terça-feira, 17 de abril de 2018

5 filmes sobre empreendedores reais que você precisa assistir

Por Raisa Santos

histórias estão aqui para mostrar para você em alta definição que é difícil para todo mundo. E que persistir pode trazer resultados incríveis. Esta é uma boa lista para aqueles momentos em que você está pensando em desistir e se compara com algum grande nome dizendo que não vai chegar lá. Acredite: eles também já passaram por isto.
Nós pedimos recomendações e recebemos mais de 300 sugestões pelas redes sociais de filmes que marcaram a trajetória dos empreendedores que nos acompanham. Dessa lista, escolhemos os 5 filmes mais citados, baseados em histórias reais. Nossa equipe assistiu e deixou comentários (sem muito spoiler) para incentivar você a ver os que ainda não tiver visto.
Vamos à lista!

Fome de Poder

Neste filme (que originalmente chama The Founder), os irmãos Mc Donald’s tinham um negócio inovador, mas não estavam dispostos a expandir. Quem veio com o plano foi Ray Kroc que insistia em levar o negócio para todo o território dos EUA. A estrada foi dura até lá e tem um mix de exemplos e anti-exemplos. Mesmo trazendo um crescimento gigantesco, Kroc se transforma no pior sócio que os irmãos Mc Donalds poderiam encontrar.
Por que assistir?
“Negócios são como guerra. É cachorro comendo cachorro, rato comendo rato. Eu quero me antecipar, eu quero vencer.” Bom ficar esperto ao fechar um contrato com alguém que pensa assim, não é mesmo? Depois deste filme, todos ficarão atentos ao negociar com qualquer pessoa. Principalmente, se essa negociação for sobre a venda da sua empresa. Vem comigo, senhora!
Onde assistir?
Na Netflix

Joy: o nome do sucesso

Agora sim uma mulher empreendedora! Baseado na história real de Joy Mangano, o filme traz a perspectiva de uma mulher criativa desde pequena que enfrenta um caos familiar enquanto estrutura seu negócio.
Por que assistir?
“O mundo não deve nada a você” é a grande lição deste filme. A personagem Joy é aquela empreendedora para se orgulhar. Uma mulher que é sabotada dentro de sua própria casa pela sua própria família. Nem mesmo o ambiente destrutivo que estava rodeada conseguiu impedi-la de criar o seu império.
Onde assistir?
No iTunes você vê o filme completo e neste artigo confere as principais lições do filme para empreendedores.

À procura da Felicidade

Se você está precisando assistir algo motivador para empreender, esta é a história. Prepare a caixa de lenços para acompanhar os desafios que Chris Gardner, interpretado por Will Smith, enfrentou ao lado de seu filho pequeno na tentativa de melhorar de vida.
Por que assistir?
“Nunca deixe que lhe digam que você não pode fazer algo.” Esta é aquela história que faz você pensar “se esse cara conseguiu, eu consigo.” Sem dinheiro, sem casa, abandonado pela esposa, com um filho pequeno para criar. O emprego era promissor, mas exigia que ele não recebesse salário no início. É aí que Gardner mostra o poder da persistência e do trabalho duro.
Onde assistir?
No iTunes.

Jobs

No começo do filme dá uma vontadezinha de devolver o iPhone. Jobs é genial, mas tem um comportamento bastante peculiar que vai além de andar descalço. A fixação por querer fazer sempre melhor e o domínio dele sobre sobre o negócio podem acabar compensando os deslizes e são inspiradores.
Por que assistir?
“Esta é uma ferramenta para o coração. E quando você consegue tocar o coração de alguém, não existem limites.” O personagem Jobs é movido por paixões. Ele é a essência do seu negócio. Desconsiderando o temperamento, o que fica é uma visão estruturada e grandiosa de quem começou numa garagem e sabia onde queria chegar.
Onde assistir?
Na Netflix.

