quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O professor e as evoluções tecnológicas no ensino presencial

Por Marcos Morita


O recente episódio entre o promotor e professor de direito e sua aluna, onde o mesmo decretou voz de prisão à estudante por declarar ter dificuldades com seu método de ensino, traz a tona as mudanças ocorridas no processo de ensino e aprendizagem nas últimas décadas.




Como membro da meia idade, nascido no final dos anos sessenta, fui educado em uma época com poucas informações, as quais eram obtidas através dos poucos jornais televisivos e da mídia impressa. Entre assistir a televisão e jogar bola, a segunda opção era sempre a preferida. Até por estas escolhas, éramos ingênuos, inocentes e pouco informados sobre o que se passava ao nosso redor, o qual se limitava ao perímetro da rua ou da vizinhança.



Hoje tudo mudou. Com um ano e meio ou dois, a criança já se inicia no mundo tecnológico através dos controles remotos da televisão, vídeo e TV a cabo, tendo a sua disposição dezenas de canais infantis, em qualquer tempo. Aos seis ou sete já dominam diversas tecnologias, em alguns casos ensinando seus pais ou avós, nascidos na época da amarelinha. Crescem com o mundo na ponta dos dedos, fazendo amigos em redes sociais, conversando em chats e enviando mensagens via SMS. Não hesitam em escolher o computador à rua ou à bicicleta.



Neste novo cenário o professor tem um novo papel, não menos relevante, porém totalmente diferente. Comentarei neste sentido sobre a universidade, na qual milito a algum tempo, encontrando dificuldades e momentos de tensão de parte a parte. Neste sentido, apresentarei alguns dilemas hoje vividos.



O professor deixa de ser a autoridade em sala de aula, uma vez que não é mais o detentor único das informações. Imagine que tarefa maçante ao aluno, decorar ou copiar a definição de um conceito, quando ele pode ser encontrado no doutor Google, segmentado por autores, épocas ou escolas. Entra em cena o trabalho conjunto, no qual professor e aluno trabalham em sua construção, através de metodologias como a geração de ideias ou brainstorming, mesclando com exemplos sua aplicação em casos práticos.



O que dizer então de uma aula expositiva de noventa minutos. Nem o mais compenetrado dos alunos será capaz de permanecer atento após o final do primeiro tempo. Tente lembrar-se de todos os lances da partida de seu time do coração. Esta tarefa se torna ainda mais impossível a uma geração que está habituada a fazer diversas atividades ao mesmo tempo. Incentivar a participação dos alunos, solicitando que compartilhem suas experiências faz com que consigam fazer a ponte entre teoria e prática. Faço, porém, uma observação. A troca necessita ser verdadeira, respeitando eventuais diferenças de janela, ajudando o aluno a construir sobre sua experiência.



Outra grande barreira entre as gerações está nos canais de transmissão das informações. Há ainda muitos professores que têm antipatia às novas ferramentas disponibilizadas pela web e as universidades, tais como portais online, nos quais há a possibilidade de postagem de trabalhos, criação de grupos de discussão, conteúdos interativos, só para citar algumas aplicações.



Nada contra o método tradicional dos trabalhos em folha de caderno, porém não aproveitar os recursos hoje disponíveis pode sugerir aos alunos uma postura ultrapassada e conservadora. Por fim, o conhecimento compartimentado é outra grande dificuldade de professores e alunos. Aprendemos desde a mais tenra idade a estudar as matérias separadamente. História, Geografia, Química, Biologia, Matemática e Português. Ao ingressar na universidade - aqui farei comentários sobre o curso de administração de empresas - o aluno ainda precisa virar a chave entre as aulas: recursos humanos, finanças, marketing, produção.



Não obstante algumas iniciativas para a criação de matérias interdisciplinares, o conhecimento é ainda em grande parte colocado em caixas. Há alguns programas de graduação e pós-graduação na área de negócios que tem utilizado com sucesso, simuladores de treinamento, através dos quais os alunos conseguem ter uma visão integrada do negócio, tomando decisões como se estivessem atuando na vida real, fazendo a ligação entre as diversas disciplinas.



