quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Redes sociais são para complemento no processo de seleção

O rápido crescimento das redes sociais, blogs e microblogs têm feito destas o alvo das atenções e muitas vezes deixam a falsa impressão de que estes sistemas são a panaceia para todo tipo de problema


Por Marcelo Abrileri

A Internet mudou nossa forma de interagir com o mundo e também a maneira de as empresas procurarem candidatos e de os profissionais buscarem emprego. Até uns anos atrás, o currículo era o único instrumento que os selecionadores tinham para conhecer melhor os candidatos antes de convocá-los para uma entrevista.


O rápido crescimento das redes sociais, blogs e microblogs têm feito destas o alvo das atenções e muitas vezes deixam a falsa impressão de que estes sistemas são a panaceia para todo tipo de problema. No entanto, há de se ter muito cuidado com este pensamento.

Tais plataformas, além de fomentar o networking, vêm sendo mais utilizadas por quem contrata como uma ferramenta que complementa e auxilia o processo de seleção. É comum os selecionadores analisarem perfis dos candidatos nas redes de relacionamento para conhecê-los melhor.

Mas, note, estou falando que as redes sociais são úteis e podem ajudar na etapa de seleção, na hora de conhecer melhor os candidatos que já foram previamente encontrados. Não estou falando que elas são úteis para encontrar candidatos. É esse o ponto crucial deste artigo!

Definitivamente as redes sociais não são o melhor lugar para buscar candidatos. Há sites desenvolvidos especialmente para isso e que não só concentram um número muito maior de candidatos dentro de vários perfis como também têm ferramentas de busca especialmente desenvolvidas para encontrá-los.

Em redes sociais, por exemplo, as pessoas não colocam sua formação, nem suas experiências profissionais detalhadas, fluência em idiomas, cursos e várias outras informações que só existem em currículos e sites de currículos.

Se estiver precisando de uma secretária, você até pode pedir indicações numa rede social e talvez até receba alguns perfis. Mas nada será comparável a um site especializado em recrutamento online. Na Curriculum, por exemplo, se você fizer esta pesquisa, encontrará, num simples clique, milhares de currículos dentro do perfil.

Percebe a brutal diferença entre uma ferramenta e outra e a força para encontrar candidatos que um site de recrutamento online tem nesta hora?

Ou seja, até dá para achar candidatos nas redes sociais, concordo, mas definitivamente não é a melhor solução para isso. Cada site foi desenvolvido e é estruturado para um propósito, não sendo desenvolvido para atender outras necessidades.

No entanto, há de se fazer algumas exceções a esta regra. A primeira é quando estamos realmente com muita dificuldade de encontrar um perfil específico. Já procuramos em vários sites de recrutamento online e não encontramos. Talvez você possa até utilizar as redes sociais para auxiliar a encontrar o candidato desejado. Mas não se esqueça que, ao divulgar esta sua necessidade, provavelmente terá de lidar com inúmeros currículos fora do perfil desejado.

Outro ponto importante a ser salientado é que, ao desencorajar as empresas a buscarem profissionais primeiramente em redes sociais, não quero dizer que o mesmo se aplica aos candidatos. Para eles, a história é outra. Distribuir o currículo em redes sociais é, sim, uma forma de se divulgar ao mercado no momento em que se procura uma recolocação.

Quem procura emprego tem de divulgar seu currículo o mais amplamente possível, pois nunca se sabe de onde poderá surgir uma oportunidade de trabalho. Lógico que o solo mais fértil são os sites de recolocação profissional online.

Em resumo, as redes sociais vieram para fomentar as redes de relacionamentos e trazem informações valiosas que auxiliam e complementam o processo de seleção. E servem também como um apoio em processos mais difíceis, quando não se encontra o perfil desejado e também para a divulgação de currículo para quem busca um emprego, mas na hora de procurar candidatos, a ferramenta correta são os sites de recrutamento online.

Marcelo Abrileri - presidente e sócio-fundador da Curriculum.com.br, especialista em recolocação profissional e atua na área de Internet há mais de 15 anos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

10 dicas para largar as dívidas e ter uma vida financeira saudável

A primeira coisa é encarar a situação de frente e com seriedade. Se você assumiu compromissos, faça o possível para honrá-los.

Por Álvaro Modernell



"Devo pagar minhas dívidas?". Esse tipo de questão chega com alguma frequência ao meu e-mail. Confesso que, às vezes, começo a ler meio apreensivo. Felizmente, na maioria das vezes, o meu receio não se confirma e o que as pessoas estão na verdade buscando são melhores maneiras de resolver problemas com endividamento. Mas querem pagar suas dívidas. Isso é o básico.


Por princípio e ética profissional, não considero a hipótese de as dívidas não serem pagas. A não ser quando indevidas, mas isso acontece em raras situações. Às vezes, são relacionadas a contratos mal resolvidos ou a prestadoras de serviços que tentam se aproveitar da fragilidade dos consumidores.

Vamos nos ater às dívidas devidas, àquelas que foram contraídas e não foram honradas em tempo por qualquer motivo e tornaram-se um problema de difícil solução.

Comecemos pelo básico: sim, dívidas devem ser pagas. De preferência, em dia e nas condições pactuadas. A melhor forma de se livrar das dívidas é não se aproximar delas. Evitar tentações, viver e consumir dentro da realidade econômica da família e não gastar mais do que se ganha.

