terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Giraffas faz mudança profunda na gestão de Marketing

 

Rede de restaurantes muda totalmente sua forma de trabalhar o Marketing. Plano é que cada ponto de venda passe a atuar com um plano de negócios próprio

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing | 30/11/2012

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

Giraffas,Marketing,reestruturação,restauranteUma das principais redes de restaurantes do Brasil, o Giraffas vem investindo em uma ampla reestruturação de Marketing para garantir um maior engajamento de marca, mais competitividade e destaque perante a concorrência não apenas de grandes cadeias, mas também de pequenos estabelecimentos. Para isso, a marca está implantando diversos novos setores, entre eles o Trade Marketing, que fará com que cada restaurante atue com um plano de negócios próprio e independente.

Entre as principais mudanças implantadas estão a criação de setores de Branding, Núcleo de Gestão de Negócios, a instalação de cinco coordenações regionais e um núcleo de gerenciamento de categorias. A ideia é fazer uma mudança profunda na gestão de Marketing e na administração da cadeia, olhando cada restaurante quase que de forma separada e com as suas concorrências e especificidades próprias. Outro investimento está sendo feito no canal de delivery, no qual, a empresa pretende injetar R$ 2 milhões em Marketing até o final do próximo ano.
As primeiras alterações começaram a ser implantadas há dois anos e se tornaram mais efetivas a partir de setembro, quando o executivo Ricardo Guerra assumiu a gestão de Marketing da empresa. “O que vemos hoje é um Marketing cada vez mais vaidoso, conceitual e menos prático. O que percebíamos era um baixo nível de engajamento com a marca. Já possuímos um cardápio que atende a alimentação do brasileiro e esse novo Marketing vem para dar ação e intensidade para que possamos oferecer uma melhor entrega do produto para o nosso consumidor”, explica Ricardo Guerra, Executivo de Marketing da rede Giraffas, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Atuação mais próxima ao franqueado
Uma das mudanças implantadas está relacionada diretamente ao franqueado. A criação do Núcleo de Gestão de Negócios permite concentrar os esforços da empresa para atender as lojas espalhadas pelos estados. O principal resultado colhido vem se refletindo na maior periodicidade de visitas às filiais. Em alguns pontos, os encontros que eram feitos anualmente, agora são realizados duas vezes ao ano. Para que isso pudesse ser feito, foram instaladas cinco coordenações regionais.
Outra alteração, e talvez a mais inusitada por se tratar do ramo de alimentação, foi a criação da área de Trade Marketing. Os profissionais do setor atuarão avaliando desde como produtos serão expostos nas telas de LCD dos restaurantes até o acompanhamento das peças promocionais elaboradas pelas lojas.
A ideia de implantar esse setor veio da observação que nem todos os restaurantes da rede Giraffas sofriam com a concorrência das grandes cadeias de fast food. “Em algumas cidades essa concorrência pode ser exercida por um restaurante de comida a quilo, uma lanchonete ou, até mesmo, uma padaria. É nessa avaliação que os profissionais de Trade Marketing vão entrar”, conta Ricardo Guerra.
Planos de negócios independentes
O objetivo é que cada uma dessas franquias atue com o seu próprio plano de negócios, levando em conta a região onde está implantada, a sua concorrência e o seu tipo de público. A rede atuará também com a regionalização de alguns itens do cardápio. O piloto será feito em Minas Gerais, onde alguns pratos sofrerão alterações.
O plano é que, cada vez mais, o cardápio Giraffas caia no gosto popular. “Temos um cardápio bastante completo, formado por sanduíches, refeições, sobremesas. Os pratos e os restaurantes continuarão os mesmos, mas algumas coisas que servimos passarão por mudanças. O plano é ouvir cada vez mais o nosso consumidor. É estar perto”, diz o executivo.
Justamente para criar essa proximidade e ampliar o processo de construção de marca, o Giraffas também implantou um setor de Branding que pretende fortalecer o diálogo entre empresa-público-colaboradores. O centro do trabalho é aproximar os pontos de venda estudando a forma como a rede se relacionará com o seu público como um todo.
bruno.brve@gmail.comAvaliação de produtos no exterior
Há ainda o Núcleo de Categorias, que atuará estudando cada mix de produtos que os restaurantes servem, tanto no Brasil, quanto no exterior, para avaliar possíveis novidades no cardápio da rede de restaurantes. “Esse setor avaliará como funciona esta área no exterior para vermos o que podemos trazer de novidades aqui para o Brasil. Pretendemos juntar todos os esforços para ter uma marca forte”, pondera o executivo ao Mundo do Marketing.
Outro ponto adiantado, porém ainda não detalhado pelo executivo, é que serão implantadas mudanças no cardápio infantil, público que compõe um importante target para a marca, representando cerca de 60% do volume de vendas. “Ano que vem implantaremos mudanças grandes para o público infantil, sempre focando nos conceitos de educação e saúde.
Novos modelos de lojas
O plano de reestruturação engloba ainda mudanças na estrutura das lojas físicas do Giraffas. Recentemente, a rede investiu R$ 2 milhões na inauguração de um restaurante conceito em São Paulo. O espaço conta com um sistema de atendimento que utiliza pagers e elimina as chamadas sonoras. O espaço conta também com o GiraShop, local dedicado à venda de produtos temáticos como pen drives e pelúcias de girafas.