Walt antes do Mickey

Difícil saber que a história do criador da Disney não foi toda de contos de fadas. Eles precisou de muita criatividade, força de vontade e ajuda dos amigos e da família para chegar lá. Além disso, precisou aprender a ser um empreendedor.
Por que assistir?
A frase que guia Walt no filme é seu pai dizendo “Sempre termine o que você começar. E seja lá o que estiver fazendo, faça bem.” Mesmo fazendo bem e dando o seu melhor, fracassar faz parte. Ele sabia que tinha talento e sua equipe era boa. Ainda assim, não ficou livre de quebrar o caixa mais de uma vez.
Onde assistir?
Na Netflix.
Prepare o sofá e a pipoca para se inspirar com essas histórias. Depois comente aqui o que achou deles.
Créditos da Foto: Yahoo Movies

sexta-feira, 13 de abril de 2018

OTIMIZE SEU PERFIL NO LINKEDIN COM 10 DICAS INFALÍVEIS!

Se o seu perfil do Linkedin não estiver bem elaborado, é provável que você perca possibilidades de negócios. Saiba mais!

Por Camila Rosa
O LinkedIn é uma rede social profissional que surgiu em 2002, com o objetivo de ampliar contatos e manter relações corporativas. Ao invés de ter amigos nessa rede, como é no Facebook, fazemos conexões com parceiros em potencial e seguimos empresas que possuem interesses em comum.
Cada usuário da rede possui um perfil, onde é possível especificar diversas habilidades e experiências. Porém, poucos exploram essa funcionalidade, deixando o perfil incompleto e menos atrativo.
Acompanhe a leitura para conhecer algumas configurações e dicas importantes que não devem faltar hora de preencher seu perfil no LinkedIn e aprenda como aumentar a sua visibilidade na rede!

A escolha da foto de perfil

Como citei anteriormente, o LinkedIn é uma rede profissional, com foco corporativo. É preciso tomar cuidado ao escolher sua foto de perfil.
Use uma foto nítida, mais formal, com apenas seu rosto e use preferencialmente, uma foto sem filtros. A ideia da foto de perfil do LinkedIn é mostrar quem você realmente é, sem caras e bocas – apenas com um sorriso, se caso preferir.
Não esqueça de manter sua foto sempre atualizada: é interessante mudar, pelo menos, a cada 6 meses.

Use um título atrativo ao invés do seu cargo

Abaixo do seu nome no perfil do LinkedIn, você encontra um campo chamado “título”. Nesse campo, muitas pessoas inserem somente seu cargo atual. Contudo, ele permite que você crie uma frase de efeito com até 120 caracteres.
Saiba explorar esse espaço chamativo que vai impactar as pessoas e, de quebra, mostrar que você é criativo! Descreva de maneira sucinta o que você faz, o que gosta ou o que está procurando no momento.
Com certeza, esse pequeno detalhe poderá lhe ajudar a encontrar uma boa oportunidade de emprego ou profissionais certos para o seu negócio. Faça o teste!

Faça um bom resumo

No LinkedIn, percebo que muitas pessoas não preenchem o espaço “resumo” que fica abaixo da cidade onde você se localiza.
perfil no linkedin resumo
Esse espaço é interessante para você especificar melhor o que você faz atualmente e transcrever suas experiências de uma maneira mais fluída e pessoal. Nessa área, você pode mostrar sua personalidade, habilidades e qualidades. Por isso, invista em apresentar o que você sabe fazer de melhor.
O espaço permite escrever o resumo em 2 mil caracteres, não perca a oportunidade para as pessoas conhecerem você melhor!

Recomende pessoas para ser recomendado

A rede social permite que você cause boas impressões, basta estar antenado nas boas práticas para aumentar sua visibilidade. A funcionalidade de recomendaçõesexiste para que isso possa acontecer.
Faça boas recomendações no perfil dos profissionais, clientes, parceiros que você já teve a oportunidade de trabalhar. Se você fizer uma recomendação sobre um profissional, parceiro, cliente, ex-chefe no qual já trabalhou juntos, certamente a pessoa concederá uma boa recomendação sua também.
Além de gerar credibilidade para as pessoas que analisam seu perfil, a recomendação que você concede também fica visível no perfil da outra pessoa.
Adote essa boa prática para gerar conexões mais qualificadas. Coloque na agenda e faça uma recomendação por semana. Fica a dica!