Enfim, estamos em uma nova era com alunos a ela pertencentes. Fazer com que consigam manter o interesse e a motivação na sala de aula é tarefa exclusiva das escolas e principalmente dos professores, os quais precisam estar constantemente aprendendo novas técnicas e métodos de ensino. Aliás, este é um dos desafios mais interessantes e motivadores da carreira de professor, os quais têm o privilégio de poder inovar a cada aula, a cada interação, a cada curso. Como mestres, temos o papel de influenciar, conduzir e motivar. Neste cenário, discussões são possíveis e incentivadas, ou pelo menos deveriam.

Você está preparado para montar um negócio?

Natasha Hazan, coordenadora regional da Endeavor RJ, revela alguns pontos importantes que todo empreendedor deve estar atento.

Abrir o próprio negócio faz parte do sonho de milhares de brasileiros. A maioria, porém, trava na hora de dar os primeiros passos pelas dificuldades encontradas no caminho. Como forma de colaborar com essa situação, o Portal Administradores está realizando uma série de entrevistas com especialistas e empreendedores de sucesso para auxiliá-lo na construção do seu negócio.


Nessa semana, confira um bate papo feito com Natasha Hazan, coordenadora do Instituto Empreender Endeavor no Rio de Janeiro. Natasha explica o melhor caminho para avaliar um potencial negócio, as características marcantes nos empreendedores de alto impacto e dúvidas comuns quando a assunto é abrir uma empresa. Confira abaixo:



Quais são as características predominantes nos empreendedores de sucesso?

Na Endeavor, acreditamos no empreendedor de alto impacto. Esses empreendedores têm algumas características:

- Sonham grande: eles têm ambição e capacidade de enxergar longe;

- Tem brilho no olho: eles têm paixão pelo que fazem, e por isso fazem cada vez mais e melhor;

- Inovam: sabem que não adianta fazer igual ao concorrente para ter diferenciais;

- Botam pra fazer: eles têm capacidade de executar com excelência;

- São éticos: trabalham com transparência, gestão e profissionalismo.



O dinheiro deve ser o objetivo do empreendedor ou a consequência de realizar o que realmente gosta?

O objetivo de um empreendedor de alto impacto é revolucionar indústrias e o meio no qual atuam. Eles querem crescer para gerar renda, oportunidades e postos de trabalho. Esses empreendedores proporcionam mobilidade social. E o melhor de tudo: inspiram as próximas gerações de empreendedores de alto impacto e, por conseguinte, desenvolvem a economia do país. Sem dúvida o dinheiro é uma consequência de realizar o que realmente gosta de fazer, e também querer ser exemplo para o mercado.


"Avaliar o potencial de determinada oportunidade é uma das principais etapas para um empreendedor"


Quais são os mercados de maior potencial no país para abrir um negócio?

Empreendedores, quando olham apenas setores mais aquecidos, podem estar avaliando mal as oportunidades. Nem sempre um setor super aquecido é aquele onde existem as reais oportunidades para um determinado empreendedor. Cabe ao empreendedor encontrar oportunidades em função não apenas do mercado, mas de seus conhecimentos e paixões pessoais.



Existe algum roteiro (caminho) para as pessoas avaliarem o potencial de uma oportunidade?

Avaliar o potencial de determinada oportunidade é uma das principais etapas para um empreendedor. Um bom filtro é conseguir responder quatro perguntinhas básicas:

a. O negócio resolve um problema ou vai ao encontro de necessidades da sociedade?

b. O benefício que o negócio gera é diferenciado o suficiente para que garanta ao empreendedor vantagens na competição com outros?

c. Existe um número de pessoas / clientes em quantidade suficiente para investir neste negócio?

d. Esta oportunidade parece ser lucrativa ou os retornos são baixos demais?



Quais são as principais instituições e órgãos que oferecem apoio e financiam as empresas?

