quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A internet é uma rede de pessoas, não de computadores, afirma autor de "Google Marketing

Responsável pelo segundo livro mais vendido de marketing digital no Brasil, Conrado Adolpho explica por que simplesmente estar na web não é tudo e dá dicas sobre como as empresas devem se comportar no mundo digital.


Por Simão Mairins
 
A onipresença da internet nas sociedades contemporâneas tem gerado uma corrida desenfreada de empresas dos mais diversos perfis no sentido de ocupar um lugar no emaranhado de interações que se dão cotidianamente nesse espaço. A regra parece simples: se existem pessoas por lá, há consumidores. E onde estão os consumidores eu também devo estar.


A regra está correta. O problema, no entanto, é que a palavra "estar" na internet não tem exatamente o mesmo significado de quando é aplicada no mundo offline. Em um ambiente tão volátil como é o virtual, ocupar um espaço é mais que demarcar território e colocar uma placa em frente dizendo "estamos aqui, vendemos o produto x". Interação é a palavra chave.

"A internet é orgânica. Não dá para criar um site e deixá-lo lá para a eternidade. Ele vai ficar antigo, vai dar bug, vai sair do ar, a conta de e-mail vai dar problema. Depois de colocar o site no ar, seu trabalho nunca termina. É preciso trabalhar palavras-chaves, ver o que o seu consumidor quer e colocar lá para ele ver. Se você não cuida de tudo, vai parar de vender", explica Conrado Adolpho, autor do best-seller "Google Marketing".

"A internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas", destaca o especialista. E pessoas que não se contentam mais em, simplesmente, perguntar o preço. Elas querem muito mais e estão atentas a tudo. Por isso, para qualquer empresa que pretende atuar na web, antes de colocar um site no ar e sair adicionando um monte de gente nas redes sociais, uma dica: planeje cada passo.

"A coisa que mais acontece na internet é o retrabalho. Você faz um site, aquele site não é exatamente aquilo que você queria e aí você tem que fazer alguma coisa de novo, porque alguma funcionalidade não deu certo ou o público alvo não está gostando. Ou seja, se você não planeja, vai ter retrabalho. E, para muitas empresas, isso é fatal", afirma Adolpho.

Nas redes sociais, então, o planejamento é ainda mais indispensável. Alguns casos que ganharam grandes proporções nos últimos meses com repercussões bem negativas para marcas conhecidas do mercado brasileiro são exemplos de como ações mal desenvolvidas podem ser perigosas.

Como afirma Conrado Adolpho, nas redes sociais, "é preciso cuidar. Você tem que monitorar sua marca e estar com uma equipe mais ou menos de prontidão para agir rápido diante de qualquer problema".

"Rede social é mais uma forma de você mensurar o mercado do que, realmente, fazer campanha. Depois que mensurar, aí sim, você vai fazer campanha, entendendo quem é o seu consumidor", ressalta o especialista.

O especialista lembra ainda que, nas pequenas empresas, toda atividade - do planejamento ao acompanhamento - deve estar de acordo com as possibilidades financeiras. "O ideal é você planejar com o custo mínimo, sabendo o que quer. Na pequena empresa, o empresário tem que estudar, e estudar muito, para saber o que contratar e como contratar economizando dinheiro", afirma.

"O empresário não precisa saber programar, mas precisar saber diferenciar uma programação boa de uma ruim. Ele não precisa entender de design, mas tem que saber decidir se um projeto gráfico é bom ou não para o seu site", conclui.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Professor destaca quais os erros mais cometidos por quem monta um negócio e vai atrás de financiamento.

“Você pode aprender com os seus erros, mas, se possível, evite”. Foi com essa máxima que o professor Pablo Martin de Holan encerrou sua apresentação (assista aqui) a uma audiência de futuros empreendedores na última terça-feira (26/07), no auditório da FGV-EASP.

Diretor do departamento de Gestão Empreendedora da IE Business School, em Madri, ele apontou 10 erros estúpidos que muitos empreendedores cometem na hora de montar um negócio e ir atrás de financiamento. Saiba quais são eles.



