sábado, 29 de dezembro de 2018

38 filmes e séries para quem se interessa pela mente humana


Produções abordam os limites entre loucura e sanidade e enfatizam as nuances e obscuridades que marcam nosso modo de estar no mundo.

A série O Conto da Aia, baseada no livro homônimo da escritora canadense Margaret Atwood.
HUFFPOST BRASIL
A série O Conto da Aia, baseada no livro homônimo da escritora canadense Margaret Atwood.
Ver-se na tela, ver-se além da tela. Os filmes e séries há muito emprestam seus diálogos e cenas para algum comentário sobre o desconhecido da mente humana e suas consequências. São veículos para tentar entender o que se passa com os desejos mais recônditos, com as atitudes mais imprevisíveis dos seres humanos e com o sofrimento por qual passamos. Onde as respostas não chegam para os questionamentos sobre quem de fato somos, os filmes e séries nos permitem imaginá-las.
Fizemos uma lista de alguns exemplares da arte e do entretenimento que nos convidam a uma maior aproximação da mente humana, de suas contradições e, por que não, da loucura presente em algumas vidas. São obras desconcertantes, ao mesmo tempo em que nos amparam justamente quando faltam as certezas sobre o mundo.
São filmes e séries de ficção e documentais que podem ser encontrados na televisão e em serviços de streaming, como Netflix, NET Now, Looke e Amazon. Já sabemos que todo recorte é limitado, então muitos ficarão de fora. Mas aqui vão alguns títulos para começo de conversa:

1. O Experimento de Milgram (Experimenter)
Michael Almereyda
EUA, 2015

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O Experimento de Milgram
"Como foi possível pessoas normais, como nós na rotina diária, agirem desumanamente, sem nenhuma limitação da consciência?" Foi a partir dos horrores do nazismo que o cientista social Stanley Milgram se questionou sobre a capacidade humana de torturar alguém e de produzir sofrimento. O filme recria o polêmico experimento conduzido por ele na década de 60. Polêmico porque revelou as dimensões obscuras e possíveis dos seres humanos diante das relações de obediência, mas estas descobertas não foram recebidas calorosamente. Com atuações ótimas de Peter Sarsgaard e Winona Ryder, o filme é fundamental para entender a importância da responsabilidade na vivência coletiva e em tragédias como o Holocausto.

2. The Confession Tapes
Kelly Loudenberg
EUA, 2017

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Confession Tapes
O que leva uma pessoa inocente a confessar um crime que não cometeu? A presunção de inocência é um dispositivo institucional, mas, para algumas pessoas, ela praticamente desaparece, voluntariamente. Foi assim quando a americana Karen Boes confirmou ter incendiando a própria casa, matando a filha de 14 anos. "Não me lembro de ter feito isso, não sei como aconteceu. Mas, aparentemente, fui eu." A série documental da Netflix traz seis casos reais nos Estados Unidos em que os condenados não cometerem os crimes em questão, mas se pronunciaram como seus autores. Moral, religião, pressão da sociedade e a consciência parecem convergir para transformar uma culpa inconsciente, advinda de outra situação, em uma culpa factual.

3. Black Mirror 
Charlie Booker
Reino Unido, 2011

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Black Mirror
Uma vida mediada pelos likes nas redes sociais, uma lente de contato que registra toda a memória factual dos acontecimentos, uma humanidade refém das características assassinas de um robô, os efeitos devastadores do ódio na internet. A antologia ficcional da série Black Mirror é tão assustadora quanto familiar porque aponta para uma vivência sombria, no presente e no futuro, das relações que mantemos com a tecnologia. Os roteiros e as ambientações garantem uma imersão quase que real do espectador, projetando-o para situações bastante desconfortáveis. O alívio vem com a noção de que é uma série - basta interromper a exibição para se "salvar" desta distopia, como o despertar de um pesadelo. Mas aí vem o questionamento mais desconcertante: quem garante que estas histórias permanecerão na ficção?

4. Holocausto Brasileiro
Daniela Arbex e Armando Mendz
Brasil, 2016

JANE FARIA
Holocausto Brasileiro
Baseado no livro homônimo escrito pela jornalista Daniela Arbex, o documentário da HBO Brasil traz imagens e depoimentos inéditos sobre a tragédia ocorrida no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), onde morreram 60 mil internos entre 1930 e 1980. Internados à força e tratados como "loucos", os pacientes foram submetidos ao frio, à fome e a doenças. Foram torturados, violentados e mortos. Seus cadáveres foram vendidos para faculdades de medicina, e as ossadas comercializadas. A violência, praticada pelo Estado, teve a conivência e o silêncio de médicos, funcionários e da população. Um episódio extremamente lamentável da história recente brasileira, e representante da luta antimanicomial, que defende o tratamento humanizado dos pacientes da saúde mental.

5. O Quarto de Jack (Room)
Lenny Abrahamson
EUA, 2015

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O quarto de Jack
A despeito da premissa triste - um garoto e uma mãe que vivem em um cativeiro - o filme transborda sensibilidade e beleza por meio dos diálogos entre Jack, de cinco anos, e sua mãe, Ma. É ela quem sustenta o imaginário da criança e permite que Jack alimente seus sonhos mesmo dentro do confinamento. O lugar de origem é também um lugar de horrores, e aí entra a criatividade da dupla de fazer daquele quarto uma possibilidade de vida. A saída deste aprisionamento bem poderia ser a solução final, mas realisticamente deflagra uma série de conflitos e dificuldades. Daí vêm alguns dos momentos mais comoventes do filme e da atuação de Brie Larson, que venceu o Oscar de melhor atriz.

