sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

11 regras para evangelizar um produto

Aprenda com a experiência de quem promoveu o Macintosh e ajudou a popularizar a Apple no mundo


Seguir + Guy Kawasaki
Há muito tempo eu era um revolucionário na Apple. O nome do meu cargo era “evangelizador de software”. Minha responsabilidade era evangelizar o Macintosh para desenvolvedores de softwares. Depois meu cargo era de “evangelizador chefe”, e minha responsabilidade era levar o “Evangelho do Macintosh” a qualquer um que quisesse aumentar a produtividade e criatividade.
Depois da Apple, fui muitas coisas: autor, palestrante, empresário, investidor, consultor e pai, mas eu nunca utilizei o nome de “evangelizador chefe” até hoje. Isso porque o nome do cargo funciona apenas se seu produto puder mudar o mundo – ou pelo menos uma parte significante dele.
O Macintosh mudou o mundo. Ele democratizou os computadores. O Google mudou o mundo. Ele democratizou a informação. O eBay mudou o mundo. Ele democratizou o comércio. Depois de duas décadas procurando, encontrei a Canva. Ela pode mudar o mundo democratizando o design e é por isso que agora eu sou o evangelizador chefe da Canva.
Acreditamos muito em “marketing de conteúdo”. Isso significa fornecer informação que seja valiosa aos nossos leitores e consumidores. Nós definimos “valiosa” como algo que possa tornar sua vida melhor, mais do que aumentar nossas vendas ou lucros. Dentro desse espírito, eu gostaria de explicar como evangelizar um produto ou um serviço.

1. Faça com que ele seja incrível

É muito difícil evangelizar porcaria. É muito mais fácil evangelizar coisas incríveis. Eu aprendi que o ponto de partida da evangelização é um ótimo produto ou serviço. Coisas incríveis são compostas de cinco qualidades:
  • Profundidade. Isso significa que seu produto ou serviço possui muitas funcionalidades porque você antecipou o que as pessoas necessitariam enquanto elas sobem na curva de potência.
  • Inteligência. Quando as pessoas utilizam seu produto ou serviço, elas veem que alguém esperto entendeu seus problemas ou dores.
  • Integralidade. Um produto completo é rodeado de tudo que você precisa. Por exemplo, um ótimo software não é apenas um arquivo que possa ser baixado. Ele também é a documentação, o apoio e a série de melhorias.
  • Empoderamento. Um produto ou serviço empodera as pessoas porque isso as torna melhores. Coisas incríveis não lhe combatem - elas se tornam algo ao seu favor.
  • Elegância. Isso significa que seu produto ou serviço não é apensa funcional, ele também é muito bem projetado para que as pessoas possam utilizar facilmente e rapidamente.

2. O posicione como uma “causa”

Um produto ou serviço, independente do quanto ele seja incrível, é uma coleção de partes ou fragmentos de um código. Uma “causa”, em contrapartida, muda vidas. Não é suficiente fazer um produto ou um serviço incrível - você também precisa o posicionar e explicar como ele melhora vidas. Steve Jobs não falou de um iPhone como peças que valem U$188. Evangelizadores precisam aproveitar os padrões elevados de moral e transcender a troca de dinheiro por bens e serviços.

3. Ame a causa

“Evangelizador” não é um cargo. É um modo de vida. Isso significa que evangelizadores precisam amar o que eles estão evangelizando. Independente do quanto essa pessoa seja incrível, se ela não amar a causa, ela não poderá ser uma boa evangelizadora. Se você não ama, não evangelize. Isso possui implicações na contratação também: uma boa educação e experiência de trabalho relevante não são suficientes. Estes são tão importantes quanto um evangelizador que ame o produto ou serviço.

4. Identifique o pitch

Não descreva o seu produto com termos grandiosos e rebuscados como “revolucionário”, “alterador de paradigmas” e “elevador de curvas”. A Macintosh não era o “terceiro paradigma em computação pessoal”. Ela simplesmente (e poderosamente) aumentou a produtividade e criatividade de uma pessoa com um computador. As pessoas não compram “revoluções”, elas compram “aspirinas” para aliviar a dor ou “vitaminas” para suplementar suas vidas. Então identifique o pitch e o mantenha simples.