1. Não saber qual é sua vantagem competitiva



“Você não pode ser tudo para todos”, destaca o professor. “Ou você compete pelo preço, e entra no cruel mundo das commodities, ou terá que ser diferente de uma maneira relevante para o cliente”, ele acrescenta. A solução para o problema é conhecer muito bem o seu marcado e os seus clientes. “Faça sua lição de casa”, recomenda.



2. Ser ingênuo em um mundo cínico



Muitos empreendedores acham que chegar primeiro em um mercado garantirá o sucesso do negócio, mas esta fórmula nem sempre dá certo. Muitos dos grandes players dos seus segmentos chegaram depois e aprenderam com os erros de quem se aventurou primeiro. É o caso da Apple, que não foi a primeira a vender tocadores de música digital, mas dominou rapidamente o mercado quando entrou nele. “Ser primeiro nem sempre ajuda”, diz Holan.



3. Esquecer que é preciso gerar valor



Se você vai entrar em um mercado em que já existem outros competidores, é fundamental mostrar a que veio. “Seu produto tem que gerar mais valor que a concorrência”, enfatiza o especialista. “O iPhone não é o primeiro smartphone a tocar música, acessar e-mail ou tirar foto. Mas ele tem algo a mais, algo que gera valor para o usuário”, explica ele. E se você vai vender algo que não existe, torna-se ainda mais fundamental provar que aquilo vai trazer algum valor para o cliente.



4. Minimizar a importância da execução



“Quando um investidor precisa escolher entre uma boa ideia e um bom time, ele escolhe o bom time”, diz Holan. Não basta ter uma boa ideia, é preciso mostrar que você é capaz de executar. Tenha pelo menos um protótipo antes de procurar um investidor, ele aconselha.



5. Achar que sua ideia é a melhor do mundo



Deixe o entusiasmo de lado e avalie quanto sua ideia realmente vale. Ter o pé no chão ajuda na hora de negociar com o investidor. “A avaliação de uma empresa é uma negociação”, destaca. Chegar à mesa achando que sua ideia é a melhor do mundo pode atravancar o processo.



6. Pedir demais pelo negócio



Uma consequência de achar que sua ideia é a melhor do mundo é pedir dinheiro demais por ela. Quem exagera na conta, pode sair de mãos abanando. “Você tem que entender o que é realista”, aconselha o professor.



7. Acreditar que o que está no plano de negócios é o que vai acontecer



Para ter sucesso no empreendedorismo, é preciso desafiar os parâmetros que você próprio definiu e mudar os rumos do negócio com agilidade. “É preciso ter flexibilidade para mudar quando as coisas mudam”, recomenda.



8. Procurar o investidor errado



Conhecer o perfil do investidor é importante para que a parceria dê certo. Para que a aliança seja proveitosa para os dois lados, é preciso saber quais são as expectativas dele e entender se elas estão alinhadas com a do negócio. “Tenha em mente que o investidor está preocupado com a saída. Muitos saem até antes de o negócio dar lucro”, destaca Holan. Se você está procurando um parceiro de longo prazo, aliar-se a um investidor com histórico de saídas rápidas pode não ser a melhor escolha.



9. Achar que você é “cool” e todo mundo quer ser seu aliado estratégico



Muitos empreendedores acham que vão resolver todos os seus problemas de escassez de recursos com alianças estratégicas. Seja realista. Você pode achar que uma parceria com o Google ou o Facebook é a solução para os seus problemas. Mas o que você tem a oferecer a eles? “Uma aliança implica uma troca. Você tem que ter algo que realmente interesse a eles. Se a relação for assimétrica, não ai acontecer”, adverte o especialista.



10. Acreditar que seus problemas são únicos



Achar que seus problemas são exclusivos é uma armadilha perigosa, porque faz com que o empreendedor deixe de olhar para os lados. “Aprenda com os outros”, aconselha o professor. Ler livros, fazer cursos e principalmente conversar com outros empreendedores pode ajudar a agilizar a solução de problemas.

Fonte: Exame

Novo consumidor do e-commerce é da baixa renda

Em média, a base da pirâmide gasta praticamente o mesmo que a classe AB a cada compra.

