Como qualquer processo
multidisciplinar complexo, o Endomarketing possui premissas constantes e
imutáveis que o fundamentam, independente do tamanho, perfil, ou área de
actuação que uma organização possa ter
O Endomarketing não é nenhuma novidade no mundo
empresarial. Muito já foi falado sobre ele. E muito já foi feito sob o seu
nome, de bom e de ruim. Mas este processo de gestão existe, e está presente em
muitas das organizações de sucesso. Mais quais são realmente as suas premissas,
conceitos, parâmetros, enfim, as regras que ditam a sua actuação?
Como qualquer processo multidisciplinar complexo, o Endomarketing possui
premissas constantes e imutáveis que o fundamentam, independente do tamanho,
perfil, ou área de atuação que uma organização possa ter. Após anos de
investigação e atuação o prática, foram elaboradas as 25 Leis do Endomarketing,
que de forma direta e clara, apresentam e consolidam conceitos, desmistificam
visões, e acima de tudo, facilitam a compreensão sobre este tema cada vez mais
presente em nossas empresas.
1. Lei do Diferencial Humano: As pessoas são a base de tudo. Saiba que não
importa qual o valor que pretende agregar ao seu negócio, sempre serão as
pessoas que o farão tornar-se realidade perante o seu cliente, quer seja de
forma direta ou indireta. Aceite isso e aprenda a utilizar toda essa força de
trabalho ao seu favor.
2. Lei da Tomada de Decisão: As pessoas são contratadas para tomarem decisões
em seu quotidiano de trabalho. Da mais simples função operacional até o mais
alto executivo, todos estão sempre a tomar decisões que estão interligadas
entre si e influenciam no seu negócio como um todo.
3. Lei do Sentido: As pessoas precisam compreender o sentido daquilo que estão
envolvidas para poderem dar mais de si. E no mundo do trabalho isso ainda é
mais latente. Sem perceberem a razão ( o lado pragmático) e a emoção (o lado
subjetivo) do que estão fazendo em seu quotidiano de trabalho, para além de
entenderem a sua conexão prática e a sua posição no conjunto estrutural de sua
empresa, jamais poderão dar tudo de si.
4. Lei do Reflexo: Simples assim: a qualidade da relação da empresa com o seu
mercado é um reflexo directo do relacionamento que ela tem com os seus
colaboradores. Tanto melhor for esta relação, mais respaldo competitivo e
legitimidade a organização terá em seu campo de actuação.
5. Lei do Desempenho Esperado: Quanto menos a empresa oferece em troca do
trabalho (e aqui não falamos apenas de dinheiro), maior será a diferença entre
o desempenho que ela espera e o desempenho que efetivamente recebe do
colaborador, pois a percepção deste quanto aquilo que provém da empresa tende,
na média (colectiva) e no longo prazo, a se configurar em injustiça quanto à
sua recompensa.
6. Lei da Motivação: A motivação é um bem exclusivo do indivíduo e que não está
de maneira alguma sob o controle da empresa. Uma vez que não pode ser
espontaneamente gerada ou atribuída somente à realização no trabalho, a
motivação pode apenas ser estimulada por uma série de fatores específicos que
irão aumentar a percepção do colaborador acerca do que o motiva no trabalho.
7. Lei do Composto de Endomarketing: Endomarketing não é o mesmo que
Comunicação Interna. É um processo gerencial, cíclico e continuado, formado por
um composto de quatro variáveis: a Empresa (o que entregamos aos
colaboradores), o Ambiente (tangível e intangível), o Trabalho (a moeda de
troca do colaborador), e por fim a Comunicação.
8. Lei da Escada Limpa: Em uma organização o Endomarketing sempre deve começar
de cima para baixo: se o corpo diretivo não comprar a idéia, nada irá mudar.
Tente limpar uma escada começando pelo degrau mais abaixo e perceberá que nunca
sairá do mesmo lugar. O mesmo ocorre em uma empresa: procure implantar qualquer
iniciativa em sua empresa sem o apoio das chefias ou de sua directoria e
perceberá que dificilmente conseguirá alcançar resultados satisfatórios.
9. Lei do Fluxo de Benefícios: A percepção da empresa ante o seu colaborador é
o fruto do conjunto dos factores entregues em troca de seu trabalho, e que é
dado por um fluxo de benefícios específico, que resultará num valor percebido
da organização. O fluxo de benefícios engloba desde a a remuneração financeira
fixa e variável, passando pelos benefícios tradicionais, até itns como acesso a
desafios, responsabilidade social, status, entre tantos outros possíveis. Este
fluxo determinará a solidez e o senso de justiça do colaborador para com a
empresa.
10. Lei do Ambiente: Todas as trocas entre colaborador e empresa ocorrem dentro
de um ambiente, formado por uma parte tangível (as repartições, móveis,
equipamentos, etc.) e outra intangível (cultura e clima organizacional).
Controlar este ambiente em suas duas variáveis e saber torná-lo um fator
motivacional, é um espaço de atuação que deve ser ocupado pela sua empresa.