Até aí parece fácil, mas se trata de medidas preventivas. Então, o que fazer quando as dívidas já existem? A primeira coisa é encarar a situação de frente e com seriedade. Se você assumiu compromissos, faça o possível para honrá-los. O dinheiro costuma respeitar isso. Quem enfrenta seus problemas financeiros normalmente encontra forças e caminhos para superá-los e, muitas vezes, vira o jogo de tal forma que em pouco tempo muda de devedor para investidor.

Existem algumas dicas básicas que valem à pena ser lembradas:


1 – Corte os gastos supérfluos imediatamente. Reduza também o quanto for possível nos demais gastos, inclusive no essencial. É preciso reduzir despesas para obter sobras de dinheiro.



2 - Faça um levantamento de todas as suas dívidas. Valores, taxas, vencimentos e condições estabelecidas. Verifique se o que está sendo cobrado faz parte do que você acordou.



3 – Verifique se você possui bens que possa se desfazer. Comece com os menos necessários, mas faça também algum sacrifício. É possível sobreviver sem carro, sim.



4 – Procure os credores. Explique a situação e procure renegociar os vencimentos e a eliminação de multas e taxas por inadimplência.



5 – Avalie se você consegue obter alguma linha de crédito mais barata do que as dívidas que você possui. A ideia é trocar dívidas caras por dívidas baratas.



6 – Se você conseguiu apurar algum dinheiro ou reduzir suas despesas, priorize a liquidação das dívidas mais caras e das menores. As caras porque acabam com seu dinheiro e as pequenas porque prejudicam a sua tranquilidade.



7 – Busque fontes de renda alternativas. Férias e finais de semana na praia são para quem está com as contas em dia. É melhor sacrificar os anéis para salvar os dedos. E os seus talentos? Procure encontrar formas de diversificar suas fontes de renda. E, com seu tempo ocupado, as tentações de gastar terão menos oportunidades.



8 – Estabeleça metas. Depois de conhecer, renegociar e reduzir as suas dívidas, é hora de estabelecer um prazo e um plano para acabar com elas. Coloque tudo no papel que parece ficar mais fácil de resolver.



9 – Certifique-se que seus direitos de consumidor estão sendo respeitados. Cobranças abusivas podem ser inibidas por meios legais.



10 – Por fim, mas não menos importante, lembre-se dos transtornos e prejuízos que as dívidas causam.



Use essa lição como ensinamento. Esforce-se para acabar com suas dívidas, criar uma reserva para emergências e nunca mais se endividar.

Se necessário, procure ajuda de um profissional. Algumas situações precisam da intervenção e apoio de terceiros. Não raras vezes esse apoio deve vir da área psicológica. Maus hábitos nas finanças decorrem muito mais de problemas ou desequilíbrios nessa área do que por falta de conhecimentos na área de finanças.

Quanto à Educação Financeira, reafirmo a posição que venho externando: é um campo muito mais amplo do que aprender ou ensinar a lidar com assuntos puramente financeiros. Envolve questões éticas, psicológicas, humanas, sociais e muito mais. Fico contente que a sociedade brasileira esteja evoluindo também nessa área.


* Álvaro Modernell é especialista em educação financeira, palestrante, autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre educação financeira, além de sócio fundador da Mais Ativos Educação Financeira.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A copa de 2014 e seus impactos no marketing brasileiro!

Hoje publico aqui no blog um artigo do site mundo do marketing. Peço desculpas à todos, pois com a correria da faculdade e um mega evento para ser feito como Projeto Integrado deste semestre, acabei não tendo tempo de escrever um artigo próprio. Como achei o tema interessante ressolvi publicar o artigo aqui também. Espero que gostem!



A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil já representa uma oportunidade para as marcas e para o país, que terão maior visibilidade global. O consumo aquecido e a expectativa de que a economia brasileira produza R$ 142 bilhões adicionais nos próximos quatro anos provam que o campeonato de futebol sediado no país movimentará a estratégia de Marketing de muitas empresas.



Quais são os impactos socieconômicos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Que desafios serão enfrentados pelo Marketing brasileiro até a realização do mundial? Como garantir os efeitos positivos do evento no país e minimizar os negativos? Quais são as oportunidades e iniciativas para potencializar os benefícios do campeonato para a sociedade, marcas e consumidores?



Essas são algumas das questões avaliadas no estudo Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, realizado pela Ernst & Young. Em entrevista ao Mundo do Marketing, José Carlos Pinto, Sócio da Consultoria Ernst & Young, fala sobre as oportunidades encontradas pelos profissionais de Marketing e pelo mercado brasileiro até o mundial de 2014.



Mundo do Marketing: O que motivou esta edição do Estudo Brasil sustentável e como avaliar os resultados apresentados?

José Carlos Pinto: Esse estudo está inserido no programa Brasil Sustentável. A ideia é pensar no país em um horizonte de longo prazo. Desde o ano passado, tomamos a decisão de que um desses estudos deveria estar focado na Copa do Mundo, tendo em vista a percepção de que os impactos seriam bastante substanciais. Fizemos uma avaliação que vai muito além dos investimentos diretos, como construção e reforma de estádios e infraestrutura básica, como aeroportos, rodovias e urbanização de cidades.



Apuramos também quais são os impactos indiretos desses investimentos. Avaliamos a cadeia de produção para mensurar o efeito desses investimentos na cadeia produtiva como um todo e, consequentemente, no consumo. O resultado disso tudo deu um número importante para a economia como um todo: a injeção na economia de R$ 142 bilhões, evidentemente com escalas diferenciadas nos diversos setores.