Hoje, cada vez mais, várias organizações e órgãos estão apoiando o empreendedorismo. Na Endeavor, os empreendedores contam com a consultoria de grandes empresários do setor em que atuam. Somos uma organização sem fins lucrativos que ajuda na capacitação de empreendedores para que eles sejam exemplo à próxima geração de empreendedores. Para as empresas que não se encaixam no perfil que procuramos, oferecemos gratuitamente um portal de empreendedorismo no qual é possível encontrar uma videoteca com workshops, E-Talks, blog, revista, artigos e calendário de eventos.



As incubadoras também fazem um trabalho espetacular para ajudar empresas iniciantes e elas podem ajudar bastante o começo de um negócio. O mercado também está pipocando com as aceleradoras, que são empresas que aceleram o crescimento de startups e os apresentam para investidores no mercado. Não podemos esquecer o SEBRAE, uma entidade privada e de interesse público que apóia a abertura e expansão dos pequenos negócios e transforma a vida de milhões de pessoas por meio do empreendedorismo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quem nunca deve investir na bolsa

Sobe-e-desce dos últimos dias deixou claro que o mercado acionário não é indicado para qualquer tipo de investidor.
João Sandrini, de

São Paulo – A chacoalhada das bolsas mundiais nas últimas duas semanas gerou enormes prejuízos para muita gente, mas também pode ter um efeito educativo benéfico. Umas das lições a serem aprendidas é que o mercado acionário não é indicado para qualquer tipo de investidor. Como os problemas na Europa continuam a existir e ainda parecem longe de ser resolvidos, são grandes as possibilidades de que as bolsas voltem a apresentar um comportamento bipolar nos próximos meses. A seguir, EXAME.com mostra sete tipos de pessoas que não deveriam investir em ações em um cenário turvo como o atual:

1 – O homem de negócios

Se há algo no mundo mais arriscado do que a bolsa é abrir o próprio negócio. Segundo números do Sebrae, 58% das empresas brasileiras fecham as portas antes de completar cinco anos de vida. Quem já administra o próprio negócio deveria, portanto, ser mais conservador na hora de investir o dinheiro que sobra. Pequenos ganhos constantes e liquidez diária devem ser duas características da aplicação escolhida. Até porque é impossível prever quando será necessário resgatar a aplicação e usar as reservas para garantir que o bem mais valioso – a própria empresa - atravesse um momento de dificuldades.

2 – O cardíaco

Pessoas com problemas cardíacos, nervosas, insones e deprimidas não devem assumir riscos elevados no mercado acionário. Perdas que chegam a alcançar 8% em um único dia devem ter tirado o sono de muita gente que exagerou na dose com a bolsa. Na Coreia do Sul, um corretor da bolsa de Seul chegou a se atirar de um edifício e morreu após amargar pesadas perdas. É por isso que somente pessoas psicologicamente equilibradas e que passaram com louvor por um check-up do coração devem aplicar a maior parte do patrimônio em bolsa.

3 – O conservador

Outro investidor que deve respeitar seus limites é o conservador. Se você não admite ficar mais pobre de um dia para o outro, é provável que não resista e decida sacar os recursos aplicados em bolsa bem no meio do olho do furacão. Quem resgatou o dinheiro na semana passada bem quando o Ibovespa chegou a 47.000 pontos provavelmente perdeu um bom dinheiro agora que o índice voltou para os 53.000 pontos. Segundo o megainvestidor Warren Buffett, é justamente no momento em que a bolsa enfrenta as maiores turbulências que surgem as melhores oportunidades de compra. Portanto, se você é conservador, invista na conservadora renda fixa.

4 - O endividado

Se essa regra for seguida à risca, boa parte dos brasileiros nunca vai investir na bolsa. O problema de ter compromissos financeiros a honrar e comprar ações é que o investidor nunca sabe se vai ganhar ou perder dinheiro no pregão de amanhã. Com os juros altíssimos cobrados para pessoas físicas pelos bancos, faz muito mais sentido usar o dinheiro para pagar as dívidas e se livrar desses encargos financeiros. Afinal, linhas de crédito como o cartão de crédito ou o cheque especial chegam a cobrar juros de 10% ao mês. Com a bolsa há meses em tendência de baixa, qual é a probabilidade de que o investidor comprará ações que rendam mais do que isso?

