quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Barsa: como a enciclopédia sobreviveu à revolução digital?

Expectativa do grupo é vender 70 mil exemplares até o fim de 2012. Próximo passo, no entanto, é conquistar consumidores jovens e mirar em modelos digitais

Por Isa Sousa, Mundo do Marketing


Até o fim de 2012, a Barsa terá vendido 70 mil enciclopédias no Brasil. O número não é comparável a média de 100 mil exemplares que alcançava por ano em seu ápice, mas é considerado excelente pelo grupo espanhol Editorial Planeta, que comprou a empresa há 12 anos. Item de luxo quando lançada, em 1964, os 18 volumes vermelhos na estante de casa significavam status: em reais, o material custaria R$ 10 mil. Os tempos são outros e hoje o material pode ser parcelado em 24 vezes de R$ 100,00. Atenta as mudanças, a marca não pensa (ainda) em abandonar o papel, mas já mira nas mídias online para atrair um novo público e não virar refém da revolução digital.
Para se adequar aos novos formatos de comunicação, os itens da enciclopédia passaram por adições e o consumidor ganha um DVD com acesso exclusivo ao site Barsa Saber, que dá direito a atualizações mensais durante um ano. Ao expirar o prazo, por R$ 100,00 é possível validar o sistema por mais um ano e assim sucessivamente. Com a iniciativa, a marca possibilita um relacionamento duradouro. Hoje são cinco milhões de clientes ativos.
Outra adequação da marca foram nos modelos de venda. Se em seu ápice, o porta a porta chegou a ter dois mil representantes em diversas capitais do país, hoje são 200 que circulam prioritariamente no interior do Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A justificativa é que o número reduzido possibilita um controle maior de pessoas. O formato é responsável por 30% das vendas.
A implantação do call center também é significativa. Com 80 operadores, o telemarketing é responsável por 50% das vendas da Barsa. A loja virtual é outra plataforma de sucesso. Inaugurada em fevereiro deste ano, por ela são vendidas 12 unidades por dia, que representa 3% das vendas totais. Os 30% restantes do faturamento da marca vêm da venda aos governos municipal, estadual e federal. Como o produto não encontra concorrência, não precisa de licitação.
A construção do desejo
Sem anúncios em mídias tradicionais ou ações de Marketing nas mídias digitais, motivo da sobrevivência da Barsa está no imaginário que foi sendo construído por ela mesma durante seus quase 50 anos. "Quando foi lançada, tivemos grandes nomes que ajudaram na construção da marca. Houve Oscar Niemeyer falando de arquitetura, Jorge Amado sobre Bahia e Antônio Calado sobre literatura, por exemplo. A publicidade foi feita no boca a boca e, de lá para cá, as pessoas mantiveram o desejo. O sonho de qualquer um era ter uma Barsa em casa, mas era muito cara", lembra a Diretora de Marketing da Barsa, Sandra Carvalho, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Comparando-se à realidade da época, comprar a enciclopédia significava abrir mão de um fusca, carro popular na década de 1960. A grande mudança, no entanto, uniu a redução de custos da impressão, o cenário estável da economia brasileira e, principalmente, a ascensão da nova classe média, que já desejava o material, mas não podia comprar.
Diferente da década de 1960, hoje é possível parcelar o pagamento das enciclopédias em até 24 vezes. "A marca é aspiracional. Essas pessoas da classe média de hoje eram exatamente as crianças da época que desejavam o material, mas a família não tinha condição para tal. Hoje crescidos, eles podem realizar uma vontade que permeou o imaginário durante muito tempo e, mais ainda, ter a credibilidade que o produto sempre ofereceu, o que nem sempre a internet possibilita", avalia Sandra.
O desafio
Apesar das vendas estáveis, um dos desafios da Barsa é na conquista dos filhos da classe média. Mais ligados a Wikipedia do que a modelos tradicionais de pesquisa, os jovens terão de ser conquistados com plataformas digitais mais convincentes.
Entre os projetos do grupo, um aplicativo para smartphones e tablets está sendo desenvolvido e deve sair até o mês de novembro. Além dele, a marca vem testando nuvem de livros. "Os jovens são nosso maior desafio. A gente tinha uma geração de avós e pais que desejavam muito, mas manter essas pessoas de 14 anos será a parte mais difícil. Esse mundo digital não vai embora e isso é o futuro. Estamos testando e fazendo investimentos nessa área", afirma Sandra Carvalho.
Na opinião Coordenador Adjunto do Centro de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Marinho Aidar, a adaptação para o online não pode demorar. "O caminho é o digital. A Barsa continuará a ter espaço dela se fizer um modelo que dialogue, que tenha matérias e assuntos com fotografias, com vídeos, com conteúdo dinâmico. O Estadão e Folha de São Paulo, por exemplo, disponibilizam seus acervos nos sites. O caminho é de reinvenção. Se nada mudar, nem a forma de vender, é uma questão de tempo para começar uma curva descendente", avalia Marcelo Aidar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

