sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Como planejar a carreira em Marketing

 

Pensar no longo prazo, ter foco, autoconhecimento e saber trabalhar o seu personal branding são elementos importantes para atingir metas profissionais

Por Bruno Garcia, do Mundo do Marketing | 01/08/2013

bruno.garcia@mundodomarketing.com.br


personal branding,planejamento,carreira,foco,crescimento,sucessoConstruir uma carreira sólida e bem sucedida não depende apenas de esforço e aprimoramento de competências. Cada vez mais, é exigido dos profissionais uma boa dose de planejamento estratégico, autoconhecimento e foco para que as decisões tomadas façam sentido no médio e longo prazo, além de uma boa gestão da sua “marca pessoal”. A área de Marketing está aquecida, oferecendo boas oportunidades, mas a grande quantidade de caminhos possíveis aliada à ansiedade própria da nova geração pode levar o profissional a perder de vista seus verdadeiros objetivos e talvez não alcançar os resultados esperados.

A pressa em crescer na hierarquia da empresa e conquistar posições de grande destaque e visibilidade também podem induzir o profissional a “atropelar” etapas, prejudicando o seu aprendizado e aumentando os riscos quando tiver a chance de assumir responsabilidades maiores. Outro ponto é que com o digital e as redes sociais se integrando em praticamente todos os momentos do cotidiano, as fronteiras entre perfil profissional e pessoal tornam-se muito tênues, o que exige uma postura mais madura.

Muitos profissionais de Marketing ainda resistem à ideia de que aos olhos do empregador, são uma marca que precisa de posicionamento e comunicação bem definidas. A falha em gerenciar o que é postado nas redes sociais é um erro comum que pode custar uma oportunidade de trabalho ou promoção.  “O empregador sabe que existem hoje outros canais para buscar referências de uma pessoa. E infelizmente entre os mais jovens não existe uma preocupação com isso, pois eles não percebem esta diferença entre pessoal e profissional, como havia em outras gerações. É preciso estar atento e as empresas também devem se adaptar para enfrentar esta realidade”, avalia Daniela Ribeiro, Gerente Senior das Divisões de Engenharia, Marketing e Vendas da Robert Half, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Crescimento lateral e experiência internacional: diferenciais
Os profissionais podem encontrar oportunidades tanto nos departamentos de Marketing, quanto nos setores comerciais. A passagem pela área de vendas inclusive pode representar um diferencial na carreira, pois faz com que o profissional de Marketing tenha a visão de ambos os lados, o que tende a reduzir o tradicional atrito entre estes setores.

Para quem pretende assumir posições de liderança, também é importante ter uma visão global do Marketing e vivência em diversos setores, como coordenação de produto, inteligência de mercado, comunicação, pesquisa e desenvolvimento, marca, gerenciamento de categoria e planejamento. “Quanto mais rica for esta vivência, mais completo ele será. Os jovens querem subir na hierarquia no curto prazo e não percebem esta movimentação lateral como um crescimento, mas ela será valiosa no futuro, representando um diferencial competitivo”, diz Daniela Ribeiro.

Outro ponto favorável é possuir experiência internacional. Quem tem oportunidade de realizar um programa de estágio ou intercâmbio em outro país pode agregar muito valor ao seu currículo e conquistar oportunidades diferenciadas.  “O mercado brasileiro acaba se viciando em certas práticas que temos por aqui. Além disso, a fluência na língua estrangeira conta muitos pontos”, conta a Gerente Senior da Robert Half.

Busca por pós-graduação deve ser coerente
personal branding,planejamento,carreira,foco,crescimento,sucessoUma dificuldade na carreira em Marketing é o profissional se posicionar, comunicando com clareza seu perfil, experiência, pontos fortes e objetivos. Um currículo elaborado sem cuidados pode não transmitir os pontos fortes de um candidato. A construção criteriosa deste documento é parte importante da construção da marca pessoal. “Muitas vezes, o profissional tem a competência necessária, mas não consegue transmitir isso porque o seu currículo não possui um foco. Esse é um problema comum principalmente entre os mais jovens. Eles ainda não percebem o valor de se posicionar de maneira correta no mercado”, explica Fernanda Schroder, Coordenadora do IBMEC Carreiras, em entrevista ao portal.