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing
02/08/2011

sylvia@mundodomarketing.com.br



Engana-se quem pensa que o comércio eletrônico é um território pouco conhecido pela baixa renda. Mais do que pesquisas de preço, os consumidores emergentes têm utilizado a internet para adquirir produtos, especialmente de categorias como eletrodomésticos e eletrônicos. Os valores competitivos oferecidos na web e a facilidade de parcelamento são alguns dos fatores que têm motivado os consumidores destas classes a comprar online.

De acordo com um levantamento da e-bit, do total de pessoas que adquiriu um produto na internet pela primeira vez no primeiro semestre de 2011, 61% possui renda familiar igual ou menor a R$ 3 mil. Os números são um indicativo de que a base da pirâmide está mais conectada e consumindo: em 2009, 44,6% dos e-consumidores do mercado brasileiro pertenciam, na melhor das hipóteses, à classe C. Este quadro mudou e, no primeiro semestre deste ano, o percentual subiu para 46,5%, correspondendo a cerca de cinco milhões de novos consumidores.

“A popularização da internet e do comércio eletrônico atraiu um perfil de consumo mais amplo, que passa a fazer compra de produtos com ticket médio maior, como máquina de lavar e geladeira. O consumidor emergente tem ao seu lado o parcelamento, a percepção de preços menores e a comodidade”, explica Alexandre Umberti, Diretor de Marketing da e-bit, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Maioria feminina

Em relação ao perfil, a maioria dos novos consumidores é feminina, com 55% de mulheres do total de novos entrantes da classe C. Já a média de idade fica entre 35 e 49 anos, a faixa mais representativa também para o e-commerce como um todo. Ainda segundo a pesquisa da e-bit, a região Sudeste possui a maior fatia dos novos e-consumidores de baixa renda, com 64%, seguida pelo Nordeste e pelo Sul, com 14% e 12%, respectivamente.

O aumento de referências positivas sobre a experiência de consumir online, seja de amigos, parentes ou até mesmo usuários de redes sociais, vem contribuindo para o crescimento das compras realizadas na internet por parte das classes C e DE. Basicamente, a diferença entre estes consumidores e os do topo da pirâmide é a frequência de compras.

Enquanto o ticket médio geral do varejo eletrônico no primeiro semestre de 2011 foi de R$ 355,00, a baixa renda gastou R$ 320,00 a cada compra. Quando analisadas apenas as pessoas dessa faixa de renda que fizeram sua primeira compra no mesmo período, o valor médio é ainda maior: R$ 340,00, contra R$ 330,00 em 2009.

Grandes players emprestam credibilidade

Se por um lado os consumidores emergentes compram itens mais caros, com um intervalo de tempo maior, por outro, o topo da pirâmide está presente em praticamente todas as categorias do e-commerce, o que explica a proximidade do ticket médio. “A classe AB compra de tudo, desde os mesmos produtos que a C, como geladeiras e TV LCD, até itens mais corriqueiros, caso de medicamentos, perfumes, livros, CDs e DVDs”, conta o Diretor de Marketing da e-bit.

Apesar da similaridade no comportamento de todas as classes sociais, categorias como livros, revistas e jornais não são tão representativas entre a base da pirâmide, enquanto telefonia e celular ganham mais destaque nas compras dos consumidores dessa faixa de renda. Outro movimento importante para o aumento das compras online efetuadas pelos emergentes é a chegada de grandes players do varejo na internet.

Nos últimos três anos, os brasileiros viram redes como Casas Bahia, Walmart e Carrefour lançarem suas lojas virtuais. Mas, ao contrário do que a maioria possa pensar, as classes C e DE não estão inclinadas a comprar apenas em varejistas eletrônicos que estejam também presentes em pontos de venda físicos.

“Perceber a presença dessas marcas é importante. Os consumidores emergentes começam a desbravar a internet e entender que existem outras formas de confiar numa loja. Quando uma grande marca chega à web, o consumidor pensa que, se está na internet, é porque o ambiente online é seguro. A internet como um todo ganha credibilidade”, acredita Umberti.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

8 dicas para aumentar suas vendas

Se não é o mercado que sinaliza que o momento é propício para aumentar as vendas, é o faturamento da empresa que deixa a desejar. Quando um dos lados indica que é preciso agitar o negócio, é hora estudar como impulsionar o aumento nas vendas.