5 Documentários para Empreendedores que Querem Construir um Mundo Melhor


Postado em 24 de setembro de 2012 por Daniel Pereira

Empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de um país. Identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo – Esse é o papel do empreendedor.
O fato é que precisamos desenvolver nossa sociedade na direção correta e para isso buscar inspiração nas fontes corretas é essencial. Eu gosto muito de assistir a documentários, pois acredito que eles trazem uma visão mais sincera e permitem que você tire conclusões melhores.
Abaixo um a lista de 5 documentários (+ 2 de bônus) com seus respectivos sites e link no iTunes. Sei que nem todos que lêem o blog tem acesso ao iTunes ou dominam a língua inglesa, mas infelizmente não tem jeito já que a maioria dos documentários não chegam ao Brasil, nem são traduzidos para o português. Espero que vocês consigam de uma maneira ou de outra assistir a pelo menos alguns deles. Mas lembre-se, se você quer construir um novo futuro, faça de tudo para conseguir assisti-los! ;)
1 – I AM
I AM
Tom Shadyac é um famoso diretor de Hollywood que após um acidente embarca em uma viagem para encontrar respostas para duas perguntas: “O que há de errado com o nosso mundo?” e “O que podemos fazer sobre isso?”. Tom visita algumas das grandes mentes de hoje, incluindo autores, poetas, professores, líderes religiosos e cientistas que procuram o problema e a cura fundamental para humanidade.
2 – Wisdom
Wisdom
Inspirado pela idéia de que um dos maiores presentes que uma geração pode dar a outra é a sabedoria adquirida, o cineasta Andrew Zuckerman viaja o mundo para entrevistar mais de 50 dos escritores mais proeminentes do mundo, artistas, designers, atores, políticos e líderes religiosos e de negócios – todos com idade acima de 65. O filme resultante capta suas vozes, presenças físicas, palavras e idéias, proporcionando um extraordinário legado para as gerações que se seguem e um retrato atemporal da sabedoria que conecta todos nós.
3 – Zeitgeist
Zeitgeist
Esse documentário mostra porque a sociedade deve se livrar da “Economia de Mercado Monetário” para embarcar na “Economia Baseada em Recursos”. É uma total reinvenção da maneira como a economia mundial é estruturada.
4 – Rip! A Remix Manifesto
Rip! A Remix Manifesto
Rip! A Remix Manifesto
O documentário mostra como a lei dos direitos autorais vai precisar ser completamente reformulada para suportar nosso novo mundo tecnológico. Várias entrevistas interssante com o fundador do Creative Commons Lawrence Lessig, o nosso ex-ministro brasileiro da Cultura Gilberto Gil, entre outros.
5 – Press, Pause, Play
Press, Pause, Play
A revolução digital da última década desencadeou a criatividade e o talento de pessoas de uma forma sem precedentes, desencadeando ilimitadas oportunidades criativas. Mas será que a cultura democratizada significa melhor arte, cinema, música e literatura ou é verdadeiro talento? Esta é a questão abordada por PressPausePlay, um documentário contendo entrevistas com alguns dos criadores mais influentes do mundo da era digital.
Bônus
Resolvi listar outros dois para vocês refletirem mais um pouco.
6 - Happy
Happy
O documentário nos leva a viagem que vai dos pântanos da Louisiana para as favelas de Calcutá, em busca do que realmente faz as pessoas felizes. Combinando histórias reais de todo o mundo e entrevistas com cientistas e líderes na pesquisa da felicidade, Happy explora os segredos por trás da nossa emoção mais valorizada.
7 – Something Ventured
Something Ventured
Esse documentário conta a história da criação de uma indústria que passou a se tornar o motor único maior de inovação e crescimento econômico em do século 20. O filme também inclui alguns dos melhores empresários, mostrando como eles trabalharam com Venture Capital para crescer empresas de classe mundial como a Intel, Apple, Cisco, Atari, Genentech, Tandem e outros.
E você recomenda mais algum?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Por que as redes sociais cresceram tão rápido?

