quinta-feira, 20 de setembro de 2012

18 das 20 marcas mais valiosas da América Latina estão no Brasil

 

No topo da lista, quatro bancos e uma operadora de telefonia comandam o ranking divulgada pelo Insituto Brand Finance

Por Redação, Administradores.com
 
De acordo com o ranking das marcas mais valiosas da América Latina da Brand Finance, 18 empresas que atuam no Brasil estão entre as 20 principais. No topo da lista está o Bradesco, com valor de R$ de 31,9 bilhões. Com valor de marca de R$ 26,8 bilhões, em 2º lugar, vem o Banco Itaú, seguido do Banco do Brasil (R$ 14,8 bilhões). A Claro, do México (R$ 11,6 bilhões), e o Banco Santander do Brasil em 5º, com valor de marca de R$ 11,4 bilhões complementam a lista do TOP 5.
De acordo com Gilson Nunes, CEO da Brand Finance América Latina., a liderança da marca Bradesco e as posições de Itaú, Banco do Brasil e Santander no ranking entre as 10 primeiras colocações vai além da importância que o setor bancário tem na economia.
"Mesmo com um crescimento menor em relação em 2011, fruto de novo cenário com quedas do PIB, do crédito e redução das taxas de juros, os bancos brasileiros demonstraram solidez e melhora do desempenho de suas marcas perante seus públicos", disse.
A soma do valor das 100 maiores marcas presentes no Brasil atingiu R$ 330,8 bilhões em 2012, um crescimento de 7% comparado a 2011. No resultado final, o Brasil representa 84% do valor total das 150 marcas mais valiosas; e o México se destaca como o segundo país em melhor posição, com a presença de 11 marcas que somam total de R$ 39,8 bilhões no rol das 150. As mexicanas presentes no ranking são a Claro (pertencente ao grupo América Móvil) e a Telcel.

20122011Marca Valor da marca 2012 (R$)
11Bradesco 31,9 bilhões
22Itaú 26,8 bilhões
33Banco do Brasil 14,8 bilhões
4n.dClaro 11,6 bilhões
57Banco Santander 11,4 bilhões
64Petrobras 11,2 bilhões
78Walmart 9,5 bilhões
85Vivo 8,8 bilhões
913Vale 8 bilhões
1011Fiat 7,9 bilhões
1115General Motors/Chevrolet do Brasil 7,8 bilhões
12n.dTelcel 7,6 bilhões
1310Caixa 7,4 bilhões
1416Volkswagen 7,2 bilhões
1519Unilever 7 bilhões
1622Bunge 6,856 bilhões
1718Pão de Açúcar 6,830 bilhões
189Casas Bahia 6,8 bilhões
1912Carrefour 6,5 bilhões
206OI 6,2 bilhões

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O PDV para a Geração Z

 

