terça-feira, 31 de julho de 2012

O plano de marketing

Acompanhe os passos essenciais para a construção de um plano de marketing para sua organização


"Pessoas que falham em planejar estão planejando falhar."
(George Hewell)

O início de um novo ano é uma oportunidade ímpar para reflexão. É quando fazemos as famosas "resoluções de Ano-Novo". No âmbito pessoal, uns se comprometem a iniciar uma dieta e retomar a prática esportiva; outros resolvem estudar um idioma e viajar para o exterior; e alguns determinam alcançar uma guinada profissional postulada – e postergada – há tempos.
No mundo corporativo não é diferente. Cada ano que principia vem regado com planos variados, sejam eles estratégicos, táticos ou operacionais. E não poderia ser diferente, pois o objetivo de um plano é orientar as ações e mitigar os riscos.
O propósito deste artigo é apresentar pontos básicos que devem ser observados na elaboração de um planejamento essencial para o êxito de sua organização: o plano de marketing.
Passo 1 – Missão, valores e visão
Se a sua empresa ainda não apresenta estes aspectos bem delineados, é hora de defini-los. Se já os tem, considere revisá-los, a fim de atestar que estejam sendo respeitados.
A missão é a razão de ser da companhia. É o que motiva sua existência e lhe garante perenidade. Espera-se que uma declaração de missão compreenda a satisfação de necessidades dos consumidores mediante uma atividade que proporcione lucro – o combustível para a perpetuação do negócio.
Já os valores são os princípios que balizam o comportamento de toda a corporação para o cumprimento da missão, norteando as decisões que são diariamente tomadas em todos os níveis hierárquicos. Aos valores não lhes basta estarem escritos – precisam ser praticados. Cada organização determina seu conjunto de valores. Nas micro e pequenas empresas, espelham os valores de seu fundador ou sócio majoritário. Nas empresas de médio e grande porte, devem refletir o perfil esperado de seus colaboradores. É recomendável e desejável que a ética esteja presente entre os valores selecionados.
Por fim, a visão representa uma imagem do futuro que a companhia almeja. É um sinalizador da trajetória a ser percorrida injetando entusiasmo na equipe e admiração no mercado. A visão deve ser não apenas positiva, mas também grandiosa. Afinal, nada pior que nutrir um sonho pequeno e ele se realizar...
Neste processo, busque sempre compartilhar abertamente missão, valores e visão com todos os envolvidos. Faça com que estes conceitos sejam difundidos tornando-os parte indissociável da imagem da organização.
Seja congruente: não escreva uma missão na qual não acredite, valores que não exerça e visão que não deseje. Papel aceita tudo, mas não há mentiras dignas – todas são execráveis. Como disse Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo".
Passo 2 – Análise ambiental
Transposta a fase anterior, é hora de estudar o meio no qual sua companhia está inserida. É como ingressar em uma grande selva na qual o medo e ansiedade são amenizados quando se conhece a fauna, a flora, as riquezas e os infortúnios da mata adentro.
Comece pelo sistema político. Após eleições, por exemplo, quando novos governantes assumem seus postos, é comum alguns modificarem drasticamente a gestão do município, Estado ou país. Se você acredita que isso não pode influenciar seu negócio, lembre-se do que aconteceu em São Paulo com a implantação da lei "Cidade Limpa", que praticamente baniu a mídia exterior, comprometendo empresas do setor e comprometendo os planos de comunicação de diversas companhias, mas também gerando oportunidades para mídias alternativas.
Ainda com relação à política, até mesmo a política externa tem impacto sobre seu negócio, especialmente se você importa matéria-prima e/ou componentes ou exporta seus produtos/serviços.
O sistema econômico é o próximo a ser analisado. Muita atenção para os indicadores econômicos e os movimentos financeiros que ocorrem não apenas no Brasil, mas neste louco mundo globalizado. Cuidado especial com suas finanças, principalmente se não dispõe de capital próprio e demanda recursos de terceiros para tocar seu empreendimento. Olho graúdo nas taxas de juros praticadas no mercado. Negocie, barganhe sempre e o máximo que puder. Seja criterioso na concessão de crédito: a pior venda não é aquela que deixamos de fazer, mas a que deixamos de receber.
O próximo aspecto é o sistema social. Monitore as pesquisas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre outros. O intuito é acompanhar os movimentos da sociedade a fim de identificar riscos e oportunidades. Os dados obtidos nestas pesquisas permitem-nos observar a maior participação da mulher no mercado de trabalho, a queda da fecundidade, o envelhecimento da população, o maior poder de compra das classes C e D, entre tantos outros fatores que afetam diretamente as perspectivas das organizações, alterando mix de produtos, comunicação, estratégias de preço etc.
O sistema cultural também merece ser analisado, sobretudo em uma nação com grande extensão territorial e altamente miscigenada como a nossa, na qual hábitos e costumes variam em latitude e longitude, indicando abordagens diferenciadas para o sucesso de uma iniciativa empresarial.
Por fim, o sistema tecnológico, em constante mutação, levando produtos à obsolescência e serviços ao desuso com velocidade sem igual.
Mas a análise ambiental não se restringe aos sistemas relacionados anteriormente. Na trilha do sucesso, há que estudar, ainda, o perfil do consumidor e os passos da concorrência.
Todos estes aspectos representam o ambiente externo, observado da janela para fora dos muros da empresa. Eles nos apontam os riscos e as ameaças à sua perenidade e sustentabilidade. Mas também trazem consigo ótimas oportunidades para aqueles que querem ver...
Há uma última análise, mais intimista, realizada no interior da empresa. Ela pretende identificar os pontos fortes, as vantagens comparativas com relação à concorrência, os diferenciais que fidelizam clientes e reforçam a imagem institucional. Mas também deve apontar os pontos fracos, as deficiências e os gargalos que atuam como entraves ao desenvolvimento.
Ao estudar este ambiente interno, a verdade deve prevalecer. Forças devem ser valorizadas e aproveitadas para elevar a competitividade. Fraquezas devem ser encaradas com atenção, e não jogadas para sob o tapete. Deve-se agir para minorar os impactos negativos decorrentes destas fragilidades.
Passo 3 – Composto de marketing
É provável que você já tenha ouvido falar em "4Ps", metodologia apresentada por Jerome McCarthy em sua obra Basic Marketing, de 1960, apontando produto, preço, promoção e praça como únicas variáveis relevantes do chamado composto mercadológico.
Francisco Alberto Madia de Souza, presidente da Madia Mundo Marketing, desenvolveu ao longo de mais de 40 anos de estudo e trabalho uma fantástica matriz ampliada conforme apresentado a seguir.
Phocus
Pode parecer elementar, mas muitos têm dificuldades em estabelecer seu foco de atuação, comprometendo o resultado de todo o planejamento. Erram ou por constituir muitos focos ou por eleger como primordial um objetivo inadequado.
Várias flechas não garantem o acerto do alvo e vários alvos confundem o arqueiro. Por isso, a definição deve ser clara, analítica e específica. Procure fundamentá-la em sua missão, orientá-la pelos seus valores e traçá-la em direção à sua visão.
Defina com toda precisão possível o mercado que deseja conquistar. Isso significa identificar o perfil do consumidor a partir de fatores geográficos (localização), demográficos (sexo, idade, escolaridade, renda), psicográficos (estilo de vida, interesses, expectativas) e comportamentais (hábitos de consumo, preferências). Não tente abraçar o mundo, oferecendo toda sorte de produtos e serviços. Determine seu phocus e busque a excelência, dando 110% de esforço.
Positioning
O posicionamento consiste no planejamento e organização de uma identidade corporativa que seja prontamente percebida pelo consumidor. Representa todos os sinais e códigos de comunicação transmitidos por seu estilo e personalidade.
Bons exemplos são a Umbro, que adotou o futebol como única modalidade esportiva em seu negócio em detrimento de todas as demais, e a Nike, que conseguiu traduzir a essência de sua identidade em um único traço – sua logomarca.
Product
Trata-se do produto, que em seu âmago encerra uma prestação de serviço. Você não vende um DVD, mas entretenimento; não vende um medicamento, mas a expectativa de recuperar a saúde; não vende um cosmético, mas a promessa de beleza. Saem os predicados objetivos, entram os subjetivos. Em lugar da forma, o conteúdo. Em vez do palpável, o intangível.
Há quase três décadas comprávamos "produtos duráveis" e a garantia oferecida era critério relevante na tomada de decisão. Os programas de qualidade total ganharam força, reduziram os índices de devolução e troca, e o consumidor se acostumou com produtos mais confiáveis. Hoje, qualidade total não é diferencial e sim mera condição para ingressar no jogo. Analogamente, garantia e assistência técnica são preceitos legais. Diante da evolução tecnológica, os "produtos duráveis" perderam sua razão de ser, porque a obsolescência determina o tempo de vida útil dos produtos.
Como se não bastasse, tudo concorre com tudo agora. A competição é pelo tempo e pelo dinheiro do consumidor potencial. No restaurante, refrigerante disputa com tubaína, suco, água natural ou aromatizada, a preferência do cliente. No hospital, cardiologista concorre com oncologista, e também com administradores, advogados e até engenheiros pela direção do estabelecimento.
Atendimento é a palavra de ordem. O bom atendimento, é pertinente frisar. Atendimento que deriva de atenção, da capacidade de direcionar não somente olhos e ouvidos, mas os cinco sentidos para acolher a uma demanda qualquer.
Promotion
Não adianta ter o melhor produto ou prestar o melhor serviço do mundo se ninguém tomar conhecimento. É preciso difundir e repercutir. Esta ferramenta é traduzida literalmente por promoção, mas envolve mais do que isso: é o campo da comunicação integrada.
As armas disponíveis são muitas. Do marketing indireto (propaganda e assessoria de imprensa), passando pelo marketing direto (papelaria, site, newsletter, publicações, outros) até o merchandising (embalagem, rótulo, PDV, exposições, outros).
A comunicação deve ser alinhada, congruente, sinérgica e, sobretudo, verdadeira.
Place
Falamos aqui de distribuição, melhor compreendida a partir do conceito de logística como um processo coordenado para gerar disponibilidade. Na era da conveniência, capitaneada pela internet, um grande diferencial competitivo é ampliar a acessibilidade ao consumidor final, permitindo-lhe adquirir o que quiser, quando quiser e onde quiser.
Price
O preço é um atributo típico dos produtos. E estes têm sido comoditizados ao longo do tempo. Olhe ao seu redor e avalie produtos similares de marcas distintas das mais variadas empresas. As eventuais diferenças são muito tênues.
É certo que você pode optar por uma estratégia de preço agressivo, trabalhando com margens reduzidas para auferir ganhos em um maior volume de vendas. Também pode trabalhar com preços diferenciados por nicho de mercado, região geográfica, sazonalidade e outros critérios. Ainda, pode lançar mão de descontos por fidelidade, para pagamento antecipado ou por lotes expressivos, por exemplo.
Se o preço é absoluto, objetivo e tangível, o valor é sempre relativo. É nessa esfera que o jogo deve ser jogado. Sua missão deve ser elevar o valor percebido destacando atributos emocionais, ou seja, centrando foco no serviço inerente ao produto ofertado. A melhor maneira de fazer isso é mediante a construção de uma marca capaz de seduzir e conquistar o consumidor.
People
A era do conhecimento colocou as pessoas em primeiro lugar, suplantando as máquinas. E a importância das pessoas começa pelo cliente, esta entidade poderosa dotada da propriedade de fazer uma companhia prosperar ou capitular.
Porém, há um cliente específico, igualmente significativo, cuja relevância precede ao anterior. Trata-se do cliente interno, formado pelos parceiros de trabalho, os quais em um ambiente saudável elevam seu comprometimento, resultando em um atendimento mais qualificado e em uma maior produtividade. O instrumento utilizado neste processo de evolução das relações internas atende pelo nome de endomarketing.
Considere em seu planejamento ações para desenvolvimento dos colaboradores tais como pesquisas de clima, avaliação por competências, treinamentos para capacitação técnica e comportamental, políticas de remuneração variável, planos de carreira, ações afirmativas para inclusão de pessoas com deficiência, campanhas para prevenção de acidentes e promoção da qualidade de vida. Busque cultivar o incentivo, o entusiasmo e a motivação. Em suma, cuide das pessoas que cuidam de sua empresa.
Providers
Fornecedores já foram tidos como uma espécie de "mal necessário". Eram tempos em que os monopólios reinavam absolutos impondo-nos preços, prazos e condições.
A tecnologia, a profusão e difusão das inovações, a expansão dos mercados, enfim, as novas relações de consumo alteraram o perfil dos providers. Por decorrência do exposto na variável anterior, o endomarketing tornou você cliente e fornecedor ao mesmo tempo.
A necessidade de concentrar tempo, recursos e energia no phocus propiciou o surgimento da terceirização. As empresas passaram a se dedicar quase integralmente à sua atividade-fim, delegando operações acessórias a outras companhias para elevar sua competitividade.
Contudo, lembre-se de que um fornecedor é uma extensão de sua empresa. Por isso, ao contratar estes novos parceiros, certifique-se de que eles trabalham em sintonia com seus valores e padrões de qualidade e que podem atender suas demandas dentro de condições favoráveis.
Post-place
A primeira venda não é a mais difícil de ser realizada. É a segunda, porque sinaliza fidelidade. Conquistar e manter clientes depende de seu aftermarketing, ou seja, das ações desenvolvidas depois de efetivada a venda.
Assim, coloque-se disponível aos seus clientes. Elimine obstáculos até a assistência técnica, desburocratize processos de troca, facilite a comunicação. Construa não apenas um Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) exemplar, mas faça com que todos na organização transpirem excelência no atendimento.
Desenvolva um banco de dados eficiente e use as informações para um atendimento personalizado. Faça follow-up para verificar a satisfação, mensurar se as expectativas foram atendidas, receber com humildade críticas e sugestões. Trate seus clientes como únicos – não como mera estatística.
Protection
Esteja atento para a legalidade jurídica das ações definidas em seu planejamento. Isso envolve as relações com os clientes reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor, as relações comerciais regidas pelo Código Civil, as relações trabalhistas previstas na CLT, as obrigações tributárias presentes na Constituição Federal e suas leis complementares.
O propósito é resguardar a empresa e sua imagem, evitando dissabores como ações indenizatórias, restrições à comercialização ou comunicação cerceada.
Percognitiom
A última variável das ferramentas para edificação de seu plano de marketing é um neologismo em inglês que representa uma sequência de ações capazes de referendar os passos anteriores: percepção, reconhecimento, reputação, imagem e marca.
Isto posto, todo o planejamento só poderá ser qualificado como válido se resultar na percepção pelo consumidor das qualidades e atributos de seu produto ou serviço. Uma vez percebido ou notado, que ele seja reconhecido e, ato contínuo, experimentado para que possa ser reputado positivamente. Assim, será possível respaldar uma imagem sólida que se incorporará à marca.
O percognitiom é fruto de um processo de diferenciação capaz de dotar seu produto ou serviço de características únicas e indissociáveis, suficientes para conquistar o respeito, a admiração e a confiança dos consumidores em seus corações e mentes.
Lembre-se de que todo planejamento só é útil quando colocado em marcha. Determine quem o executará, como o fará, em qual prazo e com qual custo. Monitore os resultados, corrija desvios na rota e persista. O único pecado é não elaborar o plano. Falhar em planejar é planejar falhar.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de "Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