O mobiliário possui uma área dedicada à história da marca, contada por meio de uma seleção de fotos e batizada de ‘Parede Nostalgia’ e uma roleta que premia os aniversariantes com produtos como sobremesas ou porções. A partir de janeiro começarão a ser abertas novas lojas que incorporarão parte do que foi utilizado na loja conceito.

O próximo espaço será aberto em Brasília “Essa loja conceito foi toda criada pela nossa equipe. O interessante é que cada uma das novas lojas agora trarão alguma coisa que foi usada na de São Paulo. Não haverá uma igual a outra. Uma utilizará a parede que conta nossa história, outra uma cor diferenciada. Isso é algo que nos orgulha muito e nos ajuda nessa construção de marca, porque centra tudo na história do Giraffas. É o que queremos nesse momento”, afirma Ricardo Guerra.

Top 10 de livros de Marketing mais vendidos em 2012

 

Philip Kotler lidera a lista e tem quatro livros no ranking. Marketing 3.0, Administração de Marketing, Princípios de Marketing e Marketing de A a Z são os destaques

Por Bruno Mello, do Mundo do Marketing | 11/12/2012

bruno@mundodomarketing.com.br

Entra ano e sai ano, os profissionais de Marketing se debruçam sobre os mesmos livros na hora de se atualizarem e de se formarem na área. Pelo quinto ano consecutivo, Philip Kotler lidera a lista dos livros de Marketing mais vendidos do ano elaborada pelo Mundo do Marketing a partir das vendas das principais livrarias do Brasil. Marketing 3.0 manteve o primeiro lugar e é obra mais vendida em 2012. Kotler figura ainda na segunda, sétima e nova colocações do ranking, com Administração de Marketing, Princípios de Marketing e Marketing de A a Z - 80 Conceitos que Todo Profissional Precisa Saber, respectivamente.
Quatro livros brasileiros estão entre os mais lidos de 2012, de acordo com o levantamento realizado junto às livrarias Saraiva, Siciliano, Cultura e Fnac e dos sites Submarino e Americanas.com. A Bíblia do Marketing Digital, de Cláudio Torres, aparece em terceiro no ranking. Os 8 Ps do Marketing Digital - O Seu Guia Estratégico de Marketing Digital, de Conrado Adolpho, figura na quarta posição. Já Marketing Na Era Digital - Conceitos, Plataformas e Estratégias, Martha Gabriel, é o quinto título mais vendido, enquanto Marketing de atitude, de Julio Ribeiro, está em décimo lugar.
No Top 10 de livros mais vendidos de 2012, apenas a obra do publicitário Julio Ribeiro foi lançada este ano. Todos os outros já são conhecidos, a exceção do oitavo colocado Nos bastidores do Google - Tudo o que sei sobre Marketing aprendi com o Google, lançado em 2011. Fechando a lista está outro best seller: A Lógica do Consumo, em sexto lugar, do especialista em neuromarketing Martin Lindstrom.

Veja aqui o ranking completo de 2012
Título
Autor
Editora
1
Marketing 3.0 - As Forças que Estão Definindo o Novo Marketing Centrado no Ser Humano
Philip Kotler
Campus Elsevier
2
Administração de Marketing
Philip Kotler
Pearson Education
3
A Bíblia do Marketing Digital
Cláudio Torres
Novatec
4
Os 8 Ps do Marketing Digital - O Seu Guia Estratégico de Marketing Digital
Conrado Adolpho Vaz
Novatec
5
Marketing Na Era Digital - Conceitos, Plataformas e Estratégias
Martha Gabriel
Novatec
6
A Lógica do Consumo
Martin Lindstrom
Nova Fronteira
7
Princípios de Marketing
Philip Kotler
Pearson
8
Nos bastidores do Google - Tudo o que sei sobre Marketing aprendi com o Google
Aaron Goldman
Saraiva
9
Marketing de A a Z - 80 Conceitos que Todo Profissional Precisa Saber
Philip Kotler
Campus Elsevier
10
Marketing de Atitude
Julio Ribeiro
Dash Editora
Fonte: Mundo do Marketing, com Saraiva, Siciliano, Fnac, Cultura, Submarino e Americanas.com.