5 – O consumista

A mesma regra vale para quem não está endividado, mas tem uma lista de gastos a serem realizados em breve. Se você planeja comprar um carro ou um imóvel, oferecer uma grande festa de casamento aos amigos ou realizar a viagem dos sonhos nos próximos seis a doze meses, pode não ser a hora certa de entrar na bolsa. O melhor a fazer é colocar o dinheiro que vai custear esses planos em alguma aplicação de renda fixa que pague algo próximo a 12,5% ao ano. O risco de perder dinheiro no curtíssimo prazo é praticamente nulo. Já na bolsa, com a possibilidade cada vez maior de recessão nos Estados Unidos e na Europa, o investidor que tem grandes compras planejadas para os próximos meses poderá ser obrigado a vender ações no pior momento e embolsar o prejuízo. Já para quem pode esperar três anos para resgatar o dinheiro, especialistas afirmam que pode ser um excelente momento para comprar ações com preços atrativos (veja as ações mais baratas da bolsa).

6 – O idoso

Pessoas que estão prestes a se aposentar ou já pararam de trabalhar devem ser bastante cautelosas quando o assunto é bolsa. Algumas vezes as bolsas passam por períodos de fortes correções que são imediatamente seguidos por rápidas recuperações. Por outro lado, há quedas que nunca mais são recuperadas. O índice Nasdaq, da bolsa eletrônica americana, por exemplo, não chega hoje à metade da pontuação atingida há cerca de 12 anos, antes do estouro da bolha das empresas pontocom. No Brasil, as ações da Petrobras valem cerca da metade do que já chegaram a valer na época das grandes descobertas do pré-sal. Alguém já em idade avançada, portanto, pode não ter tempo de recuperar eventuais perdas na bolsa (clique aqui e leia mais).

7 – O apostador

Na bolsa de valores, costuma ganhar mais dinheiro quem possui mais informação e tem experiência ou competência para tomar decisões de acordo com o cenário que se apresenta. Na hora em que o pânico toma conta das pessoas, ganha quem corre primeiro, e vice-versa. É por esse motivo que especialistas só recomendam a bolsa para pessoas físicas e leigos quando o horizonte de investimentos é de longuíssimo prazo. Se você ainda acha que a bolsa pode ser cassino, aqui vai um alerta: ir para Las Vegas pode implicar em perdas menores, além de ser bem mais divertido.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pesquisa mostra a relação da Geração Z com a internet

Consumidores entre 12 e 19 anos são os que mais produzem e disseminam conteúdo na web.


Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing
25/08/2011

sylvia@mundodomarketing.com.br



A geração Z é a principal produtora e disseminadora de conteúdo na internet. Os jovens entre 12 e 19 anos estão cada vez mais conectados e provam de uma vez por todas que é para o ambiente online que as marcas devem voltar sua atenção. De acordo com uma pesquisa realizada pela Quest Inteligência de Mercado, 79% dos internautas da geração Z são agentes de mudanças que criam e compartilham informações como vídeos, textos e músicas na web.

Nos indivíduos Y, de 20 a 31 anos, o percentual é de 71%, enquanto na geração X, que compreende pessoas entre 32 e 51 anos, apenas 48% têm o costume de promover conteúdo online. Os números mostram o enorme potencial da internet e, principalmente, das redes sociais como canais de comunicação e conexão entre marcas e consumidores. A realidade, no entanto, apresenta um grande desafio para as empresas que precisam ser cada vez mais transparentes e inovadoras para se destacarem no meio da multidão.

A boa notícia é que o meio digital é democrático e abre espaço para empresas dos mais diversos portes, assim como os consumidores Z, que estão dispostos a experimentar e dar uma chance para as novas marcas. “A geração Z é mais voltada às novidades e à diferenciação no que de consome. É também menos preocupada com dinheiro, ao contrário da X. Então acaba propensa a comprar por impulso”, explica Luís César Périssé, Sócio-Diretor da Quest Inteligência de Mercado e coordenador da pesquisa em entrevista ao Mundo do Marketing.