A corrida por cursos de especialização, pós e MBAs também não garante diferencia se não houver coerência na escolha dos cursos com os objetivos da carreira. Muitos jovens saem da faculdade já buscando cursos, quando o ideal é ter vivência em diversas áreas até ter maior segurança sobre onde e como buscar a especialização. “A qualificação é importante para qualquer profissional. A questão é que ao fazer um MBA apenas pelo título e não pelo seu projeto de carreira, o risco dessa formação se perder no futuro é grande. Muitas pessoas cursam uma pós apenas buscando uma promoção. O nível de conhecimento gerado num curso como este é de extremo valor, mas isso precisa estar sempre alinhado a um projeto de carreira”, complementa Fernanda Schroder.

Mais uma vez, planejar a carreira no longo prazo é a melhor opção. O profissional deve fazer um esforço de autoconhecimento, identificando seus pontos fortes e fracos, e definindo bem aonde quer chegar. Assim tem condições de construir algo sólido e galgar posições melhores no futuro. “Há certa dificuldade em se planejar a médio e longo prazo. Mas independente da cultura brasileira, vejo uma ansiedade muito grande pelo crescimento hierárquico. É impressionante a quantidade de profissionais que dizem nas entrevistas que pretendem chegar ao cargo de CEO em cinco anos. A pressa em crescer gera esta busca por cursos. Só que o crescimento profissional é muito mais uma questão de atitude do que de títulos”, diz Daniela Ribeiro, da Robert Half.

Aplicando conceitos de branding na carreira
personal branding,planejamento,carreira,foco,crescimento,sucessoOs conceitos do branding também podem ser aplicados na construção de uma carreira no Marketing. Mais do que ninguém, este profissional deve saber construir sua marca e seu posicionamento. “O Marketing pessoal e o personal branding se tornam cada vez mais importantes. Isso deixou de ser promoção pessoal. Percebe-se claramente que sem um bom posicionamento, fica mais difícil evoluir na carreira. É preciso ter o comportamento adequado, postura e reputação. Não é uma questão de beleza ou não, mas sim da imagem que o profissional precisa transmitir”, explica Amália Sina, Diretora Executiva do Sina Studio, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Após uma carreira bem sucedida, tendo sido presidente da Walita, da Philip Morris, e VP da Philips para a América Latina, Amália criou a Sina Studio para dedicar-se a sua paixão, fotografia, mas também para auxiliar profissionais que precisam de orientação na construção das suas próprias marcas, realizando um trabalho de personal branding. “Além da carreira executiva, sou professora há 18 anos e em todo este tempo escuto a mesma pergunta: como fazer para chegar lá? A dificuldade se manifesta quando se procura um sócio para um negócio ou se está em uma entrevista de emprego, por exemplo. A maneira como o profissional se vende é o que impacta em primeiro lugar. Já dizia Oscar Wilde: só os tolos não julgam pela aparência. Com a web e as redes sociais, a imagem passa a ser ainda mais importante”, comenta a Diretora Executiva.

Em tempos onde todos permanecem conectados a maior parte do tempo, a construção da marca pessoal deve estar contemplada dentro do planejamento de carreira. Mas da mesma forma que para as organizações, imagem só não basta: o profissional deve trabalhar duro para desenvolver suas competências e capacidades. “O personal branding parte de construir forma e conteúdo. Muitas pessoas pensam que se trata apenas de forma. É a combinação destes dois elementos que fortalece uma marca. A imagem das pessoas tem muita influência sobre os negócios. Isso é muito forte e faz toda a diferença na construção de uma carreira”, diz Amália Sina, em entrevista ao portal.
Aproveite e leia também: Pefil do profissional de Marketing brasileiro. Pesquisa exclusiva para assinantes +Mundo do Marketing. Acesse aqui.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Recomendações nas mídias sociais influenciam compras?