 

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Começo o post de hoje com um vídeo e uma pergunta: por que as redes sociais cresceram tão rápido? Vamos assistir ao vídeo.
 

Em meio à busca da sociabilidade, o ser humano com sua necessidade de se agrupar conecta-se às redes sociais e comunidades virtuais. As pessoas encontram uma nova forma de viverem e se comunicarem pelo desejo de encontrar pessoas com interesses comuns. Todos querem saber o que estão falando e quem está falando. Conhecer as diferenças de opiniões pode levar ao crescimento social ou pelo menos fazer com que as diferenças sejam respeitadas.
Transparência, regras, respeito mutuo são cada vez mais observados em meio às empresas que abraçaram as redes sociais como meio de comunicação. Hoje também temos outro público que está entrando de vez na rede social – o político, mas esperamos que seja trabalho sério a ser mostrado e venha acrescer sua vida pública às vistas do público.
No período entre 2010 e 2011, houve um aumento de 12% no número de visitantes únicos nas principais redes sociais. Desse total, a maioria está no Facebook e no Orkut, atualmente as duas maiores redes em número de usuários no Brasil. O infográfico abaixo ilustra um pouco de como foi esse crescimento.

18 das 20 marcas mais valiosas da América Latina estão no Brasil

 

No topo da lista, quatro bancos e uma operadora de telefonia comandam o ranking divulgada pelo Insituto Brand Finance

Por Redação, Administradores.com
 
De acordo com o ranking das marcas mais valiosas da América Latina da Brand Finance, 18 empresas que atuam no Brasil estão entre as 20 principais. No topo da lista está o Bradesco, com valor de R$ de 31,9 bilhões. Com valor de marca de R$ 26,8 bilhões, em 2º lugar, vem o Banco Itaú, seguido do Banco do Brasil (R$ 14,8 bilhões). A Claro, do México (R$ 11,6 bilhões), e o Banco Santander do Brasil em 5º, com valor de marca de R$ 11,4 bilhões complementam a lista do TOP 5.
De acordo com Gilson Nunes, CEO da Brand Finance América Latina., a liderança da marca Bradesco e as posições de Itaú, Banco do Brasil e Santander no ranking entre as 10 primeiras colocações vai além da importância que o setor bancário tem na economia.
"Mesmo com um crescimento menor em relação em 2011, fruto de novo cenário com quedas do PIB, do crédito e redução das taxas de juros, os bancos brasileiros demonstraram solidez e melhora do desempenho de suas marcas perante seus públicos", disse.
A soma do valor das 100 maiores marcas presentes no Brasil atingiu R$ 330,8 bilhões em 2012, um crescimento de 7% comparado a 2011. No resultado final, o Brasil representa 84% do valor total das 150 marcas mais valiosas; e o México se destaca como o segundo país em melhor posição, com a presença de 11 marcas que somam total de R$ 39,8 bilhões no rol das 150. As mexicanas presentes no ranking são a Claro (pertencente ao grupo América Móvil) e a Telcel.

20122011Marca Valor da marca 2012 (R$)
11Bradesco 31,9 bilhões
22Itaú 26,8 bilhões
33Banco do Brasil 14,8 bilhões
4n.dClaro 11,6 bilhões
57Banco Santander 11,4 bilhões
64Petrobras 11,2 bilhões
78Walmart 9,5 bilhões
85Vivo 8,8 bilhões
913Vale 8 bilhões
1011Fiat 7,9 bilhões
1115General Motors/Chevrolet do Brasil 7,8 bilhões
12n.dTelcel 7,6 bilhões
1310Caixa 7,4 bilhões
1416Volkswagen 7,2 bilhões
1519Unilever 7 bilhões
1622Bunge 6,856 bilhões
1718Pão de Açúcar 6,830 bilhões
189Casas Bahia 6,8 bilhões
1912Carrefour 6,5 bilhões
206OI 6,2 bilhões

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O PDV para a Geração Z

 