9 tendências para o Marketing Digital em 2013


Posted by Kylzo da Silva Araujo dezembro - 8 - 2012

A utilização de recursos de realidade aumentada no ponto de venda e mais integração entre campanhas veiculadas na TV com as redes sociais estão entre as tendências que serão capazes de gerar um maior engajamento entre marcas e consumidores no próximo ano. A conclusão é do estudo Social Business para Todos, apresentado, dia 5/12, pela E.life. A empresa vem acompanhando o comportamento do consumidor brasileiro nas redes sociais e selecionou nove conceitos capazes de melhorar o diálogo entre os clientes e as empresas.
As ferramentas de realidade aumentada são apontadas como um divisor de águas para o varejo. Com o barateamento da tecnologia, um número cada vez maior de empresas adotará soluções desta natureza no ponto de venda, fazendo com que o consumidor obtenha mais informações sobre um determinado produto e possa interagir com a marca de maneira diferenciada. Gôndolas equipadas com tablets, por exemplo, podem disponibilizar ao visitante detalhes sobre os itens expostos ou acesso a algum conteúdo extra, como um game ou hotsite.
Além disso, as lojas terão a necessidade de estarem conectadas às redes sociais o tempo todo, outra tendência listada pela E.life. A partir de ferramentas de compartilhamento, check-in e ativação de códigos, as empresas poderão criar promoções e concursos. “O Trade Marketing terá que se reinventar para que o ponto de venda se integre cada vez mais às redes sociais. Isso ainda está começo, mas é uma tendência muito forte”, explica Alessandro Barbosa Lima, CEO do Grupo E.life.
União entre TV e redes sociais
Se por um lado o consumidor parece estar menos paciente em relação às campanhas publicitárias na TV, por outro, existe a oportunidade de engajar e ampliar a visibilidade de um anúncio televisionado se a empresa conseguir fazer um link entre este conteúdo e as redes sociais. A simples inclusão de uma hashtag nos comerciais pode gerar grandes resultados no mundo online.
A E.life acompanhou o buzz gerado por campanhas televisivas ao longo do ano e constatou que, para a maior parte delas, a repercussão nos canais digitais é bem pequena: cerca de 1,6% de comentários. Em comparação, anúncios que incluíram a hashtag tiveram uma reverberação muito maior nas mídias sociais, com até 15% a mais de comentários.
Um exemplo citado pela consultoria é a campanha do Banco do Brasil “Veste a Camisa”, que incluiu a hashtag na assinatura do banco, fazendo com que o tema ganhasse muita exposição no Twitter. “A E.life acompanhou os trending topics e verificou que 27% dos temas em destaque são referentes ao conteúdo exibido na TV. Olhando nos detalhes, percebemos também que trending topics sobre música e esportes, por exemplo, quase sempre se referem indiretamente a conteúdos também exibidos na televisão. Podemos dizer, com certeza, que mais de 50% dos tópicos com maior destaque no Twitter nascem da TV”, afirma Alessandro Barbosa Lima.
Os números confirmam um comportamento apontado também por outras pesquisas: o brasileiro navega na internet enquanto assiste TV. Por esta razão, as marcas devem pensar em estratégias de mídia que correlacionem o que é exibido nos canais de massa com o mundo online. Entre os internautas entrevistados pela E.life, 50,6% assistem TV enquanto usam a internet, 37,6% ouvem rádio e 21% leem jornais e revistas.
Empresas devem se preparar para o Social CRM
As redes sociais também serão as plataformas mais utilizadas para o atendimento aos clientes. Cada vez mais impaciente, o consumidor dáatualmente menor credibilidade ao SAC convencional e busca em mídias como Facebook e Twitter uma solução mais rápida para os seus problemas. A E.life estima que entre 1 a 3% dos atendimentos ao cliente sejam realizados por plataformas sociais. Para 2013, este volume deve chegar a 5%. As empresas precisam estar preparadas para um aumento constante desta demanda nos próximos anos.
Mas este cenário também pode ser revertido em oportunidade: algumas companhias de outros países usam as plataformas digitais para fazer com que os próprios clientes ajudem uns aos outros no atendimento. “O atendimento colaborativo é uma vantagem para as marcas que souberem utilizar este recurso. Outros consumidores poderão ajudar a tirar dúvidas, por exemplo, mas as empresas terão que prover um ambiente que suporte a contribuição coletiva”, explica o CEO da E.life.
Outras tendências apresentadas pelo estudo são a participação cada vez maior dos canais mobile no relacionamento das organizações com o seu público-alvo, a utilização de recursos de computação em nuvem – o que elimina a necessidade de grandes investimentos em servidores, ferramentas mais complexas para analisar o grande volume de dados disponiblizados pelos usuários na web e a maior participação de pequenas e médias empresas nas redes sociais. Veja a seguir a lista com todos os tópicos apontados pela E.life:
1 – PMEs vão investir cada vez mais nas redes sociais: pequenas e médias empresas se interessam cada vez mais pelas redes sociais.
2 – Métricas dão lugar aos KPIs: ao invés de acompanhar métricas, as empresas criarão indicadores de desempenho para avaliar o resultado de suas estratégias online. O KPI está veiculado ao negócio em si, enquanto a métrica é um dado geral verificado no canal.
3 – Big Data: as empresas precisarão de ferramentas mais complexas para lidar com o enorme volume de informação disponibilizado pelos seus consumidores na web.
4 – Second Screen and Social Curation: estratégias que consigam ligar as campanhas da TV com as redes sociais tendem a aumentar o engajamento do público.
5 – Ascenção do mobile: o acesso a plataformas sociais, comércio eletrônico e conteúdo das marcas será cada vez mais feito por dispositivos mobile, como smartphones e tablets.
6 – Social CRM: as empresas serão mais demandadas a prestar atendimento pelas redes sociais.
7 – SaaS (software as a service): a computação em nuvem permitirá que mais soluções em software sejam oferecidas como um serviço, onde o pagamento será pelo tempo de uso e não mais pela aquisição do produto.
8 – Varejo social e conectado: o ponto de venda precisa estar conectado, permitindo um compartilhamento de tudo o que acontece no ambiente físico diretamente com as redes sociais.
9 – Realidade aumentada: as ferramentas de realidade aumentada estão mais acessíveis e o varejo deve aproveitar estes recursos para oferecer conteúdo diferenciado ao shopper, aumentando o tempo de visitação na loja e o engajamento do consumidor.