6. O Conto da Aia (The Handmaid's Tale)
Bruce Miller
EUA, 2017

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O Conto da Aia
Um Estado totalitário passa a definir (mais justo dizer restringir) o papel da mulher em uma república militarizada. A violência que precede e que sustenta este tipo de regime deveria ser evidência suficiente para impedi-lo em qualquer canto do globo. Mas há mecanismos de obediência e de compactuação que tornam possíveis os horrores da humanidade, fazendo com que esta distopia baseada no livro homônimo de Margaret Atwood seja amargamente familiar. A série demonstra os processos de perda de subjetividade, o efeito do silenciamento das vozes dissonantes na sociedade e a importância da mediação do ódio. Requer estômago, mas devolve diversas reflexões fundamentais para nossa época.

7. The Sinner
Derek Simonds
EUA, 2017

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The Sinner
Aquilo que nossa mente encobre é muito mais revelador do que imaginamos. Na primeira temporada da série The Sinner, acompanhamos a busca de Cora (Jessica Biel) por palavras que tragam à tona acontecimentos do passado e que signifiquem afetos inexplicáveis para ela, especialmente depois de um crime que abala toda uma comunidade. Nesta jornada de reconhecimento, o que ela conhece sobre si mesma é colocado em total suspensão, e cada descoberta feita chega sob o impacto de algo estranhamente familiar. O detetive Harry Ambrose, soterrado por passados não resolvidos, é quem conecta a primeira à segunda temporada, na qual se investiga as motivações de um improvável assassino.

8. Mindhunter
Joe Penhall
EUA, 2017

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Mindhunter
Os catálogos dos serviços de streaming estão cheios de filmes e séries que investigam o que acontece na cabeça serial killers. Mas coube a David Fincher, diretor conhecido por O Clube da LutaGarota Exemplar e Zodíaco, a melhor abordagem sobre o tema. O diferencial nesta série, que traz a investigação de dois detetives, está no reconhecimento da complexidade de mentes assassinas e na ênfase dada ao tipo de efeito que elas querem provocar, sobretudo na polícia. A ingenuidade e o sensacionalismo saem de cena e dão lugar à crueza e a desconcertantes diálogos sobre as perversidades humanas.

9. Wild Wild Country 
Chapman e McClain Way
EUA, 2018

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Wild Wild Country
Com filmagens da época e depoimentos inéditos, a Netflix conta a história da comunidade criada em torno do guru espiritual Osho nos EUA, recebida com hostilidade pelos habitantes da pequena Antelope, no Oregon. O confronto entre diferentes culturas, o choque diante da sexualidade alheia, o conflito bélico e o fanatismo diante de um líder messiânico fazem deste documentário em forma de série um poderoso testemunho sobre o alcance de uma crença.

10. Relatos Selvagens (Relatos Salvajes)
Damián Szifron
Argentina, 2014

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Relatos Selvagens
Dividido em cinco contos, este memorável longa argentino observa situações em que os seres humanos perdem as regras civilizatórias e rompem os freios que permitem a convivência em sociedade, especialmente em momentos de exaustão e humilhação. Tudo com muito humor, apelo ao absurdo e narrativas com as quais podemos nos identificar em determinada medida, como é o caso do episódio estrelado por Ricardo Darín, esfolado por uma burocracia que não leva em conta seus esforços diários como contribuinte. Há uma função vital na contenção dos próprios desejos. Já o surrealismo aparece justamente quando os personagens se expressam em sua faceta mais "sem filtro", digamos. O prólogo é hilário e dá uma pista da fronteira tênue entre loucura e sanidade.

11. 13 Reasons Why 
Brian Yorkey
EUA, 2017

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13 Reasons Why
Responsável por intensificar a busca por ajuda no CVV (Centro de Valorização da Vida), a série norte-americana baseada no livro de Jay Asher sobre o suicídio da adolescente Hannah não foi uma unanimidade. Recebeu críticas e sugestões de boicote pela sua exposição gráfica do suicídio, ao mesmo tempo em que foi elogiada por fazer circular massivamente um assunto tão tratado com polêmica ou silêncio. É diante deste mérito que a colocamos nesta lista. É uma série que conseguiu trazer o tema para as conversas de adolescentes, seus pais e professores. O tabu com que o suicídio é tratado impede sua prevençãoestar sensível ao sofrimento dos adolescentes, geralmente comunicado de maneira "cifrada", é passo fundamental para prevenir tragédias.

12. Amnésia (Memento)
Christopher Nolan
EUA, 2000

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Amnésia
Diante de um assassinato, um homem tenta recuperar a própria vida em meio às constantes perdas da memória recente. É ela quem lhe oferece um chão para saber sobre o passado, mas é também quem compromete o futuro na medida em que favorece o engano. A narrativa inventiva, que confunde a cronologia, foi um dos trunfos deste filme que se tornou um cult pós-moderno. Mais tarde o diretor Christopher Nolan, conhecido pela mais sombria trilogia do Batman, iria explorar a noção de realidade ainda mais radicalmente com o filme A Origem.

13. Ferrugem 
Aly Muritiba
Brasil, 2018

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Ferrugem
Cyberbullying, exposição da vida íntima, falta de diálogo, sofrimento vivido em silêncio. O diretor Aly Muritiba tem um olhar certeiro e emergencial para as questões adolescentes neste filme que ganhou o Festival de Gramado deste ano. No longa, Tati perde o celular em um passeio da escola e depois descobre que um vídeo íntimo seu foi vazado na internet. O crime gera consequências trágicas e expõe a fragilidade das relações em uma era de pretensa conexão.

14. Cloverfield 10 (10 Cloverfield Lane)
Dan Trachtenberg
EUA, 2016

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Cloverfield 10
Depois de sobreviver a um acidente, uma jovem acorda em um local desconhecido, de onde não pode sair. Ali estão dois homens igualmente inéditos na sua vida, e os eventos que se sucedem a deixam em uma permanente dúvida: estaria ela em segurança ou em perigo? Sua sanidade é colocada à prova e esta agonia é vivida pelo espectador, que também não sabe do que se trata. Resta acompanhá-la nas incertezas, especialmente sobre o que é real.