 

Autor: Géssica Hellmann | Data: 19/07/2013 |
 
Uma pesquisa patrocinada pela empresa de publicidade online Adroit Digital e conduzida pela empresa de pesquisas Toluna Group dirigiu a seguinte pergunta a uma amostra de consumidores americanos: “As recomendações nas mídias sociais influenciam suas compras”? Confira as respostas no gráfico abaixo.
Gráfico 1 - As recomendações nas mídias sociais influenciam alguma vez as suas decisões de compra? Fonte: Adroit/Toluna (2013)
Gráfico 1 – As recomendações nas mídias sociais influenciam alguma vez as suas decisões de compra? Fonte: Adroit/Toluna (2013)
No total, 40% responderam que sim, as recomendações de produtos nas mídias sociais influenciam suas decisões de compra, contra 54% que não admitem essa influência e 5% que dizem não saber.
Agora compare esse resultado com o desta outra pesquisa, conduzida pelo Internet Advertising Bureau, que revelou que 90% dos consumidores recomendarão uma marca após uma interação nas redes sociais. Esse mesmo estudo demonstra que 80% dos consumidores estarão mais inclinados a comprar de uma marca após sua exposição nas redes sociais e 83% estarão dispostos a experimentar o produto dessa marca.
Trazendo essa tendência para uma perspectiva brasileira, podemos lembrar que o número de brasileiros com acesso à internet hoje soma um número entre 89 e 102 milhões de pessoas e que cada internauta brasileiro gasta em média 579 minutos por mês nas redes sociais, sendo 93% desse tempo no Facebook.
Sem esquecer, é lógico, dos 50 milhões de brasileiros que farão compras online neste ano.
Mais: o Brasil atingiu neste ano a marca de 73 milhões de usuários no Facebook, sendo que um terço desses usuários acessa o site usando dispositivos móveis.
Assim, mesmo que aqueles 40% que admitem ser influenciados pelas redes sociais em suas decisões de compra pareçam pouco para você, faça as contas e pense de novo.
Será que no Brasil esse número seria muito menor? Considerando o impacto que as redes sociais têm provocado em todos os aspectos da vida nacional, inclusive alimentando manifestações políticas de rua incessantes, temos razões para crer que o número real deve ser muito maior entre nós.
Por isso, se você está nas mídias sociais mas não está conseguindo influenciar a decisão de compra do consumidor brasileiro, a solução é reavaliar suas estratégias e táticas de comunicação nas redes sociais, já que o lugar certo para encontrar o consumidor brasileiro hoje é nas redes sociais.
Diante de todos esses dados, se as suas ações nas redes sociais ainda não estão produzindo impacto em suas vendas, talvez seja a hora de deixar de lado a improvisação e começar a planejar suas ações com objetivos específicos e mensuráveis. É provável que tenha chegado o momento de abandonar o “achismo” e partir para uma abordagem científica, baseada em pesquisas.
Está na hora de conversar com a gente. Simplesmente preencha o formulário a seguir ou clique no botão “Fale já”, disponível no lado esquerdo de todas as páginas deste site.


Leia mais em: http://gessicahellmann.com/recomendacoes-nas-midias-sociais-influenciam-compras/#ixzz2akZKFfyC

Qual a diferença entre marketing e propaganda?


 Por Professor João Carlos Melo - www.profjoaocarlos.blogspot.com

 Uma das maiores confusões que ocorre com empreendedores iniciantes é achar que marketing é a mesma coisa que propaganda. Na verdade, apesar de estarem relacionadas, são áreas de conhecimento separadas.
Como definido no post “O que é marketing?“, o marketing é a arte de planejar o antes, o durante e o depois do processo de vendas. A propaganda é uma forma de estimular o cliente a fazer a compra.