Postado por Ana Claudia Costa - 18/09/2012
 

Há 20 anos, era a indústria que alimentava a economia brasileira. Hoje, o varejo é o grande precursor e responsável pelo aquecimento e giro dos mercados. A transição de uma sociedade industrial para o conceito de serviços e comércio fortalece a economia e cria consumidores mais qualificados e exigentes.
O reflexo desse novo perfil de consumidor aparece, principalmente, no esforço de marcas e empresas, que inovam na forma como se relacionam e tratam o público –alvo. Grande parte desse comportamento está ligado à geração Z, um nicho de mercado que proporciona ao varejo descobertas diversas e um constante exercício de renovação.
Economicamente ativa, a geração Z se lança ao mercado e propõe ao varejo o desafio de entender esse novo consumidor, que preza pelo atendimento, pela interatividade e experiência da marca ou produto.
O mundo conectado acelera o processo de envelhecimento do conceito de marca e do ponto de venda. O que antes envelhecia em 10 anos, hoje, tem um prazo de validade muito menor. Assim, a releitura do público e da linguagem utilizada deve ser constante, no sentido de acompanhar a evolução do mercado e do consumidor.
Com esse cenário, o ponto de venda passa a ser pensado para a próxima geração, atentando-se ao comportamento e relação construída pelo shopper. A análise concentra-se na busca de respostas que definirão, claramente, quem são os novos shoppers e para onde caminha o varejo.
Para prender a atenção desse consumidor, a tecnologia é um caminho sem volta para o varejo, e essa conectividade abre novas possibilidades de inter-relação. Embora o desejo de compra não mude, o modo como o shopper recebe a mensagem faz diferença. Assim, inevitavelmente, o varejo passa por uma renovação estratégica, que inclui a questão da agilidade, do aumento do consumo e do consumidor mais informado em relação ao custo x benefício do produto desejado.
As vitrines de lojas, por exemplo, não são mais manequins estáticos. Hoje, embora sejam poucas, já temos lojas que investem na tecnologia para atingir o shopper Z. Em frente ao espelho ou à vitrine, a roupa escolhida é projetada no corpo do cliente e ainda mostra cores, tamanhos e outras opções de peças similares que compõem a produção.
A mudança do varejo e do ponto de venda vem acompanhada da necessidade de reposicionamento de produto, precificação, integração das plataformas físicas e virtuais e, principalmente da reprodução do mundo em que esse jovem vive.
Se olharmos a história do varejo, há uma reinvenção e atualização constante das relações com o mercado e busca pelo entendimento do comportamento do consumidor. Contudo, a diferença de gerações e o “abismo” existente entre os hábitos, culturas, comportamentos e até mesmo valores da geração Z para as demais, o que impõe um desafio de renovação do varejo ainda maior.
O varejista deve estar propenso a entender essa dinâmica e antenado a essas mudanças, que acontecerão muito rapidamente, a fim de suprir as necessidades de uma massa mais crítica e com consumo maior.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Infográfico: qual é o retrato do uso das redes sociais nas empresas brasileiras?

 

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Recente pesquisa apresentada pela Gentis Panel que entrevistou 1.709 pessoas, de presidentes a estagiários em empresas brasileiras, chegou nos seguintes resultados, destacados no infográfico a seguir:
 
Analisando os pontos de destaque do infográfico e da pesquisa
- 77% dos entrevistados usam Facebook (dentro e/ou fora do trabalho);
- 50% dos respondentes têm o LinkedIn como a segunda rede mais acessada. Vale lembrar que as entrevistas foram feitas com um público corporativo;
- 55% dos entrevistados são a favor do uso de redes sociais em ambiente corporativo.
  • Motivos dos indivíduos serem A FAVOR do uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 80% - Colabora com networking entre profissionais e com a geração de novos negócios para a empresa;
- 60% - Facilita a comunicação e a socialização entre funcionários;
- 44% - Permite estar por dentro do que é falado sobre a empresa na web;
- 43% - Ajuda a aliviar o stress do dia a dia por manter as pessoas conectadas com amigos e familiares.
  • Motivos dos indivíduos serem CONTRA o uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 95% - As pessoas não conseguem separar o uso pessoal do uso corporativo. Perde-se muito tempo de trabalho com assuntos pessoais;
- 31% - Facilita o vazamento de informações confidenciais para pessoas indevidas;
- 31% - Aumenta o risco de exposição indevida da marca por meio de pronunciamentos indevidos de funcionários que não estão autorizados a falar em nome da empresa;
- 31% - Fonte de informação desnecessária e irrelevante para o trabalho;
- 26% - Fazem uma exposição pessoal inadequada ao ambiente de trabalho;
- 12% - Afasta as pessoas de um contato pessoal real mais produtivo e social (olho no olho).
Qual a sua opinião referente ao uso das redes sociais no trabalho?