Adicione suas competências

No mesmo local onde estão as recomendações, você pode inserir suas competências para que as pessoas façam também uma recomendação delas. Conforme a imagem abaixo:
perfil no linkedin competências
Indique palavras-chave de conhecimentos específicos que você possui em sua área. Se é você foca em Inbound Marketing, por exemplo, defina palavras como E-mail Marketing, Landing Pages, SEO, etc.
Lembre-se de focar apenas nos conhecimentos que você possui maior experiência, ok?

Personalize a URL do seu perfil no LinkedIn

Muitos não sabem, mas é possível personalizar a URL do perfil, para que fique mais limpa e atrativa, sem aquela sequência de letras e números aleatórios.
O ideal é que você coloque seu primeiro nome e um sobrenome. Para configurar, é muito simples! Basta acessar o menu superior direito, onde diz “Editar perfil público e URL”, e fazer a alteração, conforme o print abaixo:
perfil no linkedin URL
Feita a alteração da forma que você escolheu renomear, a URL aparece assim:
Aqui menos é mais! Tente abreviar o seu sobrenome ou, como no exemplo da minha URL acima, use apenas as iniciais de seus sobrenomes.

Adicione uma capa

Vejo que muitos perfis ainda utilizam aquele fundo azul original do LinkedIn, exibindo um perfil apagado com a mesma “cara” de todos. A foto de capa pode chamar muito a atenção de quem visita seu perfil, se você souber qual imagem utilizar.
No meu caso, como Social Media, resolvi escolher uma imagem que identificasse o que eu faço, com fundo dos logotipos de algumas redes sociais:
perfil no linkedin logos
O ideal é você escolher algo que se encaixe com a sua personalidade e área. Os visitantes do seu perfil saberão logo de cara qual é a sua área de atuação e, além disso, a capa torna o seu perfil estilizado diante de milhares que não fogem do padrão.

Faça parte de grupos da sua área

O papel fundamental do LinkedIn é interação. Por esse motivo, não deixo de abrir meu LinkedIn pelo menos uma vez no dia, seja para compartilhar algo, curtir alguma publicação de uma conexão, publicar algum artigo ou interagir em algum grupo.
No LinkedIn, existe um amplo número de grupos com propostas diferentes. Faça parte de, pelo menos, três grupos relacionados da sua área e participe dos principais debates que ocorrem dentro deles.
A interação em grupos no LinkedIn tem como finalidade ampliar seu reconhecimento no mercado em que atua e garantir mais propriedade para falar sobre assuntos que estão em alta. Fazer parte desses debates não só colabora com seu aprendizado pessoal como também auxilia no aumento da sua rede de contatos e oportunidades de emprego.

Divulgue suas conquistas!

A sessão de conquistas é indispensável para quem deseja ter um perfil otimizado no LinkedIn. Seja autêntico e mostre o que já teve de experiências relacionados a projetos sociais, cursos técnicos, cursos rápidos ou idiomas.
perfil no linkedin conquistas
O bacana é que você pode incluir a quantidade de certificados que desejar, então abuse desse espaço ilimitado para inserir todos os seus certificados! 😉

Divulgue seu trabalho

Transmita seus conhecimentos e seu trabalho no seu perfil no LinkedIn diariamente. Suas conexões certamente podem contribuir ou aprender com o que você tem a dizer. A atualização da rede é fundamental para estreitar relacionamentos e ampliar o networking.
Publique conteúdos sazonais e instigue suas conexões a debaterem sobre o assunto com você. Compartilhe assuntos que sejam comuns para seus contatos e publique pelo menos um artigo por mês no LinkedIn Pulse.
Ganhar relevância dentro da rede depende 100% de você. Reserve meia hora do seu dia para focar em estratégias no LinkedIn.
perfil no linkedin gif
Hoje, talvez você não esteja em busca de uma oportunidade, mas quem sabe amanhã estará a procura de uma nova chance no mercado? Com um perfil otimizado e atualizado, não será um grande desafio correr atrás de uma nova empresa, parcerias ou clientes.
Inicie essas boas práticas e garanta um bom status e posicionamento dentro da sua área no LinkedIn.
Espero ter ajudado. Boa sorte!