Muita gente tem essa dúvida
O marketing é uma parte da estratégia
A análise de marketing começa muito antes de pensarmos em como fazer uma propaganda persuasiva. O marketing define quem é a empresa, quem é seu cliente, quais os diferenciais dos produtos/serviços, etc.
Como parte de qualquer boa estratégia, o marketing exige a definição de objetivos, priorização de ações e definição de indicadores de sucesso.
Para se aprofundar no tema, recomendo: As características de um bom plano de marketing.
A propaganda é uma ferramenta do marketing
Depois que você entendeu profundamente quais são as demandas do seu cliente e como você irá satisfazê-las, existe uma questão um pouco complicada: seu cliente ainda não sabe que você existe.
Para fazer boas vendas, a percepção da sua empresa na cabeça do cliente precisa passar de “Quem é você?” pra “Gostei muito da compra que fiz e estou te recomendando para meus amigos!”. É aí que entra a propaganda.
Experimente até achar os melhores canais de divulgação
Existem 2 coisas sensacionais sobre a propaganda:
1. Você nunca terá certeza absoluta se ela irá alcançar os objetivos do plano de marketing
2. O que funciona para uma empresa não necessariamente funcionará para outras
Com essas 2 premissas em mente, você precisa ter consciência de que para ser líder do seu mercado é preciso interagir o máximo possível com as pessoas (clientes, fornecedores, parceiros, formadores de opinião do setor, etc.) e testar diferentes formas de propaganda.
Conforme você ganha experiência sobre o que funciona e o que não funciona, a probabilidade de acertos aumenta muito. Seja um verdadeiro cientista: elabore hipóteses (plano de marketing), faça testes dos diferentes meios de se comunicar com o cliente (propaganda) e revise sua estratégia a partir dos resultados obtidos.
E a publicidade?
Algumas pessoas defendem que a propaganda se refere a propagação de ideias, enquanto a publicidade tem um cunho estritamente comercial.
No Brasil, o CENP (Conselho Executivo de Normas Padrão) considera publicidade e propaganda como sinônimos. Eu também.
Conclusão
Na prática, não importa muito o nome que você usa e sim se você tem uma boa estratégia e sabe quais os melhores meios para chegar até o seu cliente.
Um exemplo bem interessante de aplicação de uma estratégia de marketing digital é o uso do Facebook para gerar novos negócios. Para se aprofundar no tema, confira o e-book gratuito: Marketing no Facebook.
Pense nisso...Reflita... Questione-se... Indague-se... Sugestione-se... e Ajude sempre que puder outras pessoas com seus Conselhos ou Profissionalmente, pois os frutos do seu sucesso certamente estarão a caminho com grandeza....
João Carlos de Melo Silva .¨.
Professor de Administração e Marketing
Congressista Palestrante do Grupo Unupar
M.E.C nº 116.993.874/118/DF / C.R.A nº 20-34199-7
Rio de Janeiro -- Brasil
www.profjoaocarlos.blogspot.com
21-9664-1655

Marketing não é um departamento, Marketing é tudo!

 