5. Procure por agnósticos, ignore os ateus

É muito difícil converter alguém a alguma religião quando ela reverencia outro deus. A pessoa mais difícil de se converter ao Macintosh era aquela que reverenciava o MS-DOS. A pessoa mais fácil era aquela que nunca havia utilizado um computador pessoal antes. Se uma pessoa não “comprar” seu produto ou serviço após quinze minutos, elimine suas perdas e siga em frente.

6. Permita que as pessoas possam experimentar a causa

Os evangelizadores acreditam que seus consumidores em potencial são espertos. Portanto, eles não os bombardeiam com propagandas e promoções. Em vez disso, eles fornecem maneiras para que as pessoas experimentem seus produtos e daí decidirem por si próprias. Os evangelizadores acreditam que seus produtos são bons - tão bons que eles não têm medo de deixar as pessoas experimentarem antes de comprar.

7. Aprenda a dar uma demonstração

“Evangelizadores que não conseguem dar uma demonstração incrível” é um paradoxo. Se você não consegue dar uma excelente demonstração do seu produto ou serviço, você não pode ser um evangelizador dela. Fazer a demonstração deve ser algo tão habitual, até mesmo involuntário, quanto respirar. Foi isso que fez com que Steve Jobs fosse maior evangelizador do mundo para os produtos da Apple.

8. Providencie um primeiro passo seguro e fácil

O caminho para adotar a causa deverá ter um trecho escorregadio, então elimine todas as barreiras. Exemplos: 1) renovar toda uma infraestrutura de TI não deveria ser necessário para testar um computador novo; se acorrentar a uma árvore não deveria ser necessário para se juntar a um grupo ambientalista; e 3) falar um outro idioma e ter um teclado especial não deveriam ser necessários para se registrar em um website.

9. Ignore títulos e linhagens

O elitismo é o inimigo da evangelização. Se você quiser suceder como um evangelizador, ignore os títulos e linhagens das pessoas, aceite as pessoas como elas são, e trate todos com respeito e gentileza. Minha experiência é que um secretário, auxiliar administrativo, estagiário, funcionário de meio expediente ou trainee são mais propensos a abraçarem novos produtos e serviços do que um CEO ou vice-presidente.

10. Nunca minta

Mentir é moralmente e eticamente errado. Isso também requer mais energia porque quando você mente, é necessário se manter na linha do que você disse. Se você sempre fala a verdade, então não há nada para se manter na linha. Evangelizadores evangelizam coisas incríveis, então eles não precisam mentir a respeito das funcionalidades e benefícios, e evangelizadores conhecem seu produto, então eles nunca precisam mentir para acobertar seu desconhecimento.

11. Lembre de seus amigos

Seja legal com as pessoas enquanto você está subindo, porque também as verá no caminho da descida. Uma das pessoas mais prováveis a comprar um Macintosh era um usuário do Apple II. Uma das pessoas mais prováveis a comprar um iPod era um usuário de Macintosh. Uma das pessoas mais prováveis a comprar qualquer coisa que a Apple lance é um usuário de iPhone. E assim vai, então lembre de seus amigos.
As pessoas me perguntam com frequência qual a diferença entre um evangelizador e um vendedor. Aqui está a resposta. Um vendedor tem seus interesses maiores no coração: comissão, fazer cotas, fechar a venda. Um evangelizador tem os interesses maiores das outras pessoas no coração: “Experimente isso porque irá lhe ajudar”. Tenha essa diferença em mente e você estará no caminho certo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Porque assistir Deadpool pode ser melhor que uma aula de Administração


O mais novo personagem do filme da Marvel não possui os atributos morais característicos dos heróis clássicos, mas deixa boas lições para a área