Mobilidade maior entre os jovens

Engana-se quem pensa que os consumidores Z ainda não estão inseridos no mercado consumidor. Além de serem influenciadores de compra, mesmo com menos de 20 anos, 1/3 dos jovens já trabalha e tem, em média, um rendimento mensal de R$ 820,00. Para se aproximar deste público, mais uma vez, as redes sociais aparecem como um importante canal de relacionamento.

De acordo com o estudo, que entrevistou 600 pessoas em São Paulo, com idades de 14 a 51 anos, 99% dos internautas da geração Z estão nas redes sociais, sendo 94% no Orkut, e mantendo, em média, 2,4 perfis nos sites. Mas a tendência é que as marcas ultrapassem a barreira dos desktops e notebooks e sejam ainda mais móveis para alcançar estes consumidores.

O levantamento da Quest constatou que os jovens entre 12 e 19 anos estão migrando do computador para os dispositivos mobile e usam cada vez mais as funcionalidades do celular para entretenimento, como música, jogos, fotos e TV, além de interação social, por meio de SMS, MSN, torpedos e e-mails.

“A geração Z, embora tenha penetração de celular menor, com 75% contra 85% da X e 86% da Y, utiliza com mais frequência os recursos disponíveis. Enquanto apenas 9% dos consumidores X leem e-mail no celular, esse índice sobe para 25% na geração Z, que também assiste mais TV, com 15% contra 2% da X”, conta Périssé.

Geração Z quer novidades

Assim como as outras gerações, a Z vem aumentando sua participação no e-commerce e dá preferência para celulares, material de informática e som na hora de consumir. Para escolher, novidade e diferenciação têm um grau de importância de 6,5 em uma escala de 0 a 10 para os consumidores mais jovens, enquanto na geração Y o número é de 5,6 e na Z, 4,7. A compra por impulso também é mais forte neste grupo, com um índice de 4,9, contra 4,6 e 3,5, respectivamente de Y e X.

A vontade de economizar, no entanto, aparece com mais frequência nos consumidores de 32 a 51 anos, enquanto os jovens de 20 a 31 anos mostram-se mais interessados em fazer pesquisas na internet antes de comprar. Comparada às outras gerações, a Z também é a mais disposta a adquirir roupas que estão na moda, produtos luxuosos e novidades tecnológicas. Apesar de dar preferência a itens de marca e escolher um produto para se tornar diferente dos outros, os consumidores Z aparecem como os mais propensos a experimentar um lançamento.

Novos hábitos

O levantamento indicou ainda que apenas 5% dos jovens da geração Z fumam, enquanto nas gerações Y e X os resultados sobem para 17% e 18%, respectivamente. Os mais jovens também são vaidosos. Sessenta por cento usam produtos de beleza para rosto e corpo, ante 54% dos Y e 51% dos X. Os nativos da Z, no entanto, são os que menos cultivam o hábito da leitura. Apenas 41% afirmaram ler livros, jornais e revistas, contra 53% da Y e 55% da X.

“A geração Z está lendo muito mais na internet do que nos próprios livros, mas uma coisa que nos preocupa como tendência comportamental é o fato de que eles se aprofundam muito pouco sobre os assuntos. O grau de conhecimento é menor do que o das gerações anteriores. O desafio para as próprias empresas é se adaptar a esses futuros profissionais”, ressalta o Sócio-Diretor da Quest.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Magazine Luiza cria venda direta pelas redes sociais

Rede aposta no social commerce. Usuários poderão comercializar produtos da empresa no Facebook e Orkut.


Por Bruno Mello, do Mundo do Marketing
22/08/2011




O Magazine Luiza promete revolucionar o varejo com o lançamento de uma venda direta pelas redes sociais, o clique a clique. Em um projeto inédito no Brasil, a empresa criou um novo canal de vendas em que qualquer pessoa poderá criar sua vitrine no Facebook e no Orkut com produtos da loja virtual da rede e vender a seus amigos. Chamado de Magazine Você, a novidade é uma aposta no social commerce.




No novo modelo, os consultores de vendas ganharam o nome de divulgador e receberão entre 2,5% e 4,5% de comissão por produto vendido aos amigos nas redes sociais. As pessoas poderão personalizar suas lojas com seus nomes, como, por exemplo, MagazinedoJoão. Com o lançamento previsto para até o fim de agosto, o projeto que levou um ano para ser concretizado – entre pesquisas e desenvolvimento – começa pelos funcionários da empresa.