Mundo do Marketing: Quais são esses impactos socioeconômicos?

José Carlos Pinto: Do ponto de vista de impactos econômicos, temos a oportunidade de receber tanto capital nacional da iniciativa privada, como de investimentos internacionais, que só ocorrerão em decorrência da organização da Copa do Mundo. São investimentos diretos que, de fato, gerarão legados, como estádios, aeroportos, rodovias e urbanização das cidades-sede. Iniciativas que serão aceleradas ou feitas em uma intensidade maior em função do mundial.



Do ponto de vista social, é a oportunidade de gerar um volume de empregos bastante representativo, o equivalente a 3,6 milhões de empregos por ano. Isso insere na economia formal e no mercado de trabalho um conjunto de profissionais que não tinham qualificação ou oportunidade de capacitação.



Mundo do Marketing: Como estes impactos podem influenciar a estratégia de Marketing das empresas patrocinadoras?

José Carlos Pinto: Segundo o estudo, o principal investimento é de mídia, previsto em torno de R$ 6,5 bilhões. Levamos em consideração análises de Copas anteriores, principalmente a da Alemanha e a da África, que ainda está produzindo efeito e não tivemos todos os dados disponíveis. Já observamos nesta Copa de 2010 que as empresas brasileiras são patrocinadoras da FIFA e não apenas da CBF. A cota de patrocínio está aumentando e o nível de publicidade é crescente em comparação às Copas anteriores.



As empresas brasileiras, de uma forma geral, aproveitarão para fazer um investimento relevante voltado para a Copa do Mundo, que é o evento que mais atrai a atenção global. As marcas que precisam aparecer do ponto de vista global utilizarão esse canal para investir diretamente na Copa ou indiretamente em outras possibilidades.



Mundo do Marketing: Como o Marketing poderá contribuir para a imagem da marca “Brasil” internacionalmente?

José Carlos Pinto: Existe algo que chamamos de “atmosfera da Copa” e isso deve ser capitalizado desde já, não só no país, como em cada município que receberá os jogos. Há um grande comitê organizador e diversos outros em cada uma das 12 cidades sedes, em nível municipal e até estadual.



Nossa recomendação é que os comitês locais iniciem desde já a definição de seus planos de Marketing. Serão necessárias ações que consigam comunicar, mostrar e fortalecer a imagem do local, como festas e manifestações regionais e culturais. Como vender a imagem da cidade e da região e como capitalizar em torno disso. Isso será responsável por promover o turismo, por exemplo.



Mundo do Marketing: E quais os desafios para as marcas?

José Carlos Pinto: Os investimentos devem estar muito mais concentrados no período de 2014, mas as empresas devem iniciar estudos sobre como investir, criar produtos e ações de Marketing desde já. Existem muitas restrições para vincular a marca à Copa do Mundo, mas muito pode ser feito. Esse é o grande desafio.



Mundo do Marketing: Quais são os segmentos que serão mais beneficiados com a Copa?

José Carlos Pinto: Sem dúvida a construção civil. Em alimentos e bebidas há empresas que querem expor sua marca mundialmente, como a Seara fez neste último mundial. Há também uma demanda por prestação de serviços especializados que só existem por causa da Copa. Consultorias, empresas especializadas e organizações internacionais estão se instalando no Brasil exclusivamente para a prestação de serviços com foco em grandes eventos esportivos.



Não podemos esquecer do turismo de uma forma geral. A hotelaria terá um impacto muito grande, hotéis receberão investimento e serão ampliados. Além disso, o Brasil receberá um International Broadcast Center (espaço para transmissão de rádio e televisão de um determinado evento), o que consome milhões em investimentos. Cada cidade sede também terá um centro de mídia e milhares de profissionais do exterior virão trabalhar no mundial.



Mundo do Marketing: Que oportunidades a Copa oferece para as marcas nacionais?

José Carlos Pinto: Vinculando a marca a esse tipo de evento, as empresas brasileiras terão um nível de exposição nacional alto, porque estamos falando de 12 cidades que são bastante representativas, da paixão brasileira pelo futebol e do aumento da demanda por consumo. Há um conjunto de potenciais benefícios. Alguns deles geram aumento imediato de receita, enquanto outros melhoram o posicionamento da marca, seja nacionalmente, como também internacionalmente.



O Brasil vive um momento relativamente recente de construção de organizações globais. Grandes companhias brasileiras querem se internacionalizar. Quando vincula a marca à imagem de um país que não é muito sólida, o esforço é maior para que ela se torne importante no cenário global. A Copa no Brasil é uma oportunidade de dar visibilidade global às marcas, como aconteceu com alguns produtos da Ambev e com a Seara na Copa da África do Sul. Se as empresas aproveitarem os benefícios desse investimento, o retorno será garantido.



Mundo do Marketing: Qual será o perfil dos consumidores nesta Copa?

José Carlos Pinto: O consumo já começa a existir e toda cadeia será afetada. No período da realização do evento, temos a expectativa de que cerca de 3,3 milhões de ingressos serão vendidos. O público que assistirá aos jogos já é um número bastante significativo. Mas tem o fator multiplicador. Muita gente não vem, necessariamente, para ver as partidas. Há os acompanhantes, os prestadores de serviços e toda movimentação local. Na Copa da Alemanha, por exemplo, foram três milhões de ingressos vendidos para os jogos e 18 milhões de pessoas participando de eventos como o FIFA Fan Fest. Isso tem um efeito de atração de pessoas e, consequentemente, de consumo significativo.