terça-feira, 10 de abril de 2018

Consumidor brasileiro está otimista e mais propenso a compras via mobile, revela PwC

Pesquisa anual sobre varejo mostra que sete em cada 10 entrevistados esperam comprar mais em 2018; lojas físicas também ganham fôlego

Os consumidores brasileiros estão otimistas em relação aos seus gastos pessoais para 2018. No país, 71% dos entrevistados pela PwC Brasil esperam aumentar ou manter as despesas com compras nos próximos 12 meses. Boa parte desse consumo deve ser realizado via dispositivos móveis: 41% dos consumidores já realizam compras via smartphones e 30% por tablets. Um crescimento considerável se olharmos para cinco anos atrás, quando apenas 15% e 20% dos consumidores, respectivamente, afirmaram utilizar estes canais para compras.
Os dados foram revelados pela Global Consumer Insights 2018, pesquisa da PwC que ouviu 22 mil pessoas em 27 países, sendo 1.000 delas no Brasil. Os resultados mostram um crescimento no consumo online em diferentes categorias de produtos entre 2014 e 2018. Nos equipamentos eletrônicos, por exemplo, as compras online cresceram de 12% para 27% do total comercializado. O consumo ligado ao entretenimento (livros, músicas, filmes e videogames) cresceu dezesseis pontos percentuais, saindo de 18% para 34% no mesmo período.
A pesquisa apresenta também setores com grande potencial para o varejo online global, como o de alimentação. Mais da metade dos entrevistados (58%) pela PwC no Brasil tem a intenção de comprar alimentos online nos próximos 12 meses, contra 48% globalmente. Dos brasileiros ouvidos, 37% afirmam já ter realizado alguma compraonline de alimentos no último ano. A pesquisa mostra ainda que a venda online destes produtos é uma tendência global: na China (59%) e no Vietnã (54%) os entrevistados afirmam ser grande a possibilidade de comprar alimentos online em 2018.
O Brasil apresenta grande potencial para as compras online também de produtos básicos. Dos consumidores entre 25 e 34 anos, 27% já realizam compras de produtos como café, detergentes e fraldas online e 45% afirmam que pretendem comprar esse tipo de produto online.
“As tecnologias oferecem ao consumidor mais possibilidades de consumo personalizado, principalmente no comércio eletrônico. O varejo brasileiro tem muito potencial para crescimento e as empresas que apostarem em tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, estarão à frente das demais na oferta de produtos e experiências customizadas”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.

Meio de pagamentos e experiência digital
Globalmente (59%), o consumo dos entrevistados tende a ser maior quando o meio de pagamento é um dispositivo móvel, embora 60% sintam-se preocupados com a
segurança de seus dados quando pagam suas compras utilizando esse método.
A preocupação, no entanto, não é um limitador para as vendas nesse segmento, já que 45% dos entrevistados (30% no Brasil) afirmam ser esse o provável meio de pagamento para suas compras no dia a dia e 59% no mundo garantem ser mais provável comprar de um varejista que ofereça métodos para pagamento em dispositivos móveis.
A pesquisa da PwC revela ainda que a experiência digital é importante para a jornada de compra do consumidor. Para 46% dos ouvidos, as redes sociais são a fonte de inspiração mais influente na decisão de consumo. A maior parte dos consumidores brasileiros não se preocupa muito com o uso de dados e localização para ofertas personalizadas via dispositivos móveis: 56% ficam satisfeitos quando são abordados pelos varejistas desta maneira e 57% não se importam com o monitoramento de padrões e históricos de compras, desde que o resultado seja a oferta de produtos e serviços personalizados.

Experiência vs. Produtos
O consumo dos brasileiros está igualmente dividido entre produtos e experiências (50%), embora as prioridades na hora dos gastos mostrem uma tendência a um way of life direcionado as vivências pessoais. Entre os consumidores ouvidos, as prioridades são: gasto individual (37%), tempo gasto com amigos e familiares (35%) e mudanças de prioridades para aproveitar mais a vida (35%). As experiências preferidas são viagens (56%), restaurantes (50%), melhorias pessoais/educacionais (37%) e entretenimento (32%).
Os consumidores no Brasil estão mais abertos ao consumo compartilhado de alguns produtos, como carros (47%) e outras formas de transporte (38%), além de equipamentos esportivos ou de uso ao ar livre (40%). Dos entrevistados globalmente, os brasileiros são ainda os que mais desejam comprar assistentes virtuais (59%), seguidos pelos chineses (52%) e vietnamitas (45%).
Em relação à entrega de produtos, 37% dos brasileiros aceitariam pagar um custo extra para receber suas compras no mesmo dia, contra 8% globalmente. Os drones são uma opção de entrega considerável para 50% dos entrevistados no Brasil.