No entanto, antes mesmo de colocar em prática qualquer estratégia, o trabalho mais penoso é identificar as competências e carências da empresa. Apenas ativar o mercado sem se preparar para atender à demanda pode afastar a clientela.

O sócio fundador da SaleSolution, Renato Romeo, e o professor especializado em PME da Fundação Instituto de Administração (FIA), Antônio Lage Terassovich, citam pontos importantes para o empreendedor considerar na hora de fomentar o aumento das vendas:

1. Evite atropelos

Pode parecer óbvio, mas ainda há muitos empreendedores que passam por cima do planejamento e tomam decisões mal pensadas. Agir por impulso, simplesmente reduzindo preços, sem estudar o cliente ou adotar qualquer estratégia, pode trazer resultados catastróficos em vez de solucionar o problema. Mas não confunda cautela com morosidade. Depois de decidido o caminho, uma implantação rápida pode ser um passo decisiva para o sucesso.

2. Arrume a casa

Antes de pressionar os vendedores por mais resultados, reveja os processos da companhia. A má gestão dos recursos pode acabar comprometendo os números, mesmo com um bom time de vendas atuando na ponta. Não basta improvisar, procure a ajuda de especialistas. “O empreendedor precisa entender que a empresa tem necessidade de conhecimento”, diz o professor da FIA, Antônio Lage Terassovich. Noções de gestão de pessoas e de contabilidade, por exemplo, são competências essenciais que o gestor de uma pequena ou média empresa deve possuir. “Se ele não tem umas das competências, ele tem três alternativas: contrata, terceiriza ou arruma um sócio”, recomenda o especialista.

3. Trabalhe no seu diferencial

Atirar para todos os lados pode acabar comprometendo o desempenho da empresa. Para potencializar as chances de sucesso, identifique o diferencial competitivo do negócio – como preço ou qualidade - e aposte nele. Também é fundamental entender o que o seu cliente busca. “Ao focar no público, a empresa se torna competente e adquire o seu diferencial”, destaca Terassovich.

4. Faça uma análise 360º

Fatores internos e externos podem influenciar o desempenho das vendas da empresa. Portanto, não basta olhar para dentro de casa, é preciso olhar ao redor também. Segundo Renato Romeo, o empreendedor deve analisar se o mercado está favorável ou em crise. "Se as empresas da minha área vão bem e a minha não, tem algo de errado com ela", diz Romeo. A concorrência também deve ser estudada, para identificar em que ponto ela é mais competente.

5. Entenda o seu cliente

Identificar o que o cliente quer é a melhor maneira de trazer mais ofertas relevantes para ele. Segundo Terassovich, é preciso entender se ele prioriza qualidade, preço, atendimento ou todos os fatores. Também é importante entender quais são as demandas de todos os elos da cadeia. No caso de uma empresa fabricante de roupas, ela deve entender as necessidades do atacadista – com a frequência de troca de coleções ou volume necessário para cada compra -, mas também deve estar atenta ao gosto do cliente final, ajustando seu produto ao público alvo.

6. Amplie seu mercado

Expandir o negócio para outros mercados é um caminho para engordar as receitas. Expandir geograficamente ou buscar novos públicos pode colocar a empresa em outro patamar de faturamento, segundo o professor da FIA. É fundamental, no entanto, fazer uma checagem completa para avaliar se o caixa da empresa está saudável o suficiente para financiar a expansão.

7. Qualifique seus vendedores

"A capacitação do profissional de vendas é o que dá o retorno imediato à empresa", destaca Romeo. Ele afirma que a prática não é adotada no Brasil como é em outros países, pois o empreendedor vê a capacitação como uma despesa. "O pequeno e médio empresário é ainda muito preso aos custos." Encare a qualificação como investimento e treine sua força de vendas, seja com ações internas ou recorrendo à ajuda de terceiros.

8. Tome cuidado ao mexer com preços

Embora pareça uma estratégia óbvia para atrair mais clientes, a ideia de baixar os preços nem sempre é a mais inteligente. "Baixar é fácil, mas depois que aumentar, como explicar para o cliente?", questiona Romeo. Trabalhar o preço traz retorno imediato ao fluxo de caixa, mas nada impede que a concorrência também se mexa para atrair consumidores. O professor Terassovich afirma que a precificação é uma das estratégias mais delicadas. “É fácil de mexer, mas difícil de entender”, diz sobre a associação de preço e qualidade, especialmente quando se fala de serviços.