Postado por Ana Claudia Costa - 18/09/2012
 

Há 20 anos, era a indústria que alimentava a economia brasileira. Hoje, o varejo é o grande precursor e responsável pelo aquecimento e giro dos mercados. A transição de uma sociedade industrial para o conceito de serviços e comércio fortalece a economia e cria consumidores mais qualificados e exigentes.
O reflexo desse novo perfil de consumidor aparece, principalmente, no esforço de marcas e empresas, que inovam na forma como se relacionam e tratam o público –alvo. Grande parte desse comportamento está ligado à geração Z, um nicho de mercado que proporciona ao varejo descobertas diversas e um constante exercício de renovação.
Economicamente ativa, a geração Z se lança ao mercado e propõe ao varejo o desafio de entender esse novo consumidor, que preza pelo atendimento, pela interatividade e experiência da marca ou produto.
O mundo conectado acelera o processo de envelhecimento do conceito de marca e do ponto de venda. O que antes envelhecia em 10 anos, hoje, tem um prazo de validade muito menor. Assim, a releitura do público e da linguagem utilizada deve ser constante, no sentido de acompanhar a evolução do mercado e do consumidor.
Com esse cenário, o ponto de venda passa a ser pensado para a próxima geração, atentando-se ao comportamento e relação construída pelo shopper. A análise concentra-se na busca de respostas que definirão, claramente, quem são os novos shoppers e para onde caminha o varejo.
Para prender a atenção desse consumidor, a tecnologia é um caminho sem volta para o varejo, e essa conectividade abre novas possibilidades de inter-relação. Embora o desejo de compra não mude, o modo como o shopper recebe a mensagem faz diferença. Assim, inevitavelmente, o varejo passa por uma renovação estratégica, que inclui a questão da agilidade, do aumento do consumo e do consumidor mais informado em relação ao custo x benefício do produto desejado.
As vitrines de lojas, por exemplo, não são mais manequins estáticos. Hoje, embora sejam poucas, já temos lojas que investem na tecnologia para atingir o shopper Z. Em frente ao espelho ou à vitrine, a roupa escolhida é projetada no corpo do cliente e ainda mostra cores, tamanhos e outras opções de peças similares que compõem a produção.
A mudança do varejo e do ponto de venda vem acompanhada da necessidade de reposicionamento de produto, precificação, integração das plataformas físicas e virtuais e, principalmente da reprodução do mundo em que esse jovem vive.
Se olharmos a história do varejo, há uma reinvenção e atualização constante das relações com o mercado e busca pelo entendimento do comportamento do consumidor. Contudo, a diferença de gerações e o “abismo” existente entre os hábitos, culturas, comportamentos e até mesmo valores da geração Z para as demais, o que impõe um desafio de renovação do varejo ainda maior.
O varejista deve estar propenso a entender essa dinâmica e antenado a essas mudanças, que acontecerão muito rapidamente, a fim de suprir as necessidades de uma massa mais crítica e com consumo maior.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Infográfico: qual é o retrato do uso das redes sociais nas empresas brasileiras?

 

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Recente pesquisa apresentada pela Gentis Panel que entrevistou 1.709 pessoas, de presidentes a estagiários em empresas brasileiras, chegou nos seguintes resultados, destacados no infográfico a seguir:
 
Analisando os pontos de destaque do infográfico e da pesquisa
- 77% dos entrevistados usam Facebook (dentro e/ou fora do trabalho);
- 50% dos respondentes têm o LinkedIn como a segunda rede mais acessada. Vale lembrar que as entrevistas foram feitas com um público corporativo;
- 55% dos entrevistados são a favor do uso de redes sociais em ambiente corporativo.
  • Motivos dos indivíduos serem A FAVOR do uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 80% - Colabora com networking entre profissionais e com a geração de novos negócios para a empresa;
- 60% - Facilita a comunicação e a socialização entre funcionários;
- 44% - Permite estar por dentro do que é falado sobre a empresa na web;
- 43% - Ajuda a aliviar o stress do dia a dia por manter as pessoas conectadas com amigos e familiares.
  • Motivos dos indivíduos serem CONTRA o uso de redes sociais em ambientes corporativos:
- 95% - As pessoas não conseguem separar o uso pessoal do uso corporativo. Perde-se muito tempo de trabalho com assuntos pessoais;
- 31% - Facilita o vazamento de informações confidenciais para pessoas indevidas;
- 31% - Aumenta o risco de exposição indevida da marca por meio de pronunciamentos indevidos de funcionários que não estão autorizados a falar em nome da empresa;
- 31% - Fonte de informação desnecessária e irrelevante para o trabalho;
- 26% - Fazem uma exposição pessoal inadequada ao ambiente de trabalho;
- 12% - Afasta as pessoas de um contato pessoal real mais produtivo e social (olho no olho).
Qual a sua opinião referente ao uso das redes sociais no trabalho?

Marketing Industrial

 