Mundo do Marketing: Como coibir ações de guerrilha?

José Carlos Pinto: O estudo não cobriu especificamente este assunto, mas é um tema de grande preocupação. A FIFA é extremamente atuante e preventiva em coibir esse tipo de ação, junto com a CBF. Desde o início, há uma preocupação em evitar que esses problemas ocorram e não simplesmente cobrar uma indenização depois. Existem regras preventivas que ainda estão em fase de ajuste e farão parte das garantias governamentais brasileiras, desde questões tributárias e alfandegárias, até em relação à propriedade da marca. Com a criatividade do brasileiro, certamente os problemas acontecerão, mas temos que ter um batalhão de choque para coibir rapidamente e fazer valer a força da lei. Para isso, temos instrumentos legais.



Mundo do Marketing: Quando a Copa 2014 deve começar para o Marketing no Brasil?

José Carlos Pinto: A minha recomendação é de que comece desde já, dosando investimentos e planejando de forma adequada. Com o conceito de “atmosfera da Copa” e a criatividade do profissional brasileiro, há oportunidades para que o Marketing brasileiro pegue carona e comece a planejar, identificando ações efetivas e fazendo investimentos adequados. Evidentemente, os maiores investimentos serão concentrados em 2014, mas existe um conjunto significativo de eventos que acontecerão até 2014, como a Copa das Confederações. O foco do mundo estará voltado para o Brasil no que se refere a futebol e à Copa do Mundo nos próximos quatro anos. Podemos esperar até 2014 para fazer barulho, ou começar desde já.



Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/7,14901,os-impactos-da-copa-de-2014-no-marketing-brasileiro.htm, acessado no dia 20/10/2010.

GEOMARKETING: O QUE VOCÊ GANHA COM ISSO?

Estudo de segmentação baseado em localização não é novidade, mas ganha força e é usado por empresas como Pão de Açúcar e O Boticário


Muitas vezes, o Marketing é acusado de ser o vilão em histórias de fracassos de empresas. O problema, na maioria dos casos, está na falta de estudos que balizem as ações e os projetos realizados. É neste contexto que se insere o Geomarketing, uma ferramenta desenvolvida para, basicamente, determinar o potencial de consumo de uma região e de implantação de uma nova marca. Há diversas outras ferramentas que devem ser utilizadas para obter o retorno sobre o investimento desejado, cada qual com sua especialidade. Atualmente, o Geomarketing tem atuado principalmente para ajudar nas estratégias de expansão de redes varejistas.

Setores que também se destacam na utilização da ferramenta são os de telecomunicações, financeiro, imobiliário e turismo. Mas, de forma geral, todos podem se beneficiar com o Geomarketing, também conhecido como Georreferenciamento. Empresas de consumo massivo encontram no conceito uma forma de saber em que tipo de varejo apostar mais fichas e onde o produto tem maior penetração. O estudo pode ser aplicado na produção, na estratégia de relacionamento, na abertura de lojas, na parceria com grandes marcas e até como forma de medir o retorno das ações de Marketing.

O conceito é uma forma de segmentar geograficamente, encontrando perfis específicos de consumidores em determinadas regiões com diferenças comportamentais, culturais, sócio-econômicas, religiosas, entre outras. O Geomarketing é, portanto, essencial para que as companhias enxerguem o seu público-alvo em potencial antes de abrir um novo ponto de venda ou de lançar um produto em determina região.

Estratégia com base na geografia

Veja o exemplo do Pão de Açúcar. A marca principal do Grupo é direcionada para o consumidor que busca alta qualidade, atendimento diferenciado, diversificação selecionada, além de soluções eficientes e inovadoras. Por outro lado, a bandeira Compre Bem/Sendas identifica-se com a mulher batalhadora, de orçamento restrito, que gerencia o lar, e o supermercado geralmente está localizado nas periferias. Já o Hipermercado Extra oferece variedade a preços competitivos em diversas regiões de uma mesma cidade, enquanto o Extra-Eletro é especializado em eletroeletrônicos, móveis e itens de bazar. Há ainda o Extra-Fácil e o Extra-Perto, que são supermercados de fácil acesso para atender bairros específicos, além da marca Assai, cujo foco são pequenos varejistas e atacadistas.

Outra empresa que não viveria sem o Geomarketing é a Domino’s Pizza. Eles usam o conceito para poder tangibilizar o posicionamento: “Entrega em 30 minutos ou a pizza é de graça”. A rede norte-americana, que foi adquirida pelo Grupo Umbria em 2004 no Brasil e ganhou espaço no Rio de Janeiro, agora tem como foco a expansão no mercado paulistano. De acordo com um estudo de Geomarketing do Umbria, a cidade oferece 51 regiões com potencial para a Domino’s. Hoje com três lojas em atividade e quatro em obras em São Paulo, o Grupo busca implementar a marca com a característica do estado, como a massa “paulista” – mais fina que a tradicional – adaptando assim o mix de produtos para o consumidor local.