Por: Camila Almeida/Exame

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Marketing de Guerrilha: use a criatividade e faça barulho!

De um lado, a visão de enxergar os pontos fortes e fracos dos adversários; do outro, a criação de um conteúdo que estabeleça uma conversa com o público

A comparação do marketing corporativo com o praticado por militares, no passado, deve ser feita guardando sempre as devidas diferenças. Se na guerra, o objetivo era liquidar o inimigo para vencer, no marketing de guerrilha, o adversário não necessariamente deve desaparecer para haver sucesso. Essa é a afirmação do professor de Estratégia e coordenador do curso de pós-graduação em Excelência Gerencial da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), Carlos Roberto Lago Parlatore.

“A criatividade é e sempre será uma peça-chave para o sucesso. É claro que, a criatividade aliada à disponibilidade financeira é o ideal. Por outro lado, somente a disponibilidade financeira sem criatividade é uma forma mais rápida de gastar dinheiro sem agregar resultado. As pequenas e médias empresas devem usar o Marketing de Guerrilha no sentido de entrar em nichos onde podem ser melhores que as grandes, pelo fato de serem mais flexíveis e de focarem melhor em um determinado segmento.”

O grande iniciador do conceito de Marketing de Guerrilha, na análise de Parlatore, foi o guerreiro chinês Sun Tzu, com seu livro milenar denominado ‘A Arte da Guerra’, onde são postados conceitos empregados há mais de 2.500 anos e que ainda são utilizados. Neste livro, são mencionadas as alternativas que os exércitos menores deveriam ter para combater exércitos mais numerosos.

“Por isso, faço menção a Sun Tzu que, em minha opinião, foi onde Jay Conrad Levinson também baseou-se para definir o termo Marketing de Guerrilha em seu livro. O menor busca seu lado forte e usa as ferramentas e estratégias que melhor conhece para derrotar os mais poderosos. Veja, por exemplo, o que ocorreu na guerra do Vietnã, na década de 1960, onde a guerilha local derrotou um exército muito mais poderoso do que era o dos Estados Unidos, usando táticas mais conhecidas. Essa e outras expressões atuais foram baseadas nesse livro milenar”, afirma.

No caso da internet, pela sua imediata ocupação de espaço, o Marketing de Guerrilha torna-se muito eficaz, pois consegue mostrar mais rapidamente as qualidades de um produto, comparativamente a seus concorrentes. E não necessariamente precisa de elevados recursos financeiros para desenvolver ações que despertem o interesse do consumidor. “O importante, como dizia Sun Tsu, é conhecer suas forças e qualidades e as fraquezas e defeitos dos concorrentes. Com isso, as chances de vitória são totais.”

Cases de sucesso e insucesso

Na análise de Parlatore, um case onde o Marketing de Guerrilha é muito explorado está relacionado aos anúncios e propagandas da Hyundai. Eles não somente mostram as qualidades de seus produtos, mas os comparam com os produtos concorrentes, maximizando suas deficiências, como preço maior, por exemplo.

“Outro caso muito explorado nos Estados Unidos são as batalhas travadas entre Coca-Cola e Pepsi, onde frequentemente se vê uma empresa mostrando as fraquezas da outra e valorizando seus próprios produtos”, destaca.

Mais um exemplo de sucesso foi a campanha da Nissan, na Alemanha, onde a marca colocou adesivos no vidro dianteiro dos modelos Porsche, um dos concorrentes da empresa japonesa. A ideia atingiu seu objetivo: o modelo da Nissan parecia sempre estar na frente do Porsche. Analistas de marketing comentam que, em duas semanas de campanha, a empresa do Japão obteve aumento de 23% dos interessados em fazer test drive em seus carros.