Varejo físico
Os dados coletados pela PwC mostram ainda um crescimento também nas vendas das lojas físicas – a primeira reação desde 2013 – com 61% dos entrevistados afirmando realizar compras presencialmente. Em 2017, a modalidade foi utilizada por 55% dos consumidores.
O crescimento do consumo pode ser explicado pela mudança no perfil das lojas, com mais ênfase na experiência do consumidor. Dos entrevistados brasileiros, 64% estão satisfeitos com a capacidade de percorrer os corredores de lojas de forma rápida e conveniente, 62% afirmam encontrar vendedores com nível profundo de conhecimento e 61% sentem-se satisfeitos com logins rápidos e simples no Wi-Fi das lojas físicas.

Sobre a PwC
Na PwC, o nosso propósito é construir confiança na sociedade e resolver problemas importantes. Somos um Network de firmas presente em 158 países, com mais de 236.000 profissionais dedicados à prestação de serviços de qualidade em auditoria e asseguração, consultoria tributária e societária, consultoria de negócios e assessoria em transações. Saiba mais sobre a PwC e nos diga o que é importante para sua empresa ou carreira, visitando nosso site: www.pwc.com

Fonte: www.pwc.com

MERCADO DE IDENTIDADES E O REAL VALOR DOS MICRO-INFLUENCIADORES


Em pequenas comunidades virtuais, o que importa não é a quantidade, mas a afinidade e o prazer — espaços virtuais onde é possível fazer trocas significativas com pessoas
por Valdir de Oliveira Jr.capa Christina Quarles
Acredito que este não seja o primeiro texto que você lê falando sobre as redes sociais, seus efeitos e o futuro das mesmas, provavelmente não será o último também. Chegamos a um ponto onde todos já lemos sobre o quão nociva e irreal a experiência nas grandes comunidades da internet como Facebook e Instagram podem ser, todos já compartilhamos, consumimos, conseguimos likes e esquecemos. Essa é a lógica. A frase “falem bem, falem mal, mas falem de mim” faz sentido como nunca. E, quanto mais discutimos as redes, parece que mais elas crescem e mais nocivas à nossa qualidade de vida elas se tornam.
Mas aqui o foco será algo mais específico, a memória. E a primeira incitação que cabe é: me conte sobre você! Para responder isso, será preciso, sem dúvidas, acessar nossas memórias — o que fizemos, sentimos, comemos, vimos, ouvimos, fomos, vivemos. O problema é que para isso provavelmente teremos que recorrer às redes. Em vez de nos lembrarmos do cheiro do restaurante, teremos que lembrar se a decoração foi interessante o suficiente para tirarmos várias fotos. Para lembrar de uma viagem, teremos que pensar nas horas de caminhada em busca do local perfeito, com a cor perfeita, para a foto perfeita. Para lembrar de uma pessoa, teremos que olhar para as fotos taggeadas com o rosto dela. Deixamos de viver o momento para viver a busca pelo registro perfeito do momento.
“Nas condições da alta modernidade, não só seguimos estilos de vida, mas num importante sentido somos obrigados a fazê-lo — não temos escolha senão escolher.” — Anthony Giddens