Como a missão da empresa é conseguir entregar pizzas quentinhas em até 30 minutos, estar no trânsito caótico da maior cidade da América Latina é um desafio a mais. Por isso, os pontos de venda são escolhidos com base no Golden Mile, um formato de medida americana, para atender os domicílios presentes em um raio de 1,6 km. Desde o layout da loja, até a linha de produção, tudo é feito neste raio que abrange cerca de 20 mil casas. Este número poderia até parecer tímido não fosse a contribuição que o Geomarketing dá ao indicar o potencial de consumo de milhares de residências juntas.

Definição do local

Entender cada segmentação serve como ponto de partida para o lançamento e desenvolvimento de produtos e de novas lojas. Descobrir qual região é a mais adequada para um teste de determinado produto, serviço ou ponto de venda, por exemplo, varia de acordo com o objetivo de cada empresa. Ao contrário do que muitos pensam, não é possível estabelecer uma cidade-teste. Apesar de municípios como Curitiba serem associados a modelos de avaliação, é necessário selecionar cidades que tenham a ver com a estratégia da marca.

Os mais indicados são lugares onde representem o máximo possível o público-alvo que a companhia deseja atingir. E é aqui que entra o Geomarketing, indicando estes locais. A função do Geomarketing é descobrir cidades que sejam representativas para o negócio. Por isso ele é importante dentro da estratégia de O Boticário. Das 2840 lojas, 68% estão localizadas em ruas. Só elas correspondem a 55% do faturamento do grupo. Os shoppings são os endereços de 15% dos pontos de venda, que representam 30% da receita da marca que abre, em média, 200 lojas por ano. O restante está em centros comerciais e afins.

As diferenças regionais fizeram o projeto de expansão da empresa dividir o Brasil em três grupos. Os municípios onde não havia lojas, os que possuem poucos pontos de venda e as grandes cidades. Para cada modelo, a companhia dispõe de 40 consultores que avaliam os espaços e dão o aval para o início do projeto de construção de uma nova loja. Depois de verificar o potencial destas regiões, a rede se baseia em um sistema de filtros estatísticos que avalia a renda média dos habitantes da região, o seu potencial de mercado, o custo por metro quadrado e o retorno para o franqueado.

Formatos de lojas

Apesar de parecer mais fácil, dos grandes municípios brasileiros avaliados no processo de expansão, apenas 60% deles ofereceram reais condições de efetivar a expansão da rede. “Abrir novas lojas, relocalizar, ampliar os pontos de venda e padronizar a arquitetura são movimentos feitos ao mesmo tempo. Demanda ferramentas de gestão. Por isso criamos o Sistema de Gerenciamento de Processos Construtivos”, aponta Osvaldo Braga Moscon, Gerente Executivo de Canais de Vendas de O Boticário.

O planejamento de expansão das lojas teve forte crescimento no faturamento dos pontos de venda de rua. Em algumas delas, a movimentação de consumidores é maior do que qualquer shopping poderia ter. “O número de pessoas que entra nas lojas de rua O Boticário é menor do que nos shoppings. As lojas de rua têm menor capacidade de captar, mas tem um índice de conversão maior do que o dos shoppings”, diz Moscon.

O comércio de rua atrai principalmente os consumidores que residem próximos a ele. O tempo máximo de deslocamento que o cliente suporta para chegar ao local de compras é de até 15 minutos, segundo um estudo interno da companhia. A diferença dos shoppings é que a população flutuante não mora perto, mas trabalha próxima destes centros ou estão de passagem pela região por um motivo qualquer. Para fazer disso uma oportunidade, O Boticário investe em Geomarketing, fazendo o cruzamento de dados como a renda média dos consumidores da região e o número da população flutuante do pólo.

Raio X da região

Para escolher os locais ideais para abertura ou reforma das lojas, a empresa estuda a densidade do comércio daquela região, o número de pontos comerciais e até a correlação dos segmentos de outras lojas com os produtos O Boticário. A origem e o destino dos consumidores que entram nas lojas de rua também fizeram parte do estudo que validou a expansão da marca de cosméticos. “Uns saíram de casa para comprar, outros estavam voltando do trabalho. Ao compararmos as lojas de rua com as de shopping, de supermercados e as de galerias, verificamos que 50% dos que passavam por ela efetuaram uma compra”, conta o Gerente Executivo de Canais de Vendas do Boticário.

Em um processo de relocalização, O Boticário transferiu uma loja de rua para outro logradouro na mesma região, já que a fachada era obstruída por uma árvore. No novo endereço, o número de pessoas dobrou e, consequentemente, aumentou a receita da loja. Em uma outra ocasião, uma simples mudança de uma rua para outra fez com que o trânsito de consumidores passasse de 200 para 600 pessoas a cada hora. Tudo isso, graças ao Geomarketing.

sábado, 16 de outubro de 2010

AS LIÇÕES DO CHILE

Eu tentei acompanhar o resgate dos 33, mas não tenho o preparo, a infra e a energia do presidente Sebastián Piñera, do Chile. Vi o principal. No meio desse tempo, li pela internet inúmeras opiniões sobre a participação do presidente, sobretudo nas últimas 30 horas de resgate. Oportunismo foi um dos adjetivos que correram as redes sociais (twitter, facebook etc). Obviamente houve, mas, convenhamos, o sujeito transformou o Chile. Se fosse uma marca Ponto Com, hoje a Nasdaq elevaria sua cotação a trilhões.