Para Parlatore, casos que não tiveram êxito apresentaram exageros em sua produção ou não conseguiram focar no ponto principal de uma disputa. Como exemplo, ele cita a campanha da marca Assolan, que tentou derrubar as vendas da também empresa brasileira Bombril, principalmente sobre o produto da lã de aço utilizada para limpeza. “A Assolan iniciou um marketing agressivo contra a Bombril, mas não conseguiu derrubar a concorrente, que soube valorizar seus pontos mais representativos, como qualidade e o fato de ser muito mais conhecida pelo consumidor”, avalia.

Outro case com retorno negativo envolveu, no final do ano passado, a empresa Procter & Gamble, no Rio de Janeiro. Foram espalhadas arcas de madeira em várias regiões do Rio, o que seria uma estratégia para determinada campanha. Porém, naquele momento, a capital fluminense passava por momentos de guerra entre policiais e traficantes. A população carioca ficou desconfiada das caixas e até equipes antibombas foram acionadas, o que provocou uma situação desagradável para a P&G.

Atuação em guerrilha

A Agência Espalhe, fundada em 2003, usa a criatividade de guerrilha para transformar os seus clientes em assunto. Neste cenário, o sócio-diretor da agência, Gustavo Fortes explica que é fundamental a comunicação em uma linguagem natural, aberta, honesta, engraçada e, muitas vezes, chocante.

“No Marketing de Guerilha, o objetivo é potencializar o investimento do cliente. Não quer dizer menos custo, mas sim aproveitar ao máximo o investimento dele para gerar um maior de resultado. A guerrilha cria um conteúdo, uma história, que tem como foco envolver as pessoas e engajá-las, estabelecendo uma conversa. Para aumentar a assertividade, é importante planejamento. Na Espalhe, gastamos muitas horas no planejamento estratégico de nossas ações, o que reduz a margem de risco”, afirma.

Um dos mais recentes cases desenvolvidos pela Espalhe foi feito para a Trident em comemoração ao Dia dos Namorados. Desta vez, foi São Paulo que recebeu a Cabine Trident Powered by YouTube, como ponto de encontro para solteiros em busca da cara-metade ou casais que queiram mostrar publicamente seu amor.

Na sexta-feira (dia 10/06), eles puderam gravar declarações apaixonadas dentro da cabine, em vídeos de 30 segundos para serem compartilhados no canal da Trident no YouTube. A primeira ação da Cabine Trident foi realizada, no Rio de Janeiro, durante o Carnaval deste ano. A iniciativa gerou um aumento de 109% no número de assinantes do canal Trident no YouTube e o crescimento de 8% dos fãs da marca no Facebook.

A ideia é fazer barulho!

No conhecido livro ‘Marketing de Guerra’, os autores Al Ries e Jack Trout enfocam conceitos modernos e realistas, muitas vezes fundamentais, para enfrentar e vencer as guerras registradas no mundo dos negócios. Ambos os escritores afirmam que o melhor livro de marketing foi escrito, em 1882, pelo general prussiano aposentado, Karl von Clausewitz, intitulado ‘On War, delineando os princípios estratégicos que amparam todas as guerras em que houve êxito. “Para ter sucesso hoje em dia, uma empresa deve procurar os pontos fortes e fracos dos concorrentes e lançar contra eles os seus ataques de marketing”, afirmam Ries e Trout.

O Marketing de Guerrilha, há mais de duas décadas, era utilizado para se discutir posicionamento de marca, segundo analisa Paulo Sérgio Quartiermeister, diretor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Hoje, este conceito é voltado à comunicação. A ideia é fazer barulho, gastar pouco e atrair a atenção de muita gente. Para despertar o consumidor, empresas optam, em muitas situações por personagens diferentes e mensagens inusitadas. Tudo para provocar uma grande repercussão positiva entre o público-alvo, sem obrigatoriamente dispor de elevados valores financeiros.

“Mas, não são apenas as pequenas empresas que podem utilizar o Marketing de Guerrilha. Claro que elas são as maiores interessadas por ter uma verba menor, mas as grandes podem e devem se utilizar deste tipo de marketing. A hora em que se consegue criar algo bem planejado, você provoca um barulho que precisaria de muito mais recursos, nos meios de comunicação tradicionais, para ter o mesmo efeito.”