Recordo-me que nos meus bons e velhos tempos de faculdade, a primeira definição que vi sobre Marketing, no que foi então o meu primeiro contato com a área, ocupava um considerável espaço na lousa.
Referenciada pelo maior autor de Marketing de todos os tempos, o americano Philip Kotler, ela, apesar de ser bem explicativa, não era nenhum pouco didática, um problema que em minha opinião, afeta não só a definição dada por ele, como também a descrita por diversos outros autores.
Até hoje, nunca fui adepto dessas definições estilo “resposta de aluno que não sabe a questão da prova e tenta enrolar o professor”. Para mim, quanto mais curta e mais clara for à definição de algum termo, desde que não atrapalhe a sua compreensão como um todo, melhor.
Foi em meio as minhas leituras, e não dentro da sala de aula, que encontrei a definição de Marketing mais didática que já vi até hoje, quem cita ela é o também americano Jay Levinson, o mestre do Marketing de Guerrilha, em seu atemporal livro sobre o tema.
Para o autor, Marketing é simplesmente “cada contato, por menor que seja, que sua empresa tem com qualquer pessoa no mundo exterior”.
Menos é mais. A simplicidade acima de tudo.
Desde o momento em que li essa frase, procurei enquadra-la em todas as palestras que ministro sobre o tema. A partir desse significado, fica muito mais fácil entender que o Marketing não é só um departamento escondido dentro da empresa, o Marketing é tudo!
ISC_MarketingModel
Mas como assim tudo? Vamos lá:
Marketing é algo que todos os funcionários fazem 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Toda vez que você atende o telefone, está fazendo marketing
Toda vez que você envia um e-mail, está fazendo marketing
Toda vez que você alguém usa seu produto, está fazendo marketing
Cada palavra escrita no seu site é marketing
Se sua empresa tem um aplicativo de celular, cada mensagem de erro que aparece é marketing
O cafezinho que sua empresa serve aos clientes, é marketing
O uniforme que seus funcionários usam, é marketing
E por aí vai…
Perceba que todas essas coisinhas são mais importantes do que a escolha de um brinde que o cliente leva quando adquire seu produto, e ainda existem donos de empresas que acham que um brinde bonito irá salvar um péssimo atendimento, uma fila de espera absurda ou um ambiente sujo e descuidado. ESTÃO ERRADOS.
Essa visão de que o Marketing está ligado apenas a Promoção precisa mudar! É compreensível ver uma pessoa de outra área cometer esse equívoco, mas ele é inadmissível quando acontece com algum profissional da área de negócios!
Marketing não refere-se a alguns poucos eventos isolados, repetindo, Marketing é a soma de todos os contatos que a sua empresa faz com qualquer pessoa do mundo exterior.
Ao contrário do que tudo indica, é preciso ter extrema sensibilidade e conhecimento para “orquestrar” todas essas pequenas coisas, esse tema por sinal, é o princípio de outro assunto da área chamado Branding, mas deixo isso para um próximo dia…

quarta-feira, 31 de julho de 2013

CRM: aliado do e-commerce no relacionamento com os consumidores


 

por: Afonso Bazolli

 

24 de julho de 2013 - 19:25


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A correta utilização do CRM pode ser um dos caminhos para que o comércio eletrônico entregue uma experiência diferenciada aos seus consumidores. As marcas que vendem pelo ambiente digital podem usar estas ferramentas para aumentar o diálogo com comprador e fortalecer o vínculo com ele no momento em que visita a loja virtual. Integrar o e-commerce ao CRM permite ainda uma maior personalização das ofertas para que os clientes sejam impactados por estímulos compatíveis com o seu interesse.

As lojas virtuais têm a sua disposição um volume de dados cada vez maior. Passados quase 10 anos desde que as estratégias de Customer Relationship Management ganharam destaque dentro do planejamento de Marketing das empresas. O desafio agora é implantar sistemas que sejam capazes de lidar com o grande volume de informações disponíveis e a personalização proporcionada por estes sistemas.

Boa parte das companhias, porém, ainda não consegue aproveitar de forma efetiva todas as informações que os usuários disponibilizam nas lojas virtuais e nos perfis das marcas nas redes sociais. “Nenhuma companhia despreza a sua base. A questão é que faltava capacidade técnica para processar toda esta informação. A empresa podia ter uma base enorme de clientes, mas não tinha condições de extrair informações simples”, avalia Jorge Toledo, Diretor de Produtos de CRM da Oracle para a América Latina, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Experiência no ambiente virtual deve ser customizada

Nas lojas virtuais, a experiência de compra tende a ser mais fria. Não existe interação com os vendedores, nem mesmo com outros visitantes. Por esta razão, as informações sobre o consumidor e sobre suas preferências são ainda mais relevantes, pois permitem a customização da entrega.  “A Netshoes é um case mundial neste aspecto. O mínimo que uma pessoa espera ao entrar em uma loja virtual é ser reconhecido e receber ofertas do seu interesse. A personalização tem que ser total. Esta é a palavra chave. Quanto mais forte for a personalização, mais fidelização a marca obtém”, explica o Diretor de Produtos de CRM da Oracle.