Fonte: Portal Administradores e E.life

Dez maiores marcas no Facebook brasileiro têm, juntas, quase 54 milhões de fãs

Com 9.496.456 fãs, o Guaraná Antarctica se coloca como maior página empresarial no Facebook, à frente de Skol, com 9.135.479 fãs; Brahma Futebol, com 6.592.987; L'Óreal Paris Brasil, com 5.221.788 fãs; e Hotel Urbano, com 5.094.757 fãs
Por Redação, Administradores.com
 
O GraphMonitor, ferramenta de gestão no Facebook desenvolvida pela Dito, apontou que dos 63 milhões de usuários da rede social no Brasil, mais de 53 milhões (85%) curtem as dez maiores fanpages de marcas do país.
Com 9.496.456 fãs, o Guaraná Antarctica se coloca como maior página empresarial no Facebook, à frente de Skol, com 9.135.479 fãs; Brahma Futebol, com 6.592.987; L'Óreal Paris Brasil, com 5.221.788 fãs; e Hotel Urbano, com 5.094.757 fãs. Abaixo dos cinco milhões de fãs, aparecem (em milhões) Lacta (4,7); Bis (3,9); Itaú (3,5); Halls(3,4); e Trident (3).
De acordo com André Fonseca, CEO da Dito, embora não seja um número que corresponda exatamente com a comparação, ter esse número de usuários concentrados nas dez maiores páginas de empresas mostra como o trabalho em mídias sociais vem se aprimorando no Brasil. "Embora o levantamento não diga que cada um desses fãs é único de uma página, é possível ter uma estimativa de como algumas marcas conseguiram se destacar neste ano", aponta o executivo.
Na categoria geral, a página da Brahma Futebol aparece como destaque do mês, tendo crescimento de 21,13% em relação ao último levantamento, mantendo a oitava colocação. As outras nove marcas também mantiveram as mesmas posições, com menções para Skol, que teve aumento de 11,44%; Guaraná Antarctica, com 9,57%; Vagalume, com 8,85%; e Programa Pânico, com 6,06%.
Entre as páginas da categoria Mídia, o canal por televisão a caboTelecine aparece com maior crescimento da lista, de 18,39%, ocupando a quinta colocação. Fox Brasil, com 10,65%; Sportv, com 9,5%; Multishow, com 8,02%; Esporte Interativo, com 7,67%; Letras.mus.br, com 7,26%, surgem com aumentos acima dos sete pontos percentuais.
Confira, abaixo, o infográfico com todos os números de novembro.

Fonte: GraphMonitor

Como transformar projetos em resultados?

"A única forma de você implementar a inovação é através de projetos. E se você não gerenciá-los, eles não vão ser bem implantados e não vão gerar a vantagem competitiva que você precisa", afirma especialista

Por Simão Mairins, www.administradores.com
 
Em plena expansão, o Brasil tem hoje em andamento uma série de grandes empreendimentos de infraestrutura, como a ferrovia Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco, os estádios da Copa e outras obras de infraestrutura necessárias para o evento, portos, estradas. E tudo isso parte (ou, pelo menos, deveria partir!) de um projeto, algo que estabeleça uma disciplina para que tudo seja feita da forma mais otimizada possível. Na prática, é verdade, as coisas não funcionam bem assim. Mas precisam funcionar. E para que funcionem, gerenciar bem os projetos é um dos passos mais importantes, algo que vale para esses casos citados acima, mas também para o dia a dia das empresas.