15. Maniac 
Cary Joji Fukunaga, Patrick Somerville
EUA, 2018

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Maniac
Emma Stone e Jonah Hill vivem à margem de suas famílias - e, pode-se acrescentar, das próprias vidas. Depressão e esquizofrenia rondam suas biografias, mas outros elementos começam a surgir quando um tratamento experimental da mente é comprometido por falhas e ambos têm acesso a conteúdos até então desconhecidos. Com toques do surrealismo de Twin Peaks, a série é inventiva na narrativa e exuberante na fotografia. Já seus diálogos e desfechos questionam as soluções imediatistas e químicas oferecidas ao sofrimento humano, apontando caminhos que passem pela singularidade de cada história de vida.

16. O Presente (The Gift)
Joel Edgerton
EUA, 2015

MATT KENNEDY/STX PRODUCTIONS, LLC VIA AP
O Presente
Um casal reencontra um amigo do passado e as visitas do homem começam a ficar assíduas e inoportunas, o que estabelece um clima de desconfiança e paranoia. Aparecem fissuras no casamento e o passo sequencial é relacionar o problema ao velho conhecido que reapareceu, mas o desenrolar da história vai apresentando facetas e situações que embaralham as coordenadas de "certo" e "errado".

17. A Fita Branca (Das weiße Band - Eine deutsche Kindergeschichte)
Michael Haneke
Alemanha/Áustria/França/Itália, 2009

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Fita Branca
É seguro dizer que o austríaco Michael Haneke é um produtor de mal-estar. Desde O Sétimo ContinenteFunny GamesCaché e Amor ele cutuca feridas que denunciam perversidades, hipocrisias, falências morais e outros atributos pouco propagandeados dos seres humanos. Podemos ver este filme como uma espécie de metáfora para a gênese de regimes como o nazismo, em que a desumanização gradual se transforma em munição coletiva para os piores horrores. O foco aqui são crianças e eventos misteriosos em uma pequena cidade. Quando o Mal brota entre nós, temos capacidade de reconhecê-lo?

18. A Onda (Die Welle)
Dennis Gansel
Alemanha, 2008

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A Onda
Ao falar da Fita Branca, não dá para não pensar neste filme alemão que mostra os processos de adesão fanática às ideias e a disposição em cumprir determinadas tarefas desumanas em prol de uma crença. Em 1921, no texto "Psicologia das massas e análise do eu", Freud já havia alertado para os perigos da identificação das massas com um líder. O filme, que retrata um trabalho escolar sobre o autoritarismo que foge do controle, é pura ilustração das considerações freudianas.

19. Sun Dogs
Jennifer Morrison
EUA, 2017

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Sun Dogs
Ned Chipley é um jovem bastante obstinado. Quer ser oficial de guerra a todo custo. Vive o próprio sonho como uma realidade um tanto quanto chocante para quem o observa de fora. Mas, ao nos aproximarmos do mundo dele, como o faz a mãe dele, acabamos colocando alguns de nossos pragmatismos em perspectiva. Chacoalhar as próprias certezas é sempre um exercício árduo, mas bastante válido, especialmente se isto melhora a qualidade de nossas relações e nosso respeito com o outro. É a estreia de Jennifer Morrison, a Cameron, de "House", na direção.

20. Fragmentado (Split)
M. Night Shyamalan
EUA, 2016

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Fragmentado
Não poderia faltar M. Night Shyamalan nesta lista. Afinal, há décadas ele vem se debruçando sobre os mistérios humanos e utilizando alienígenas, monstros e fantasmas para metaforizarem nossos aspectos mais obscuros e rejeitados. Neste filme, James McAvoy interpreta múltiplas personalidades - um total de 23, mas nem todas são mostradas. Todas são habitadas por uma única pessoa, e uma delas decide sequestrar três adolescentes. As cenas de terapia são impressionantes.

21. Stockholm
Rodrigo Sorogoyen
Espanha, 2013

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Stockholm
O nome não remete à capital da Suécia. Quem assiste percebe que, possivelmente, é de outro tipo de Estocolmo de que se fala aqui. A premissa é um jovem espanhol tentando persuadir uma garota a ficar com ele. Ambos vão se conhecendo e permitindo proximidade, o que difere bastante de "intimidade". Este encontro vai alimentando uma tensão, sobretudo por conta dos diálogos. Tanto o enredo quanto o desfecho são surpreendentes e desconcertantes.

22. Filhos da Esperança (Children of Men)
Alfonso Cuáron
EUA/Reino Unido/Japão, 2006

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Filhos da Esperança
Distopias são naturais candidatas à reflexão sobre a mente humana por colocarem em contraste a sociedade idealizada, utópica, baseada em ideais de justiça e harmonia, e aquela que resulta de excessos humanos, como o controle, o autoritarismo e a violência. O modo como nos relacionamos diz muito sobre nosso psiquismo. Como seriam as relações em um mundo dominado pela infertilidade e pela produção de refugiados? Certamente turbulentas, como mostra este filme.

23. Alias Grace
Mary Harron
Canadá, 2017

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Alias Grace
A escritora canadense Margaret Atwood merece presença dupla na nossa lista por sua maestria em falar das nuances humanas, especialmente femininas. A jovem Grace Marks foi condenada por um crime, submetida a tratamentos violentos em um instituto psiquiátrico, e desacreditada de sua condição como alguém que pode ser mais do que uma vilã ou uma vítima. É esta ambivalência em Grace que permeia toda a trama e que deixa a narrativa ainda mais intrigante.