 Fábio Bandeira
Divulgação
Professores de Administração não me odeiem ou xinguem. Não questiono que estar em sala de aula é muito importante para o aprendizado, para a troca de conhecimento e para o crescimento de cada profissional. Mas sou daqueles que acredita que a Administração está em tudo, ela move o mundo e podemos tirar lições sobre a área onde muitos não conseguem visualizar a primeira vista. Do cinema, então, nossa! Há muitas referências que podiam - e deveriam - nortear as nossas salas de aula.
O mais novo filme da Marvel, do controverso “herói" Deadpool, em minha opinião, poderia entrar nessa listinha de indicações complementares no curso. E nesse quesito podemos extrair um pouco de áreas que envolvem Negócios, Inovação, Marketing e Empreendedorismo, disciplinas mais do que presentes dentro da Administração.
Negócios
Como sucesso cinematográfico, ninguém pode questionar. Para se ter uma ideia, segundo a “Entertainment Weekly”, o filme arrecadou cerca de 135 milhões de dólares somente no fim de semana de estreia, tornando-se o primeiro filme com restrição etária a quebrar o recorde de US$ 100 milhões na estreia. Lembrando que a classificação indicativa é de 16 anos no Brasil e nos EUA o filme não é recomendado para menores de 17 anos.
De quebra é o maior recorde histórico do 20th Century Fox, se tornando a maior bilheteria de estreia do estúdio, superando até Star Wars: A Vingança dos Sith (US$ 108 milhões em 2005). Para um filme que teve o modesto custo de US$ 58 milhões, não foi nada mal.
Inovação
Um de seus sucessos está atrelado a ruptura. O enredo e a própria característica do personagem já trazem uma quebra em termos dos habituais filmes de super-heróis (que por sinal, já estão bem saturados). Deadpool é subversivo e inovador em diversos aspectos, tanto em sua estrutura narrativa quanto no uso de violência, palavrões, humor e da quebra da quarta parede (quando o personagem conversa com o espectador). Há uma ruptura com a atual fórmula que os atuais blockbuster de super-heróis insistiam seguir para apresentar suas histórias.
Um dos grandes nomes atuais no conceito em inovação, Durwin Sharp, costuma fazer uma provação interessante sobre o tema: "Como você demonstra o valor de uma inovação? Traduzindo ideias em algo que até os céticos conseguem entender: resultados.” Não fazer o mais do mesmo em um filme, mesmo usando um personagem não tão conhecido do grande público, parece ter sido uma das fórmulas encontradas para que o Mercenário Tagarela (como também é conhecido Dearpool) encontrasse o sucesso.
Claro que Deadpool não é o único dessa nova safra de heróis (que não são tão heróis). Guardiões da Galáxia também conseguiu essa quebra em 2014.
Marketing
O público de Deadpool parece bem definido: jovens e amantes de quadrinhos. E as estratégias implementadas para conectar essa turma foram bem conduzidas. O próprio ator - que também assina a produção - Ryan Reynolds, participou ativamente de toda a divulgação do filme, fazendo peças e mais peças.
Foram centenas de trailers, comerciais, aparições em feiras especializadas - antes e depois do filme estrear. Nas redes sociais, então, o arsenal de artes em produção tem alavancando números estrondosos (aqui há alguns exemplos).  No Facebook, em pouco tempo, apenas sua página no Brasil, já ultrapassou quatro milhões de pessoas que acompanham. O sucesso e a forma assertiva de falar com o público, além de teases empolgantes sem sombra de dúvida ajudaram.
Há uma onda favorável também pelo Deadpool: o boca-a-boca. As risadas garantidas que o longa-metragem provocam dentro do cinema agradam o público e se tornam recomendações espontâneas para outros pessoas. Essa bola de neve do boca-a-boca só aumenta o sucesso e seu público.
Adapte-se ou morra
A primeira aparição de Deadpool foi na HQ Novos Mutantes em 1991. Ele foi criado para ser um vilão, mas caiu no gosto do público e seus criadores o transformaram em um anti-heroi. A mudança fez com que ele ganhasse os seus próprios quadrinhos. Essa transição e adaptação do personagem também aconteceu no cinema. A primeira vez que Deadpool deu as caras no cinema foi em X-Men Origens: Wolverine. No entanto, sua forma de apresentação colecionou críticas, principalmente pela distância do personagem com a dos quadrinhos. O próprio ator, a produção, o personagem tiram sarro dessa frustrante apresentação. Resultado: resolveram adaptar completamente seu estilo relacionado ao do X-Men para que o filme solo do anti-herói apagasse esse passado.
O ator Ryan Reynolds também teve que se readaptar - já que sua partição no X-men e também como Lanterna Verde foram tão apagadas que não deixaram saudades e quase o tiram completamente do mundo dos super-heróis. Reynolds passou anos tentando convencer os estúdios a fazer um filme solo do Deadpool, com outras características, dinâmicas e posturas. A célebre frase de Meredith Grey, muito comum dentro do empreendedorismo e dos negócios, acaba sendo um bom resumo para Deadpool e Reynolds nos cinemas: "Adapte-se ou morra”. E ambos o fizeram muito bem.
Assista o trailer do filme abaixo: 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Como Snapchat está trazendo diversão de volta as mídias sociais.