O brasileiro Ricardo Vargas, que preside o Project Management Institute (PMI), concedeu uma entrevista ao Administradores.com em que explica o que, de fato, é o gerenciamento de projetos, sua importância e como ele pode ser decisivo para o cotidiano do mundo corporativo e o desenvolvimento do Brasil.

O que é, de fato, o gerenciamento de projetos?

O gerenciamento de projetos, nada mais é do que uma técnica e um modelo que serve para você administrar projetos. E o que é um projeto? O projeto, nada mais é do que algo temporário e único. Talvez a melhor forma de você entender o conceito de gerenciamento de projetos, é entendê-lo através da comparação com a rotina. O que é uma rotina? Uma rotina é algo que você faz repetidas vezes, e por repetir daquela forma, você se torna mais rápido, mais hábil, mais preciso e etc. O que é o projeto? O projeto é o oposto da rotina. O projeto é aquilo que você não faz todo dia, é aquilo que você não tem habilidade específica e por isso precisa de um esforço gerencial diferenciado. Você precisa trabalhar de uma forma diferente, você precisa entender os riscos, o escopo, os prazos. Gerenciamento de projetos é o que? É uma disciplina, onde as melhores práticas pra que você administre bem os seus projetos são estabelecidas. Então essa disciplina começa a fazer parte das organizações.
Foto: Shutterstock

Qual a importância dessa atividade para as empresas?

As empresas hoje estão infinitamente mais voltadas pra projetos do que para rotinas. Então a importância dessa atividade é crucial pra que ela consiga administrar seus novos empreendimentos. Então a importância dessa atividade para as empresas é permitir com que a empresa alcance um novo patamar de competividade através da inovação. E a única forma de você implementar a inovação é através de projetos. E se você não gerenciá-los, esses projetos não vão ser bem implantados, não vão produzir inovação e não vão gerar a vantagem competitiva que você precisa.

Várias obras de grande porte estão em andamento no Brasil e outras devem vir por aí. Historicamente, entretanto, esses são processos muito lentos, sofrem com corrupção, serviços mal feitos entre outras coisas. Falta capacidade ao poder público para gerenciar projetos de grande porte?

Eu queria até ser mais amplo. Eu acho que falta uma capacidade geral, não só do poder público, do governo, mas também das organizações, instituições, em gerenciar atividades extremamente complexas, grandes. Por quê? Hoje temos um problema com a falta de talento, a falta de profissionais qualificados. E isso não é um problema exclusivo do Brasil, isso é um problema mundial. Hoje nós temos um problema de falta de talentos muito grande, um problema de aumento da complexidade, dos riscos, dinâmica de mercado. Ou seja, o mercado está variando e está sofrendo alterações de uma forma muito mais dinâmica, então isso tem aumentado enormemente a complexidade do que se tem feito. Você envolve muitos fornecedores, muitos parceiros, muitas entidades, e com isso a transparência pode estar comprometida, abrir espaço pra atividades ilícitas. Então isso tudo gera um cenário muito mais complexo do que o cenário tradicional que nós estamos costumados, por isso o desafio, e por isso que obras de grande porte precisam de um gerenciamento de projetos extremamente efetivo, competente e presente.

E quanto às empresas brasileiras: de modo geral, elas gerenciam bem seus projetos?

Eu queria dizer que de modo geral elas não gerenciam bem seus projetos. Porque quando você gerencia bem, efetivamente, com resultado, você cresce de forma exponencial. E claro que algumas empresas brasileiras estão fazendo isso muito bem. Mas o que a gente vê no mundo, como um todo, é um desenvolvimento mediano desses projetos, por isso que eu volto a dizer e repito: se as empresas começarem a pensar nisso e investirem mais na gestão de projetos, essas empresas vão conseguir um sucesso muito maior. Então, queremos dizer que nós não estamos atrás, mas também não somos líderes e pioneiros nessa área.

Quais as principais características de um projeto bem gerenciado?