11. Lei do Trabalho: Quanto maior for o valor percebido
pelo colaborador em relação ao Fluxo de Benefícios da empresa, maior será o seu
desempenho em troca. O trabalho é o valor “pago” pelo indivíduo por aquilo que
recebe da empresa, e cabe a esta saber claramente o que espera das pessoas a
partir daquilo que oferece, e isso deve ser transparente às pessoas.
12. Lei da Constante da Comunicação: Mesmo que a empresa não possua formalmente
um processo de comunicação interna, ela sempre irá existir e ser praticada
pelos seus colaboradores por meio de canais informais, a famosa “rádio
corredor” ou “rede boato”. A empresa que não pratica a comunicação interna está
apenas deixando de participar de um processo que irá ocorrer da mesma maneira,
mas sem o controle ou a direção favoráveis.
13. Lei da Gestão do Endomarketing: O endomarketing é um processo gerencial,
cíclico, contínuo, e baseado em ferramentas multidisciplinares de ativação, com
o objetivo de promover a motivação das pessoas com o seu trabalho e garantir o
seu compromisso com os objetivos estratégicos, contribuindo assim à obtenção de
melhores resultados a partir de desempenhos superiores.
14. Lei do Discurso Contraditório: A variação de desempenho de um colaborador é
o resultado direto da diferença entre o volume de comunicação que orienta a sua
tomada de decisão, normalmente gerada pela empresa, e o volume de comunicação
contraditória, que na maioria das vezes é gerada pela sua chefia direta.
15. Lei dos Pontos de Pressão: Numa organização sempre existem duas
concentrações de público interno que funcionam como grandes pontos de pressão
positiva e negativa, diametralmente opostos, e que agem sobre a massa de
pessoas em geral. Identificar estes públicos e promover o controle positivo
sobre ambos é um espaço de atuação que deve ser ocupado pela empresa.
16. Lei dos Cenários de Representação: As pessoas tendem a resumir a empresa e
o seu universo de existência e relações com base apenas nos cenários onde atuam.
Os colaboradores que trabalham em um setor desorganizado vêem toda a sua
empresa em estado de desordem geral. Cabe a empresa perceber estes cenários e atuar
sobre eles, o que reduz custos e otimiza investimentos.
17. Lei das Fases de Implantação: Todo processo de endomarketing deve respeitar
quatro fases distintas de implantação, e que estão determinadas de acordo com a
capacidade dos colaboradores de cada empresa em assimilarem os conceitos (Fase
do Despertar), sairem de suas zonas de conforto (Fase do Envolver), e partirem
para a ação (Fase do Construir) em busca de metas elevadas (Fase do Superar).
18. Lei do Discurso Único: Toda empresa deve ter apenas um discurso a ser
comunicado aos seus colaboradores, forte o bastante para se manter vivo ao
longo do tempo, e com volume de conteúdo capaz de permitir desdobramentos e
co-relações com os demais temas que permeiam a organização.
19. Lei da Capacidade dos Canais Internos: O número de canais existentes e de
diferentes formatos em uma empresa não está diretamente relacionado a qualidade
da comunicação interna da organização. Cada canal interno de comunicação possui
uma capacidade limitada e específica de gerar relevância, transmitir
informações e promover conteúdos, devendo a empresa perceber a sua demanda
ideal de canais.
20. Lei dos Tipos de Conteúdos Editoriais: o conteúdo presente em um canal
interno de comunicação sempre deverá possuir pelo menos um dos quatro tipos de
linha editorial interna (Estratégica, Informativa, de Serviço, Humana), ou
ainda a combinação entre elas de forma a complementarem-se e favorecerem a
relevância do canal de comunicação.
21. Lei da Estética e do Discurso: A estética e o discurso praticados pela
comunicação interna devem estar alinhados para o público interno ao qual se
destinam, e não para a instituição e a forma como esta e seus produtos se
reportam externamente. A excepção a esta Lei está nas áreas comerciais que
tendem a reproduzir os padrões e estilos dos clientes com os quais
relacionam-se.
22. Lei do Referencial Externo: As pessoas trazem de fora da empresa os seus
referenciais de boa comunicação, e baseiam-se em suas experiências com as
mídias externas para relacionarem-se com os canais internos da organização. A
empresa, quando utilizar de canais e ações internas que possuem análogos
externos, deve seguir o formato já consagrado e consolidado pla comunicação
social.
23. Lei da Segmentação Interna: Uma única estratégia de endomarketing e
comunicação interna não é capaz de atingir plenamente a todas as pessoas de uma
organização. Cada empresa possui um número próprio de segmentos de público que
devem receber a mesma mensagem que o restante da organização, mas através de
estratégias específicas de activação, quer na sua forma, estética ou discurso.
24. Lei do Retorno: O aumento do desejo dos colaboradores em possuir meios de
dar retorno a empresa é diretamente proporcional ao volume de comunicação
interna praticada pela organização. Deve a empresa prever este cenário
inevitável, estando preparada para gerar um canal interno de comunicação
específico para tal, e principalmente possuir lideranças formados para o momento.
25. Lei da Oralidade: As pessoas preferem à comunicação oral e esperam isso de
seus lideres diretos. A evolução eficiente de um programa de endomarketing está
presente na diminuição gradual de material impresso ou que utilize de outros
meios de comunicação que não sejam a oralidade, em especial a praticada por
multiplicadores legitimados ou líderes directos