24. O Jantar (The Dinner)
Oren Moverman
EUA, 2017

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O Jantar
Este é um daqueles filmes em que refletimos sobre as contradições humanas a partir dos méritos do roteiro. Os diálogos, aqui, são cáusticos e revelam um teatro de máscaras. O que de tão terrível elas escondem? Em uma linha narrativa, dois casais saem para jantar em um luxuoso restaurante. O encontro não é exatamente agradável e beira ao mal-estar. Mas é na outra narrativa, que acompanha os filhos destes casais, que o mal-estar reina.

25. O Castelo de Vidro (The Glass Castle)
Destin Daniel Cretton
EUA, 2017

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O Castelo de Vidro
Baseado em uma história real, este comovente filme mostra os efeitos da criação parental sobre uma escritora e seus irmãos. O nomadismo e instabilidade financeira dos pais, interpretados por Naomi Watts e Woody Harrelson, são contrastados com o carinho oferecido aos filhos. Por meio de memórias, a personagem de Brie Larson reconstrói feridas atualizadas no presente. Enquanto isso, nos solidarizamos com seu desamparo ao mesmo tempo em que nos enternecemos com as atitudes dos pais.

26. Mistérios da Carne (Mysterious Skin)
Gregg Araki
EUA, 2005

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Mistérios da Carne
Dois garotos tentam lidar, de maneiras particulares, com as terríveis consequências da pedofilia. A solidão, o desamparo e a revolta marcam as trajetórias deles e caracterizam muitos dos laços formados. É uma dura reflexão e as interpretações de Joseph Gordon-Lewitt e Brady Corbet asseguram o tom avassalador do acontecimento na infância.

27. Broken
Rufus Norris
Reino Unido, 2013

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Broken
A pequena Skunk (que graciosamente lembra a Scout, de O Sol é para Todos) testemunha um violento ataque em sua vizinhança. Além de mudar tudo ao seu redor, o crime expõe aspectos cruéis da vida adulta que contrastam com seu olhar encantado pelo mundo. É uma potente narrativa sobre a perda da inocência e os rastros deixados pela intolerância.

28. Mary and Max
Adam Elliot
Austrália, 2009

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Mary e Max
Nesta comovente animação, a australiana Mary, de apenas oito anos, começa a trocar cartas com o americano Max, em seus quarenta-e-poucos. A solidão é um forte agregador nesta improvável amizade, tanto que as correspondências atravessam 20 anos e acompanham a evolução de cada um deles. Lencinhos são bem-vindos.

29. Atypical 
Robia Rashid
EUA, 2017

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Atypical
Esta delicada série aborda os conflitos e a busca por independência do garoto Sam Gardner, diagnosticado com o transtorno do espectro do autismo. Além da presença de um protagonista incrível, a ausência de condescendência e o espaço generoso dado às histórias individuais de cada membro da família são os grandes diferenciais da série, dando verossimilhança aos problemas enfrentados. É praticamente impossível não torcer por Sam em seus movimentos rumo à vida adulta, além de rir e chorar com as questões vividas pelos pais, pela irmã e por sua terapeuta.

30. The End of the F***ing World 
Charlie Covell
Reino Unido, 2017

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The end of the fucking world
Na premissa temos um adolescente decidido a se tornar psicopata que se envolve com a garota "escolhida" para ser a primeira vítima. Uma sucessão de erros coloca os planos em suspensão, e em paralelo passamos a conhecer com mais profundidade esta estranha aliança que vai se formando entre James e Alyssa. Os dois começam uma busca pelo pai dela e aí já não falamos mais para não estragar as coisas. Mas é importante saber o rol variado de emoções convocadas: da surpresa com o absurdo vamos ao riso e até mesmo ao choro.

31. Yonlu 
Hique Montanari
Brasil, 2018

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Yonlu
Yonlu é o nome adotado por Vinicius Gageiro, um adolescente de Porto Alegre com muitos talentos artísticos. Em 2006, aos 16 anos, o garoto, que tinha seu sofrimento acompanhado e passava por um tratamento de saúde mental, seguiu as dicas de um fórum virtual de incentivo ao suicídio e se matou. O ato foi transmitido pela internet. Para falar desta triste história real por meio de uma ficção, o diretor Hique Montanari desvia do sensacionalismo que cerca o suicídio e aposta em uma linguagem que tenta transmitir os tormentos vividos pelo adolescente e a música como sua tentativa de dar sentido à dor. O que importa ali é a reflexão sobre o garoto, com seus gostos, sua história, suas particularidades, e não sobre um suicida, como se o suicídio o definisse. Particularizar a situação é um movimento bastante importante para discutir o tema, especialmente pela urgência de sua prevenção.

32. The Fall 
Allan Cubitt
Reino Unido, 2013

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The Fall
Saudosos da Agente Scully, de Arquivo X, vão ficar grudados na tela com esta série protagonizada por ela. Aqui Gillian Anderson interpreta uma detetive que investiga uma série de assassinatos de mulheres. Desde o começo sabemos quem é o assassino, e os capítulos apresentam camadas que embaralham a suposta obviedade no encontro entre polícia e bandido. Quando os caminhos de ambos se cruzam, o resultado é perturbador. É uma série fundamental para pensar a misoginia e os dispositivos necessários de proteção da mulher na sociedade.

33. Precisamos Falar Sobre o Kevin (We Need to Talk About Kevin)
Lynne Ramsay
EUA, 2011

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Precisamos falar sobre o Kevin
Como vive a "mãe de um monstro"? Esta é a complicada questão que este filme, baseado no livro homônimo de Lionel Shriver, se propõe a fazer. O talentoso Ezra Miller interpreta Kevin, um adolescente com comportamentos cruéis e cujas ações deixam sua mãe, Eva (Tilda Swinton, em atuação memorável), completamente perplexa. Ela se pergunta se tem culpa nos crimes cometidos pelo filho. O filme é uma dolorosa ficção que encontra ressonância em casos reais, como os assassinatos em massa cometidos por adolescentes - a tragédia na escola Columbine, em 1999, é um deles.