 

Trabalho como social media desde 2013 e acompanhei a transformação e amadurecimento das mídias sociais e da rede mundial de computadores, vulgo: Internet. Sou da geração do orkut, msn e fotolog e a razão que nos levava a usar a internet na época, além de comunicação e informação quase sem barreiras, era porque era divertido.
Durante esse ~amadurecimento~ onde as mídias sociais transformavam-se em business, passamos a ter uma obsessão por números e isso parece ter impactado na comunicação, a busca pelo título perfeitamente indexável e nunca desobedecer os 20% limite de texto, fez com que perdêssemos de vista o que mais importa que é AS PESSOAS, sem elas nada faz sentido.
ROI, alcance, likes, cliques, engajamento e etc são super importantes, mas eles criam padrões e os padrões limitam. Quanto mais humana for a sua comunicação, mais chances das pessoas interagirem e lembrarem de você mais tarde. Esse processo é muito sutil e exige planejamento e dedicação, não da para criar do dia para a noite.
Trabalhar em sincronia sem dúvida é a melhor opção; usar os dados para melhorar o relacionamento, usar o monitoramento para cocriar conteúdo e resolver problemas reais, usar as informações dos usuários para melhorar a comunicação, são algumas ideias que podemos aplicar.
Quando falamos de mídias sociais falamos de relacionamento humano, muito mais que a relação entre marca e consumidor, vivemos na era do relacionamento entre pessoas que fazem as marcas e pessoas que consomem as marcas.

O que as mídias sociais nos proporcionam, e com o Snapchat se torna ainda mais claro é o poder de fortalecer a relação humana.

Evan declarou uma vez algo que para mim, resume toda essa discussão:
“Somewhere along the way, when we were building social media products, we forgot the reason we like to communicate with our friends is because it’s fun.”
Não pode ser chato.

A razão principal do Snapchat estar dando tão certo é porque é divertido.

Snapchat é espontâneo e o conteúdo efêmero faz você perder a vergonha, diferente de outras redes que eternizam o momento, nosso fantasminha faz você valorizar o AGORA e a melhor forma de fazer isso é: se divertindo.
Se eu te contar que você não precisa levar tudo sempre a sério e que você pode (deve) fazer umas piadinhas uma vez ou outra e que isso pode ajudar nas suas vendas? É tipo levar a brincadeira a sério, mas sem ser sério sacou?
Se você possui uma marca, nesse momento você tem as seguintes opções:
  1. Continuar fazendo mais do mesmo porque isso parece ser o certo e além do mais, todo mundo está fazendo.
  2. Fingir que as mídias sociais não são importantes e que você ainda está planejando se vai contratar uma equipe ou terceirizar com uma agência.
  3. Começar AGORA!
Se você é esse cara esperto que eu creio que você é, você vai começar AGORA! (talvez não literalmente) mas fica de olho nas datas e cidades das próximas edições do curso de “Marketing de Conteúdo & Snapchat — Estratégias em mídias sociais & nude” ;)
Se você chegou até aqui, acredito que possa gostar do texto que escrevi sobre:
Esse texto foi publicado originalmente no meu blog snapworld.com.br
Beijos e até a próxima ❤