28 12 2011
 
Desde o dia no qual os conceitos dos 4 Ps do Marketing me foram apresentados eu comecei a testar a sua aplicabilidade no marketing industrial.
Me refiro a marketing industrial como a estratégia, a venda e o pós-venda de produtos de base tecnológica ofertados a indústrias que utilizarão esses produtos em seus processos produtivos.
É abundante a literatura onde o Mix de Marketing, ou 4 Ps, podem ser aplicados ‘sem contra indicações’ como, marketing para bens de consumo, marketing de varejo ou mesmo marketing B2B (business-to-business, também focado na venda de bens de consumo, só que entre empresas).
Não que o Mix de Marketing não possa ser aplicado ao marketing industrial, mas a questão é quanto as suas limitações, o que se transformou em uma pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos anos.
Baseado no livro Industrial Marketing Strategy de Frederick E. Webster Jr, temos as principais diferenças entre o marketing para produtos industriais e o marketing para bens de consumo:
  1. A adoção de um produto industrial tem como objetivo o aumento do lucro;
  2. Produto deve estar alinhado com as necessidades do cliente: Operações, Estrutura, Competitividade, Produtividade e Processo Produtivo;
  3. Alto grau de interdependência entre vendedor e comprador;
  4. Os serviços associados ao produto são, muitas vezes, mais importantes que o produto em questão;
  5. Complexidade do produto;
  6. A adoção de um novo produto poder afetar toda a estrutura da empresa.
Quanto ao primeiro e segundo item questiona-se, por exemplo, a baixa correlação entre preço e volume de venda, ou seja, a baixa influência que a empresa vendedora tem sobre a demanda de produtos industriais de seus clientes. Uma campanha publicitária ou preços promocionais irão fazer uma indústria de manufatura adquirir mais máquinas ou equipamentos para seu processo produtivo?
A interdependência entre o vendedor e o comprador pode ser explicada através do conceito no qual o vendedor de produtos industriais só terá sucesso se a empresa compradora obtiver sucesso na aplicação do produto industrial em questão. Isso caracteriza uma venda consultiva, pouco comum em bens de consumo. Também podemos dizer que a Pirâmide de Maslow não é capaz de representar a motivação de compra neste caso e o conceito de compras impulsivas é dificilmente aplicado.
Sobre quarto item podemos citar um dos 4 Ps, ‘Place’, Ponto de Venda ou Logística. É pouco provável que uma empresa industrial adquira produtos para seu processo produtivo de uma empresa que não apresente uma estrutura capaz de atender suas necessidades de assistência técnica, treinamento, suporte técnico e pós-venda. Outra característica da venda consultiva é a proximidade e o relacionamento entre vendedor e comprador.
Outro ponto importante é que muitas aplicações industriais são regulamentadas por normas ou padrões industriais (ISO, ABNT, UL, ANSI, IEEE, DIN, etc) o que praticamente define as características e/ou funcionalidades dos produtos.
Sendo assim fica claro que o Mix de Marketing deve ser trabalhado para atender as necessidades do cliente, no entanto a margem de manobra para o Preço, Logística, Produto e Promoção (Price, Place, Product, Promotion) é muito pequena para criação de planos de marketing desafiadores que uma vez implantados apresente resultados significativos.
O quinto e o sexto item representam os pontos inexplorados pelo Mix de Marketing como:
  • Difusão Tecnológica: Como empresas e profissionais adotam novos produtos e novas tecnologias;
  • Ciclo de Vida Tecnológico: Embrionário, Emergente, Adolescente e Maduro;
  • Gestão de Mudanças;
  • Perfil de Risco das Empresas.


Obs.: Influências ambientais como, economia, política, legislação, sociedade, meio-ambiente e competição, devem ser observadas em qualquer plano de marketing, seja ele industrial ou bens de consumo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo 'Empreendedorismo'

 


Eu vejo constantemente publicações, artigos, livros, textos e uma ampla miríade de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais diversas áreas e mídias, algumas fidedignas, outras, nem tanto. A segmentação do assunto parece não ter fim: empreendedorismo corporativo, empreendedorismo social, empreendedorismo em empresas familiares, empreendedorismo étnico, empreendedorismo de start-up, e assim por diante.
Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo 'Empreendedorismo'. Eu mesmo me vejo, em algumas situações, com dúvidas cruéis sobre a legitimidade da presença de alguns termos nas definições que vejo, e o pior é que não consigo perceber nenhuma tendência de se chegar a um consenso em torno de uma definição única.
Assim, prefiro seguir o caminho contrário e procurar aqui definir o que eu não considero empreendedorismo. Desta forma, posso dar espaço para que cada um construa sua própria definição, numa atitude mais democrática e mais condizente com o que o ensino do empreendedorismo deve ser: a construção do conhecimento ponderado pela união entre próprias convicções e informações externas, dando o máximo de liberdade de interpretação e contribuindo para ampliar ainda mais as distintas visões sobre o tema.
Empresários

Esta é a primeira e mais comum confusão que se criou nesta profusão de nomenclaturas. Muitas definições colocam empresários e empreendedores como sinônimos, quando, na verdade, o empreendedor é mais do que um empresário. Qualquer cidadão que abre um negócio é, a rigor, um empresário.