34. A Caça (The Hunt)
Thomas Vinterberg
Dinamarca, 2012

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A caça
O diretor dinamarquês Thomas Vinterberg é conhecido por colocar o dedo em feridas bastante incômodas – vide Festa de Família (1998), que expõe a toxicidade nas relações familiares, e Querida Wendy (2004), que questiona as sociedades armamentistas. O que norteia A Caça é uma acusação de pedofilia. Não há delicadeza no tratamento do assunto, mas também não há exploração sensacionalista. Mas para o diretor, o que interessa discutir são as ciladas moralistas nas quais nos colocamos diariamente, bem como as armadilhas cruéis do justiçamento e da destruição de reputações – tão em voga nas redes sociais. Mads Mikkelsen foi merecidamente premiado no Festival de Cannes por sua atuação. Prepare o lencinho, pois será necessário. O filme é fundamental para uma época de reações inflamadas da era digital.

35. O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de sus Ojos)
Juan José Campanella
Argentina, 2009

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O Segredo dos Seus Olhos
Neste belíssimo drama policial estrelado por Ricardo Darín, acompanhamos os diferentes rumos tomados em nome do amor. A investigação de um crime brutal aos poucos vai se revelando como uma investigação das relações humanas e da complexidade dos sujeitos. Não há qualquer tipo de previsibilidade na trama. O filme venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010.

36. As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)
Stephen Chbosky
EUA, 2012

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As vantagens de ser invisível
Logan Lerman e Emma Watson estão inesquecíveis neste delicado filme sobre a difícil vivência da adolescência quando situações de sofrimento até então "abafadas" resolvem romper o silêncio. As temáticas são pesadas, mas a sensibilidade na abordagem oferece contexto aos acontecimentos e desperta empatia pelos personagens. Um vitorioso filme na exposição de conflitos de adolescentes, frequentemente subestimados em nome da imaturidade e da impulsividade. Para quem gostou da série 13 Reasons Why, da qual falamos aqui, o filme pode ser um acerto.

37. Mais Forte que Bombas (Louder than Bombs)
Joachim Trier
Noruega/França/Dinamarca, 2015

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Mais Fortes que Bombas
Quão fraturado pode ser o interior de uma família? Isabelle Ruppert e Gabriel Byrne levam suas atuações a um impressionante e silencioso duelo, expondo feridas aparentemente cicatrizadas do casamento e da criação dos filhos. O ponto de partida do filme é a morte, mas cada conflito gerado no luto é, na verdade, uma construção necessária de vida. Jesse Eisenberg dá a profundidade necessária ao filho mais velho, mas a revelação é o garoto Devin Druid, o Tyler de 13 Reasons Why.

38. Os Suspeitos (Prisoners)
Dennis Villeneuve
EUA, 2013

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Os Suspeitos
Eis um suspense altamente angustiante tanto pelo conteúdo quanto pela forma. O diretor canadense Dennis Villeneuve, do indicado ao Oscar A Chegada, tem conquistado mais e mais fãs com seu olhar atento às contradições humanas. O rapto de duas crianças dá início a um duelo bastante incômodo entre a Justiça e o justiçamento, a confiança e a sensação de desamparo. Hugh Jackman interpreta o pai obstinado a encontrar a filha, enquanto Jake Gyllenhaal é o detetive que tenta dar contornos de credibilidade à desacreditada instituição que é a polícia. De dar nó no estômago.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Marketing de micro-momentos: como obter bons resultados

Marketing de micro-momentos: como obter bons resultados
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Sala de espera em consultórios, fila do banco, transporte público ou até mesmo andando pelas ruas: as pessoas estão cada vez mais voltadas para as telas de seus smartphones. É por isso que é tão importante ter uma boa estratégia de marketing de micro-momentos.
Entenda melhor o conceito, descubra como identificar as melhores oportunidades e como colocar o marketing de micro-momentos em prática com a leitura a seguir.

Micro-momentos – segundo o Google

A transformação digital tornou o nosso senso de urgência cada vez maior: não podemos mais perder tempo – seja esperando uma pessoa, escolhendo o que vamos jantar no restaurante ou qual é o melhor aspirador de pó.
Os smartphones se tornaram uma ferramenta essencial nestes momentos, seja como ferramenta de entretenimento, trabalho ou de busca por informações.
É aí que entra o conceito do micro-momento, segundo o Google. Micro-momentos são pontos de contato nos quais os consumidores estão agindo de acordo com uma necessidade, como:
  • Fazer alguma coisa;
  • Descobrir algo;
  • Assistir algo;
  • Comprar alguma coisa.
Como podemos agir em qualquer necessidade ou curiosidade a qualquer momento, estes pontos de contato críticos (algo em torno de 150 micro-momentos diários) estão espalhados por toda jornada atual do consumidor, trazendo uma série de oportunidades para sua empresa se apresentar, mostrar sua solução, mostrar que ela pode resolver a dor do seu lead e por fim convertê-lo.
Tudo isso através de seus smartphones – um universo amplo e cada vez mais explorado pelas empresas em busca dos melhores resultados. Existem inúmeros motivos que mostram as vantagens dessa estratégia – e uma série de números para comprovar:
  • Os consumidores já passam uma média de 4,7 horas por dia em seus smartphones;
  • 82% recorrem a dispositivos móveis para ajudar nas decisões de compra quando estão prestes a fazer uma compra em uma loja física;
  • 91% se voltam para seus dispositivos móveis enquanto realizam uma tarefa para buscar ideias ou inspirações;
  • 65% dizem que, ao pesquisar em seus dispositivos móveis, estão procurando as informações mais relevantes – independentemente da empresa que forneceu essas informações;
  • 90% não têm uma marca específica em mente quando decidem fazer uma compra;
  • Entre os que têm uma marca em mente, um em cada três tornaram-se clientes de uma empresa diferente da marca da qual pretendiam comprar, simplesmente porque esse concorrente forneceu as informações necessárias no momento em que era necessário;
  • 51% descobriram uma nova empresa ou marca enquanto procuravam informações em seus dispositivos móveis.
É por isso que nós sempre batemos na tecla da importância de possuir um site responsivo e ser mobile first: sem isso, não há estratégia de marketing de micro-momentos – e todas as oportunidades de negócios de sua empresa passam automaticamente para o concorrente que oferece tudo isso ao seu lead.