Nos primeiros três meses, apenas um parente de cada funcionário poderá criar uma vitrine, limitada a 60 produtos. Depois, será a vez dos clientes da rede que poderão ingressar no modelo de venda direta pela internet. Somente no nono mês, já com 10 mil consultores de venda, é que será aberto para qualquer pessoa montar sua loja virtual com a chancela do Magazine Luiza. Enquanto isso, os interessados podem fazer seu cadastro.



Canal está de olho em 1 milhão de novos consumidores

A compra por recomendação não é novidade, mas ganhou força com a internet e, nos últimos anos, com as redes sociais. “A venda pela rede social era um meio em que as pessoas trocavam informações. Agora, elas poderão comprar na própria rede social”, afirma Frederico Trajano, Diretor de Vendas e Marketing do Magazine Luiza. No Brasil, 85% dos acessos na internet têm como destino as redes sociais e 70% das pessoas levam em consideração a opinião de amigos e familiares na hora de comprar.



Pelo aplicativo criado pela empresa em parceria com o Facebook e com o Google, as pessoas poderão fazer todo o processo de compra nas próprias redes sociais que, juntas, têm mais de 100 milhões de perfis de brasileiros. Haverá um meio de atendimento específico para o novo canal de vendas, que será totalmente integrado à loja virtual da empresa. O chamado C2C, venda de consumidor para consumidor, é a aposta do Magazine Luiza para atingir novos consumidores e ter mais assertividade e precisão na sua comunicação. Os próprios usuários atuarão como divulgadores dos produtos. A ideia é que, se uma pessoa tem gostos por culinária, ela divulgue produtos relacionados e, assim, haja uma segmentação e pertinência maior junto aos seus potenciais compradores.



A meta do Magazine Luiza é atingir um milhão de novos consumidores em nove meses. Primeira varejista tradicional a ingressar no ambiente digital em 2000, suas vendas pela internet representam 15% do faturamento. A rede diz ser a única realmente multicanal, em que o cliente pode comprar pela internet ou na loja e ter toda a assistência on e offline, com uma única marca e um mesmo CNPJ. Este ano, as vendas pela web da empresa cresceram 50%, mesmo tendo aumentado sua receita em 75% em 2010.



O marketing esportivo e o futebol



POR LAÉRCIO PIMENTEL

É muito comum a frase “administração amadora” em relação à conduta de dirigentes do futebol brasileiro em seus respectivos clubes. Um bom observador vai identificar que estamos num momento de transição e que muitos clubes estão despertando para as oportunidades, não apenas pela condição econômica do país, ou pela realização da Copa do Mundo, mas principalmente, pela necessidade de transformação do modelo de gestão esportiva. O fato é: não há mais espaço para o amadorismo.

Outro dado concreto: nenhum clube será transformado em um superclube da noite para o dia. E verdade seja dita, mudanças são sempre difíceis, pois exigem o abandono do ambiente de conforto e a ousadia para trilhar caminhos desconhecidos, desbravar um novo ambiente.

Dentro do futebol temos basicamente quatro áreas de captação financeira, ou conhecidas como fontes de rendas, que precisam ser trabalhadas estrategicamente pelos nossos dirigentes: arrecadação de bilheteria; negociação de jogadores; transmissão de TV; marketing.

Partindo desse enfoque, é preciso ter em mente que nenhuma empresa será próspera se não tiver um produto de qualidade para oferecer ao mercado. No caso do futebol, essa verdade é ainda mais absoluta, mesmo tendo o viés da emoção como fator determinante para a concepção das estratégias desenhadas. Por isso, times montados com os jogadores mais talentosos e as equipes que alcançam melhores resultados e obtêm mais conquistas são favorecidos pelo assédio de torcedores, pela imprensa, pelas mídias, pelos patrocinadores, e assim por diante.