Um empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em ousadia, determinação, criatividade, relacionamentos, realizações, autoconfiança, flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características não pode ser considerado um empreendedor.

Quem abre mais uma padaria ou posto de gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho, pode ser um empresário, mas dificilmente o consideraria um empreendedor.
Franquia

Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia, acredito que a franquia representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria afastar, o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das coisas que o empreendedor mais preza: a liberdade.

Com maior ou menor grau, todas as franquias oferecem como benefício aquilo que o empreendedor enxerga como restrição: Identidade visual, padronização de metodologia e processos, cadastro único de fornecedores, políticas de preços uniformes, infraestrutura centralizada, marca e imagem, além de outros elementos que, no conjunto, trazem a segurança de um modelo de negócios já testado e, provavelmente, com riscos bastante reduzidos.

Um empreendedor pode até colocar a experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente vê uma franquia como seu objetivo final.
Herança

Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só. Este fato já pode aumentar as chances de vermos sucessores empreendedores à frente de negócios de sucesso criados por uma ou mais gerações anteriores.

Empreendedores formam (ou melhor, 'forjam') empreendedores para dar continuidade aos seus negócios, mesmo que estes não sejam seus sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número de herdeiros que se dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à frente do processo de criação e desenvolvimento da organização que assumiu.
Líderes

Também existe uma grande confusão em torno das definições de empreendedores como líderes. Líderes são diferentes de empreendedores. Alguns tipos de empreendedores podem ser influentes, cativantes, capazes de mobilizar pessoas em torno de causas comuns, viabilizar grandes realizações através de equipes, compreender e explorar o que existe de melhor de cada pessoa. Mas isso, por si só, não faz de um líder um empreendedor. Um líder não necessariamente é dotado de alta flexibilidade e adaptabilidade, embora saiba praticar o modelo de gestão participativo.

Um líder não é necessariamente perseverante e determinado, embora saiba construir e transmitir visões positivas do futuro que influenciam seguidores mais do que a si mesmo. Um líder também não costuma colocar 'a mão na massa', ao conduzir projetos. Embora costume atuar mais como um facilitador para deixar as pessoas mais livres, prefere ser o maestro e reger os esforços da equipe, do que sujar as próprias mãos.
Inovadores

O economista Joseph Schumpeter foi um dos mais proeminentes estudiosos do empreendedorismo. Sua linha de estudos vincula a figura do empreendedor à do inovador. A maior parte dos estudos acadêmicos no Brasil também segue por esta linha. Antes de prosseguir na argumentação, é importante diferenciar uma ideia de uma inovação.

Uma ideia é qualquer manifestação do pensamento criativo, enquanto uma inovação é o resultado do processo evolutivo de uma idéia em termos de valor agregado. Uma inovação é, portanto, uma ideia que serve para alguém ou alguma coisa. Isso posto, fica estabelecido o ponto de intersecção entre o inovador e o empreendedor.

Toda iniciativa do empreendedor está cercada por algum grau de inovação. Não precisa ser um novo produto ou serviço, pode ser uma simples mudança ou melhoria num processo. Se ninguém havia pensado naquilo, então é uma inovação. O empreendedor é aquele que coloca a inovação em prática, realiza-a e gera resultados perceptíveis. Pessoas que são boas em gerar inovação, como cientistas e pesquisadores, não necessariamente são empreendedores. O empreendedor transforma a inovação em negócio.
E então, você já tem elementos suficientes para escrever sua própria definição de empreendedor ou empreendedorismo?