Sebastián Piñera assumiu a responsabilidade que lhe é atribuída pelo cargo. Aproveitou a deixa e mostrou ao mundo, aos estadistas, aos empresários, executivos e grupos organizados o valor da palavra “liderança”. Aliás, atributo em falta em vários setores sociais em todo mundo, inclusive no Brasil, e talvez isso provoque certo incômodo.



É lugar comum o discurso fácil de grandes empresários propalarem sobre a importância de reter talentos, reconhecê-los, bla-bla-bla. Exercitar o mantra é mais difícil.



Por algumas vezes durante os vários momentos que tive oportunidade de assistir aos resgates, me veio à mente um fato que ficou marcado na minha mente e pautou, desde então, muitas ações que adotei como profissional de comunicação. Certa vez o teto de um dos supermercados da rede Pão de Açúcar ruiu. À época, quem dirigia o departamento de Relações Públicas da organização era Vera Giangrande, que morreu aos 69 anos, em 2000. Era seu papel, portanto, dirigir-se ao local do acidente e assim o fez. Vera era uma mulher elegante, firme, mas não perdia o olhar doce e fala ponderada. São atributos incomuns em mulheres em posição de poder.



Quando chegou ao local do acidente, ela foi imediatamente rodeada por repórteres, ávidos por uma declaração em nome da empresa. Com a serenidade de sempre, a delicadeza que lhe era inerente e a firmeza de uma rainha, disse a todos: “.... sei que todos vocês estão trabalhando e precisam de informações. Mas, primeiro, eu preciso saber como estão meus colegas e todas as pessoas feridas no acidente. Depois disso, eu volto aqui e conto a vocês”. Não foi exatamente com essas palavras, faz muito tempo, e eu vi a cena pela TV. Mas em síntese o contexto foi esse.



A atitude do presidente do Chile foi semelhante, respeitadas aqui as condições e proporções de cada acontecimento. Desde as primeiras horas depois da comunicação do acidente, ele tomou as rédeas da situação, sabendo que mina é da iniciativa privada e não tinha condições financeiras de assumir uma operação dessas proporções. Os primeiros dados dão conta de que o custo da operação foi estimado em 22 milhões de dólares. Previsivelmente, por conta dessas condições, a Companhia demorou a comunicar oficialmente o acidente, fato que poderia ter custado a vida de todos os mineiros e retardou ainda mais o período em que eles ficaram completa e totalmente sem comunicação com o mundo exterior. Covardia, descaso e negligência em nome do dinheiro. Lamentável, mas comum no mundo corporativo.



Terminado o resgate, certamente alguns cineastas vão transformar a tragédia em filme, a maioria dos mineiros deve voltar à vida aos poucos e, se eu militasse na área acadêmica, criaria uma disciplina nos cursos de administração, marketing e comunicação. A matéria chamar-se-ia “As lições do Chile”.



Mas por que uma disciplina e não uma aula, uma palestra? Porque seria muito pouco. Se alguém se dispuser a reunir todo material publicado, pesquisar a fundo, entrevistar envolvidos, familiares e os próprios mineiros, saberá que um curso será mais adequado. O que houve naquele pedaço do Deserto de Atacama representa muitas, mas muitas lições importantes para o mundo corporativo: trabalho em equipe, solidariedade, liderança, realização e, finalmente, celebração. Tudo ao mesmo tempo tudo junto, com perdão pelo trocadilho. Ao final do resgate, Piñera resgatou outros valores, para qualificar o grupo: companheirismo, coragem e lealdade. Atributos em franca extinção em vários setores.



Não conheço tão profundamente quanto deveria a economia, a sociedade e a história chilena. Mas sei, pelo menos, que eles estão muito à frente do Brasil, em vários aspectos. E talvez a trajetória de Piñera como empresário de sucesso no Chile explique sua participação no histórico resgate. Ele sabia exatamente qual a extensão da sua responsabilidade. E sabia que poderia tirar dividendos dali, se investisse numa operação vitoriosa. Não hesitou em aceitar ajuda externa e dividir os louros da vitória. Enfrentou esse desafio como deve ter enfrentado centenas de desafios em sua trajetória como empresário (ele tem participação em linhas aéreas, emissoras de Tv etc).



Piñera tirou, sim, dividendos políticos importantes da situação. Mas ele foi um grande líder. E não nos esqueçamos de que ele não tem tanta intimidade com o cargo. Tornou-se presidente pouco depois da tragédia provocada pelo terremoto que arrebatou parte do País no começo do ano.



Há de se destacar, também, o papel da esposa do presidente, que permaneceu com ele, ininterruptamente. Ambos não arredaram pé da boca do poço aberto que trouxe de volta à vida os 33 mineiros. Eles estavam, sim, cumprindo uma missão oficial. Mas a cumpriram com maestria. E, diferentemente da maioria de seus pares mundo afora, nela não vi um único traço de arrogância. Vi emoção, empenho, dedicação absoluta, motivação. Se fosse por pura vaidade e apenas oportunismo a primeira dama não estaria por mais de 30 horas com a mesma jaqueta. Sim, mulher observa esses detalhes. Ela sabia mais do que ninguém que as imagens corriam mundo. Retocou o batom, sim, mas com todo direito. Ficou ali, com capacete na cabeça quase 30 horas. Poucos líderes conduziram uma crise tão magistralmente. Mostrando a cara, se expondo, apoiando, liderando na verdadeira acepção da palavra. Trouxe a tona não só 33 mineiros soterrados, mas conseguiu aquilo que perseguem todos os lideres do mundo, políticos e empresariais: preservar, valorizar, exortar e ampliar positivamente a sua melhor marca.