Um projeto bem gerenciado tem, na verdade, duas coisas que ele atende. A primeira coisa é quando a gente fala em gestão do projeto. Ele cumpre prazos, escopo do que tem que ser feito, cumpre orçamento, é administrado dentro um de patamar tolerável de risco. Agora, além disso tudo, nós temos que falar também dentro desse conceito de projeto, do conceito de gestão de portfólio: aquele projeto tem um business case viável, inteligente e realista. Porque não adianta eu realizar bem no prazo e no orçamento aquilo que não tem nada a ver e não reflete a realidade organizacional. Por exemplo, o que adianta hoje eu ser o melhor fabricante do mundo de disco de vinil se disco de vinil não vende? Eu preciso entender até quando eu consigo agregar e produzir valor em cima desse cenário. Então o projeto bem gerenciado é aquele que não só cumpre prazo e orçamento, como entrega o benefício previsto e esperado.

Plano de Negócios: uma boa opção também para pequenos negócios

Vários são os modelos de plano de negócios disponíveis e cabe ao empreendedor analisar aquele que vai ao encontro de suas expectativas

Por Patricia Viveiros de Castro Krakauer

Plano de negócios é um tema já consagrado na literatura e de fundamental importância para empresas de todos os portes, em especial, para as nascentes, que através de tal metodologia podem conhecer o seu ambiente competitivo, gerar valor de mercado, entender quem é o seu cliente, qual o seu diferencial e como transformará isso em receita. Os planos de negócios possibilitam que o empreendedor pense efetivamente sobre o seu negócio, o que trará várias vantagens, principalmente se considerarmos que a falta de planejamento é um dos motivos citados na pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE, 2008) para a alta mortalidade das pequenas empresas.

Vários são os modelos de plano de negócios disponíveis e cabe ao empreendedor analisar aquele que vai ao encontro de suas expectativas, avaliando sempre o porte do empreendimento e o conhecimento administrativo do empreendedor. Existem modelos mais completos que são, inclusive, necessários para o caso de financiamento por investidores externos ou mesmo para entrar em uma incubadora de negócios, como é o caso do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia – CIETEC – localizado na Cidade Universitária de São Paulo. Modelos simplificados também são possíveis e também auxiliam o novo proprietário em melhor planejar o seu futuro, aumentando a chance de maior longevidade da sua empresa.
É fato que muitas as empresas elaboram algum tipo de planejamento, não sendo, muitas vezes, formais e estruturados nas pequenas empresas, pois várias são as dificuldades encontradas para a realização de tal atividade, como a falta de recursos e de tempo dos proprietários. Observa-se nas empresas de menor porte que a intuição e a preocupação com questões operacionais são muito fortes para o proprietário, o que torna a elaboração do plano de negócios um desafio, a despeito de sua importância.

Imagem: Shutterstock

Uma abordagem que despontou no mundo de negócios recentemente é o Business Model Generation (BMG), desenvolvido por Osterwalder e Pigneur (2010), que pode ser um interessante caminho para os novos empreendedores. Sendo uma de suas propostas a facilidade de uso, foi elaborado em nove blocos, a saber: segmentação de clientes, proposição de valor, canais, relacionamentos, atividades chave, recursos chave, parcerias, estrutura de custos e receita. Se você é empreendedor vale conhecer esse modelo disponível no site ou no livro já traduzido para português.
Nesse contexto, não importa o modelo em si a ser adotado, mas sim a sua formalização em um plano que permitirá a organização do seu negócio e a melhor estruturação de suas atividades, com metas factíveis e maior desempenho. Bons negócios!
Patricia Viveiros de Castro Krakauer - Professora da HSM Educação

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O estranho mundo da seleção

 

O desafio de encontrar bons profissionais leva as empresas a introduzir nos processos seletivos técnicas inusitadas e nada eficientes. Veja alguns exemplos