Marketing Industrial

 

28 12 2011
 
Desde o dia no qual os conceitos dos 4 Ps do Marketing me foram apresentados eu comecei a testar a sua aplicabilidade no marketing industrial.
Me refiro a marketing industrial como a estratégia, a venda e o pós-venda de produtos de base tecnológica ofertados a indústrias que utilizarão esses produtos em seus processos produtivos.
É abundante a literatura onde o Mix de Marketing, ou 4 Ps, podem ser aplicados ‘sem contra indicações’ como, marketing para bens de consumo, marketing de varejo ou mesmo marketing B2B (business-to-business, também focado na venda de bens de consumo, só que entre empresas).
Não que o Mix de Marketing não possa ser aplicado ao marketing industrial, mas a questão é quanto as suas limitações, o que se transformou em uma pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos anos.
Baseado no livro Industrial Marketing Strategy de Frederick E. Webster Jr, temos as principais diferenças entre o marketing para produtos industriais e o marketing para bens de consumo:
  1. A adoção de um produto industrial tem como objetivo o aumento do lucro;
  2. Produto deve estar alinhado com as necessidades do cliente: Operações, Estrutura, Competitividade, Produtividade e Processo Produtivo;
  3. Alto grau de interdependência entre vendedor e comprador;
  4. Os serviços associados ao produto são, muitas vezes, mais importantes que o produto em questão;
  5. Complexidade do produto;
  6. A adoção de um novo produto poder afetar toda a estrutura da empresa.
Quanto ao primeiro e segundo item questiona-se, por exemplo, a baixa correlação entre preço e volume de venda, ou seja, a baixa influência que a empresa vendedora tem sobre a demanda de produtos industriais de seus clientes. Uma campanha publicitária ou preços promocionais irão fazer uma indústria de manufatura adquirir mais máquinas ou equipamentos para seu processo produtivo?
A interdependência entre o vendedor e o comprador pode ser explicada através do conceito no qual o vendedor de produtos industriais só terá sucesso se a empresa compradora obtiver sucesso na aplicação do produto industrial em questão. Isso caracteriza uma venda consultiva, pouco comum em bens de consumo. Também podemos dizer que a Pirâmide de Maslow não é capaz de representar a motivação de compra neste caso e o conceito de compras impulsivas é dificilmente aplicado.
Sobre quarto item podemos citar um dos 4 Ps, ‘Place’, Ponto de Venda ou Logística. É pouco provável que uma empresa industrial adquira produtos para seu processo produtivo de uma empresa que não apresente uma estrutura capaz de atender suas necessidades de assistência técnica, treinamento, suporte técnico e pós-venda. Outra característica da venda consultiva é a proximidade e o relacionamento entre vendedor e comprador.
Outro ponto importante é que muitas aplicações industriais são regulamentadas por normas ou padrões industriais (ISO, ABNT, UL, ANSI, IEEE, DIN, etc) o que praticamente define as características e/ou funcionalidades dos produtos.
Sendo assim fica claro que o Mix de Marketing deve ser trabalhado para atender as necessidades do cliente, no entanto a margem de manobra para o Preço, Logística, Produto e Promoção (Price, Place, Product, Promotion) é muito pequena para criação de planos de marketing desafiadores que uma vez implantados apresente resultados significativos.
O quinto e o sexto item representam os pontos inexplorados pelo Mix de Marketing como:
  • Difusão Tecnológica: Como empresas e profissionais adotam novos produtos e novas tecnologias;
  • Ciclo de Vida Tecnológico: Embrionário, Emergente, Adolescente e Maduro;
  • Gestão de Mudanças;
  • Perfil de Risco das Empresas.


Obs.: Influências ambientais como, economia, política, legislação, sociedade, meio-ambiente e competição, devem ser observadas em qualquer plano de marketing, seja ele industrial ou bens de consumo.