A construção de Projetos Estratégicos e seu impacto no resultado da sua empresa


Uma vez que a empresa, por meio de seus líderes, entende que executar de acordo com as estratégias é a forma mais segura para empreender recursos humanos e financeiros, é chegada a hora de escolher os projetos estratégicos e colocar a mão na massa. Os projetos estratégicos são construídos para incorporar novas competências que foram identificadas como essenciais para atender integralmente sua visão e missão.
Arquitetar o projeto e liderar sua execução exige do líder resistência e resiliência na tarefa de criar sinergia entre grupos multifuncionais e controlar agendas e ambições individuais. Cada passo deverá ser bem comunicado e ratificado para que não haja ambiguidades que geram surpresas indesejadas. Executar com foco e disciplina não é para qualquer um. Dá trabalho, é chato e repetitivo !
Nessa fase, o planejamento e a priorização das estratégias já estão definidos e portanto, os objetivos, as estratégias, o BSC - Balanced Scorecard e os KPIs - “Key Performance Indicators” - já apontaram o caminho da execução e sobretudo estão devidamente cascateados e comunicados pela organização.
Os projetos estratégicos devem impactar o resultado da empresa de duas formas. Tem impacto positivo quando constroem novas competências associadas às vantagens competitivas, criando valor para a Marca. Tem impacto negativo quando deixam de ser executados de forma diligente, ou pior, serem tratados como despesas sem a visão de ROI - Retorno sobre Investimento.
Para garantir a manutenção da sua continuidade e do seu financiamento, os projetos estratégicos não devem estar submetidos ao desempenho mensal de vendas da empresa. Esses projetos devem ser previstos no orçamento anual e tratados como um investimento que será financiado pelo resultado ( lucro ) do ano anterior. 

 

STEP #1 : CONCEITUAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS

O conceito do projeto deverá, obrigatoriamente, mostrar uma fotografia geral porém compreensível sobre a solução que será recomendada.
Nessa fase de conceituarão, a insegurança e desconfiança geram uma resistência que é natural. Portanto, é  importante escolher bem a ferramenta e principalmente a metodologia que será utilizada no processo. O desafio, além de esclarecer, é conquistar a confiança dos diferentes tomadores de decisão - “stakeholders” - e finalmente ganhar consenso.
Nunca subestime a audiência que normalmente é formada por diretores seniores, incluindo gestores financeiros que sabem fazer a conta de retorno sobre investimento - ROI - de cabeça. Também sabem estimar com boa precisão quanto o projeto deverá impactar no resultado - EBITDA - após sua conclusão.
EXEMPLO #1  -  IMPLEMENTAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE C.R.M. PARA EQUIPE DE VENDAS.
 O sucesso do projeto depende de um conceito bem arquitetado. Se conceituado errado, certamente comprometerá o resultado ao longo da sua fase de execução que, na maioria das vezes, acaba sendo inviabilizado desperdiçando o tempo, o investimento e principalmente o futuro da empresa. 
Normalmente, o projeto estratégico com foco em novas competências exige uma consultoria especializada para auxiliar na conceituarão e sistematização. Não economize nessa fase.
Uma boa tática para engajar e esclarecer os diversos públicos envolvidos no processo de tomada de decisão é desenhar um fluxo que ilustre, de forma compreensível e detalhada, como o projeto solucionará o problema em questão, inclusive relacionando as diversas áreas que serão beneficiadas pelo projeto.
Para a escolha do time que irá executar, evite a qualquer custo os "voluntários". Sempre tem alguém na empresa que diz - “Não precisamos de consultoria para isso, eu mesmo faço” - Normalmente esse é o gestor preguiçoso que já deveria ter proposto o projeto mas, como está acomodado faz de tudo para garantir seu emprego sabotando qualquer iniciativa. 
Os projetos estratégicos extrapolam as expectativas do dia a dia da empresa, o que faz de você que foi capacitado e eleito como líder, um colaborador extraordinário, ousado, inovador, empreendedor, tomador de risco. Na prática, um exemplo ou modelo – “role model” – para outros colaboradores. O líder tem a função de representar e espalhar os valores da empresa pela organização.
Segue abaixo um exemplo de implementação de projeto de marketing digital com foco em conteúdo.
EXEMPLO #2 - ESTRATÉGIA DE MARKETING DIGITAL COM FOCO EM CONTEÚDO OU CONTENT MARKETING
Para não envelhecer de forma acelerada, a empresa deverá contar com líderes bem treinados e capacitados que executarão os projetos estratégicos criando novas competências essenciais para o futuro e perpetuação da empresa. 