A memória digitalizada

Hoje, nossa memória é atrelada ao uso de redes sociais. Nelas conseguimos mostrar quem somos, como vivemos, o que pensamos, lemos, como e com quem socializamos. O problema é que essas memórias são falsas. Logo, quem somos não passa de um registro digital. Todos sabem que o que compartilhamos na internet são versões editadas, curadas e filtradas de nós mesmos. Versões idealizadas. Viramos uma ideia, e com isso perdemos a capacidade de lembrar o que vivemos, pois tudo acontece através da tela e da câmera.
Guillaume Kurkdjian
Buscando preencher a solidão que atinge boa parte das últimas gerações, idealiza-se uma versão de como se deveria ser, para que sejamos amados, venerados, invejados e desejados. O problema é que, muitas vezes, essa versão sequer é quem gostaríamos realmente de ser, e sim quem imaginamos que nossos seguidores gostariam que fôssemos. Adaptamo-nos de acordo com a platéia, animais de circo treinados a não ter vontade própria e a dançar conforme a música. Sentimo-nos mal se não provocamos muitas palmas para a nossa performance.
“O mundo construído de objetos duráveis foi substituído pelo de produtos disponíveis projetados para a imediata obsolescência. Num mundo como esse, as identidades podem ser adotadas e descartadas como uma troca de roupa.” — Zygmunt Bauman
Dos dois lados o comportamento se torna sem meio, apenas com o fim de desejar e ser desejado. Quando tiramos fotos de algo para as redes sociais, não queremos compartilhar a experiência de fato, mas sim o privilégio em poder ter, fazer, ou supostamente ser. Assim, quando vemos a mesma foto em nossos feeds, não desejamos ter o prazer daquilo, mas sim ser a pessoa que está tendo esse prazer. O momento, quando se torna um fim para as redes, perde seu propósito para se tornar algo meramente estético. A memória passa a vir da imagem digitalizada, e não das nossas experiências e tudo que está atrelado a ela.
Ditch the Label

Vida para ser vista ou vivida?

Tudo isso faz com que as pessoas sejam obcecadas pela ideia de levar uma vida supostamente interessante, uma vida que possa gerar desejo, seguidores, likes e comentários. Isso significa deixar de aproveitar para poder registrar. E, sendo assim, não estamos refletindo quem somos, estamos distorcendo. Essa distorção, no entanto, é perfeita para o que chamamos de personal branding, ou seja, se transformar numa marca, editada e photoshopada a fim de conseguir o maior número de compradores possíveis.
Eliza Douglas
Nas redes é sempre possível parecer inteligente e interessante, adequado aos padrões de beleza e símbolos de desejo — os filtros e ferramentas são diversos. Porém a vida real das pessoas não é assim. Numa conversa cara a cara é impossível apagar infinitas vezes o que dizer antes de enviar a melhor versão; é impossível que editemos a nós mesmos, com as pontas dos dedos, ao acordar, antes da pessoa ao seu lado abrir os olhos. É impossível não ser você para ser ideal o tempo todo.
Nesse esforço, nos perdemos, desgastamos e, principalmente, esquecemos de como existimos. A partir do momento em que ser objeto de propaganda e imagem é mais importante que ser e vivenciar, apagamos da memória quem somos para nos tornar o que vendemos.
Identidade passa a ser commodity, produto para consumo massivo.
Marco Melgrati
Cria-se, a partir das redes, um mercado de identidades, onde em vez de compartilharmos quem somos, vendemos quem somos. Um dia já pensamos na internet como um local virtual que poderia permitir troca de experiências, gostos e anseios, que poderia criar uma comunidade global através da identificação coletiva. Mas hoje a internet é um grande negócio. O que era diversão tornou-se obrigação, a paranóia de se vender de algum jeito não permite que se aproveite as infinitas possibilidades de troca que existem na palma de nossas mãos. A própria identidade, algo tão singular, se tornou fragmentada, adaptada e moldada de acordo com o público-alvo e não de acordo com nossas vivências.
“Selecionar os meios necessários para conseguir uma identidade alternativa da sua escolha não é mais um problema (isto é, se você tem dinheiro suficiente para adquirir a parafernalha obrigatória). Está à sua espera nas lojas um traje que vai transformá-lo imediatamente no personagem que você quer ser, quer ser visto e quer ser reconhecido como tal.” — Zygmunt Bauman