Na disciplina que eu criaria para aspirantes do mundo corporativo, eu destacaria uma aula em particular: a força de um líder. Os bastidores dessa história só o tempo contará. Mas por enquanto, Piñera mostrou ao mundo como conduzir uma crise, e como valorizar a marca diante dela.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Conseguiu um estágio? Veja os dez principais erros que você não pode cometer!

Alguns erros de conduta podem prejudicar o desenvolvimento profissional do estagiário e até comprometer uma efetivação

Por Camila F. de Mendonça

Conseguir um estágio é uma conquista e tanto para qualquer profissional em início de carreira. Contudo, passada a euforia, o estagiário precisa se assegurar de que não cometerá impropriedades no ambiente de trabalho que possam prejudicar seu desenvolvimento profissional e comprometer uma possível efetivação.


Para evitar tropeços graves, o estudante deve ter em mente de que não é só porque é estagiário que tem o direito de cometer um erro atrás do outro e se comportar como se não precisasse ter responsabilidades.

“Ao contrário, o estagiário já deve se comportar e se comprometer como um profissional”, reforça a gerente de treinamento do Nube, Carmen Alonso.

“Um estágio abre muitas portas, especialmente quando você mostra que tem opinião, conhecimento e vontade de crescer na profissão”, ressalta o consultor da Cia. de Talentos Vitor Pascoal.

Evite erros

Equívocos nos processos de trabalho são aceitáveis, já que o estágio tem como proposta justamente ensinar o estudante a prática da profissão que ele escolheu e estuda. Contudo, existem erros de conduta que, se cometidos, maculam a imagem do futuro profissional.

Se não vistos com cuidado e antecedência, vai ser difícil reverter algumas situações. Por isso, especialistas apontam os dez principais erros que o estudante não pode cometer no estágio.

Falta de iniciativa Para Carmen, do Nube, um estagiário acomodado não tem vez nas empresas. “O estudante tem que demonstrar interesse em aprender sobre a empresa, sobre a área em que ela atua e sobre o seu trabalho especificamente”, alerta. “Quanto mais participativo for, maiores serão as probabilidades de se tornar um bom funcionário”, completa Pascoal.

Torcer o nariz para feedbacks Não tem jeito, se os profissionais têm seu trabalho avaliado a todo o momento, o estagiário o terá a toda hora. E isso é saudável, pois faz com que a tarefa seja executada com mais primor. Por isso, ele deve aceitar as avaliações como uma ferramenta de desenvolvimento. “O estagiário, principalmente, precisa ter a humildade de olhar para os próprios erros”, ressalta Carmen. Para Pascoal, o estagiário precisa estar preparado e disposto a aprender.

Irresponsabilidade Tarefa dada é tarefa cumprida. É assim que os estagiários devem lidar com as responsabilidades que têm no trabalho. Deixar de cumprir alguma atividade é um dos principais erros que devem ser evitados. “Quando isso acontece, o estagiário não só prejudica a si mesmo, como também prejudica o esquema de trabalho da equipe”, lembra Carmen.

Não se entrosar Entrar no estágio de "cara-amarrada" não ajuda em nada. Só atrapalha. Nessa fase, não dá para ficar isolado. “O estagiário deve mostrar qualidades como trabalhar em equipe, interesse nas atividades, estar disponível para execução das tarefas”, afirma Pacoal. Para Carmen, o estágio pode se tornar o primeiro local importante para que o estudante comece a fazer seu network.

Ter faltas e atrasos É fácil “conquistar” a imagem de descomprometido quando atrasos e faltas são recorrentes. “Faltas e atrasos comprometem as atividades da equipe”, reforça Carmen. Dessa forma, quando ocorrer algum imprevisto, tente avisar o líder o mais rápido possível, por telefone e não por e-mails.

Pensar apenas na bolsa-auxílio Está certo que o valor da bolsa-auxílio pesa na hora de o estudante escolher a empresa onde quer trabalhar. Mas é bom que ele tenha em mente que a ideia do estágio é colocar em prática a profissão que ele aprende na teoria. “No estágio, ele aprende a como lidar com hierarquias, a ter a postura correta em ambientes corportativos. Ele vai ter um ganho profissional”, diz Carmen. E isso, muitas vezes, tem mais valor que a bolsa.

Ficar com medo de perguntar Ninguém nasce sabendo. E nem estagiário chega em uma empresa já sabendo exatamente o que tem de fazer. Por isso, perguntas são bem-vindas. Deixá-las de lado não só mostra o quanto o estagiário é passivo, como pode prejudicar a qualidade de seu trabalho. “Ele deve fazer perguntas, mas sem arrogância”, lembra Carmen.

Linguagem muito informal Nada de gírias ou palavrões. Na hora de escrever, nada de abreviações ou brincadeirinhas ": )". “O estagiário deve entender que o modo como ele fala e escreve nas redes sociais ou com os colegas de faculdade não deve ser o mesmo modo como ele conversa no trabalho”, diz Carmen. Para evitar equívocos, seja o mais formal possível. Pelo menos até ter mais intimidade com os colegas. Para Pascoal, manter-se atualizado ajuda a estabelecer uma conversa que foge de informalismos. “Quanto mais você souber, mais à vontade você estará para conversar e contribuir com seus chefes e colegas de trabalho”, explica o consultor.