domingo, 29 de julho de 2012

Livro de Gestão Estratégica de Marca

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Nossa indicação dessa semana é o livro Gestão Estratégica de Marca de autoria de Kevin Lanne Keller e Marcos Machado. A obra aborda o bem mais valioso de uma empresa, a marca.
Uma marca, mesmo sendo um ativo intangível e valioso, criar e mantê-la representa um grande desafio. O conceito “brand equity” fornece aos profissionais de marketing um denominador comum para interpretar os efeitos potenciais de diferentes estratégias para as marcas. O “brand equity” representa o valor agregado a um produto como resultado de investimentos anteriores em uma marca.
O livro está dividido em nove capítulos que abordam os seguintes temas:
- Capítulo 1: definição de marca e o papel que ela desempenha nas estratégias de marketing e gestão de marca;
- Capítulo 2: apresenta o conceito de brand equity baseado no cliente, esboça sua estrutura e resume diretrizes para sua construção, mensuração e gerenciamento;
- Capítulo 3: desenvolve um modelo conceitual do conhecimento de marca e aborda a importante questão do posicionamento;
- Capítulo 4: aborda o primeiro tópico de construção do brand equity, ou seja, escolhendo elementos de marca (nomes de marca, logotipos, símbolos, slogans, etc);
- Capítulo 5 e 6: construção do brand equity, que se dá por meio de otimização do mix de marketing ;
- Capítulo 7: examina a alavancagem de associações secundárias de outras entidades (por exemplo: empresas, regiões, pessoas, outras marcas e assim por diante);
- Capítulo 8: considera questões relacionadas a estratégias de arquitetura de marcas (por exemplo, quais elementos de marca uma empresa opta por utilizar nos vários produtos que comercializa) e mostra como brandy equity pode ser maximizado por meio de todos os diferentes produtos e marcas de uma empresa;
- Capítulo 9: esboça os prós e os contras de extensões de marca e desenvolve diretrizes para sua avaliação e para introdução de novos produtos.
Uma verdadeira bíblia do Branding e Gestão de Marcas! #ficaadica

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O futuro é móvel: como as mídias portáteis estão transformando o mundo?

Em entrevista ao Administradores.com, Tomi Ahonen – um dos maiores especialistas do mundo em mídias móveis – diz que a popularização dos aparelhos de comunicação móveis fortalece a democracia e cria novas oportunidades de negócio

Por Simão Mairins

Hoje um indivíduo com um smartphone na mão pode ter mais poder do que tinha o governo dos EUA com todos os seus computadores nos anos 1950. A afirmação é auspiciosa, mas seu autor a defende com bastante convicção e apresenta fortes argumentos para isso.
Em entrevista ao Administradores.com, Tomi Ahonen – ex-diretor do Departamento de Consultoria Global de Negócios 3G da Nokia e um dos maiores especialistas em mídias móveis do mundo – afirma que a popularização dos aparelhos de comunicação móveis fortalece a democracia, dando como exemplo as revoluções no Oriente e a implementação de serviços cidadãos através de celulares em países de tradição democrática consolidada.
Além disso, ele destaca que a explosão da comunicação móvel cria novas oportunidades de negócio, e garante que o futuro está nesse segmento.

Você diz que o futuro é mobile. Por quê?

Boa pergunta. No começo, a indústria da comunicação e a mídia eram eletrônicas. Agora, são digitais. Nesse processo, se tornaram multimídia e agora estão se tornando interativas. E mobilidade é isso. A televisão é eletrônica, sim. Ela é multimídia, sim. Mas não é tão boa em interatividade. Já a Internet é ótima nisso, mas ainda não está em todo lugar com os dispositivos tradicionais. Mobilidade é, então, a transformação que vem acontecendo. Cada vez mais é por meio dos aparelhos móveis que fazemos nossa primeira comunicação. Se fazemos algo interessante, na hora tiramos fotos. Pelo celular, usamos a internet para carregar jogos ou ler alguma notícia. Nós podemos fazer isso com diferentes dispositivos, podemos ligar o rádio, pegar o vídeo game, tanto faz. Mas o celular é o dispositivo de comunicação que não largamos. Gostamos de enviar mensagens. Então, quando o dispositivo que usamos para isso ganha uma câmera, a partir de então, essa será nossa câmera preferida. Se ganha uma tela, essa se torna nossa tela preferida. Se ganha funções de interatividade, a partir desse momento, se torna nosso principal dispositivo de comunicação multimídia.
Tomi Ahonen, um dos maiores especialistas em mídias móveis do mundo (Foto: Simão Mairins/Administradores.com)

Você diz que hoje nós temos mais poder com um celular na mão do que os Estados Unidos tinham com imensos computadores, há 50 anos. O que esse poder significa?