Para Paulo Sérgio, é importante criar estratégias para tirar o consumidor da rotina e surpreendê-lo com algo diferente. “Quem manda no Marketing de Guerrilha é a criatividade. É óbvio que precisa de todo um processo, como um bom planejamento para executar, mas não adianta nada se não houver atividades criativas. O Marketing de Guerrilha é bom senso”, afirma. A estratégia, de acordo com ele, é combater o concorrente, identificando seus campos de atuação e tentando fazê-lo perder espaço.

No entanto, para o diretor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM, a concorrência também é, em muitos casos, imprescindível. “A concorrência é algo saudável. É o melhor antídoto para não ficar parado. Se tem concorrência, dá dinamismo para o mercado. É claro que o dono da Good Year, fabricante de pneus, gostaria de estar sozinho na fabricação de pneus, mas, com raríssimas exceções, isso é utopia”, complementa.


Fonte: Portal HSM 15/06/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Já pensou em calar a boca e apenas liderar?

Eu sei que você quer uma comunicação aberta e honesta com os funcionários de sua equipe, mas algumas vezes é necessário apenas calar a boca e liderar. Quando se trata de comunicação no escritório, é fundamental exercitar o bom senso. Existem coisas que você simplesmente não compartilha com o seu time. Nunca discuta seus problemas pessoais com seus funcionários. Ponto. Sua função é liderá-los e não fazer com que ouçam seus medos e suas queixas. Independentemente do quão mal você está se sentindo, nunca, jamais compartilhe esses sentimentos com seus funcionários. Pode falar com seus pares sobre eles, ou com sua esposa (ou esposo), ou mesmo com seu mentor espiritual, mas nunca com seus funcionários.



Veja a seguir algumas outras coisas que você não discute com seus funcionários:

•Qualquer coisa que lhe disseram confidencialmente.

Não importa se quem lhe contou o segredo foi um superior, um par ou um subordinado. Cabe a você estabelecer a barra ética. Se lhe falaram algo confidencialmente, você não compartilha isso com os demais.

•Informação que eles não vão entender.

Se é preciso explicar algo para que seu time entenda, mas você não pode revelar a explanação por alguma razão, nem traga à tona o tema. Aguarde até que esteja numa posição em que possa responder as perguntas deles antes de dizer alguma coisa.

•Qualquer coisa que não tenha tempo para explicar.

Da mesma forma que acima, se não tem o tempo para explicar, não traga à tona. Espere até que tenha o devido tempo para explicar antes de dizer algo.

•Rumores, fofocas ou coisas do tipo.

Prenda-se aos fatos. Não é sua função espalhar rumores e garanto que o seu trabalho se torna mais difícil se um outro alguém estiver propagando-os. Você não quer rumores se difundindo portanto esteja consciente que não é você quem lhes dá asas.

•Seus medos. Sua função é proteger seu time do medo, da incerteza e das dúvidas que estão correndo soltas no escritório e não descarregar seus problemas em cima do seu time. Você pode, sem dúvida, compartilhar com eles sua legítimas preocupações sobre a empresa e sua operação. Mas mantenha para si mesmo seus medos.

•Qualquer coisa negativa sobre alguém.

Sua mãe provavelmente sempre lhe disse que se não pode falar nada de positivo sobre alguém, então não diga nada. Isso é especialmente verdadeiro no ambiente de trabalho. Se voce falar mal dos outros, as pessoas que te escutam vão começar a imaginar o que você diz sobre elas quando não estão presentes. Se você criticar, critique o ato, não a pessoa por detrás do ato. E nunca critique o seu chefe na frente do seu time, muito menos um integrante de sua equipe na frente de quem quer que seja do time.

•Dados pessoais de alguém.

Nunca discuta dados pessoais, salário, situação familiar, preocupações e defeitos de alguém com os demais. Sua habilidade de ser bem-sucedido como gerente depende de sua habilidade de manter a confidencialidade de temas confidenciais.

•Dados médicos de alguém.

Da mesma forma que os dados pessoais acima, nunca discuta os dados médicos com quem quer que seja. Por exemplo, não diga: “Ele está no médico retirando um tumor”. Diga apenas: “Ele tinha um compromisso”. É claro que, se um funcionário vai se ausentar durante várias semanas em virtude de uma cirurgia e ele te pede que explique para o resto do time o motivo pelo qual estará fora, você pode falar. Providencie o mínimo necessário sobre o caso para atender o desejo da pessoa. Tenha sempre em mente que o importante é respeitar o direito à privacidade das pessoas.