 

STEP #2 : ELEJA O LÍDER

Existe uma tendência, um cacoete, da diretoria de qualquer empresa sobre perguntar quanto custa versus qual o impacto na organização. O primeiro desafio do líder é esclarecer o impacto e conquistar seu apoio integral. A diretoria de qualquer empresa é um organismo multidisciplinar que exige uma liderança comprovadamente madura e eficaz antes de delegar poderes - “empowerment”.
Durante a fase de conceituação, com o apoio da diretoria senior da empresa, o líder deve montar seu time de especialistas e iniciar o processo de execução combinando tarefas e expectativas. 

 

STEP #3 : IDENTIFIQUE TODOS OS "PONTOS DE CONTROLE"

Nessa fase muitos dos temas listados ainda não tem respostas precisas ou possuem várias possibilidades e alternativas que exigem um estudo aprofundado conduzido exclusivamente pela área que tem a competência específica.
Um estudo diligente e detalhado conduzido por um especialista deverá apontar recomendações listando pontos fortes e fracos seguidos por orçamentos detalhados. É importante entender quais são os “pontos de controle” - “milestones” - que devem ser observados e cadenciados conforme suas interdependências para evitar atropelos ao longo do processo de execução. 
Invariavelmente qualquer solução contempla a aplicação de técnicas e tecnologias conhecidas portanto disponíveis no mercado. Ainda na fase de planejamento, é fundamental pesquisar e analisar a aderência do projeto a técnicas e tecnologias antes de montar um cronograma que imponha uma marcha de execução. 
Se ainda houver dúvidas, faça uma prova de conceito - “Prove of Concept  POC” - que auxilia durante a fase natural de aprendizado sem correr riscos. 
Outro benefício dessa fase é identificar os potenciais obstáculos intransponíveis - “showstoppers” - que às vezes acontecem por negligência, outras por acidente. Em ambos os casos o líder será o único responsável por removê-las, mudar de curso ou abandonar o projeto antes que cause maiores prejuízos.
O líder é um arquiteto, não um pedreiro. Ele deve ter a sensibilidade de apertar os botões corretos na hora certa. Executar um projeto é uma tarefa multidisciplinar que exige um alto grau de sedução para envolver cada dono - “owner” -  de cada tarefa. O owner deverá, obrigatoriamente, contribuir detalhando, educando e recomendando como se fosse um consultor e expert no tema específico. Como líder cultive e cobre essa atitude de cada participante do projeto. 
O líder também deverá aniquilar os chutadores e os sabotadores que certamente aparecerão ao longo do caminho. Para gerenciar o voluntarismo dos chutadores, peça que apresente suas credenciais. Se não apresentarem, agradeça e ignore seus palpites. Já os sabotadores, “pinte-os com tinta invisível” e avance sem tomar conhecimento do negativismo que caracteriza sua existência.

 

STEP #4 : NEGOCIE RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS.