Esse é um ótimo ponto. Se olharmos para o cálculo tradicional do poder da computação, o foco está no poder de processamento, quantos milhões, bilhões de contas ele pode fazer. Então, desde cedo, os computadores foram capazes de realizar muitos cálculos por segundo. E hoje nós temos esses milhares de cálculos em um pequeno celular. Nós temos a mesma memória que um computador cujo uso dependia de um centro bem equipado com ar condicionado, onde eles recebiam uma placa refrigerada, cheia de memória, que era destinada apenas para ler e calcular, ler e calcular. Então, se você medir o poder do computador, você será confrontado por um Iphone que é mais poderoso que qualquer computador do planeta, há 20 ou 40 anos, e ainda pode ser levado a qualquer lugar.

E para os negócios, o que esses avanços tecnológicos significam?

Se você pensar sobre os primeiros computadores, vai ver que eles foram inventados para a ciência espacial, energia e bombas nucleares. Eles foram usados para espionagem. Hoje, os computadores mais poderosos do mundo estão com as equipes de Fórmula 1, e são eles que fazem o design dos carros de corrida. Nós estamos usando celulares para nos habilitarmos e computadores para criar filmes como Avatar. Computadores já foram "coisa séria", exclusividade de militares, segurança nacional, você sabe, emergências. A nossa geração substitui esse uso pelo entretenimento. Fazer filmes, propagandas e até as músicas soarem melhor. Se você pensar nos telefones celulares, nós sabemos que eles podem fazer filmes em três dimensões, assim como Avatar. Nós podemos ter filmes curtos e torná-los magníficos no nosso bolso. Então, nós estamos usando o poder da computação para nos entreter. Nós não precisamos calcular.

Você acredita que milhões de pessoas, cada uma com um smartphone na mão, são mais fortes que um governo em posse de um super computador?

Sim, e eu acredito que temos o exemplo perfeito. Observe a Primavera Árabe. Telefones celulares não criaram o movimento, assim como não criaram a revolução Occupy Wall Street. Revoluções são com a Francesa, a Comunista, a Russa. Revoluções sempre existiram. Mas o celular permite às pessoas dizerem "a polícia está chegando", "vamos nos encontrar nas ruas" ou "agora vamos ao banco". Permite que as pessoas se comuniquem instantaneamente. Aparelhos telefônicos simples, no nosso bolso, já estão preparados para o caso de um policial bater em um jornalista. Alguém poderá fotografar ou filmar rapidamente e isto chegará ao presidente com a frase "veja o que os policiais estão fazendo". Telefones celulares estão viabilizando uma nova democracia, mais realista, humana, onde todos de fato se envolvem. A existência desses aparelhos permite o acesso à democracia pelas pessoas. Elas podem controlar a hostilidade do governo com a população.

O mercado e as empresas precisam se preparar para lidar com esse tipo de democracia?

Eu acredito que isso mostra a maturidade do governo e da democracia. Por exemplo: para alguns países, a democracia é algo novo e o governo está com medo, São lugares como a China, Coréia do Norte, Irã, entre outros. O governo tenta sufocar a comunicação entre as pessoas, mas se por acaso você for à Coréia do Sul você conhecerá o sistema de comunicação que liga o governo e a população. Lá se você cair em um buraco na rua é possível ligar diretamente para o órgão responsável e exigir que seja feita uma manutenção. Imagine você em São Paulo, na mesma situação, mandando mensagem para o responsável pela rua e recebendo dele uma resposta imediata, já que é digital e você tem uma gravação da reclamação da pessoa. O problema seria resolvido e você receberia uma mensagem de volta com os agradecimentos. Se os governos assumirem uma postura positiva em relação às novas tecnologias, eles estarão aproveitando uma grande oportunidade.

O que falta para as regiões menos desenvolvidas chegarem a esse nível mencionado, em que as mídias digitais são úteis. Como podemos chegar lá e por que ainda não chegamos?

É fácil olhar para a Apple, seus computadores, iPads, iPhones e pensar: esse é o futuro. Não é. Para a maioria das pessoas, principalmente nos países emergentes onde o maior dispositivo digital é o celular, e não é um iPhone ou Blackberry, é apenas um Nokia simples e barato, ou Motorola, LG. Nós precisamos construir algo, principalmente serviços governamentais, que funcionem através de SMS. Exceto para documentos importantes, como um passaporte, tudo seria feito por mensagem, consultar impostos, relatar um problema, puxar seu histórico. Cingapura foi pioneira nisto, e a Índia seguiu o exemplo. É um serviço chamado "e-govermment", que pode ser acessado pelo celular ou computador. Lembre-se de que só 5% da população possui um computador, mas todo mundo tem um celular para mandar mensagens e receber respostas imediatas. Se em Cingapura temos esse sistema, é possível aplicá-lo no Brasil.

Você diz que o celular é uma mídia de massas, mas tem propriedades particulares. O que significa ter uma mídia massificada, porém personalizada?

O conteúdo de uma mídia de massas alcança milhares de pessoas, mas não é personalizado. Por exemplo, enquanto você recebe milhares de notícias sobre esportes no Brasil, eu posso programar para receber notícias apenas sobre Fórmula 1. Eu não me interesso por futebol, mas quem é fã pode receber notícias sobre esse jogo e qualquer outro que lhe interesse. Isso é pessoal. Então nós podemos focar em como adequar esse conteúdo pessoal em uma mídia que tenha audiência das massas. No celular, nós podemos focar no que é relevante para nós. Seu melhor amigo escolherá um conteúdo diferente, assim como sua mãe, pai, filho, cada um selecionará as noticias dentro de um mundo de opções. Um exemplo: no Japão, foi introduzido um serviço de notícias que opera na tela do seu celular. Geralmente, a tela inicial do seu aparelho mostra que horas são. Melhor que o relógio, nós podemos ter a atualização de notícias de uma fonte como a CNN, através de um botão. Quando eles apresentaram esse sistema no Japão, foi um sucesso instantâneo. As pessoas pagavam US$ 2 por mês pelo acesso. Quando eu dizia isso nos jornais, eles diziam "Meu Deus". A reação era a mesma no rádio, na televisão e então eles passaram a reparar nessa nova moda e classificá-la como uma nova mídia de massas.

Você afirma que as empresas encontraram um novo caminho para ganhar dinheiro com celulares. Como isso é viabilizado?

Sim, os celulares são fábricas de dinheiro para a mídia. Eu lhe darei um exemplo que é até meio óbvio. O American Idol (formato original dos programas da linha do "Ídolos"). O que você pagar para votar em seu artista preferido pelo telefone é dividido entre a emissora, a companhia telefônica e os donos do American Idol. Nós podemos fazer isso pela Internet, podemos vender conteúdo e ganhar dinheiro através de mensagens premiadas. Nós podemos fazer isso na Billboard, no impresso, na televisão, cinema, em qualquer lugar. O celular é uma máquina mágica de fazer dinheiro. Nós podemos criar um conteúdo especial, no qual podemos vender pelo celular ou, paralelamente, adicionar novos elementos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Potencializando sua estratégia de marketing com o Instagram

 

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Como todos sabem, por meio do Instagram é possível realizar o compartilhamento de fotos de forma gratuita. O aplicativo soma mais de 30 milhões de usuários, e esse número deve crescer de forma exponencial, principalmente após sua liberação para o sistema Android – até então só era possível no iPhone.
As possibilidades de compartilhar imagens são infinitas e já começam a ser usadas como estratégias de marketing, pois se trata de uma comunicação direta e eficaz, que permite atrair possíveis clientes por meio do uso da imagem. O aplicativo possui filtros que brincam com as cores das imagens deixando-as com aspecto retrô, cores saturadas, como os “momentos Kodak” das gerações anteriores. Vale lembrar que o Instagram não é usado diretamente para vender produtos, mas sim para mostrar e despertar curiosidade sobre eles. Até porque nem preços são colocados nas imagens, no máximo a localização da loja, empresa, etc.
Eis algumas dicas de como você poderá potencializar sua estratégia de marketing com o Instagram:
  • Mostre seu produto: apresente o que você vende e desperte o desejo dos consumidores através da imagem. O aplicativo poderá deixar sua imagem mais atraente por conta dos recursos disponíveis;
  • Mostre a experiência com o seu serviço: nada melhor do que seu cliente postando imagens das experiências que ele obteve com seu produto. Crie ações para incentivar os seus clientes a produzirem imagens e postar no Instagram.
  • Mostre sua personalidade: toda empresa tem uma personalidade, ou seja, um posicionamento. Pense como você quer que sua marca seja percebida. Podemos citar como bom exemplo a Red Bull. A empresa é reconhecida por patrocinar grandes eventos esportivos e radicais. No seu Instagram, a Red Bull posta as fotos dos seus eventos para que seu público possa acompanhar.

  • Mostre seu processo produtivo: mostre a seu cliente ou prospect como o produto é produzido e como é todo processo de qualidade. Isso gera valor e credibilidade! Um exemplo é a Tiffany, fabricante de joias que mostra à suas clientes todo seu processo produtivo.

Muitos flashs de oportunidades. Acredite.