Esta experiência diferenciada deve ser a mesma em todos os canais onde o e-commerce estiver presente, mas a integração do CRM com estes meios ainda não é realidade em grande parte dos casos. “A loja deve estar preparada para entregar a mesma experiência de compra independente do dispositivo que o cliente usar: computador, tablet ou smartphone. Por isso os mecanismos de CRM devem estar integrados a todos estes ambientes”, afirma Jorge Toledo.

O CRM integrado ao comércio virtual tem também o objetivo de unir as bases de dados que antes estavam separadas em grupos distintos. Como estas bases não conversam entre si, a experiência personalizada na loja fica comprometida. “Estes silos de informação dificultavam o atendimento. Por isso todos os dados sobre os consumidores precisam estar guardados em um só lugar e funcionar de maneira integrada. É o que o mercado chama da Master Data Management. Quem tem a informação mais completa sobre quem é o cliente, o que ele faz e onde ele está, tem uma grande vantagem competitiva. Hoje o empresário tem mais ferramentas para fazer isso”, complementa o Diretor de Produtos de CRM da Oracle.

Transformando a venda online em uma venda de balcão

No Mercado Livre, o CRM é utilizado para aproximar os usuários e transformar as transações online quase em uma venda de balcão. A plataforma para compra e venda reúne 5 milhões de vendedores e 14 milhões de compradores apenas no Brasil. Em média, dois produtos são vendidos a cada segundo dentro do site. No primeiro semestre de 2012, foram 31 milhões de itens comercializados. As informações obtidas tanto de compradores quanto dos vendedores a partir de todas estas transações ajudam a empresa a segmentar suas ações e direcionar mensagens específicas para cada grupo.

A ideia de reproduzir no ambiente online a mesma experiência de compra de uma loja física faz parte do DNA da companhia desde a sua fundação. “Conseguimos entender a necessidade daquela pessoa e fazer uma ação individualizada com cada um. Isso é o mais próximo da vida real, onde o lojista interage com o visitante, e reflete na demanda, pois estamos sempre trazendo o cliente para novas compras”, explica Leandro Soares, Diretor de Marketplace do Mercado Livre, em entrevista ao portal.

Outro desafio para a empresa é fazer com que usuários do sistema, sejam compradores e vendedores, que tenham interesses similares, conversem entre si. Essas interações transformam o site quase em uma rede social voltada para compra e venda. “Precisamos sempre de tecnologias mais modernas para fazer tudo isso funcionar. Passamos 24 horas por dia e sete dias por semana pensando em como melhorar nossos sistemas. Os dados estão disponíveis, a informação existe, mas é a tecnologia que vai pegar tudo isso, analisar, comparar com outros grupos e daí concluir sobre o comportamento de diversos perfis. Isso não é trivial”, analisa o Diretor do Mercado Livre.

Integrando o CRM às redes sociais

Um desafio que as lojas virtuais têm pela frente é integrar os seus sistemas de CRM às redes sociais. Embora o social commerce ainda não tenha se massificado, a possibilidade de integrar a loja a plataformas como o Facebook ou permitir mecanismos de recomendação de acordo com o perfil, histórico e preferências de cada um contribui para customizar a experiência de compra e melhorar o relacionamento com cada público alvo.

Além disso, a integração permite que a visita a um e-commerce se transforme em algo que pode ser compartilhado e socializado, uma característica que atende principalmente aos anseios da nova geração de consumidores, que cresceu em contato direto com a internet e com a cultura do compartilhamento. “Para este grupo, apenas ter um site na web oferecendo produtos não quer dizer muita coisa. Isso é o básico. A dinâmica que eles esperam das empresas é totalmente diferente de quando o CRM ganhou força. Por isso é tão importante esta integração com as redes sociais. Isso permitirá às marcas conhecerem de fato cada um dos seus clientes”, explica Jorge Toledo, Diretor de Produtos de CRM da Oracle.