Qualquer projeto deverá estar contemplado no orçamento anual e financiados com verba específica. Vale relembrar que a verba destinada para um projeto estratégico poderia ter ido para o bolso do sócio como dividendos. No entanto, por entender que investir em novas competências é prioridade, resolveu abrir mão do dinheiro - “hard Dollars”.
Vale ressaltar que os sócios estarão de olho no desenvolvimento do projeto com atenção especial para verificar se o dinheiro está sendo bem empregado e quando o retorno sobre esse investimento se materializará impactando Ebitda da empresa. 
A verba destinada exclusivamente ao projeto não deverá ser utilizada para nenhum outro fim. Muitas empresas não tem controle sobre fluxo de caixa e acabam utilizando qualquer saldo em caixa para pagara qualquer despesas. A verba destinada para projetos estratégicos não deverá estar submetida ao fluxo de caixa da operação nem ao desempenho mensal das vendas.  

 

STEP #5: CRONOGRAMA

Essa é a fase mais fácil do projeto. Uma vez que os pontos de controle - “milestones”, os “owners” e o “budget”  foram identificados, é só pintar a planilha com as tradicionais cores verde, amarelo e vermelho. Mantenha a simplicidade e não invente ferramentas extravagantes com efeitos pirotécnicos.
Enquanto não forem determinadas, detalhadamente, as etapas do projeto e suas relações de dependência, datas, pontos de controle e orçamento respectivos, o projeto não criará uma marcha de execução.  
O cuidado com os detalhes nessa fase é fundamental para o sucesso. A negligência gera conflito e caos que, como consequência, neutraliza qualquer possibilidade do projeto se materializar. Outra dica importante: um projeto estratégico nunca deve ser tratado como uma emergência. Respeite o tempo especificado por cada membro do time para execução de suas tarefas. 

 

STEP #6 : FOLLOW UP - FAÇA PERFEITO PARA QUE NÃO SEJA REFEITO

Cria um sistemática para controle e evolução tem como objetivo garantir a boa execução e principalmente remover barreiras - “roadblocks” - que naturalmente aparecem e desaparecem no trajeto. 
Para garantir a sinergia, uma recomendação é criar uma reunião semanal onde o time trabalha junto, na mesma mesa, por um determinado período de tempo. São vários os benefícios: a) mantém foco, b) remove barreiras, c) eliminar desculpismos, d) cria sinergia, e) eliminar agendas pessoais, f) aumenta o acervo de piadas porque…. tem que ser divertido e, finalmente, executar com foco e disciplina. Execute e lidere com perfeição. Desafie, remunere, celebre! 
Durante as reuniões de sinergia no “mesão”, ratifique com o grupo suas decisões mesmo que você tenha total autonomia. O estilo de liderança que privilegia o  consenso é sempre muito mais agradável e eficaz comparativamente a liderança pela capatazia. 
Cada etapa deve ser executada dentro do prazo combinado. Monitorar a execução é obrigatório. Na maioria das vezes, qualquer projeto, sofre duas ameaças naturais e típicas do ser humano. 
  1. Adaptabilidade. A maioria das empresas não consegue se adaptar ao novo, ao inovador porque significa mudança na velha rotina. Combata a insolência!  
  2. Resiliência. Um projeto novo precisa de insistência e principalmente resiliência para que tenha a oportunidade de alçar o sucesso na sua plenitude. Observe a curva de aprendizado. 
Infelizmente os maus colaboradores, derrotistas, frustrados e cansados acabam por minar as pessoas e projetos logo nas primeiras semanas. 
Se você é um líder isso vai acontecer com você mais cedo ou mais tarde. No entanto, persista e mantenha agenda positiva com atitude progressista. Nunca entre em conflito, contorne e progrida!
O presidente deve deixar claro para a organização quem são seus líderes. Nem que para isso eles, os líderes, tenham que usar um tênis vermelho para serem diferenciados. Eles são modelos, propagam os valores da empresa e servem de exemplo para os novatos bem intencionados. Privilegie o líder ousado, empreendedor e tomador de risco.
Certifique-se que seu time está sempre na mesma página - sinergia - conforme progride na execução. O processo de engajamento passa por momentos clássicos de encontros, desencontros, debates, embates e algumas vezes sacanagens. 
A expectativa é que para esses momentos, mais ou menos “acalorados”, o construtivismo prevaleça. Uma boa dose de bom senso é também fundamental para que as discussões sejam focadas no conceito do problema em evidência e não, nunca, sejam pessoais.