Por Ursula Alonso manso. Ilustrações: Marceleza em 12.11.2012 às 15:21

o estranho mundo da seleção
o estranho mundo da seleção / Marceleza

Tudo começa num almoço com o headhunter para uma sondagem inicial para a vaga. Como num namoro, os dois estão se conhecendo. Depois, vem o convite oficial para uma primeira entrevista, na qual são expostos a proposta, o perfil e as competências exigidas para o cargo. O headhunter mostra um interesse incomum no signo e no dia de nascimento do candidato. Mas até aí tudo bem. Tem gente obcecada por astrologia mesmo. em seguida, são marcadas reuniões com altos líderes da companhia contratante ou happy hours com seus executivos. E, quando o candidato acha que já passou por todas as etapas do processo, surge um convite inusitado: "Que tal você mostrar suas habilidades culinárias na cozinha do nosso refeitório?", indaga o recrutador.
Sim, mesmo em tempos de aquecimento do mercado, ainda há companhia que incluem o preparo de alimentos, a análise de caligrafia e outras avaliações muito menos ortodoxas em seus processos de seleção, independente do nível da vaga em aberto. "Há empresas que ultrapassam os limites e expõem os candidatos a situações vexatórias", diz Waleska Farias, consultora de carreira e imagem do Grupo Hel, do Rio de Janeiro, que presta serviços de gestão de pessoas para o setor hoteleiro.
Cobrados para fazer coisas que se dividem entre constrangedoras e estúpidas, os headhunthers tentam, muitas vezes em vão, argumentar que um bom processo seletivo dispensa técnicas bizarras, como pedir para um candidato varrer a sala de entrevista. Para Magui castro, sócia da CTPartners, o fundamental nessa etapa de namoro é buscar referências de ex-chefes, ex-pares e ex-subordinados, além das informações do mercado e das pessoas que o headhunther conhece e confia. “O mais complexo é o alinhamento do perfil do profissional à cultura da empresa. Para isso a checagem de referências é melhor do que qualquer dinâmica”, diz Magui.
André Magro, gerente da área de expertise de recursos humanos da Hays, de São Paulo, também descarta dinâmicas para posições que não sejam de estagiários e trainees. "O melhor é a boa e velha entrevista", diz André. Opinião que é compartilhada por Jacqueline resch, sóciadiretora da consultoria carioca Resch Recursos Humanos. "O bom processo é feito de instrumentos para avaliar as competências do profissional, não de modismos. Se a empresa está sendo levada por modismos e não sabe o que está investigando, quem ela vai escolher no final? Ainda acredito que o instrumento mais importante no recrutamento é a entrevista", diz Jacqueline.
O perigo de introduzir técnica alternativas no processo seletivo, alertam os especialistas, é que, além de não revelarem competências relevantes dos candidatos, elas podem afastar bons profissionais. “São modismos que até sobrevivem num mercado fraco, mas num setor aquecido o candidato se recusa a participar desse jogo e a empresa corre o risco de perder um bom profissional”, diz Simone Madrid, sócia da Teamwork Hunting Consultoria de Recursos Humanos.
Apesar do alerta, a criatividade no campo da seleção rola solta. A reportagem da VOCÊ RH ouviu sete consultores de RH e headhunters, que revelaram as piores práticas já solicitadas pelas empresas clientes.Veja aqui o que não incluir em seu processo seletivo.

Precisa-se de engenheiro (que entenda de vinho)

Uma multinacional de petróleo quer submeter os candidatos à vaga de emprego a uma prova com panelas, na cozinha mesmo. Para essa organização, a habilidade do profissional na cozinha pode revelar sua disciplina e capacidade de organização. “Eu ainda contra-argumento dizendo que não sei cozinhar e, por isso, não poderia trabalhar para a companhia. Mas o pior é que, em muitos casos, fica com a vaga aquele que faz o bolo mais gostoso”, conta Alexandre Luz, diretor de RH da PM Luz Consultoria Recursos Humanos. Ele já viu um candidato à vaga de gerência com responsabilidade de comandar 200 funcionários se recusar a ir para o refeitório da companhia cozinhar. "O profissional disse que isso era uma palhaçada e foi eliminado do processo. A nós, headhunthers, resta apenas identificar quem vai topar esse tipo de coisa", afirma Luz. Jaqueline Resch também não entende o propósito de pedir a alguém para cozinhar. “Só se a vaga for de gourmet. Caso contrário, é colocar o candidato em situação desconfortável e desnecessária”. Como não bastasse testas as habilidades com as panelas, outra empresa do setor de óleo e gás introduziu um teste de conhecimento em vinhos na avaliação inicial para o cargo de engenheiro comercial. A justificativa, lembra Simone Madrid, da Teamwork, era de que a empresa buscava um profissional refinado para receber comitivas estrangeiras e frequentar jantares com presidentes de outras empresas.

Aula de artes plásticas

A vaga em aberto era numa empresa multinacional europeia. O cargo, de chief finalcial officer (CFO). Cada candidato tinha de desenhar alguém na chuva com um guarda-chuva. Para isso recebia uma folha de papel em branco com outras quatro folhas embaixo. As folhas sobressalentes serviriam para que se pudesse analisar a força que o profissional empregava ao escrever, o que, segundo os crédulos, revelaria seu caráter. "Candidatos muito bons foram colocados de lado porque o desenho não tinha chão ou porque tinham desenhado só uma pessoa debaixo do guarda-chuva. Confesso que até hoje não entendi o que a organização enxergava como um desenho correto", diz Magui Castro, da CTPartners, de São Paulo. "Eu pedia desculpas, e eles só riam."

Entrevista com faxina

Imagine a seguinte situação: os candidatos chegam para uma dinâmica e encontram uma sala suja. A primeira prova de competência a que são submetidos é o devido uso de vassouras. E, para isso, todos são convidados a varrer o chão. "Recentemente, me surpreendi quando uma empresa cliente questionou se é usual nos processos seletivos os candidatos varrerem a sala de entrevista e servirem água e café aos demais participantes. Os condutores do processo justificaram o método como sendo de fundamental importância para observar o jogo de cintura e a disposição em servir o outro dos profisisonais", diz Waleska Farias, consultora de carreira e imagem do Grupo Hel.

