Há uma certa confusão no ar.
As pessoas/empresas têm imaginado que as redes sociais são um ônibus que se entra e, se possível, se senta na janela para ficar acenando para os seguidores, de longe como uma seleção na copa.
O ato de entrar em algum lugar denota opção, de algo que se pode, ou não se pode fazer.
- Entro ou não entro no cinema?
- Quero ou não quero ver esse filme?
Entretanto, similar a outros ambientes informacionais baseados no livro, no telefone ou computador vivemos uma migração de ecologias informacionais.
O ser humano está sofrendo uma mutação cerebral, afetiva, emocional na forma de lidar com a informação, com o conhecimento e com as outras pessoas.
E o que é individual será coletivo dentro em breve.
Assim, não se trata de entrar ou não, mas sincronizar, ou não, com um novo modo de se relacionar, se informar, conhecer, ser, existir.
Ponto!
- Isso tem começado dos mais novos para os mais velhos.
- De fora para dentro das organizações.
Dois fenômenos bem diferentes de tudo que estamos acostumados.
Ou seja, o movimento atual de mudança de ar informacional é:
- obrigatório;
- veio para ficar;
- modifica o nosso futuro de forma radical.
Ou seja, estamos passando a ser homus redes digitalis ao invés de homus de massa du papel impressus.
Assim, já observo dois movimentos distintos das organizações em relação às redes sociais.
Começam, com essa visão meio torta, os projetos de "mídia social", "rede social" e as plataformas tecnológicas visam implantar/utilizar um novo canal de comunicação.
E passam ao uso de plataformas informacionais de terceiros (Geralmente, via Twitter, Facebook, etc.) como uma extensão da comunicação e do marketing das empresas, podemos chamar esse estágio inicial ao se utilizar de redes sociais informativas.
Elas se caracterizam por gerar informação, relação, mas não alteram a forma de se produzir produtos, serviços.
O usuário reclama, via Twitter, e aquilo é como se ele tivesse telefonado.
Isso vale para uma cidade, governo ou empresa.
A rede social informativa está fora do ambiente produtivo.
Não faz parte ou altera processos.
É o estágio 1 de tudo, mas se não for visto como tal, vai criar problema, pois ao tentar se comunicar para fora com uma velocidade de mudança muito lenta, vai gerar demandas que não será capaz de atender!!!
Pois as reclamações serão mais rápidas e não se preparou uma rede social produtiva para atendê-las.
Assim, os pedidos não geram automaticamente mudanças. Ou seja, é meramente algo que repete o modelo anterior, mas com outro colorido, uma cor um pouco diferente para todos se sentirem modernos.
O caminho, entretanto, não se mostra eficaz nessa direção.
Está se gastando dinheiro, mas com problemas sérios a bombordo, estibordo e todos os bordos que se olhe.
Como ando rouco de dizer a Internet veio ao mundo para resolver problemas produtivos, via inovação. E isso vai desaguar em grandes redes sociais produtivas, no qual clientes, fornecedores, acionistas, colaboradores estarão trabalhando no mesmo ambiente.
O usuário vai encomendar o seu produto, via rede social, e aquilo será parte integrante do processo da organização.
Cada clique significará uma mudança na maneira de se produzir, não apenas de informar.
É a transformação de informação em ação.
E esta é a passagem necessária para sair do estágio atual de querer entrar na rede social para transformar o negócio em rede social.
Por isso, defendo tanto a discussão de tudo isso no planejamento estratégico, pois estará se discutindo o futuro da organização nesse momento, imaginando e projetando-se a migração de uma empresa hierárquica, baseada em um ambiente digital do papel, controlado para outro digital com outro tipo de controle.
Ou seja, qual é o projeto para se se entrar no novo Século XXI de forma competitiva.
Que dizes?