook?
  • Quantas vezes posso postar no Twitter
  • Quantas vezes posso postar no Instagram por dia?
Clique na imagem abaixo para baixar uma versão em alta qualidade desse infográfico:
vezes info 600px Infográfico: A Frequência Perfeita para Postar nas Redes Sociais

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mercado erótico e sensual se reinventa e deixa lições


Ainda envoltas em tabus e preconceitos, sex shops se reposicionam como boutiques e miram nas mulheres, que hoje já representam 70% do público. Marcas investem até em ações sociais

Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 04/11/2014

renata.leite@mundodomarketing.com.br

Luz neon, ambiente escuro e filmes pornográficos expostos nas estantes. Esses eram alguns dos elementos mais característicos das sex shops dos anos 1980 e 1990, mas que, hoje, estão cada vez mais distantes da realidade do setor erótico e sensual brasileiro. Dão lugar a eles, paredes brancas, comunicação visual clean e a preocupação em evitar que produtos mais explícitos permaneçam à vista e assustem a clientela. A mudança faz parte dos esforços dos empresários para levar casais e, especialmente, mulheres casadas para dentro de lojas e ao e-commerce, pessoas que até bem pouco tempo atrás não se enxergavam como clientes dessas empresas.
O público feminino já representa 70% dos compradores de sex shops físicas e virtuais, cujas vendas cresceram 20% em 2002, 15% em 2006, 18,5% em 2011 e 8% em 2013. Neste último ano, o incremento no faturamento ficou abaixo do que nos demais períodos, devido à ameaça de crise econômica, mas, ainda assim, acima do resultado de outros setores da economia. Mesmo com o longo período de crescimento contínuo, segundo pesquisa da fabricante de preservativos e itens eróticos Durex, apenas 17% dos brasileiros já adquiriram ou experimentaram um produto do setor, ante 22% das pessoas, quando se considera todo o mundo.
A última estratégia das empresas que atuam neste mercado, intensificada este ano, foi o investimento em ações de responsabilidade social. “Em outubro, vestimos as sex shops da Avenida Paulista, em São Paulo, de rosa, numa campanha pelo combate ao câncer de mama, e distribuímos dois mil informativos sobre a prevenção à doença. Também entregamos géis massageadores às mulheres, e o sorriso que vimos no rosto delas nos mostrou que já estão compreendendo a função de nossos produtos”, comemora Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), em entrevista ao Mundo do Marketing.
Retorno às raízes
Esse movimento de aproximação do público feminino representa um retorno às origens, já que a primeira sex shop foi inaugurada na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, por uma mulher que enxergava na atividade uma ferramenta de empoderamento das demais mulheres. A maioria delas não havia recebido uma educação sexual voltada para o prazer e a saúde, lacuna percebida por Beate Uhse, que havia sido privilegiada por uma educação não repressora conduzida por pais médicos. Após começar vendendo tabelinhas porta a porta, a ex-pilota de acrobacia aérea, então desempregada, ampliou seu portfólio e se tornou conselheira das moradoras do entorno.
Quando o modelo foi importado para os Estados Unidos, no início da década de 1970, entretanto, ganhou novos contornos. Os filmes pornográficos foram colocados à venda dentro dessas lojas, modificando o público que frequentava o ponto de venda. Os homens heterossexuais e, especialmente, os homoafetivos passaram a ser o principal público. “Estamos na terceira geração de empresários à frente do setor, que marca o retorno das mulheres para a condução dos empreendimentos. Essa mudança deu uma guinada nos negócios, que hoje buscam desconstruir os tabus e os preconceitos que estão entranhados na cultura brasileira”, relata Paula, que atua no setor há quase 15 anos.
A empresária começou sua trajetória na internet e pode ser considerada veterana, já que, entre os negócios online, 56% foram inaugurados há menos de dois anos e 76%, há menos de três anos. Entre os empresários do setor, 100% contam com lojas virtuais, 33% físicas e 29% atuam por meio de catálogos, segundo levantamento da Abeme. Além das ações sociais realizadas ao longo de 2014, a associação também aposta no público evangélico para incrementar o faturamento. Até o fim deste mês, a instituição lançará um e-book com instruções para a venda a essa parcela da população.
Venda para crentes
Entre os temas abordados nos capítulos estão “Deus e o sexo”, “a bíblia e o sexo” e “como atender a esse público”. Alguns pastores já apontam os produtos eróticos e sensuais como importantes ferramentas para a manutenção de casamentos, mas ainda existem muitas fiéis que vendem os itens às amigas de cultos de forma quase clandestina, temendo represálias da Igreja. Nas lojas, no entanto, as crentes se mostram mais abertas a informações e ofertas do que as católicas, que continuam mais envoltas em tabus.