Dicas práticas de como produzir um e-mail marketing de qualidade

 

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Hoje o foco da maioria das empresas está no desenvolvimento de ações de Marketing Digital, onde a maior concentração, cerca de 80% é o e-mail marketing. Segundo estudo realizado pela SeeWhy Software divulgado no ano passado (2011), a principal fonte de tráfego ao carrinho de compras de diversos sites de e-commerce nos Estados Unidos foi o e-mail marketing.
Um e-mail marketing desenvolvido com algumas boas práticas torna extremamente eficiente as vendas de e-commerce, com baixo custo e alto retorno. Para se ter retorno através desse recurso, apresentamos alguns passos importantes:
1) Quem é sua base de dados?
Quando a empresa envia um e-mail marketing para uma base de usuários desconhecida ou comprada sem saber a procedência, a taxa de conversão será ínfima.
Quando se tem uma base de clientes opt-in e de público segmentado, o retorno de conversão pode ser 3 vezes maior.
2) Palavras proibidas
Na construção da arte para o e-mail marketing, as palavras inseridas são de extrema importância. Não se deve usar, por exemplo, newsletter, news, e-mails, todos os direitos reservados, grátis, promoção, sigilo absoluto, entre outras. Evitando as palavras proibidas, a probabilidade de entrega de e-mail marketing é bem expressiva.
3) E-mail marketing não é revista
A arte da newsletter bem feita em um e-mail marketing deverá ter 60% de texto e 40% de imagem, e tem que ser em código HTML.
4) Retorno de reputação
Muitas empresas, por envio indevido de e-mails e compras de listas sem procedência, prejudicam a reputação do seu domínio, podendo, assim, tê-lo bloqueado por minutos ou dias e entrar para as black lists, tornando sua imagem negativa para os clientes.
5) Qual a reputação do provedor
Existem inúmeros provedores, mas você deve escolher um que tenha reputação positiva no mercado, com centenas de ip’s, links dedicados e gerenciamento.
6) Frequência de envio
É muito importante que haja um planejamento de envio de e-mail marketing: quantos dias na semana, qual o melhor horário, a velocidade e o volume de disparo. Não será positivo enviar um milhão de e-mails em um único horário. Tudo isso interfere no resultado da entregabilidade. E-mail marketing bem feito não é quantidade, e sim qualidade. Pesquise o melhor horário para envio.
Coloque em prática essas dicas para que seus e-mails marketing produzidos aqueçam o tráfego do seu site e principalmente as vendas.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Guinness QR Cup: design inovador e integração com as redes sociais

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Em alguns bares dos EUA, ao pedir uma cerveja Guinness – cerveja irlandesa escura do tipo premium – o cliente recebe junto um copo especial.

Foto: Divulgação
Uma ação inovadora proposta pela cervejaria irlandesa traz a aplicação do QR Code que é revelado quando o copo está cheio, e detalhe, o código só é revelado se a cerveja for da marca Guinness! Quando é colocado alguma outra marca de cerveja ou outro tipo de bebida, o código não é mostrado completamente. O segredo é a cor característica da cerveja Guinness, a tonalidade preta da bebida ativa a visualização do QR Code.
Guinness QR Cup: copo de ação promocional da cervejaria Guinness em bares dos EUA. QR Code é ativado pelo produto.
Integração com as redes sociais: Foursquare, Facebook e Twitter
Ao fotografar o QR Code do copo com a câmera do celular, automaticamente é feito o check-in no Foursquare indicando o local onde o cliente está, uma atualização de status é feita no perfil do Facebook e também uma postagem é publicada no Twitter, além do download de arquivos com informações sobre a Guinness.
Tendência: uso de QR Code em produtos
Cada vez mais presente em projetos de design, o QR Code, além do uso em campanhas publicitárias e ações promocionais, vem conquistando seu espaço em produtos e embalagens. É uma excelente solução para incluir as informações necessárias sobre o produto, como manuais de instruções ou mesmo receitas em embalagens de alimentos que podem ser incluídas no QR Code e acessadas pelo consumidor ao fotografar o código, permitindo a criação de projetos de design clean, sobrando mais espaço para a criatividade.

Quem são e por que as marcas não entendem os consumidores infantis

Segundo pesquisa “Infância Influente”, falta às empresas compreensão de que as crianças nasceram em plena era tecnológica. Estratégia errada afeta diálogo e fidelização

Por Isa Sousa, do Mundo do Marketing | 11/07/2012

isa@mundodomarketing.com.br

Infância Influente,TNS Global,pesquisa,consumidores infantis,criançasFilhas da tecnologia, as crianças de hoje nascem inseridas em um mundo recheado por telas touchscreen, celulares com comando de voz, videogames sem joystick e multi-aparelhos com multi-tarefas. Nesse contexto mutável, as marcas passam por dificuldade por não entenderem quem são e o que querem os consumidores infantis.

Segundo a pesquisa “Infância Influente”, realizada pela TNS Global, com foco em crianças de seis a 11 anos, o objetivo das empresas têm de ser na geração de experiências para criação de vínculos afetivos. Ainda que os pequenos não entendam as mensagens com a mesma propriedade que os adultos, mesmo porque não desenvolveram o raciocínio abstrato totalmente, podem referenciar as marcas por meio de seriados, personagens e ídolos.

Nesse cenário, as empresas devem definitivamente entender que as crianças de hoje definirão os tipos de consumidores do futuro. As mudanças não serão rápidas, mas é preciso correr contra o tempo. “A infância está mais tecnológica, mas crianças continuam sendo crianças: elas querem explorar, brincar, saciar curiosidades, experimentar. Ávidas, abertas e destemidas frente a novas possibilidades, absorvem informações mais rápido”, diz Alexandre Momma, responsável pela pesquisa.

Cinco tendências de consumo infantil
O entendimento das marcas em relação a quem são e o que desejam os consumidores infantis e que tipo de consumidores eles se tornarão, aponta para cinco tendências do mercado, segundo o estudo. A primeira delas é a compreensão que os pequenos têm do domínio da tecnologia: eles utilizarão cada vez mais, com mais facilidade, e absorverão mais rápido os aparatos tecnológicos naturalmente.

O segundo ponto é que as empresas precisam entender que as crianças não atuam apenas como receptoras de informação, mas também como emissores. “O poder social já é forte e será potencializado pelas redes sociais. Os pequenos opinam, repassam, influenciam e são influenciados”, explica.

Em terceiro lugar está a autosuficiência, quando buscam informações e elas devem estar disponíveis onde e como quiserem. “Dessa forma, os processos de compra e pontos de venda precisarão de um update quanto a preços, produtos e vendedores, por exemplo”. A quarta tendência é o conteúdo espontâneo, que cresce não só em presença, mas em importância. Segundo o estudo, a mensagem da marca não pode entrar em dissonância com a mensagem sobre a marca.

A última tendência é quanto à participação. Em um cenário bastante ativo, os consumidores buscarão adequar o que consomem às suas necessidades e valorizarem produtos em que tenham voz, desde que o objetivo não seja apenas comercial.

Diálogo certo, vínculo criadoInfância Influente,TNS Global,pesquisa,consumidores infantis,crianças
De forma quase natural, marcas como a Fiat e a Estrela são exemplos de sucesso quanto à tendência de diálogo com as crianças. A montadora lançou o Uno Passeio e o Uno Elétrico, versões infantis do Uno. Já a Estrela relançou o jogo “Banco Imobiliário” trazendo como opção a forma de pagamento em cartão de crédito com a bandeira Mastercard. Outras marcas também entraram no universo infantil: os jogadores podem comprar ações de mentirinha da Vivo, Itaú, TAM Viagens, Nivea e Ipiranga.

“As marcas têm de oferecer formas de desenvolvimento e quem fizer parte desse momento começará a criar vínculos. É natural. Não é empurrar para o consumo, mas gerar experiências e benefícios para essas crianças. As marcas têm de ser preparar hoje para o que esse consumidor pode ser no futuro”, afirma Alexandre Momma.

A presença das marcas no dia a dia das crianças cria uma relação duradoura, por meio da geração de experiência. A partir de ações que criem uma espécie de parceria entre público infantil e a empresa, os resultados poderão ser positivos para ambos os lados. “A criança se diverte e futuramente resgatará as memórias, com uma origem no afeto pela marca”, completa Momma.

Depois de adultos, as memórias da infância também ganham continuidade e passam de geração para geração. Um case de sucesso é o seriado Chaves. Há 31 anos no ar pelo SBT, o programa mexicano é relembrado por pais, que compartilham com os filhos as trapalhadas dos personagens. A criação do desenho do Chaves, em 2006, e a ativação do mesmo por meio do McLanche Feliz, do McDonald’s, em que as crianças ganhavam bonequinhos no kit, são exemplos de um sucesso que sempre se renova.

Outro exemplo é a Lego. Criada nos anos 1950 e febre nos anos 1980, a empresa caiu no esquecimento nos anos 2000,Infância Influente,TNS Global,pesquisa,consumidores infantis,crianças chegando a fechar fábricas e demitir mais de 3.500 funcionários. No Brasil, a marca fechou as portas em 2004 e voltou em 2006, após reestruturação mundial. Entre as iniciativas que resgataram o sucesso da marca, estão ações de licenciamento que permitiram lançar peças temáticas, como do filme Star Wars e de super heróis, fazendo com que o brinquedo agradasse crianças e adultos.

“Conheço adultos com mais de 30 anos que colecionam Lego e vi esses dias uma cena que chamou atenção: uma criança com os ‘óculos canudo’ do Chaves na rua. Obviamente ela gosta do desenho, mas deve ter o fator influenciador dos pais. Nem sempre o seriado ou desenho são ótimos, mas se ele consegue resgatar experiências e sentimentos é o importante. Esse tipo de transporte que precisa acontecer e não está acontecendo”, pontua Momma.