Criado para millennials, rejeitado pela nova geração

No entanto, os maiores vendedores e compradores desse mercado de identidades acabaram sendo os millennials. Tendo nascido com um pé no analógico e outro no digital, eles acabam comprando a ideia do futuro, seja como for. Ficam, então, perdidos num mar de informações, onde tudo o que se faz e vive é matéria digna de ser anunciada. Millennials são, talvez, o grande pôster do poder da tecnologia e da transformação, anúncios ambulantes do que foi e do que pode ser. Seu papel é fazer com que os mais velhos sintam-se obsoletos e que os mais novos desejem ser como eles.
“Quanto mais a vida social se torna medida pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente interligados, mais identidades se tornam desvinculadas — desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem ‘flutuar livremente’.” — Stuart Hall
Porém a história muda um pouco com a geração Z, uma vez que as falhas das vidas editadas são cada vez mais claras de se ver. Os que começam a chegar ao mundo hoje, já completamente imersos no mundo digital, conseguem enxergar através dos sorrisos em frente a paredes especialmente colorida para fotos. Vêem a solidão, o desejo de pertencimento, a superficialidade, e vêem também que, muitas vezes, não se é feliz como se vende. Vêem, também, que a grande comunidade da internet foi transformada em um grande mercado. E isso eles não vão comprar. Desenvolveram um ceticismo único, pois não acreditam na realidade super editada que é vendida mundo afora. Para muitos, a verdade hoje é tão alternativa que deixou de existir.
Andrey Kasay
Entretanto, a solução para tudo isso pode estar na própria internet. Afinal ela também é parte da vida real, com o melhor e pior que ela tem a oferecer. Assim nascem pequenas comunidades virtuais, em que o que importa não é a quantidade, mas a afinidade e o prazer. Espaços virtuais onde é possível fazer trocas significativas com pessoas que realmente se importam com o que se tem a dizer, que não querem apenas verem e serem vistos.
Jovens poetas e escritores mandam seus textos para listas de e-mail em que apenas interessados apreciarão suas palavras. Ilustradores, artistas e designers procuram pequenos nichos online em que o que importa não é a quantidade de likes que suas obras recebem, mas sim o quão significativo aquilo pode ser para quem vê.
Muitos, então, percebem que não precisam ser estrelas da internet para encontrar validação para o seu trabalho ou vida. Precisam apenas de um fiel e pequeno grupo, em que a identidade não é vendida, mas compartilhada.
Ainda assim é possível vender e monetizar seu trabalho com ferramentas como Patreon e Drip, porém de maneira real e orgânica.

A geração Z e o internet microstar

Este pode ser o futuro: pequenas comunidades onlines em que o alcance das grandes corporações é limitado, em que não é preciso trocar informações pela oportunidade de mostrar nosso estilo de vida, em que nem tudo é patrocinado. Comunidades em que o valor não está na possibilidade de se tornar uma marca, mas na possibilidade de se tornar real. É preciso que nossos estilos de vida existam para nos agradar, não que existamos para consumí-lo.
Trata-se, porém, de um exercício de desapego da validação online em massa — o que pode ser muito difícil. Muitos acreditam que a solidão sentida ao transformar suas vidas em um reality show será intensificada sem as redes. Porém, ao perder a tela, ganha-se tudo que está a sua volta. Ao ser obrigado a perceber as coisas, as pessoas, os lugares, os cheiros e os prazeres ao redor, perceberemos que nunca estivemos sozinhos. A memória é algo único, é a partir dela que se consegue criar, reinventar e aprender. Com ela, tornamo-nos mais que seres, tornamo-nos donos de uma identidade única. É por isso ela deve estar na nossa cabeça, não na nuvem digital.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Os 10 erros de português mais cometidos pelos brasileiros



Pessoa escrevendoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image caption'Abismo entre o que falamos e escrevemos' pode estar na raiz de muitos erros de português, diz linguista

