Empreendedores tem como desafio projetar receitas, despesas e investimentos, para descobrir os indicadores que dão pistas sobre um possível sucesso no futuro
Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 03/10/2014
renata.leite@mundodomarketing.com.br
Começar um negócio ou mesmo ampliar o portfólio de ofertas de uma empresa já existente é um desafio permeado de riscos. Geralmente, são os profissionais empreendedores – otimistas por natureza – que conseguem enxergar as oportunidades e sobrepô-las às ameaças. Mesmo eles, entretanto, não mergulham de cabeça na empreitada sem avaliar alguns indicadores, capazes de dar pistas a respeito da viabilidade do projeto. Ou ao menos não deveriam. É no papel, por meio de planilhas e muita matemática, que os caminhos mais promissores começam a se tornar claros.
O trabalho prévio se debruça sobre a confecção do Estudo de Viabilidade de Negócios, na qual é importante analisar as projeções de receitas, despesas e investimentos que o empreendimento ou o novo projeto terá em seus primeiros meses e anos. Nesse momento, ocorre uma avaliação dos recursos que estão disponíveis para se aplicar na infraestrutura, seja na locação de um ponto, na compra de máquinas ou na contratação de pessoas. Depois é preciso pensar nas despesas, sejam variáveis, relacionadas a matéria-prima e viagens, por exemplo, ou fixas. Há ainda o desafio de prever a receita para esse período inicial.
Os dados são conseguidos por meio de estudos do negócio e do mercado. “Se você não entende nada do negócio, vai ter muita dificuldade em projetá-lo. A principal e mais confiável fonte de informações advém de benchmark, de uma empresa que atue no mesmo setor. Um cliente queria abrir uma cafeteria num ponto e precisava estimar a receita. Ele se sentou na cafeteria que já funcionava no local e passou uma semana toda lá, o dia inteiro, para fazer a análise. Descobriu que conseguiria vender cerca de R$ 10 mil por dia e viu, na prática, como funcionava aquele ponto onde ele ia abrir o negócio dele”, conta Rafael Avila, Sócio-Diretor da Luz Planilhas Empresariais, em entrevista à TV Mundo do Marketing.
Busca de dados no mercado
Nem todos, entretanto, tem essa sorte de poder estar in loco colhendo informações tão precisas. Há uma segunda forma de buscar dados, embora ela gere um pouco mais de incertezas. Nesse caso, o empreendedor avalia os valores praticados pelo mercado como um todo por produto ou serviço oferecido e estima qual a entrega prevista em seu futuro negócio. Assim, é possível fazer uma projeção do faturamento.
Nem todos, entretanto, tem essa sorte de poder estar in loco colhendo informações tão precisas. Há uma segunda forma de buscar dados, embora ela gere um pouco mais de incertezas. Nesse caso, o empreendedor avalia os valores praticados pelo mercado como um todo por produto ou serviço oferecido e estima qual a entrega prevista em seu futuro negócio. Assim, é possível fazer uma projeção do faturamento.
O terceiro caminho e mais arriscado de todos é baseado principalmente no “achômetro”. O empresário se baseia em seu próprio feeling, sem informações reais, sobre quanto deve vender e a que preço. “A projeção de receita é uma das mais complicadas de fazer porque exige ser realista. Os empreendedores são muito otimistas em relação ao negócio”, recomenda Avila.
As estimativas de receita, despesas e investimentos devem ser plotadas no tempo dentro de um período de até três anos, para garantir maior assertividade. Quando os investimentos são grandes, é possível estender esses prazos para cinco, 10, 20 e até 30 anos, mas ganhando complexidade e incerteza nas projeções. Quando esses dados são jogados numa planilha de Estudo de Viabilidade de Negócios, o empreendedor passa a contar com três importantes indicadores: Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback.
Indicadores importantes
O primeiro deles trata dos valores futuros da receita prevista trazidas para o presente, calculados considerando uma taxa de custo de capital. Já a Taxa Interna de Retorno é uma fórmula matemático-financeira para calcular o retorno do investimento, enquanto o Payback trata do tempo necessário para que o lucro acumulado alcance o valor do investimento inicial necessário à abertura do negócio. Não se pode confiar de olhos fechados nesses números, mas eles são importantes pistas de que a empresa pode dar certo.
O primeiro deles trata dos valores futuros da receita prevista trazidas para o presente, calculados considerando uma taxa de custo de capital. Já a Taxa Interna de Retorno é uma fórmula matemático-financeira para calcular o retorno do investimento, enquanto o Payback trata do tempo necessário para que o lucro acumulado alcance o valor do investimento inicial necessário à abertura do negócio. Não se pode confiar de olhos fechados nesses números, mas eles são importantes pistas de que a empresa pode dar certo.
O passo seguinte é realizar análises de diferentes cenários, a partir destes indicadores. “É preciso pensar como o negócio em caso de tivesse “sorte” ou “azar”. Entre aspas porque sabemos que depende da conjuntura, como o profissional faz, se ele tem conhecimento de gestão. O empreendedor costuma ser muito otimista com o negócio. Por isso, sugerimos a previsão nesses dois cenários. É bem possível que o pessimista seja, na verdade, o realista”, afirma Avila.
Há ainda a orientação de que o estudo e a ideia do empreendimento sejam compartilhados com outras pessoas. Os profissionais que trabalham no mesmo segmento de negócio ainda poderão passar informações cruciais sobre o panorama econômico, se as empresas estão crescendo, se estão vendendo bem ou ainda passando por um momento de dificuldade. O medo não deve impedir esse tipo de troca, que tende a ser muito rica.
Último passo: empreender
A partir daí, é tirar a concepção do papel e partir para a prática. “Para dar um passo além, precisa empreender. O Estudo de Viabilidade é só uma planilha, na qual você colocou seus planos. O papel aceita tudo. Em seguida, esse documento servirá de apoio para o planejamento financeiro e o de gestão. Nos próximos meses e anos, ocorrerá um acompanhamento do real e do orçado. Assim, você poderá ver se está sendo mais bem sucedido, se está num caminho bom ou se tem que rever estratégias”, acrescenta o Sócio-Diretor da Luz Planilhas Empresariais.
A partir daí, é tirar a concepção do papel e partir para a prática. “Para dar um passo além, precisa empreender. O Estudo de Viabilidade é só uma planilha, na qual você colocou seus planos. O papel aceita tudo. Em seguida, esse documento servirá de apoio para o planejamento financeiro e o de gestão. Nos próximos meses e anos, ocorrerá um acompanhamento do real e do orçado. Assim, você poderá ver se está sendo mais bem sucedido, se está num caminho bom ou se tem que rever estratégias”, acrescenta o Sócio-Diretor da Luz Planilhas Empresariais.
A concretização dos planos que estão no papel não depende apenas de cálculos bem feitos, mas também das estratégias de Marketing previstas. São elas, muitas vezes, que precisam ser revistas caso o real e o orçado não estejam de acordo. “Não pode ter uma lista de coisas que pretende fazer sem uma análise profunda se isso é possível. É fundamental ter uma estratégia para chegar a esses resultados, como a projeção de receita. Pensar se vai ter uma equipe de vendas, investir em Marketing digital, em Marketing de conteúdo ou se vai criar um blog para as pessoas acessarem organicamente”, complementa Avila.
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Assista ao hangout completo com Rafael Avila, Sócio-Diretor da Luz Planilhas Empresariais, em entrevista à TV Mundo do Marketing.