O poder da classe C incomoda as classes A e B, segundo estudo

 

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Cada vez mais os consumidores das classes A e B têm se mostrado incomodados com a ascensão econômica da classe C, que passou a comprar produtos e serviços que até então só a classe A e B tinham acesso, segundo pesquisa do Instituto Data Popular realizada nesse primeiro trimestre de 2012, com 15 mil pessoas das classes mais altas em todo Brasil.
 
De acordo com a pesquisa, 55,3% dos consumidores do topo da pirâmide acham que produtos deveriam ter versões para rico e para pobre, 48,4% afirmam que a qualidade dos serviços piorou com o acesso da população, 49,7% preferem ambientes frequentados por pessoas do mesmo nível social, 16,5% acreditam que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares e 26% dizem que um metrô traria “gente indesejada” para a região onde moram.
Quanto preconceito! Preconceito ou inveja das classes A e B?
Nos últimos anos, a classe C invadiu shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha acesso, segundo Renato Meirelles, diretor do Data Popular. A classe AB ainda está aprendendo a conviver com isso e parte da elite está incomodada com toda essa situação.
Segundo o professor Rafael Costa Lima, da FEA-USP, empresas como Apple e montadoras de veículos vieram produzir e vender no Brasil para essa nova classe, porque agora existe escala de consumo, o que trouxe mais opções de produtos para todos.
Quase 60% da população pertence a classe C. Assista ao vídeo
Quem quer vender para a Classe C? Eu quero! E você?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Marketing de causa – qual o preço de uma saída fácil?

        

Postado em 5 de setembro de 2012 por Guilherme Lito
 
Marketing de Causa
Tenho pensado muito sobre “novas formas” de fazer negócios, e o marketing de causa surge quase sempre como uma sugestão em conversas, bares e brainstorm de como causar impacto social/ambiental com empresas, digamos, “convencionais”.

O que é Marketing de causa

o que é marketing de causa
Quando você agrega ao seu produto um valor social/ambiental do tipo “compre meu produto que eu planto uma árvore” ou “compre meu produto que eu doarei um igual para a Tanzânia.”
Temos exemplos famosos como Tom Shoes, que foi duramente criticado nesse artigo, e Starbucks. Na verdade quase qualquer grande empresa também está fazendo isso. É o (não tão) novo filão do marketing. Ao mesmo tempo eu mesmo oriento pequenas empresas e ONGs que lançaram “produtos” que contém um selo social ou coisa do tipo (só deixando claro, eu fui a favor do lançamento desses produtos) que caracteriza o marketing de causa..

Então o que pensar do Marketing de causa?

Marketing de Causa - Toms Shoes
Começamos com o óbvio. É inegável que esses produtos geram algum tipo de impacto positivo. Você planta uma árvore, doa par de sapatos, complementa a renda de alguém que não tem. No entanto, há de se pensar sempre nas consequencias do que estamos fazendo e não só no efeito imediato, vide soluções para crises econômicas, medidas governamentais e etc que são caras e, mesmo dando um fôlego no curto prazo, sempre acabam mantendo as causas do problema lá.
Bolsa família não funciona
Segundo Oscar Wilde, um incrível escritor e poeta, “A caridade não cura a doença, apenas a prolonga.” Slavoj Zizek, para mim o maior intelectual vivo, vai ainda mais longe e diz que esse tipo de ação mostra “…o capitalismo cultural em seu estado mais puro – no exato ato de consumo você compra sua redenção por ser consumista.”
Gestos altruístas, quando não embasados em valores e focados no processo, apesar de garantirem um resultado (que normalmente é pequeno e não muda em nada o todo), preservam e reforçam o status quo e evitam uma reconstrução radical da sociedade. Vejo muita gente votando em “político” (bandido) só porque apesar dele roubar (matar e etc), ele “também faz”. A visão maquiavélica de “os fins justificam os meios” não justifica em diversos casos. Até porque isso faz com que nos contentemos com o mínimo, com o que faz mais sentido agora, no ato da compra.
Segundo alguns artigos que li sobre marketing de causa...
“Pesquisas apontam que a ferramenta é bem eficiente do ponto de vista de vendas e reputação, atingindo tanto as classes mais altas, quanto as mais baixas. Afinal, é uma forma de ajudar sem fazer o menor esforço, não é mesmo? E as empresas sabem disso. Assim, nós, consumidores, devemos ter cuidado redobrado na escolha dos produtos, verificando a causa, procurando saber a idoneidade da empresa e, principalmente, os objetivos dela com a parceria.”
Confesso, fiquei triste. Uma penca de artigos que li estavam simplesmente dizendo os prós e contras na visão do consumidor, os números que aumentaram ou não a venda, se é possível ou não vender produtos com margem maior caso atrelemos uma causa social, etc. Ou seja, estamos rodando a mesma máquina que nos fez chegar aqui, mas agora com maquiagem.
Hoje somos arrogantes e insistimos em não reconhecer o que os “outros povos” tinham a nos ensinar. Os índios pensavam 7 gerações a frente na tomada de decisões. Baixar o IPI é bom para o que? 3 meses? Doar um sapato para um garoto na África que não tem direito garante o que? Que ele tenha um sapato no próximo ano? E o comerciante local que vendia o sapato para ele? E o cara que fazia o cadarço e o tênis? E toda a cadeia produtiva desse local? E o sentimento de se conquistar o primeiro sapato?