A união entre CRM e sites de relacionamento contribui para a fidelização. “As empresas estão com dificuldade em criar um relacionamento verdadeiro com seus consumidores. Elas começam a enviar uma série de e-mails diariamente e com isso não criam relevância para o cliente. A estratégia é criar relevância individualmente e reduzir a quantidade de mensagens que são enviadas para cada um. Temos que romper com os velhos paradigmas sobre como manter a base de dados fiel no ambiente digital”, avisa João Bernartt, CEO da Chaordic, empresa que oferece plataformas de customização do relacionamento para lojas virtuais como Saraiva, Compra Fácil e Ponto Frio, entre outros.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Segmentação: 5 dicas para criar negócios únicos

 

Então, se você pensa em empreender ou se está reavaliando seu negócio, o que fazer na prática? Veja minhas cinco sugestões

Marcelo Lombardo, Administradores.com,


Já parou para pensar no contexto em que, milênios atrás, um ancestral nosso começou a pintar cavernas? Penso que foi aí que nasceu o primeiro ser humano fora da curva. Afinal, o “normal” era caçar e não pintar. Podemos comparar o comportamento deste indivíduo com o de empreendedores capazes de cultivar a inovação e quebrar paradigmas.
A evolução permitiu ao ser humano o poder de empreender e buscar crescer em direções que antes eram impossíveis. O fato é que quanto mais ricos nos tornamos como espécie, menos “normais” acabamos sendo, pois temos oportunidade de fazermos mais e mais do que nos inspira.
Portanto, o processo de morte do “normal” é algo que vem acontecendo há muito tempo. Foi um longo caminho que percorremos entre a existência de um único modelo de automóvel até os dias de hoje, onde mais de cento e oitenta marcas de carros, cada uma com dezenas de modelos e cada modelo com dezenas de cores inundam o planeta. Temos cada vez mais escolhas personalizadas, e é por isso que vamos ao mercado e uma simples pasta de dente do mesmo fabricante pode ser encontrada em inúmeras versões.
Para colocar um pouquinho mais de tempero nesta história, a internet hoje é massivamente disseminada no mundo todo, em todas as classes sociais. Só no Brasil, são mais de 94 milhões de usuário ativos. O ritmo da falência do “normal” foi tremendamente acelerado pela rápida adoção do digital pelo consumidor.
Com a internet, cada um de nós pode dar vazão aos próprios gostos e preferências em termos de consumo e de comportamento com uma velocidade inesperadamente maior, e encontrar vários outros como nós mesmos mundo afora. O resultado disso é que temos cada vez mais coisas específicas para pequenos grupos de pessoas únicas. É a magia da segmentação.
O velho e bom “one size fits all” (expressão que significa “um modelo serve para todos”) já era, pelo simples motivo que hoje não existe um consumidor que queira ser tratado igual a outro. Consumidores querem uma experiência personalizada, e o maior erro que se pode cometer no planejamento de um negócio é tentar agradar a todos.
Então, se você pensa em empreender ou se está reavaliando seu negócio, o que fazer na prática? Veja minhas cinco sugestões:
1 - Reposicione-se. Não caia na armadilha de “sendo mais genérico eu atendo um público maior (o dito consumidor normal)”. Sendo generalista, a tendência é você atender de forma mediana ou parcial uma fatia do público que ainda tolera isso. Lembre-se que o consumidor “normal” está em extinção.
2 - Pense nos aspectos comerciais. Assim como existe um grupo de consumidores que curtem determinados recursos de um produto, existem aqueles que compram pela forma como ele é vendido. O que quero dizer é que a diferenciação pode estar na oferta comercial e não apenas no produto.
3 - Segmente sua atuação. Se está claro que você não atende a todo o mundo, quem você atende? Muitas vezes se faz confusão aqui. Segmentar é muito mais do que escolher um ramo de atividade como público alvo. Entram em questão critérios geográficos, psicográficos e até comportamentais.
4 - Faça tudo ao mesmo tempo. O ideal é que todas as frentes (produto, praça, preço e promoção) sejam diferenciadas ao mesmo tempo. Um produto inovador, para um público específico, ofertado de uma forma única. É disso que estamos falando!
5 - Use o marketing a seu favor. Marketing de massa virou um erro em si mesmo - ao menos para as pequenas empresas com recursos limitados para investir em divulgação. Se cada consumidor é único, a massa não é mais assim tão massa, e certamente boa parte do investimento (ou todo ele) será desperdiçado. Em suma, segmentando fica muito mais fácil descobrir onde está o seu cliente e dirigir seus esforços de forma mais eficiente.
Se você pensa em empreender, acreditem em mim: o mundo não precisa de mais gente medíocre fazendo coisas medianas para pessoas “normais”. Considere morto o “normal” e aproveite as grandes oportunidades que esse novo universo pode abrir. Viva a individualidade!
Marcelo Lombardo é sócio fundador da NWG Tech, e criador do Omiexperience, software de gestão para micro e pequenas empresas