Benefícios do marketing de micro-momentos

Todas as estatísticas mencionadas acima apontam para as imensas oportunidades que sua empresa pode obterão se conectar com os leads nesses momentos, especialmente em dispositivos móveis, e influenciar as decisões de compra fornecendo as informações certas no momento certo – quando os consumidores mais precisam delas.
Além disso, as marcas de hoje têm mais oportunidades de conquistar mais participação nesse mercado tão competitiva ao fornecer informações melhores, mais prontamente acessíveis e relevantes aos consumidores.
Se seus concorrentes estão deixando espaço livre nesse sentido, ter uma boa estratégia de conteúdo para aproveitar os micro-momentos entregar conteúdo relevante e facilitar conversões é uma oportunidade que você não pode deixar passar.

Por que os dados são um componente essencial do marketing de micro-momentos?

Existem caminhos óbvios para identificar essas oportunidades deixadas de lado pela concorrência – mas ter dados em mãos pode tornar seu marketing de micro-momentos altamente assertivo.
Integrar dados, tecnologia e criatividade para enviar as mensagens certas aos leads nestes momentos pode trazer muito mais sucesso a longo prazo para a sua empresa.
Dados alimentam o conhecimento que sua empresa tem sobre seus clientes – potenciais e convertidos.
Eles garantem mais inteligência estratégica para nos comunicarmos efetivamente em todas as etapas da jornada do consumidor.
Quando uma empresa consegue entender os benefícios do marketing de micro-momentos, personaliza todas as comunicações e captura a emoção dos consumidores em “seu momento”.
E há tantos momentos para se conectar. Pense no número de momentos de decisão que os consumidores enfrentam mesmo durante uma compra de tecnologia, por exemplo:
  • Qual é a funcionalidade que estou procurando?
  • Será que vai caber no orçamento da minha empresa?
  • Existe a possibilidade de fazer algum teste?
  • Devo comprar online ou direto? Será que tem alguma promoção?
Conectar-se com os consumidores em tempo real é fundamental para ajudá-los a lidar com essas questões e preocupações.
E a própria tecnologia é um componente fundamental na execução dessas comunicações em tempo real, especialmente na plataforma móvel.

Falar a coisa certa na hora certa: oportunidade de venda certa

Um dos principais reflexos da transformação digital é a popularização do uso de dispositivos móveis e como ele atingiu o ponto mais alto de todos os tempos.
Outro dado importante e que deve ser considerado é a intensa relação de dependência que as pessoas possuem hoje com seus telefones celulares, sempre para atender às necessidades baseadas em tarefas.
Tanto que, conforme falamos anteriormente, 91% dos consumidores recorrem a seus smartphones em busca de ideias no meio de uma tarefa.
Aproveitar estes micro-momentos como oportunidades de se conectar com os consumidores em seu momento de interesse pode trazer resultados bem positivos.
Um bom case de como o marketing de micro-momentos funciona bem é o da Sephora (varejista de produtos de beleza).
A empresa observou que quando os consumidores estavam em suas lojas físicas, passavam tempo em seus smartphones buscando resenhas de produtos afim de tomarem suas decisões de compra, tentando os produtos que compraram anteriormente, entre outros.
Para atender a essas necessidades, a Sephora desenvolveu um aplicativo com a funcionalidade de atender aos clientes durante esses momentos.
Eles podem receber comunicações e ofertas relevantes com base no histórico de compras anteriores, nos itens que estão buscando mais informações etc.
A Sephora é um bom exemplo da importância dos dados para um marketing de micro-momentos bem-sucedido: compreender o comportamento do consumidor dentro do contexto da loja permitiu proporcionar uma experiência mais significativa.
Lembre-se: no marketing de micro-momentos, entender o momento é essencial, assim como a integração entre dados e tecnologia. Mantenha-se relevante e torne o momento especial.

O novo comportamento do consumidor

A forma como consumimos – informações e produtos – está mudando mais e mais a cada dia. Influência das novas tecnologias, mudanças climáticas e econômicas, tudo impacta na forma como conduzimos as rotinas no dia a dia.
Quando pensamos em marketing de micro-momentos, essas mudanças são ainda mais presentes – veja nos tópicos a seguir como o comportamento dos consumidores está mudando e o que isso significa para os micro-momentos.

Pesquisas por “análises de produtos” aumentando cada vez mais

As pesquisas nos mecanismos de busca – como Google e Bing – sobre resenhas de produtos e serviços aumentaram em 35% nos últimos dois anos.
Neste mesmo período os vídeos do YouTube com o termo “resenha” incluído no título atingiram um tempo de exibição total de 50 mil anos apenas em dispositivos móveis.