O que é o certo então?

Hoje acredito, e muito, no valor da intenção. Exemplo: conheço sócios de duas empresas que plantam uma árvore a cada venda realizada. Um diz que é ótimo porque melhorou a imagem com os clientes e o outro diz que essa medida está ajudando-o a zerar seu impacto ambiental e está restaurando uma área que ele gostava muito de ir quando pequeno. Dado esse cenário, acho que pela mesma atitude, um está certo e o outro está errado.
O fato é, o marketing de causa é a saída mais fácil, mas nem por isso não tem méritos. Tendo o prazer de ter acompanhado mais de uma centena de empresas por aí, sei que fazer caixa não é fácil, sei como monetizar seu negócio surfando as ondas do momento é muito mais seguro e sensato do que tentar virar o jogo do avesso e quebrar todas as regras. Reconheço, portanto, que o marketing de causa tem, hoje, seu papel. Se as pessoas não querem doar, mas estão felizes em faze-lo ao comprar um café mais caro, ótimo, estamos conseguindo fundos para um mundo melhor. Se “91% dos consumidores consideram importante que as empresas apóiem causas sociais”, ok.

Por outro lado defendo 3 contrapontos fortes:

1. Se é para fazer isso, tem de se fazer com a melhor das intenções, não porque vai melhorar sua imagem. É claro que como consumidor (principalmente quando a empresa é grande), é difícil entender as intenções envolvidas. Mas confesso que talvez por ter assistido a muito Aladin e Pocahontas, acredito que o bem vence no final. Acredito que as incoerências aparecem com e que o sistema se auto-regula com o tempo (ou seja, os pilantras serão descobertos e bocoitados). Na medida em que todos entram na onda da sustentabilidade, ser sustentável não quer dizer nada, portanto ações mais profundas, mecanismos mais precisos e clientes mais conscientes emergirão.
2. Justamente pelo motivo acima, é recomendável que você tenha um plano sério para, assim que conseguir estabilizar suas receitas e conseguir respirar para olhar para frente, busque caminhos onde o valor está no produto e no processo de elaboração dele, não na compra de um benefício.
3. Liberalismo disfarçado/Capitalismo – estamos reforçando o sistema que gerou justamente o que queremos resolver. Estamos, mais uma vez, desperadamente e desogarnizadamente fazendo o que o governo não consegue fazer por nós, e ainda nos trás uma consciência de que, ao comprar a redenção por estar fazendo a roda que a gente não quer girar, estamos fazendo nossa parte. Perigoso!

Conclusão:

O preço de uma saída fácil é você não estar garantindo o seu futuro, apenas sua sobrevivência. O modelo de marketing de causa (assim como venda de espaço publicitário e cobrança por networking), para mim tem seus dias contados. Se estamos praticando, é bom que estejamos pensando em algo melhor.
E se você entende por Marketing de causa, Marketing promocional utilizando o social unicamente para elevar o valor do produto, você está se tornando o inimigo que quer combater, pois aumenta a inércia para a verdadeira mudança que vem por aí…
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