Cada atividade tem sua hora Fazer atividades relacionadas à faculdade ou resolver problemas pessoais no horário de estágio pega mal. “A nova lei de estágio veio justamente para dar mais tempo para que o estudante possa realizar suas tarefas de estudante”, afirma Carmen. Por isso, concentre-se: as seis horas que você fica no estágio são para executar tarefas da empresa.

Relaxar na aparência A maneira como você se veste diz muito sobre você. Por isso, tente se vestir de modo formal nos primeiros dias e observe como os outros estagiários e profissionais se vestem. “Vista-se de acordo com a cultura da empresa”, reforça Pascoal. “Se houver dúvidas, adote um padrão discreto, com cores neutras e roupas sociais básicas”.

Esquecer-se de você

Estágio é uma fase importante para a carreira. Ele lhe dará bases importantes para seu desenvolvimento profissional. Isso não significa que você tenha de ficar o dia inteiro se dedicando a ele. Cumpra suas atividades da melhor maneira possível dentro do seu horário. “A nova lei de estágio tenta manter o equilíbrio entre a atividade acadêmica e corporativa”, diz Carmen.

Para ela, o importante é que, no final das contas, o estudante não se esqueça da sua formação. “O primeiro passo é concluir a graduação”, diz. Por isso, não priorize o estágio ou a faculdade. Tente manter o equilíbrio entre as duas atividades.

Como manter a equipe motivada para trabalhar com garra e determinação

Este parece ser uma dos problemas mais comuns dos gestores de equipes de trabalho, principalmente daqueles que precisam gerenciar grupos com metas altamente desafiadoras

Por Víctor Martínez

A situação é tão comum que não seria difícil imaginar gerentes ou supervisores de equipes "apanhando" no seu dia-a-dia na tentativa de motivar suas equipes sem sucesso aparente. Por que será que é tão difícil motivar uma equipe? Na verdade não é tão difícil quanto parece, não que seja fácil tampouco.






Mas, se os gestores seguirem alguns passos, aqui mencionados, certamente poderá ser mais fácil. Uma dica é: seja claro com suas expectativas quanto ao desempenho da equipe, tanto para cima quanto para baixo.







A grande maioria dos gestores costuma deixar bem claro para suas equipes quais serão os prêmios e/ou benefícios caso demonstrem alto desempenho, ou seja, se o profissional atingiu a meta proposta.



Entretanto, vejo pouquíssimos fazerem o mesmo quanto ao baixo desempenho de uma equipe.







Em situações assim, a equipe sabe claramente o que pode acontecer quando os desafios ou metas são superados, mas não tem noção do que pode acontecer caso não superem seus desafios. Quando essa situação se torna realidade, teremos então a típica situação em que o gestor pode ser visto como uma pessoa "desmotivadora", pois geralmente a atitude necessária do gestor diante de um desafio não superado exige a tomada de decisões "impopulares" ou mais "dolorosa" com a equipe. Assim, ele é visto como pouco habilidoso em motivação de equipes.







Ao longo dos nossos 17 anos de atuação como consultoria comprovamos que os problemas entre o gestor e sua equipe dificilmente se dão por conta da tarefa que deve ser feita, mas pelo modo como ela é feita.







Quando devem executar uma tarefa, os integrantes da equipe sabem quase 80% do QUE deve ser feito, mas não conseguem imaginar nem 20% do COMO deve ser feito. Para reverter a situação, instrumentos de descrição de cargos ou equipes de trabalho com informações de como a empresa e o gestor esperam que o trabalho seja feito são grandes aliados para resolver esse impasse.







Ela irá definir, por exemplo, se o trabalho requer mais precisão e ordem do que cumprir prazos, ou se ele deve ser realizado por meio de relacionamentos pessoais ou de maneira mais precisa e impessoal. Com isso será possível equacionar o problema e diminuir as chances de ocorrer um desentendimento entre gestor e equipe.







Outra dica que dou ao gestor é identificar o perfil pessoal, os comportamentos, de cada integrante da sua equipe. Para isto, pode se valer de instrumentos próprios para esta tarefa ou aguçar a sua percepção de comportamentos observáveis com o fim de identificar o perfil comportamental de cada um dos integrantes de sua equipe. O objetivo principal disto é entender quatro pontos fundamentais para a motivação de pessoas: o que motiva esta pessoa e o que desmotiva? Quais os talentos e quais são suas limitações?







Acredito no pressuposto de que tratar consistentemente um profissional não quer dizer tratar a todos por igual, mas tratar a cada um como ele gosta de ser tratado. Este é um dos pontos cruciais para manter uma equipe motivada e com garra. Simplificando: para motivar o profissional, trate-o do jeito que ele mais gosta.







Por meio destes passos certamente a tarefa do gestor em motivar sua equipe será facilitada. Entretanto, nunca se esqueça que motivar pessoas é como construir uma ponte com duas equipes, uma em cada lado do rio. Ela só poderá ser feita se cada equipe fizer sua metade. Faça você a sua!









* Víctor Martínez é CEO da Thomas Brasil e Vice-Presidente de Operações da Thomas International Latinoamericana. É engenheiro de produção formado pela Universidade Federal de São Carlos. Também é formado como analista de análise de perfis pessoais na Inglaterra pela Thomas International, e participou de projetos de consultoria em países como Argentina, Chile, Peru, Uruguai e USA.