Segmentação é fundamental para sucesso das ações nas redes sociais

Pesquisa mostra que público pode ser classificado de acordo com as atividades que desempenham e esta diferenciação deve ser utilizada a favor das marcas que buscam divulgar seus produtos e serviços

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing | 12/07/2012

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

redes sociais,facebook,pesquisa,acmetricsO internauta presente nas redes sociais não é homogêneo. Ele pode – e deve – ser segmentado em categorias de acordo com as atividades que desempenha. Para categorizar estes consumidores, a pesquisa “Produção e difusão da mídia social entre Brasileiros”, realizada pela empresa eC Metrics, definiu três perfis: criadores, multiplicadores ou passivos. Estar atento a esta diferenciação é importante para que as marcas possam desenvolver ações específicas de acordo com os seus objetivos.
O estudo observou que a maior parte dos usuários das redes sociais no Brasil pode ser classificada como Passivos (72%), aqueles que não criam nem compartilham conteúdos sobre marcas, no entanto, leem, coletam e guardam as informações disponíveis nas páginas.
Os Multiplicadores respondem por 23% dos usuários e são aquelas pessoas que recebem as informações e as passam adiante. “Os multiplicadores comentam aquilo que veem e compartilham para os amigos. Eles são importantes para as marcas que pretendem divulgar seus conteúdos”, explica o pesquisador Iván Casas, que coordenou o estudo, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Em menor índice aparecem os criadores, que respondem por 5% do total e são aquelas pessoas que produzem materiais sobre as marcas, empresas, produtos e serviços nas redes sociais. Estes usuários são importantes para as empresas que pretendem ter os seus produtos avaliados pelos consumidores e melhorados.
Criativos são parcela mais jovem
A pesquisa aponta que os usuários criativos e multiplicadores fazem parte da parcela mais jovem da população, de até 24 anos de idade. “Isso mostra que os jovens são um segmento interessante para as empresas que desejam fazer um trabalho de divulgação dos seus produtos em parceria com os consumidores”, completa Casas.
De acordo com a análise, atualmente 97% dos usuários de internet no Brasil possuem perfis nas redes sociais e utilizam os sites não apenas para contato com amigos e trocas de mensagens, mas para informação e para atividades criativas. Os dados também mostram um desejo maior de interação dos consumidores com as marcas: 90% deles se envolvem ou gostariam de se envolver produzindo, compartilhando ou comprando pelas redes sociais. Nove em cada 10 brasileiros já se relacionam com as empresas de alguma forma.
A pesquisa reforça que as redes sociais são um campo promissor para que as empresas trabalhem suas imagens e produtos. Sessenta e cinco por cento das pessoas seguem ou curtem empresas ou serviços pelo menos uma vez por semana, enquanto 83% o fazem ao menos uma vez por mês. “Os consumidores tendem a se engajar mais com as marcas por motivos emocionais. O desejo é mostrar uma relação com as marcas com as quais se identificam e compartilhar esses conceitos com os amigos. As pessoas querem compartilhar as suas experiências”, afirma o pesquisador ao portal.
pesquisa ,facebook,acmetrics,redes sociaisConsumidores querem conhecer as marcas
A análise mostra que a subjetividade é a forma mais importante de engajar os consumidores, no entanto, aponta que o conteúdo disponibilizado pelas empresas ainda é pouco segmentado ou personalizado. Entre os fatores subjetivos que fazem com que os internautas sigam as marcas estão compartilhar a apreciação com outras pessoas (31%) e estar associados com algo que consideram legal (31%).

A busca de conhecimento também é um ponto importante para os internautas. A análise destaca que 29% buscam aprender mais a respeito das empresas e obter conhecimento sobre os produtos. Entre os fatores sociais e lúdicos, os entrevistados responderam que procuram fazer parte de uma comunidade com a mesma opinião (20%) e defender uma causa (18%). “As marcas precisam divulgar mais conhecimentos e informações e precisam personalizar os seus conteúdos, de acordo com a identificação de cada segmento e de como as pessoas querem compartilhar”, diz Casas.

Os 7 elementos que formam uma marca

Nome, logotipo, símbolo e mascote são alguns exemplos. Veja o que cada um significa e sua importância para o todo

 
Quando olhamos para um logo da Coca-Cola, do símbolo da Nike, do ícone do Android ou até mesmo para o boneco gordinho da Michelin, às vezes esquecemos que aquilo representa uma organização. Na verdade, tudo isso são exemplos de elementos que compõem uma marca. Alguns autores já chegaram a listar até quarenta elementos que podem formar a identidade de uma. Eu elenco sete grandes e menciono aqui o que é cada um, para que servem e como enxergá-los com a sua devida importância.

Nome

Você já reparou que toda santa marca tem um nome? Claro! O nome é o principal elemento que identifica uma marca, seja ela qual for: Danone, Guaraná Jesus, Casas Bahia, Pampers, Facebook, entre outras milhares. Muito mais do que simplesmente identificar e comunicar o que representa, o nome da marca na contemporaneidade deve ter sonoridade, ser bonito de ver, de escrever, de digitar e gostoso de pronunciar, como é o caso de Häagen Dazs, uma marca de sorvetes de Nova York e que não significa nada. Já BlackBerry quer dizer amora em inglês e não tem nada a ver com celular, mas é gostoso de falar, ouvir e ler.
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Logotipo

É a forma como se escreve ou a tipologia que se usa para escrever o nome da marca. E a escolha da fonte deve obedecer à essência de sua marca, ou seja, uma fonte mais chapada como Brastemp ou uma fonte e variações de cores que a Google usa, ou então algo mais caligráfico e rebuscado como é o caso da Coca-Cola. O fato é: dependendo da tipologia adotada, a percepção da marca pelo consumidor pode ser mais distinta do que se imagina. Vale a pena perder um pouco de tempo com isso.

Símbolo

É a imagem ou figura que representa sua marca. É a parte que pode ser identificada, mas não falada pelo consumidor. Como exemplo, temos a maçã da Apple, ou o swoosh da Nike, ou o jacaré da Lacoste, ou então o ninho de passarinhos da Nestlé. E por que quase todas as marcas que conhecemos sempre elegem um símbolo para se identificar e se comunicar conosco? Simplesmente pelo motivo de que nosso cérebro memoriza melhor imagem do que palavra. Pode ser mesmo uma questão de psicologia cognitiva, pois o ser humano reconhece e grava melhor um símbolo do que palavras. Apenas isso.

Mascote

É aquele ser que representa a sua marca, como, por exemplo, o Ronald McDonald's; o Assolino, da Assolan; os Minus, da Minuano, ou então os três personagens do Blue Man Group, que representam a marca TIM. E por que grandes marcas se utilizam desses seres, na maioria das vezes, um tanto quanto esquisitos? Por que essas criaturas carregam aspectos lúdicos, que se conectam conosco de forma ainda mais intensa. Assim como o símbolo da marca, criar uma mascote intensifica ainda mais o processo de memorização da marca por parte de seu público-alvo.
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Embalagem

É a roupa da sua marca, é o invólucro que se elege para vestir um produto e sua marca. E quando falamos de embalagem, desde o material até o design escolhido, ela também carrega potentes elementos de identidade e diferenciação de uma marca.

Registro

Tão importante quanto selecionar nomes, símbolos, logotipos, mascotes e embalagem para sua marca, a sua proteção legal é uma etapa de fundamental importância. Criou um nome para sua marca? Vá ao site do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e consulte se há registros dos elementos que você criou.

Brand equity (valor de marca)

O autor Joel Axelrod definiu com perfeição o conceito de brand equity: "É a importância a mais que um consumidor paga para obter a sua marca preferida e não um produto parecido sem o nome de sua marca". Podemos dizer que a Diesel, por exemplo, tem um brand equity fantástico, pois quando alguém paga cerca de R$ 2 mil para ter uma calça jeans, a pessoa poderia comprar outra, fisicamente parecida, por módicos R$ 79,90. Dessa forma, todo esforço de branding que você imprime na sua marca deve visar ao aumento do brand equity do produto.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O futuro é móvel: como as mídias portáteis estão transformando o mundo?

Em entrevista ao Administradores.com, Tomi Ahonen – um dos maiores especialistas do mundo em mídias móveis – diz que a popularização dos aparelhos de comunicação móveis fortalece a democracia e cria novas oportunidades de negócio

Por Simão Mairins

Hoje um indivíduo com um smartphone na mão pode ter mais poder do que tinha o governo dos EUA com todos os seus computadores nos anos 1950. A afirmação é auspiciosa, mas seu autor a defende com bastante convicção e apresenta fortes argumentos para isso.
Em entrevista ao Administradores.com, Tomi Ahonen – ex-diretor do Departamento de Consultoria Global de Negócios 3G da Nokia e um dos maiores especialistas em mídias móveis do mundo – afirma que a popularização dos aparelhos de comunicação móveis fortalece a democracia, dando como exemplo as revoluções no Oriente e a implementação de serviços cidadãos através de celulares em países de tradição democrática consolidada.
Além disso, ele destaca que a explosão da comunicação móvel cria novas oportunidades de negócio, e garante que o futuro está nesse segmento.

Você diz que o futuro é mobile. Por quê?

Boa pergunta. No começo, a indústria da comunicação e a mídia eram eletrônicas. Agora, são digitais. Nesse processo, se tornaram multimídia e agora estão se tornando interativas. E mobilidade é isso. A televisão é eletrônica, sim. Ela é multimídia, sim. Mas não é tão boa em interatividade. Já a Internet é ótima nisso, mas ainda não está em todo lugar com os dispositivos tradicionais. Mobilidade é, então, a transformação que vem acontecendo. Cada vez mais é por meio dos aparelhos móveis que fazemos nossa primeira comunicação. Se fazemos algo interessante, na hora tiramos fotos. Pelo celular, usamos a internet para carregar jogos ou ler alguma notícia. Nós podemos fazer isso com diferentes dispositivos, podemos ligar o rádio, pegar o vídeo game, tanto faz. Mas o celular é o dispositivo de comunicação que não largamos. Gostamos de enviar mensagens. Então, quando o dispositivo que usamos para isso ganha uma câmera, a partir de então, essa será nossa câmera preferida. Se ganha uma tela, essa se torna nossa tela preferida. Se ganha funções de interatividade, a partir desse momento, se torna nosso principal dispositivo de comunicação multimídia.
Tomi Ahonen, um dos maiores especialistas em mídias móveis do mundo (Foto: Simão Mairins/Administradores.com)

Você diz que hoje nós temos mais poder com um celular na mão do que os Estados Unidos tinham com imensos computadores, há 50 anos. O que esse poder significa?

