Confesso que tenho ficado muito chocada com os eventos ambientais e sociais dos últimos anos. Sinto que a dramaticidade tem adquirido contornos muito sombrios. O mais recente foi o massacre de imigrantes ilegais no México. Pessoas em busca de perspectivas e novas possibilidades dizimadas em função de más escolhas. Ou da falta delas.
De outro lado a sociedade mundial intensifica a superficialidade no consumo exacerbado. “Na minha época de solteiro os sonhos eram outros. Agora eles querem moto, computador, coisa que não dá para comprar com o dinheiro que se ganha na roça” observou Antonio Ramos dos Santos, pai do jovem Hermínio morto no massacre no México. Confesso que reli esta frase extraída da matéria do Estadão, muitas vezes. Nossos sonhos de fato são diferentes da geração anterior que tinha menos opções, alternativas e modelos. Realizamos sonhos e queremos outro, outro e outro...E não estamos mais felizes. A depressão adquire proporções epidêmicas segundo a Organização Mundial de Saúde. Talvez porque o vazio só pode ser preenchido com o infinito e não com objetos.
Nossos jovens menos favorecidos continuam em busca de caminhos que criem acesso ao mundo. O problema é que criamos um mundo em que a felicidade só é possível se tivermos o carro do ano, aquela bolsa e mais outra, aquele celular e mais outro. Precisamos do consumo para fazer a motor mundial funcionar, mas precisamos revê-lo e repensá-lo para dar continuidade ao planeta de forma saudável. Para tanto precisamos que pessoas espetaculares façam acontecer uma realidade promissora e uma nova ética de consumo. Não bastam a responsabilidade social ou a ambiental. Temos que inaugurar a Responsabilidade do Marketing. Esta é a sua parte, a minha e a de todos que fazem acontecer o consumo da forma como é hoje.
Postado por Beth Furtado - Consumo e Inovação - 01/09/2010
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