Definitivamente, time de futebol não é banco para ter como objetivo o acúmulo de recursos financeiros. A leitura deve ser feita de maneira contrária: recursos financeiros devem servir aos clubes para montar os melhores times e conquistar vitórias e títulos, garantia sine qua non para aumentar o market share não apenas de espaço e captação de recursos, mas na mente dos públicos e no coração dos torcedores. Isto é a base para a expansão do número de torcedores, a prospecção da marca, a conquista de espaços na mídia e, respectivamente, de patrocínios e inúmeros negócios.

Seguindo na discussão estratégica dos quatro elementos decisivos para melhorar a arrecadação dos clubes, teremos uma pré-disposição dos torcedores para acompanhar seus respectivos clubes de coração, mas se forem motivados pela montagem de grandes elencos, melhores condições nos estádios, melhores transportes e segurança, então teremos maximizadas as possibilidades de melhoria do volume de arrecadação. Somando-se ao apoio das ações de marketing, é possível potencializar o programa sócio-torcedor, com estímulos e benefícios sedutores.

Na segunda bateria, temos como fonte de renda a negociação de jogadores. Na cadeia alimentar de captação de recursos dos clubes, foi a maneira prática encontrada pelos times de todas as partes do mundo, especialmente do Brasil, para encher os cofres com a venda de seus craques. Os mais expertos apostaram na formação das bases para manter a galinha dos ovos de ouro sempre a postos. A fórmula do sucesso: comprar baixo, ter baixo custo de manutenção e vender pelo melhor preço de mercado. Isto durou bem entre os finais da década de 1980 e até recentemente. E ainda pode dar bom caldo.

A terceira base de renda começou de maneira modesta e hoje toma volumes mais de acordo com o valor real de rentabilidade; são os direitos de transmissão. As redes de TV ganham verdadeiras fortunas utilizando-se da imagem dos clubes e do seu rico mercado consumidor e formador de opinião, algo que interessa sobremaneira aos mantenedores dos meios de comunicação, o senhor patrocinador. Diante disso, cada vez mais é possível obter negociações extremamente favoráveis aos clubes e próximas da realidade da fatia do bolo que cabe a cada instituição. É importante ainda salientar que os clubes não sabem exatamente o poderio que têm em mãos e as possibilidades de aumentar os meios de divulgação para públicos que só têm a crescer em decorrência da globalização.

Mais recentemente, temos o marketing como modelo de captação de recursos. O que antes era apenas um modesto departamento dentro dos clubes para atender à demanda de associados na montagem de campeonatos internos, comercialização de espaços em camisas e a tentativa tosca de montar programas para aumentar o quadro associativo sem oferecer contrapartida, tornou-se uma diretoria tão ou mais importante que as demais, pois representa estrategicamente o salto de qualidade que os clubes precisam dar para sair do ostracismo e ganhar mercados e fatias antes inimagináveis.

Outro dia mesmo vi e ouvi comentaristas fazendo pouco da ideia de Paulo Rosemberg, diretor de marketing do Corinthians, em abrir a possibilidade de busca de mercado na China. Tolo aquele que taxar ele de louco, pois a Ásia desponta como o mercado mais profícuo para a disseminação do esporte ao longo dos próximos anos. E quem sai na frente tem mais chances de chegar primeiro. Este é um caminho sem volta, a globalização das marcas de futebol. Alguns clubes europeus já trabalham entusiasmadamente com tal possibilidade e investem sobremaneira na divulgação da marca e assédio aos torcedores, mesmo que seja para tomar o espaço no coração como um segundo clube. Você já imaginou o que representa, por exemplo, o mercado chinês para a Adidas, Nike, Reebok e outras tantas empresas? E para adentrar tais campos é preciso de uma estratégia fundamentada no Marketing 3.0 – com base na conquista da mente, coração e espírito do consumidor. E isto é um campo fértil para o futebol.

Montar estratégias vencedoras é um princípio de estudo, análise e atitude com base nas verdades de cada clube. Não dá para fazer o mesmo prato com ingredientes diferentes, é preciso respeitar a cultura de cada instituição, assim como acontece com o mundo corporativo. Por isso, na hora de montar o planejamento estratégico de um clube, não aposte integralmente em fórmulas que deram certo no vizinho do lado, pois nem sempre o que é bom para um é salutar para o outro. A individualidade é também fator preponderante para a construção de um espaço próprio e da fidelização de públicos, garantia de respeitabilidade, conquista de mídias, patrocinadores e mercados infindáveis.