Em Suma. Você quer que seu time saiba que sempre lhes dirá o tanto que é possível. Mas se assegure que eles entendam que existem coisas que você simplesmente não comenta. Eles vão compreender. E vão respeitá-lo por isso.



Para estas e outras questões de liderança, conte comigo.

Pablo

Plano de negócios é chave para sobrevivência de empresas

Antes das eleições presidenciais de 2002, o jornalista e advogado Henry Ajl abriu uma empresa de turismo de aventura. Pouco tempo depois, teve de fechá-la: a cotação do dólar disparou, as viagens internacionais ficaram mais caras e os clientes sumiram.


A experiência de Ajl é similar à de muitos empresários. Apesar de terem uma boa ideia de empreendimento, não investem em um plano de negócios. Considerada uma das ferramentas mais importantes para o planejamento, o documento descreve os objetivos da empresa e analisa o que é necessário para alcançá-los.

Segundo relatório do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 45% dos donos de empreendimentos abertos entre 2003 e 2007 no Estado de São Paulo não levantaram dados sobre o número de clientes que teria e seus hábitos de consumo; 30% ignoraram o número de concorrentes e 28% não buscaram informações sobre fornecedores.

Foi “um erro”, admite Ajl, sobre a falta do plano de negócios. Mas, complementa, “a gente é tão consumido no dia a dia que não sobra tempo”.

Em 2003, o empresário mudou de área e abriu uma produtora de vídeo. Apesar de dizer que “seria interessante ter um plano de negócios”, Ajl afirma que a maioria das decisões que ele e o sócio, Markus Bruno, tomam é acertada. Exemplo disso foi a de investir, há seis anos, em gravação em alta definição – padrão que se popularizou no país. “A gente não tem uma coisa formalizada, mas, de tempos em tempos, sentamos e decidimos o que vamos fazer.”

Segundo Dariane Castanheira, professora da Fundação Instituto de Administração (FIA), entidade ligada à USP, o plano de negócios é essencial “para que o empresário não invista dinheiro e esforços em vão”.

Para isso, é necessário abranger três pontos cruciais: o ambiente (contexto em que a empresa se insere, desde concorrência até macroeconomia), o produto ou serviço que é oferecido (características e diferencial) e um plano financeiro (capacidade de investimento, fluxo de caixa e previsão de lucro). “Muitas vezes, o empresário acha que tem tudo na cabeça.”

Além do ganho com o planejamento em si, Castanheira explica que, com um plano de negócios, é mais fácil conseguir crédito em instituições como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Para elaborar o plano de negócios, vale investir em informações na internet – como a cartilha do Sebrae — ou em livros. Ou fazer como o empresário Minoru Ueda, que matriculou-se em um curso de gestão de empresas.

Formado em história, mas com especializações na área de administração, ele já havia trabalhado em um banco e na área de recursos humanos quando decidiu que abriria uma franquia de uma loja de bijuterias com sua esposa. A partir de então, os dois procuraram capacitação em empreendedorismo e fizeram um plano de negócios com uma projeção de 10 anos.

Em 2004, a primeira loja foi aberta no Itaim Bibi e, no fim do ano passado, seguindo o plano, a segunda franquia foi inaugurada. Ele diz que as maiores dificuldades foram fazer as previsões de macroeconomia e de política do país e pensar em cada detalhe, cada possibilidade que poderia influenciar sua loja.

“Sempre vai haver uma ou outra coisa inesperada, mas, quando há planejamento, o impacto no negócio é menor, porque todo o resto está planejado”, diz ele. Ueda fala com propriedade. Quando tinha apenas a primeira loja, a rua passou por reforma para se transformar em shopping a céu aberto. Durante cerca de um ano, o movimento caiu; mesmo assim, a empresa sobreviveu.

A flexibilidade, aliás, é outra característica importante do plano. Ele deve ser um guia para o empresário, nunca um gesso. “É importante que o plano de negócios seja repensado sempre, é assim que as grandes empresas fazem”, adverte Castanheira.

Fonte: Empreendedor online