Arquétipos é um dos assuntos mais interessantes dentro do mercado de marketing, não apenas no digital, mas é nesse campo onde conseguimos ter mais utilização do arquétipo ideal da sua marca, mas para saber qual e como usar, é preciso que você faça um processo de pesquisa intenso. Não basta abrir uma imagem do Google, escolher o arquétipo que você acha mais interessante para a sua empresa, achar o arquétipo é complexo, mas quando se chega ao ideal, pode ter certeza que o seu departamento financeiro vai ficar feliz.

Segundo os estudos de Carl Jung, trabalhamos no marketing, com 12 arquétipos. Coincidentemente o número de meses no ano, mas o arquétipo nada tem a ver com horóscopo, pelo menos nessa linha que estou aqui abordando, no campo do marketing e marcas. Um ou dois desses 12 arquétipos é ideal para a sua marca, só precisa de alguns passos para achá-lo, e reforçando não é algo tão simples.

Em meus projetos, eu uso 6 passos para chegar ao arquétipo ideal das marcas com as quais eu trabalho. Resumidamente, vou passar cada um deles aqui para inspirar você, que pode, ou não usar esses passos. Fica a seu critério.

Normalmente eu faço uma pesquisa com público interno e externo. Esses são os 2 primeiros passos dos 6 acima mencionado. Existe uma pergunta básica que faço para achar o arquétipo, mas não faço apenas essas, eu coloco o questionário em meio a outras perguntas. A pergunta é “se a marca fosse uma pessoa, qual frase melhor a representa?”. Faço isso porque se colocar “na sua visão, a marca é Amante, Herói ou Fora-da-Lei?” Os consumidores não vão saber o que isso significa e vão responder ou qualquer coisa ou nem vão responder.

O questionário que enviamos é esse abaixo, a frase de cima, é a do questionário, abaixo, o arquétipo relacionado com a frase.

– A vida pode ser mais simples

Inocente

– Quer disseminar conhecimento

Sábio

– Curte desafios, estimula busca de novos rumos

Explorador

– Foge as regras e padrões e não se importa com as opiniões alheias

Fora-da-Lei

– Sem saber que era impossível, vai lá e faz

Mago

– Honra, vitória e triunfo

Herói

– Sensorial, com visão romântica

Amante

– Divertida e impulsiva

Bobo da Corte

– Senso comunitário de pertencer a algum grupo

Pessoa Comum

– Cuida do próximo, gera confiança e empatia

Prestativo

– Controla e determina o que é bom para as pessoas

Governante

– Auto-expressão, deixa um legado tangível

Criador

Ouvindo as pessoas da empresa e consumidores, fases 1 e 2, está na hora de ir para um lado mais acadêmico. O passo 3 tem a ver com estudo acadêmico, lendo livros, vendo sites, blogs, vídeos e palestras sobre o tema. Aqui vai te ajudar a embasar mais a escolha do arquétipo ideal para a marca com a qual está sendo trabalhada.

A fase 4 e 5 é analisar mercado e concorrência. Na fase 4 você precisa olhar como o segmento está trabalhando o arquétipo. Por exemplo, se você é uma escola de negócios, olhar entre 5 e 10 marcas para avaliar quais arquétipos eles estão trabalhando e como, analisando, as campanhas e conteúdos digitais para trazer qual e como está sendo trabalhado, isso é importante, até para você não usar o arquétipo do mesmo jeito que a concorrência, usar o mesmo, não tem jeito, faz parte, mas existem várias formas de contar a mesma história.

Na fase 5 é olhar o benchmark, ou seja, quais marcas usam aquele arquétipo. Existem vários segmentos que podem usar o mesmo arquétipo, por exemplo, o arquétipo do amante/sedutor é muito usado no segmento de moda, mas marcas de chocolate como Koppenhagen e Cacau Show também o usam. Vale analisar campanhas de fora do país para inspirar.

O 6º passo é usar o mapa de empatia para localizar o arquétipo ideal. O mapa de empatia é importante para colocar os colaboradores no lugar dos clientes e trazer a percepção deles de como as pessoas compram. Nesse momento, vai ser apresentado o comportamento, se os clientes são mais falantes, mais sérios, mais informados e isso pode ser insumo para você achar o arquétipo ideal.

Faça esses 6 passos. Isso é algo que demora alguns meses, não é do dia para a noite, não é algo que se faz rápido e de qualquer jeito, mesmo fazendo tudo isso existe uma chance de você, quando colocar as campanhas para rodar, entender que esse arquétipo não é o ideal, acontece, mas fazer esses passos minimiza o erro, e do campo da estratégia é isso que devemos fazer.

*Felipe Morais é Diretor da FM Consultoria em Planejamento e autor dos Livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva Uni), Ao Mestre com carinho, O SPFC da Era Telê (Ed. Inova), Transformação Digital, Como a inovação digital pode ajudar seu negócio nos próximos anos (Ed. Saraiva Uni), Planejamento de marcas no ambiente digital (DVS Editora), Brand Canvas (DVS Editora), Metaverso (Benvirá Editora) e Marvin, um vencedor (Grupo Editorial Atlântico).