Com a crescente demanda por informações sobre como vender para pessoas religiosas, a associação reuniu empresários do setor, clientes evangélicas e especialistas em educação sexual para desenvolverem o e-book. “O intuito é quebrar tabus, mostrar que o produto erótico tem o poder de unir, reconectar casais, inclusive aqueles que estão juntos dentro da fé. Os itens são importantes aliados das famílias”, ressalta Paula.
Essa necessidade de educação estimula a venda direta como um importante canal de compra de produtos do setor. A aquisição de itens costuma vir acompanhada de aconselhamentos e explicações de uso. Nesse contexto, nasceu a Sophie Boutique Sensual, há cerca de um ano e meio. A marca atua por meio do sistema de festas, encontros e reuniões realizados pelas consultoras, num modelo semelhante ao adotado inicialmente pela Tupperware. A ideia é que as mulheres se encontrem dentro de seu círculo de amizade, num ambiente em que se sentem seguras para conversar sobre suas intimidades.
Marca busca investidores para expandir
Atualmente, a empresa conta com 10 consultoras e busca investidores para poder ganhar capilaridade. “Eu e minha sócia fizemos 60 reuniões no primeiro ano para validar esse modelo. Passaram por nós mais de mil mulheres. Nosso objetivo não é apenas vender um produto, mas transformar a consciência delas sobre a sexualidade humana. Por isso, sempre levamos um conteúdo para ajudá-las a construir esse relacionamento com seu próprio corpo”, diz Christiane Marcello, Fundadora da Sophie Boutique Sensual, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A marca busca se distanciar ao máximo do conceito de sex shop, por este mercado ainda estar marginalizado, ancorado na pornografia, no chulo e no vulgar. Para se afastar dos atributos negativos e pejorativos, a companhia optou por se posicionar como boutique, assim como muitas empresas que atuam no setor. As atividades não se resumem às reuniões. Hoje, a Sophie Boutique Sensual conta com mais dois núcleos: um que vende serviços complementares, como palestras e rodas de leitura, e outro com foco na fabricação de produtos, como bijuterias para o corpo, acessórios, luvas e vendas.
O trabalho todo tem na educação um importante pilar. “Cerca de 99% das mulheres que chegam às reuniões nunca estiveram numa sex shop. Elas costumam manifestar o desejo de apimentar a relação. À medida que a mulher chega no núcleo de aconselhamento, acaba trazendo seus maridos. Aos poucos, estamos formando nossos primeiros grupos de homens”, conta Christiane, que ganhou experiência durante os cerca de 15 anos em que atuou como Executiva de empresas como Avon, Grupo Boticário e Jequiti.
Comunicação voltada para o romantismo
A maioria das novas companhias do setor já nasceu adotando a comunicação voltada para o amor e para os casais. Essa voz coesa vem gerando efeitos positivos na imagem do mercado perante a sociedade, embora a relação com o vulgar ainda seja comum na mente de muitos consumidores. A comunicação visual das lojas é muito importante para a mudança na concepção do público, e essa é uma das apostas da Doce Sensualidade. A boutique foca no romantismo e no amor em todas as peças no ponto de venda e no site.
A própria distribuição dos produtos na loja apresenta os clientes aos produtos de forma amena. A proposta é conquistar a confiança do consumidor pouco a pouco, até partir para entender as reais necessidades dele. A ideia é trabalhar como num relacionamento, começando pela sedução. A pessoa chega no ambiente claro, intimista, onde não há vibradores e próteses expostas. Os produtos são apresentados pouco a pouco, para que o cliente vá se despindo de inibições e preconceitos.
O mesmo conceito está sendo aplicado ao e-commerce que será lançado nos próximos dias. “O tabu é um dos fatores que mais distanciam o público-alvo de uma loja, e isso impõe alguns cuidados. Quando abri o ponto de venda, desenvolvi embalagens lindas e sacolas com o logotipo da empresa, mas os clientes não queriam usá-las, porque tinham vergonha. Hoje usamos bolsas pretas, sem nenhuma referência. Somos conhecidos como o país das mulheres mais sensuais, da bunda, do carnaval, mas quando montamos a empresa é que vimos como, na verdade, somos retrógrados em relação a sexualidade”, analisa Thais Plaza, Sócia da Doce Sensualidade, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Coca-Cola surpreende com mini quiosques



Com o objetivo de promover uma nova opção de embalagem mais econômica, as mini-latinhas, a Coca-cola surpreendeu com uma ação divertida e criativa, literalmente do tamanho certo do produto.

Um mini-quiosque foi instalado nas ruas de Berlim, na Alemanha, com uma mini-vending machine com as latinhas.

O conceito "São as pequenas coisas da vida que nos fazem felizes", criado pelaOgilvy & Mather, reforça a criativa ação que chamou a atenção dos pedestres.











O resultado foi um buzz enorme em torno do mini ponto de venda.

Confira a reação do público diante dessa ação genial: 









E vocês, comprariam as mini-latinhas, nem que fosse por curiosidade?