Os consumidores são mais dependentes de seus dispositivos móveis

Cerca de 68% dos usuários de smartphones verificam seus aparelhos nos primeiros 15 minutos ao acordar pela manhã; 30% admitem até experimentar sentimentos de ansiedade e retraimento quando estão sem o celular.
Esta verificação matinal inclui o monitoramento de e-mails, notificações de mídia social e a própria navegação nas plataformas. Eles são expostos à mídia praticamente no mesmo momento em que abrem os olhos.

A necessidade de satisfazer requisitos imediatos

O aumento da dependência móvel estimulou um novo senso de urgência, na qual os consumidores buscam soluções para suas necessidades imediatas.
Quase um terço das buscas são para locais e pesquisas “perto de mim”. Seja para restaurantes, bares ou cabeleireiros.

Os consumidores estão mais avessos ao risco

Pesquisas em dispositivos móveis, incluindo o termo “melhor”, aumentaram em 80% nos últimos dois anos.
Isso destaca que os consumidores estão querendo fazer a compra certa na primeira vez. Para isso, eles estão procurando por direcionamentos de influenciadores e amigos que tentaram uma variedade de produtos, para que eles possam chegar a uma conclusão sobre qual é a melhor opção, ao invés de experimentar e descobrir isso por si mesmos.

Experiências omnichannel

Antigamente, os consumidores costumavam fazer compras on-line, na loja ou por meio de um catálogo – mas sempre navegavam e realizavam compras em um único canal.
Isso evoluiu lentamente para os consumidores que iniciaram sua experiência de compra em um canal e depois o concluíram em outro – 60% dos usuários da Internet começam a navegar em um dispositivo e depois concluem a compra em outro lugar (por exemplo, navegando on-line e efetuando sua compra no e-commerce).
Tudo isso é justamente um reflexo claro de todo esse aumento da dependência de dispositivos móveis. Essas experiências omnichannel estão cada vez mais integradas: o consumidor entra na loja para ver o produto de perto, usa o celular ali mesmo para fazer alguma pesquisa – seja de preço ou para confirmar se aquela é de fato a opção certa – antes de concluir a compra.

Como explorar as oportunidades no marketing de micro-momentos

Todo momento traz uma grande oportunidade para sua empresa – e o consumidor médio, conforme já mencionamos anteriormente passa por eles cerca de 150 vezes por dia.
Pesquisas mostram que, em média, as pessoas gastam um terço de seu tempo no dia em seus dispositivos móveis – cerca de 55% desse tempo é gasto em pequenos intervalos de 30 segundos ou menos.
Então, como sua empresa pode aproveitar esses micro-momentos em sua estratégia de marketing digital integrado?
O primeiro passo é ter em mente estes pontos-chaves:

1) O que seus leads estão procurando naquele momento?

O Google apontou os quatro tipos predominantes de pesquisas que as pessoas realizam durante seus micro-momentos:
  • Quando as pessoas querem saber alguma coisa: elas pesquisam um tópico ou buscam uma resposta rápida para alguma dúvida;
  • Quando as pessoas querem ir a algum lugar: elas buscam os melhores trajetos, seja de carro ou a pé, que garantam facilidade e rapidez até o destino pretendido;
  • Quando as pessoas querem fazer alguma coisa: elas buscam informações sobre uma receita específica, como tirar manchas de café da camisa ou dicas dos melhores bares para o happy hour;
  • Quando eles querem comprar alguma coisa: elas buscam informações que garantam a tomada de decisão certa sobre suas compras – seja pessoal ou profissionalmente.
Com todas essas informações em mãos, o que eles farão a seguir?
Se sua empresa é uma sorveteria local, as pessoas que pesquisam por você provavelmente estão procurando seu endereço. Se sua empresa é um portal de entretenimento, é bem provável que seus visitantes estejam interessados ​​em se divertir.
Mas se sua empresa oferece soluções, seus visitantes certamente desejam pesquisar ou comprar seus produtos com facilidade.
Entenda o que seus leads e clientes estão procurando em suas interações micro-momentos e ofereça isso a eles!
Analise os tópicos mais pesquisados ​​para sua empresa, produtos ou indústria – esses serão ótimos tópicos para começar.
Da mesma forma, o Google Analytics e o acompanhamento do seu site poderão fornecer ótimas informações sobre o comportamento de seus visitantes em seu website.

2) Imagine a profissão e as fontes de notícias de sua buyer persona

Quando falamos de marketing digital, dados demográficos, como idade, localização e renda são muito importantes.
Mas concentrar-se na profissão de uma buyer persona e onde ela normalmente busca informações pode revelar necessidades que surgem diariamente, juntamente com o contexto dessas necessidades e valores. O resultado final são os micro-momentos, as oportunidades para se conectar a estes possíveis clientes de novas maneiras.

3) Planejar SEO, pesquisa paga e social com base em perguntas que sua persona faria

Pesquisar palavras-chave para SEO e pesquisa paga ainda é importante. Mas para alcançar os clientes, seu time ou agência de marketing digital integrado precisa optar cada vez mais por palavras-chaves de cauda longa, que reflitam o que os consumidores estão perguntando durante os micro-momentos.
Essas frases servem para obter informação e conteúdo para fazê-los entender como um produto ou serviço pode ajudar em suas dores.
É essencial também analisar como refinar as palavras-chave com base no comportamento de persona.

4) Prepare-se para experiências omnichannel

Ao considerar a jornada do consumidor de seu cliente, tenha em mente que as experiências omnichannel são inevitáveis.
Elas começam com micro-momentos móveis, mas para onde eles vão em seguida? Onde eles concluem a compra? Como sua empresa mantém a conversa? Se você puder antecipar essas transições, estará mais bem preparado para oferecer a seus clientes as experiências perfeitas que eles esperam.