Esse é um ótimo ponto. Se olharmos para o cálculo tradicional do poder da computação, o foco está no poder de processamento, quantos milhões, bilhões de contas ele pode fazer. Então, desde cedo, os computadores foram capazes de realizar muitos cálculos por segundo. E hoje nós temos esses milhares de cálculos em um pequeno celular. Nós temos a mesma memória que um computador cujo uso dependia de um centro bem equipado com ar condicionado, onde eles recebiam uma placa refrigerada, cheia de memória, que era destinada apenas para ler e calcular, ler e calcular. Então, se você medir o poder do computador, você será confrontado por um Iphone que é mais poderoso que qualquer computador do planeta, há 20 ou 40 anos, e ainda pode ser levado a qualquer lugar.

E para os negócios, o que esses avanços tecnológicos significam?

Se você pensar sobre os primeiros computadores, vai ver que eles foram inventados para a ciência espacial, energia e bombas nucleares. Eles foram usados para espionagem. Hoje, os computadores mais poderosos do mundo estão com as equipes de Fórmula 1, e são eles que fazem o design dos carros de corrida. Nós estamos usando celulares para nos habilitarmos e computadores para criar filmes como Avatar. Computadores já foram "coisa séria", exclusividade de militares, segurança nacional, você sabe, emergências. A nossa geração substitui esse uso pelo entretenimento. Fazer filmes, propagandas e até as músicas soarem melhor. Se você pensar nos telefones celulares, nós sabemos que eles podem fazer filmes em três dimensões, assim como Avatar. Nós podemos ter filmes curtos e torná-los magníficos no nosso bolso. Então, nós estamos usando o poder da computação para nos entreter. Nós não precisamos calcular.

Você acredita que milhões de pessoas, cada uma com um smartphone na mão, são mais fortes que um governo em posse de um super computador?

Sim, e eu acredito que temos o exemplo perfeito. Observe a Primavera Árabe. Telefones celulares não criaram o movimento, assim como não criaram a revolução Occupy Wall Street. Revoluções são com a Francesa, a Comunista, a Russa. Revoluções sempre existiram. Mas o celular permite às pessoas dizerem "a polícia está chegando", "vamos nos encontrar nas ruas" ou "agora vamos ao banco". Permite que as pessoas se comuniquem instantaneamente. Aparelhos telefônicos simples, no nosso bolso, já estão preparados para o caso de um policial bater em um jornalista. Alguém poderá fotografar ou filmar rapidamente e isto chegará ao presidente com a frase "veja o que os policiais estão fazendo". Telefones celulares estão viabilizando uma nova democracia, mais realista, humana, onde todos de fato se envolvem. A existência desses aparelhos permite o acesso à democracia pelas pessoas. Elas podem controlar a hostilidade do governo com a população.

O mercado e as empresas precisam se preparar para lidar com esse tipo de democracia?

Eu acredito que isso mostra a maturidade do governo e da democracia. Por exemplo: para alguns países, a democracia é algo novo e o governo está com medo, São lugares como a China, Coréia do Norte, Irã, entre outros. O governo tenta sufocar a comunicação entre as pessoas, mas se por acaso você for à Coréia do Sul você conhecerá o sistema de comunicação que liga o governo e a população. Lá se você cair em um buraco na rua é possível ligar diretamente para o órgão responsável e exigir que seja feita uma manutenção. Imagine você em São Paulo, na mesma situação, mandando mensagem para o responsável pela rua e recebendo dele uma resposta imediata, já que é digital e você tem uma gravação da reclamação da pessoa. O problema seria resolvido e você receberia uma mensagem de volta com os agradecimentos. Se os governos assumirem uma postura positiva em relação às novas tecnologias, eles estarão aproveitando uma grande oportunidade.

O que falta para as regiões menos desenvolvidas chegarem a esse nível mencionado, em que as mídias digitais são úteis. Como podemos chegar lá e por que ainda não chegamos?

É fácil olhar para a Apple, seus computadores, iPads, iPhones e pensar: esse é o futuro. Não é. Para a maioria das pessoas, principalmente nos países emergentes onde o maior dispositivo digital é o celular, e não é um iPhone ou Blackberry, é apenas um Nokia simples e barato, ou Motorola, LG. Nós precisamos construir algo, principalmente serviços governamentais, que funcionem através de SMS. Exceto para documentos importantes, como um passaporte, tudo seria feito por mensagem, consultar impostos, relatar um problema, puxar seu histórico. Cingapura foi pioneira nisto, e a Índia seguiu o exemplo. É um serviço chamado "e-govermment", que pode ser acessado pelo celular ou computador. Lembre-se de que só 5% da população possui um computador, mas todo mundo tem um celular para mandar mensagens e receber respostas imediatas. Se em Cingapura temos esse sistema, é possível aplicá-lo no Brasil.

Você diz que o celular é uma mídia de massas, mas tem propriedades particulares. O que significa ter uma mídia massificada, porém personalizada?

O conteúdo de uma mídia de massas alcança milhares de pessoas, mas não é personalizado. Por exemplo, enquanto você recebe milhares de notícias sobre esportes no Brasil, eu posso programar para receber notícias apenas sobre Fórmula 1. Eu não me interesso por futebol, mas quem é fã pode receber notícias sobre esse jogo e qualquer outro que lhe interesse. Isso é pessoal. Então nós podemos focar em como adequar esse conteúdo pessoal em uma mídia que tenha audiência das massas. No celular, nós podemos focar no que é relevante para nós. Seu melhor amigo escolherá um conteúdo diferente, assim como sua mãe, pai, filho, cada um selecionará as noticias dentro de um mundo de opções. Um exemplo: no Japão, foi introduzido um serviço de notícias que opera na tela do seu celular. Geralmente, a tela inicial do seu aparelho mostra que horas são. Melhor que o relógio, nós podemos ter a atualização de notícias de uma fonte como a CNN, através de um botão. Quando eles apresentaram esse sistema no Japão, foi um sucesso instantâneo. As pessoas pagavam US$ 2 por mês pelo acesso. Quando eu dizia isso nos jornais, eles diziam "Meu Deus". A reação era a mesma no rádio, na televisão e então eles passaram a reparar nessa nova moda e classificá-la como uma nova mídia de massas.

Você afirma que as empresas encontraram um novo caminho para ganhar dinheiro com celulares. Como isso é viabilizado?

Sim, os celulares são fábricas de dinheiro para a mídia. Eu lhe darei um exemplo que é até meio óbvio. O American Idol (formato original dos programas da linha do "Ídolos"). O que você pagar para votar em seu artista preferido pelo telefone é dividido entre a emissora, a companhia telefônica e os donos do American Idol. Nós podemos fazer isso pela Internet, podemos vender conteúdo e ganhar dinheiro através de mensagens premiadas. Nós podemos fazer isso na Billboard, no impresso, na televisão, cinema, em qualquer lugar. O celular é uma máquina mágica de fazer dinheiro. Nós podemos criar um conteúdo especial, no qual podemos vender pelo celular ou, paralelamente, adicionar novos elementos.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os sete pecados capitais das marcas no universo do entretenimento

Pesquisa desenvolvida pela Firefly Millward Brown aponta vícios e erros das empresas na hora de realizar ações de ativação que levem informação e divertimento

Por Isa Sousa, do Mundo do Marketing | 09/07/2012

isa@mundodomarketing.com.br

Firefly Millward Brown,Marketing de Entretenimento,sete pecados,marcas,Itaú,Skol SensationsA incompreensão e falta de alinhamento das empresas com os consumidores são os maiores erros na hora de ativar a marca com ações que envolvam Marketing de Entretenimento. O desejo quase inconfesso de falar com todos os públicos é o pecado mais cometido pelas empresas, mas eles não param por aí. Da campanha certa para o local errado, da fragmentação excessiva à obsessão de aparecer a qualquer custo, sete erros capitais são cometidos em maior ou menor grau.

Segundo a pesquisa “A Ressignificação da Diversão no Mundo Contemporâneo - Como as pessoas se divertem e o que as marcas têm a ver com isto?”, da Firefly Millward Brown, as relações entre trabalho e diversão mudaram, portanto, mudaram também as forma de compreendê-las, gerando um ruído na comunicação das empresas com os consumidores. A falta de compreensão leva ao primeiro pecado: a “UltraComplexidade”.

Nele, a ação é de fácil entendimento para a marca, mas complexa para o consumidor. “Muitas vezes as ativações pecam justamente por terem etapas demais, serem de difícil acesso, entendimento e terem uma complexidade intrínseca que afasta o consumidor”, explica Raquel, Vice-Presidente de Inovação em Pesquisa Qualitativa, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Firefly Millward Brown,Marketing de Entretenimento,sete pecados,marcas,Itaú,Skol SensationsFalta de percepção
Se antes havia um padrão claro entre o que era lazer e o que era obrigação, hoje as formas se misturam. “A diversão está no cotidiano das pessoas, na comunicação das marcas, no ambiente de trabalho, de forma quase onipresente. Os novos paradigmas alteraram o conceito de lazer e os seus significados. O que antes era um direito, agora parece ser quase uma obrigação”, diz a pesquisadora.

O perigo, no entanto, é que, ainda perdidas, as marcas fiquem todas muito parecidas e não se sobressaiam umas às outras. Da mesma forma, a falta de compreensão de que o divertimento não está, necessariamente, ligado a festas e “curtição” prejudica ainda mais o destaque no cenário.

O segundo pecado, “Ausência de percepção pelo consumidor de benefício tangível”, mostra o despreparo das empresas. “Parece estranho falar, mas a ênfase excessiva em experiências sensoriais aliada a um planejamento pobre trouxe um esvaziamento de conteúdo. É comum as pessoas entrarem em um espaço de marca e saírem sem nada, para elas é como não tivesse valido. Ainda existe uma cultura de que é ficar com algo concreto, que ajude inclusive a lembrar da experiência”, diz Marina Fernandez, Diretora de Pesquisa Qualitativa, ao portal.