7 Dicas para Administração do Tempo

Por Fred Graef





Quando chega o final do dia você sente que fez várias coisas mas que não fez o importante? Você sente que atravessa os dias e que não administra a sua vida? Para administrar sua agenda e sua vida, você precisa de 3 coordenadas: onde você está, para onde você vai e porque você quer ir.



Onde você está é a sua situação atual. Para isto, é necessário auto-crítica e auto-observação. Você deve se perceber. As suas metas representam a coordenada para onde você vai. Seus valores definem a coordenada do porquê você quer ir para suas metas. Administrar o seu tempo é priorizar o que é importante para você, é você fazer o que te aproxima das tuas metas e que faz você viver os seus valores. O resto é secundário e é perda de tempo (ou de vida).



Abaixo seguem 7 dicas para você melhor administrar o seu tempo.



[1] Defina suas metas. Para isso, utilize o modelo SMART (acrônimo para eSpecífica, Mensurável, Atingível, Relevante, Tempo) para cada meta. A meta deve ser eSpecífica, Mensurável (você pode medir para acompanhar o seu avanço), Relevante (por que você quer esta meta?), Atingível (você acredita que pode alcançar a meta?) e ter um Tempo (data limite para conclusão).



[2] Use a Lei de Pareto. Ela diz que 20% das causas são responsáveis por 80% dos efeitos, isto é, 20% do que você faz explica 80% dos seus resultados. Assim, pense em quais são as atividades principais que você precisa realizar para atingir a sua meta SMART. Garanto para você que as principais não passarão de 5.



[3] Analise a sua agenda e a alocação do seu tempo na sua última semana ou no último mês. Classifique atividades em A, B, C, D ou E. Esta classificação tem a ver com o efeito que as atividades têm sobre 2 das principais coordenadas da Administração do Tempo: metas e valores. Quando você faz ou deixa de fazer uma atividade A você gera um alto efeito (positivo ou negativo) sobre suas metas e sobre seus valores. Uma atividade B tem médio efeito, e geralmente está liga às demandas de outras pessoas, e não necessariamente às suas metas ou seus valores. Uma atividade C é gostosa de fazer mas tem zero de efeito sobre as suas metas ou seus valores (por exemplo, navegar na Internet). Uma atividade D é delegável e uma E é eliminável.



[4] Reorganize a sua agenda. Coloque o máximo de As pois são as atividades que te aproximam das tuas metas e valores. Reduza e controle as Bs, elimine as Cs, delegue as Ds e elimine as Es. Você ganha quando coloca o foco nas As e dá uma pequena olhada para as Bs.



[5] Acesse seu e-mail em horários fixos em no máximo 2 vezes por dia (salvo se você souber que está esperando algo importante). Checar a caixa de entrada a todo instante não te ajuda a se aproximar das tuas metas nem de viver os teus valores.



[6] Assim que abrir um e-mail, aplique o tema de LARA sobre ele, isto é, ou Lixo, ou Atue, ou Remeta para alguém se encarregar da tarefa ou tiver que fazer algo com o e-mail ou Arquive (para caso você precise depois). Não deixe o e-mail parado na caixa de entrada. Isto drena tua energia e te faz perder foco.



[7] A última e mais importante dica é a seguinte: quando você for planejar a sua semana, o seu dia ou quando surgir qualquer atividade para você agendar, faça a você mesmo duas perguntas: esta atividade me aproxima das minhas metas? Esta atividade me faz viver pelos meus valores? Aí fica fácil decidir.



Tenho certeza que, de uma forma ou de outra, você terá um sentimento positivo no final do dia se usar estas dicas. Quando você se aproxima das suas metas e vive pelo que é importante para você (seus valores) a sua felicidade e o seu senso de propósito aumentam. Use as dicas acima e administre melhor a sua vida e o seu tempo.