"Vi no Facebook uma mulher dizendo que casaria com o primeiro homem que soubesse usar crase, mas não são só os homens que não sabem usar. As mulheres também!", alerta a linguista Camila Rocha Irmer, uma das encarregadas de avaliar os erros de português no Babbel, um dos maiores aplicativos de ensino de idiomas no mundo.
Ela se refere a um dos erros mais comuns entre falantes de português brasileiro - quando usar a crase? -, juntamente com as dúvidas sobre os "por ques" e outras.
"É algo difícil de explicar. Acho que esses erros acontecem porque há um abismo entre o que escrevemos e o que falamos", diz à BBC Brasil.
"Quem não lida com a escrita diariamente não se lembra das regras da norma culta. E, mesmo que as pessoas estejam dando mais opiniões nas redes sociais, é uma escrita rápida. Você não tem muito tempo para pensar sobre como escrever."
Há os "erros de sempre", mas Irmer afirma que existem também as questões que aumentam ou diminuem a cada ano. Em 2017, por exemplo, a dúvida sobre quando usar "há" e "a" apareceu mais vezes no aplicativo do que no ano anterior.
"Agora, estamos alcançando um público de menor escolaridade que não quer só aprender idiomas estrangeiros, mas tem problemas com português mesmo. E recebemos muitos recados, pelo aplicativo, de pessoas que estão aprendendo português ao estudar outra língua."
"A língua está mudando. Até tomamos cuidado de falar que esses são erros de escrita, para não termos um preconceito do tipo 'falar assim é errado'", alerta a linguista.
"Fala-se de diversas formas regionalmente, e isso é normal, mas quando chegamos na escrita, a preocupação é com a norma culta."
A pedido da BBC Brasil, a equipe de linguistas e educadores do Babbel fez um levantamento dos equívocos mais recorrentes entre os falantes de língua portuguesa no ano de 2017. Veja a lista:

1. "Entre eu e você"

O correto, segundo os especialistas, é usar "entre mim e você" ou "entre mim e ti". Depois de preposição, deve-se usar "mim" ou "ti".
Por exemplo: Entre mim e você não há segredos.

2. "Mal" ou "mau"

"Mal" é o oposto de "bem", enquanto que "mau" é o contrário de "bom". Na dúvida sobre qual usar? Os especialistas recomendam substituir o advérbio pelo seu oposto na frase e ver qual faz mais sentido.
Por exemplo: Ela acordou de bom humor; Ela acordou de mau humor.

3. "Há ou "a"

"Há", do verbo haver, indica passado e pode ser substituído por "faz".
Por exemplo: Nos conhecemos há dez anos; Nos conhecemos faz dez anos.
Mas o "a" faz referência à distância ou a um momento no futuro.
Por exemplo: O hospital mais próximo fica a 15 quilômetros; As eleições presidenciais acontecerão daqui a alguns meses.

4. "Há muitos anos", "muitos anos atrás" ou "há muitos anos atrás"

Usar "Há" e "atrás" na mesma frase é uma redundância, já que ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro.
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O romance começou muito tempo atrás.
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás, de Raul Seixas, está incorreta.

Ilustração

5. "Tem" ou "têm"

Tanto "tem" como "têm" fazem parte da conjugação do verbo "ter" no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo no plural.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de mudança.

6. "Para mim" ou "para eu"

Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase com um verbo, deve usar "para eu".
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para eu curtir as fotos dele.

7. "Impresso" ou "imprimido"

A regra é simples: com os verbos "ser" e "estar", use "impresso".
Por exemplo: Camisetas com o slogan do grupo foram impressas para a manifestação.
Mas com os verbos "ter" e "haver", pode usar "imprimido".
Por exemplo: Só quando cheguei ao trabalho percebi que tinha imprimido o documento errado.

8. "Vir", "Ver" e "Vier"

A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é, por exemplo, "quando você o vir", e não "quando você o ver".
Já no caso do verbo "ir", a conjugação correta deste tempo verbal é "quando eu vier", e não "quando eu vir".

9. "Aquele" com ou sem crase

Em vez de escrever "a aquele", "a aqueles", "a aquela", "a aquelas" e "a aquilo", use "àquele", "àqueles", "àquela", "àquelas" e "àquilo".
Por exemplo: Maíra deu o número de telefone dela àquele rapaz

10. "Ao invés de" ou "em vez de"

"Ao invés de" significa "ao contrário" e deve ser usado apenas para expressar oposição.
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda.
Já "em vez de" tem um significado mais abrangente e é usado principalmente como a expressão "no lugar de". Mas ele também pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas recomendam usar "em vez de" caso esteja na dúvida.
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bicicleta.