O terceiro erro é a “Fragmentação excessiva”, muito usual em marcas que respeitam um alinhamento global e, nas campanhas locais, ficam desconectadas do propósito inicial. As plataformas não conversam entre si e acabam confundindo o consumidor, mesmo que subliminarmente.

Deixe de lado a vaidade
O quarto pecado cometido pelas marcas é a “Obsessão pelo protagonismo”, quando uma empresa aparece mais do que deveria nas ativações. A insistência pode até ser parte da estratégia, mas se a ideia é oferecer diversão e prestar um serviço, o protagonismo excessivo incomoda. “Ninguém gosta de sentir que está sendo cobaia de um stand de vendas. Não é legal parecer que está dentro de um comercial ou de um Trumam Show ou de um merchan gigante. Discrição em alguns casos é a chave do sucesso”, afirma Raquel.

O quinto, segundo a pesquisa, é o “Desejo (inconfesso) de falar com todos”. O problema, no caso, é querer atingir um nicho e, na hora da execução, falhar por estar no lugar errado e não ter o retorno desejado. Ações em shopping centers, por exemplo, podem ser arriscadas, já que os espaços lotam e o público alvo pode não ter acesso.

Em sexto lugar está a “Desconexão com as verdadeiras necessidades e desejos do público alvo”, quando a marca tem o intuito de atingir diversos targets e acaba se desconectando do consumidor desejado. Bastante ligado ao quinto pecado, outro problema aqui são as estratégias complexas a que as marcas se propõem. “Observamos, muitas vezes, ações tão cinematográficas e difíceis de entender que passam longe do que o consumidor está realmente querendo”, diz Marina.

Contrário ao sexto, o sétimo pecado, “Acreditar piamente no mantra ‘Não gastamos um centavo com mídia’”, mostra que ainda existem muitas companhias achando que um viral no Youtube ampliará a conexão com os consumidores. “Algumas empresas acreditam que uma boa ativação na internet vai se tornar viral automaticamente. Ninguém é mais ingênuo a este ponto, mas ainda existe essa percepção. É necessário muito investimento, planejamento e muito alinhamento”.

Firefly Millward Brown,Marketing de Entretenimento,sete pecados,marcas,Itaú,Skol SensationsAs saídas
Mesmo que os pecados existam e sejam cometidos, nem todas as empresas erram nas estratégias na hora da ativação. Marcas como Skol, com a festa anual Skol Sensations, em São Paulo, ou o banco Itaú, como patrocinador do projeto Bike Rio, no Rio de Janeiro, são cases de sucesso lembrados pelas pesquisadoras.

A marca de cerveja é patrocinadora do evento de música eletrônica desde 2009 e dialoga de forma simples e objetiva com o público alvo. A estratégia do Itaú, no entanto, é ainda mais curiosa. Mesmo sendo uma instituição financeira privada, o banco entendeu o cenário de mobilidade e sustentabilidade atual e entrou como patrocinador do projeto que aluga bicicletas em formato diário ou mensal.

“A ação não tem necessariamente a ver com o banco, mas com diversão. Ele espalha o conceito e a marca, comunicando um manifesto que agrada e presta serviços ao mesmo tempo. Fica uma imagem positiva, em um tipo de ação que o consumidor gosta”, pontua Marina. O projeto deu tão certo no Rio, que foi montado em São Paulo recentemente.

A principal lição e conclusão, segundo a pesquisa, é que as empresas devem aprender a não subestimar o consumidor. “Existe um estereótipo para diversão, como se tivesse que ser extroversão ao máximo. E não é. O que o consumidor quer está nas mínimas coisas, que elas estejam conectadas ao seu dia a dia. Se divertir é conquista, status e reconhecimento. Infelizmente, as empresas não olham para isso e ainda trabalham dentro de um estereótipo inexistente. Aí está o grande problema”, reflete Raquel.

Desenhos Animados, Empreendedorismo e o Trabalho

      

Postado em 9 de julho de 2012 por Leandro Borges
 
Eu adoro assistir desenhos. Sempre gostei e sempre vou gostar. Confeso que já fazia muito tempo que não parava para ver os clássicos e graças a um vôo de avião, tive essa oportunidade. Me esbaldei e assisti tudo de boa, Flintstones, Jetsons, O Manda-Chuva e Tio Patinhas.
Me surpreendi percebendo que desenvolvi uma nova maneira de analisar esses desenhos nos últimos tempos, como se estivesse vendo algo totalmente diferente do que vi antes. Essa nova lente me permitiu compreender quais eram as mensagens e valores mais profundos que cada um desses programas transmite para as crianças de como será a vida delsa no futuro em relação à familia, trabalho e consequentemente a visão sobre empreendedorismo.
Sem muito mais blá blá blá, gostaria de dividir com os leitores do blog as cenas mais impactantes.

1) Cena de Abertura de The Flintstones


Comentários: O que vemos aqui é a clássica divisão trabalho/família, na qual Fred é aquele funcionário que trabalha apenas para sustentar a sua vida financeira, embora não goste do que faz e corre desesperadamente assim que bate o ponto de final do expediente. Do outro lado, Vilma está no seu papel de mulher dona da casa e quem, de fato, cria as crianças.

2) Jetson tomando esporro do Mr. Spacely


Comentário: Infelizmente, não consegui achar um excelente vídeo do relacionamento de George Jetson com o seu chefe/hitler, mas já dá para ter uma idéia. Jetson, assim como Fred, trabalha com o único intuito de arcar com as responsabilidades da família e, para tal, atura episódio sim e episódio não, uma demissão e humilhação de seu chefe que, por acaso, se parece muito com Hitler.

3) O Manda Chuva, a malandragem que traz retorno


Comentário: O Manda-Chuva deve ser o personagem mais empreendedor possível, junto com o Coyote. No entanto, tal qual as novelas da Globo, ele usa seu talento e criatividade para passar a perna nos outros e manipular todos a sua volta.
4) Tio Patinhas: rico é tudo sovina.

Comentários: Assim como os Jetsons, foi difícil achar um bom vídeo. Porém, essa talvez seja uma das mensagens mais direta dos desenhos, ricos são sovinas. Melhor mesmo é seu o bom e velho Pato Donald classe média que ama os sobrinhos e está sempre falido.
E ai, galera da geração Y? Curtiram? Concordam ou tem outras sugestões de bons desenhos? Comente agora!

fonte: http://blog.lojadeconsultoria.com.br/empreendedorismo-2/desenhos-animados-empreendedorismo-e-o-trabalho/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Blog-LuzLojaDeConsultoria+%28Blog+-+LUZ+Loja+de+Consultoria%29

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Os problemas do Marketing que você tem que resolver

Para Alberto Cerqueira Lima, Presidente no Brasil da Copernicus Marketing Consulting, ainda falta planejamento e critério para marcas alcançarem melhores resultados em um mercado promissor

Por Isa Sousa, do Mundo do Marketing | 27/06/2012

isa@mundodomarketing.com.br

Alberto Cerqueira,Copernicus Marketing ConsultingA cegueira de algumas empresas em não se atualizarem às novas tendências do mercado ainda é o grande desafio para o próprio crescimento das marcas. Lançando-se em espaços na web, as companhias ainda não entenderam que as mídias sociais não devem ser pensadas à parte, mas sim como ponto fundamental do planejamento. As conclusões são de Alberto Cerqueira Lima, Presidente no Brasil da Copernicus Marketing Consulting e com mais de três décadas de experiência em Marketing.

Por 20 anos atuando como Diretor de Marketing da Companhia Cervejaria Brahma, Cerqueira acredita, por exemplo, que poucas empresas abriram os olhos para as novas metodologias de pesquisa no Brasil. “As pesquisas têm de ser feitas olhando para o futuro, não para o presente ou o passado e, nesse ponto, a maneira de se pesquisar terá que mudar muito”, diz.

Mesmo com um boom na forma de consumir e acessar os meios eletrônicos, garantindo mais informação, na opinião do especialista, também não se olha para o futuro na hora de construir uma estratégia de Marketing. A fidelização é outro ponto polêmico e um desafio para as empresas. Cada vez mais conectados, os consumidores não têm se importado com a marca que compram: vale mais o produto do que o nome que vem escrito nele.

“É necessário conhecer profundamente o consumidor. Antes não tínhamos essa consciência. Esse é um problema do Marketing, é ele que tem que conhecer profundamente o consumidor, propagar informação e serviços de atendimento”. Leia a entrevista na íntegra.

Mundo do Marketing: Como o senhor avalia o Marketing que é feito hoje no Brasil hoje?Alberto Cerqueira Lima: Alguns fatores trazem profundas modificações no mercado e citaria pelo menos seis deles. O primeiro é a mobilidade social. É preciso muito cuidado quando se ouve o pessoal do Marketing falando em nova Classe C ou nova classe média brasileira. Não existe uma nova Classe C como se os consumidores fossem monolítico. A verdade é que são pessoas que já estavam no mercado e, na medida em que têm mais poder aquisitivo, consomem de maneiras diferentes.

O segundo ponto é o acesso ao crédito, que, seguido do avanço das telecomunicações, modificou a forma de se consumir e, portanto, o mercado do Marketing. Hoje há uma avalanche de celulares e, mais importante do que eles, há sinal em quase todos os lugares do país. Outro ponto é a redução dos custos de vendas em dispositivos digitais. Não há uma pessoa da classes D que não possa abrir um financiamento e comprar um computador.

O quarto ponto é a sofisticação da web e abertura às informações. Hoje, somos meio mutantes, o nosso cérebro ligado a um smartphone tem mais conhecimento que Einstein. E o quinto ponto é a tragédia do transporte público aqui no Brasil, ou seja, temos mobilidade social, mas não temos mobilidade geográfica e isso gera uma porção de implicações na maneira que as pessoas se portam no momento de compra de produtos e serviços.