Vagas para taurinos e arianos. Não insista

Pode parecer coisa de outro planeta, mas há empresas que, ao enviar o perfil do profissional para a vaga, já exigem que o headhunther selecione pessoas nascidas num período específico do ano. "São aquelas que buscam levantar o mapa astral da pessoa", diz Alexandre Luz. Leonardo Leitão, gerente de negócios da Proff Gente e Gestão, também já deparou com uma organização que queria o mapa astral de candidatos à vaga de coordenação para identificar o perfil mais compatível com o gestor. "Ganhou a vaga aquele que tinha o melhor alinhamento de acordo com os astros. Eu até respeito a decisão, mas acho um absurdo, porque isso não vai influenciar em nada a performance do profissional", diz Leitão. O pior caso, no entanto, foi o identificado por Waleska Farias: "Recentemente, durante um processo seletivo, a pessoa que conduzia a entrevista pediu para ver as mãos do candidato a fim de identificar, por meio dos traços e do formato, se ele seria a pessoa certa para liderar a equipe de vendas da companhia", conta.

Só os fortes sobrevivem

E quando o cenário da seleção é um hotel fazenda? Mas, em lugar de camas fofinhas e travesseiros macios, os candidatos encontram um acampamento mambembe. "Já vi empresa de publicidade submetendo seus candidatos a treinamento de sobrevivência, coisa que só é necessária para pilotos e comissários de bordo, por exemplo. A organização aluga um hotel fazenda e coloca o pessoal acampado, já sabendo que está chegando uma frente fria por lá. Tudo isso para ver a capacidade de liderança, de discernimento e de lidar com imprevistos dos profissionais. Acho que, no fundo, a organização não sabe exatamente o que quer. Por isso, acaba contratando errado", diz Alexandre Luz.

Tá puxado? Pede para sair!

Tem ainda a chamada entrevista de pressão, na qual a empresa quer saber o nível de estresse que o candidato é capaz de suportar e o faz passar por situações prá lá de constrangedoras. Em alguns casos, a pressão já começa pelo horário marcado para a conversa. "Testemunhei o relato de uma profissional que foi chamada para entrevista na empresa às 21h59", diz Waleska Farias. Simone Madrid já viu candidato chorar em processos que mais pareciam interrogatórios. Em um deles, ela conta que um diretor fazia bolinhas de papel e as lançava na parede, por cima da cabeça do candidato enquanto ele falava. "O propósito era intimidar e observar como o candidato reagiria", diz ela. No quesito "reação do candidato", há ainda os processos que incluem perguntas estúpidas e que não agregam nada para a entrevista, a não ser olhares de interrogação. "Tem quem pergunte, por exemplo, o que o profissional faria se o escritório começasse a pegar fogo naquele exato momento. Mas não há como prever a reação do profissional num caso assim. É claro que ele vai dar uma resposta e, na hora, pode agir de modo diferente", diz Alexandre Luz.

Candidato = MBTI + OPQ32 + MQ

Queridinhos dos profissionais de RH, os testes psicológicos não são inteiramente confiáveis para determinar a escolha de um profissional. Afinal, muitos deles revelam não a personalidade da pessoa, mas o perfil dela naquele momento específico. "Só faço se a empresa pede mesmo, porque, se o candidato está desempregado, ele vai ser rotulado de inseguro no teste. Mas é só ele começar a trabalhar e ganhar confiança para o disco mudar", diz Magui Castro. André Magro, da Hays, também não é a favor da aplicação dos testes. "Há testes de até 10 000 reais que fazem análises de personalidade assim como a Mãe Dinah faz previsões, pois eles não dizem se, nos próximos anos, o candidato vai ter algum problema emocional", afirma.

Sua letra, seu destino

A maioria dos headhunters tende a deixar os exames grafológicos ou testes de caligrafia fora do rol das bizarrices da seleção, visto que são, segundo Jacqueline Resch, uma técnica respeitada na França e usada por muitas empresas. Mas o que dizer de uma companhia de grande porte cujo dono conheceu uma grafóloga num aeroporto no exterior, ficou impressionado com o que ela falou de sua letra em relação à sua personalidade e, desde então, submete todos os candidatos ao teste com essa mesma pessoa? "Antes de qualquer coisa, de qualquer entrevista, os textos dos candidatos são enviados para fora do país, retornando com um laudo em português troncho, que elimina candidatos excelentes sem que possamos fazer uma entrevista de validação para checar o perfil dele", diz Simone Madrid. "Isso sem falar no quanto esse vai e vem torna o processo mais lento." Bem, nesse caso, a grafóloga ao menos tem o emprego garantido.