5) Aposte em relatórios de análise omnichannel

Os relatórios do Google Analytics podem ajudar seu time ou agência de marketing a planejar a estratégia em torno dos seus canais de vendas e de comunicação.
O relatório “Público-alvo” do Google Analytics, por exemplo, permite comparar o desempenho da conversão em diferentes segmentos de público-alvo. Isso ajuda a determinar rapidamente quais leads estão tendo o melhor desempenho em relação a uma métrica de engajamento.
Essas informações podem ser utilizadas para refinar uma mensagem da campanha, aumentando a probabilidade destes leads baixarem um white paper, assistir a um vídeo de instruções ou solicitar o suporte de seu time de vendas para efetuar a compra.

6) Adapte seu conteúdo ao momento

É improvável que seus visitantes leiam longos artigos nessa janela de trinta segundos.
Ainda assim, esses são os principais pontos de contato ao longo desse novo formato de jornada do consumidor.
O truque então é fornecer valor, mantendo a sua mensagem curta e doce. Quais são os canais certos para isso? As plataformas sociais, que são consideradas um ponto de partida muito comum e um componente crítico de uma estratégia de marketing de micro-momentos.
Por ser tão fácil consumir em movimento, o vídeo é um dos formatos mais populares para o marketing de micro-momentos – vídeos postados em redes sociais geram 1200% mais compartilhamentos do que apenas o uso de texto e imagens. E cerca de 50% dos profissionais de marketing concordam que o vídeo se tornou o tipo de conteúdo que proporciona o melhor ROI.
Uma pesquisa realizada pelo Facebook e pelo Twitter, em conjunto com a Nielsen, apontou que o conteúdo em vídeo mais sucinto é mais impactante, com 74% do valor de uma campanha de vídeo sendo entregue nos primeiros 10 segundos.
Além disso, os espectadores tendem a passar apenas 1,7 segundo consumindo conteúdo no celular, em comparação a 2,5 segundos no computador. Essa é uma descoberta sem precedentes: sua empresa tem, literalmente, menos de três segundos para se destacar antes de o público passar para o próximo item do feed.
Para ajudá-lo a ter sucesso neste ritmo vertiginoso, aqui estão quatro melhores práticas no marketing de micro-momentos apontadas pelo estudo da Nielsen:
  • Integre seu produto em uma narrativa interessante. Não venda apenas;
  • Inclua pessoas no início do seu vídeo para gerar identificação e atrair visitantes;
  • Certifique-se de que sua história pode ser entendida mesmo com o som desligado;
  • Garanta que seu produto ou proposta de valor estejam claros nos primeiros três segundos.

Privacidade X personalização

Para fornecer experiências positivas para seus leads durante seus micro-momentos, sua empresa deverá conhecer seus consumidores melhor do que eles mesmos.
Psicologia, análise de dados, perfil de cliente ideal, mapeamento de jornada do consumidor são excelentes recursos para colher o máximo possível das informações necessárias.
Mas como coletar dados suficientes sobre estas pessoas e seus micro-momentos sem que elas sintam que sua privacidade foi invadida?
A melhor maneira de encontrar esse equilíbrio é através da transparência. Se sua empresa está coletando dados em suas ações de marketing de micro-momentos, o consumidor deve estar ciente disso. Informe suas políticas de privacidade em seu site e explique exatamente como estes dados estão sendo ou serão usados para proporcionar experiências positivas para os clientes.
Faça com que eles se sintam importantes e respeitados, mostrando que o grande objetivo de sua empresa com todas estas informações é justamente ajudar-lhes na busca por soluções eficazes para as suas dores.
Mantenha esse compromisso totalmente público e visível. As linhas entre pessoal e privado estão ficando cada vez mais borradas e as pessoas estão cada vez mais receosas de compartilhar informações por medo de como elas serão usadas futuramente.
As mesmas regras que se aplicam à publicidade se aplicam à coleta e personalização de dados no marketing de micro-momentos. Os consumidores encaram com bons olhos toda essa movimentação das as marcas alcançando espaços públicos, mas não querem que elas interfiram em suas vidas privadas.

Marketing de micro-momentos e as decisões de compras

Os consumidores também querem acreditar que estão de fato fazendo uma escolha para selecionar seu produto sobre um produto concorrente – e não apenas que estão sendo levados a isso.
Estratégias de marketing agressivas, que apenas tentam persuadir os consumidores a serem levados à compra por si só provavelmente irão afastá-los de seu produto. O consumidor hoje opta por produtos e marcas que se mostram interessados em querer trabalhar em total parceria, respeitando e valorizando seus pensamentos.
Hoje, mais do que nunca, os consumidores querem ter controle sobre as marcas. A compra é iniciada pelo consumidor – uma distinção importante do processo do outbound marketing, onde a marca é quem já chega com uma solução pronta, que nem sempre é a melhor resposta às necessidades daquele cliente.
Se os dados que sua empresa está coletando informarem uma transação iniciada pelo consumidor, eles ficarão encantados com a possibilidade de adaptar melhor a interação da marca exatamente ao que eles precisam naquele momento.
Portanto, ao elaborar suas estratégias de marketing de micro-momentos, alinhe as políticas de coleta de dados já na primeira etapa – e estude como inserir isso a cada nova ação.

Conclusão

Segundo o Google, micro-momentos são a intersecção entre intenção, contexto e imediação.
Para aproveitar essas oportunidades, as marcas de uma poderosa estratégias de marketing de micro-momentos – precisam estar presentes, ser úteis e ser rápidas.
Em outras palavras, sua empresa deve antecipar onde esses micro-momentos acontecem em seu setor, identificar qual é a necessidade e preencher esse espaço com conteúdo rápido e útil que atenda a essa necessidade.
Fonte: https://www.up2place.com.br/marketing-de-micro-momentos-como-obter-bons-resultados-2/?utm_campaign=news_dezembro&utm_medium=email&utm_source=RD+Station