Mundo do Marketing: Essas mudanças na forma de consumir trazem que tipo de modificações entre consumidores e empresas?Alberto Cerqueira Lima: A falta de fidelização é um grande ponto. Não há mais o caminho para ela. Vimos primeiro que há uma mudança de ambiente, tanto por tecnologia quanto por mobilidade econômica, que traz mudanças de comportamento de consumidores e empresas. Dentro desse aspecto, o que acaba sendo mais importante nos profissionais de Marketing mais antenados? Primeiro, conhecer profundamente o consumidor e o poder das influências que existem sobre eles. Existe uma abordagem que os norte-americanos chamam de "path to purchase", que é o caminho para a compra, hoje muito fundamental na escolha. Ele faz com que alguns critérios de fidelidade vão para o espaço. O consumidor pode até comprar um Nescau, mas se encontrar um outro chocolate em pó instantâneo pelo caminho, pode comprá-lo.

É necessário conhecer profundamente o consumidor, a questão da distribuição é o grande desafio. Antes, não tínhamos essa consciência. Atualmente, se não tiver um bom sistema de gerenciamento de crises, um pequeno probleminha pode se transformar em um grande problema. Tudo isso são problemas do Marketing, é ele que tem que conhecer profundamente o consumidor, propagar informação e serviços de atendimento.

Mundo do Marketing: O senhor falou que é preciso conhecer profundamente o consumidor de todas as formas. Como hoje as empresas devem trabalhar suas pesquisas?Alberto Cerqueira Lima: As tecnologias estão trazendo mudanças de comportamento e também devem ser consideradas ferramentas de trabalho. Primeiro, é possível usar alguns modelos matemáticos para olhar algumas informações do consumidor e prever comportamentos, o que não se podia fazer há algum tempo.

O comportamento está relacionado com nossas necessidades. A rigor, ninguém quer comprar nada, porém, existem necessidades de vestir, de comer, de se esquentar. A necessidade fez com que a gente compre e somos conduzidos à satisfação de necessidades. O que as pesquisas de hoje precisam entender é que não basta ouvir opinião, mas sim ir mais fundo e saber quais são as necessidades.

Algumas pesquisas são plenamente satisfeitas com o mercado e outras estão aí indicando espaços em branco que podem ser preenchidos. É preciso saber o que perguntar , quais as maneiras de se perguntar. Existem maneiras de questionar usando escalas, as perguntas não devem ser feitas de maneira aberta, que o entrevistado não saberá responder. As pesquisas têm de ser feitas olhando para o futuro, não para o presente ou o passado e, nesse ponto, a maneira de se pesquisar terá que mudar muito.

Mundo do Marketing: Se nota uma competição muito acirrada cada vez mais forte no mercado. Empresas tradicionais estão abrindo negócios em setores antes não pensados, como a Editora Abril indo para o mercado de eletrodomésticos. Até que ponto é oportunidade e até que ponto é risco? Alberto Cerqueira Lima: Existem dois pontos para serem analisados. Tem o mercado e as necessidades e tem o mercado da oferta com uma personalidade. A Abril oferece uma personalidade séria e por dentro da empresa tem a capacitação e a sua cultura. É fundamental que essas coisas conversem entre si. A pergunta é: até que ponto o nome Abril tem franquia para poder passar para esse tipo de mercado? Ou seja, é preciso fazer estudos antes.

Recentemente fizemos um estudo para uma empresa de energia elétrica no Nordeste que queria oferecer outros serviços. Após a pesquisa, constatou-se que o consumidor tinha uma grande adesão ao fato da segurança que a empresa fornecia. Ela não estava sendo vista como simples fornecedora de energia, mas como uma instituição que tem zelo e cuidado com a casa dos clientes. A partir de então, começou a oferecer serviços de seguros contra incêndio, por exemplo. Porém, com relação à Editora Abril com eletrodomésticos, a proposta não parece consistente.

Mundo do Marketing: Quais são os desafios das empresas hoje devido a segmentação do mercado?Alberto Cerqueira Lima: O grande desafio é que a segmentação não seja mais vista de forma unidimensional e somente intuitiva. Até um tempo atrás você pegava demograficamente, imaginando, por exemplo, que toda mulher da Classe D, de 24 a 30 anos, tinha o mesmo comportamento ou que uma pessoa consumidora de relógio Rolex teria que se comportar de determinada forma. E não é mais assim. O grande desafio é fazer segmentações multidimensionais. Uma mesma pessoa que compra alimentos para casa pode ter outro comportamento ao comprar roupas.

É preciso levantar centenas de variáveis e ter critérios de segmentação que deem retorno sobre o investimento. Isso não é muito intuitivo e é um processo que leva mais tempo. Porém, a maioria das empresas ainda não captou e continuará segmentando da mesma forma que se fazia há cinco, 10 anos, jogando dinheiro fora. A segmentação não pode ser mais olhada trivialmente.

E tem mais, o consumidor pode não ter um valor intrínseco para determinado produto, mas pode ser uma pessoa tão ligada em redes sociais que passa a ter um valor virtual e isso precisa ser considerado hoje. As empresas precisam partir da verdade de que nunca terão 100% do mercado e, a partir de então, questionar qual a porcentagem do mercado que deve atacar para ter uma rentabilidade, essa é a grande questão.

Mundo do Marketing: Com relação às redes sociais, hoje investe-se muito no setor. As empresas têm deixado algum passo para trás?Alberto Cerqueira Lima: Quando falamos em redes sociais, estamos falando de um negócio que não é profundamente conhecido. Nem todo mundo que acessa as redes sociais me interessa e seria necessário um estudo de segmentação para fazer um trabalho consistente. Os trabalhos desenvolvidos atualmente nas redes sociais são feitos de uma maneira que não tem nada a ver com o resto, incluindo aí pontos de venda, distribuição e mídia offline. Era preciso haver uma orquestração que muitas vezes não ocorre, as empresas agem como se as redes fossem um ambiente à parte. Elas não fazem parte do planejamento e as verbas destinadas são o troco do que sobra nas companhias. O mercado hoje é multimídia e as pessoas também são. Para integrar, tem que ter conhecimento profundo do consumidor.

Mundo do Marketing: O Trade Marketing é um bom caminho hoje?Alberto Cerqueira Lima: A distribuição e o ponto de venda têm uma importância como nunca tiveram, é como se fossem o momento da verdade. Uso o exemplo do mercado de cervejas, setor que estive por muitos anos. Há algum tempo, o Estados Unidos possuía um volume de cervejas quatro vezes maior que o Brasil, distribuído em 250 mil pontos de venda. Aqui no Brasil, no mesmo período, com um quarto de volume das bebidas, o país tinha um milhão de pontos de venda. A diferença entre os países era de um para oito, o que significa que nos Estados Unidos era muito mais fácil fazer um trabalho específico e aqui muito mais complicado. Pelo mesmo fato, o trabalho de Trade é importante e mais complicado e cada vez mais precisa ser olhado com carinho.

Mundo do Marketing: O senhor comentou no início da nossa conversa que a Classe C não existiria. Por quê?Alberto Cerqueira Lima: Não tem Classe C no sentido de bloco, existe, sim, mais dinheiro no mercado e, portanto, mais liberdade de escolha. O único erro é imaginar que a renda define comportamento, que todas essas pessoas têm um determinado comportamento monolítico. Na verdade, a renda não define.

*Com reportagem de Leticia Muniz.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pesquisa apresenta as oportunidades do Mobile Marketing

jul 3

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Para avaliar a receptividade do consumidor ao mobile marketing, foi realizada a 7ª. Edição do Monitor Acision de Valor Agregado (MAVAM). Cerca de 79,1% dos entrevistados afirmam estar dispostos a receber mensagens em seus celulares, desde que sua privacidade seja respeitada. O estudo mostra ainda as principais oportunidade e desafios para o desenvolvimento do mobile marketing no Brasil, mas caberá às empresas entender o que é relevante na comunicação com os consumidores para ganhar mais espaço no mercado.

A pesquisa teve como amostra 1.026 consumidores via web e telefone do Brasil. A faixa etária dos entrevistados estava entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C e usuários de telefonia celular.
Atualmente, o Brasil conta com 205,15 milhões de usuários de telefonia móvel. No início de 2011, a densidade chegou a 105,74 aparelhos por 100 habitantes. As empresas que dominam este mercado são as Operadoras de Telefonia Móvel, que tem participação de 78,7%. O que sobra, fica dividido entre as empresas de bens e consumo (13%) e serviços (8,8%). Com base nesse cenário, a maior parte das mensagens de mobile marketing é de produtos e serviços das próprias companhias de telefonia (34,7%).
O estudo indica que o SMS ainda é a plataforma tecnológica mais eficaz de comunicação móvel com os consumidores. Segundo dados dessa pesquisa, nos últimos três meses, 88% dos brasileiros utilizaram o serviço. Embora essa perspectiva seja otimista, ainda há um contingente de 31,3% de consumidores que quase não utilizam a tecnologia. Entre este total, a falta de interesse é o principal obstáculo mencionado por 77,8% dos entrevistados. Já o preço é uma preocupação para apenas 9,5% dos brasileiros. Este dado apresenta o potencial do mercado nacional, que mesmo operando com uma base de 83% de linhas pré-pagas, demonstra um interesse do consumidor em relação ao serviço.
Um dos fatores que impulsionaram o crescimento do mobile marketing no Brasil é o aumento do uso de smartphones, seguido pela maior força de internet móvel. Um total de 56,5% dos entrevistados acessa a internet pelo celular. Com os smartphones compondo 15% da base de telefonia haverá espaço para o surgimento de novos modelos de comunicação, aplicativos e aperfeiçoamento da tecnologia da SMS.
Há muito espaço nesse mercado, mas o grande desafio das empresas está na personalização do conteúdo e segmentação de usuários. Uma grande oportunidade!