O inusitado SAC da Viação Cometa

 

Social Media da Viação Cometa dá show na administração de crise. Já a diretoria... Bom humor, respeito ao cliente, pitadas ponderadas de ousadia e foco na solução revertem, o que poderia ter sido um problema, em admiração.

Nelson Gonçalves,


Nesses dias bicudos e tecnológicos, a velocidade e a destreza na resolução de um problema são vitais para a sobrevivência das empresas e para a manutenção de suas marcas – mesmo que elas já sejam muito admiradas. E foi isso que aconteceu nessa semana: um bom exemplo de administração do que poderia vir a ser, senão um problema, uma boa aporrinhação.

No domingo, 14/07, os visitantes e curtidores da fanpage da Viação Cometa S/A no Facebook se depararam com o seguinte post on.fb.me/13mkFMw, do publicitário, internauta e cliente, Hilário Júnior:

- Adorei ligar agora pra vocês e a atendente falar em alto e bom som:
“AI, QUERIA TANTO CHUPAR UMA ROLA!” Daí percebeu a “mancada” desligou na minha cara. RISOS! Melhor equipe de atendimento. RISOS!

Imagino, por observação, que a Viação Cometa S/A, não disponha de monitoramento das redes sociais nos fins de semana. Mas na segunda-feira, às 9h48, a social média postou um pedido de desculpas dirigido ao cliente - aberto para a rede - sugerindo que ele, se quisesse, fizesse contato “in box” para as providências cabíveis. Até aí nada de novo, qualquer empresa faz isso para se limpar de uma eventual lambança corporativa. O genial foi que, na sequência, a social média postou o seguinte: “a propósito, o episódio foi Hilário TUDUMM PISSSHIHHH” (sic) – se você souber o que significa isso, por favor, me informe! Rsrs.

Ao brincar com a situação e fazer o trocadilho com o nome do cliente, a social média quebrou o protocolo e neutralizou quaisquer investidas de internautas mais pudicos ou conservadores, porque o próprio cliente entrou na onda e replicou, na sua própria rede, o desdobramento. Mas o fato é que a estória “bombou” na página da Viação Cometa S/A. A social média foi interagindo com leveza, seriedade, um pouco de picardia e muito foco na dissipação do problema. O episódio acabou se transformando em um case de administração de crise na rede, com milhares de likes, compartilhamentos, comentários e cumprimentos à postura adotada pela empresa. Com tamanha repercussão, o fato foi parar no UOL http://ow.ly/n7U60 e certamente ainda tem fôlego pra muita discussão e análise.
Eu poderia parar por aqui. Já contei o ocorrido, dei o link da página onde o post que originou o caso foi publicado, o link da repercussão na imprensa e já fiz meu elogio para a empresa e à social média. Mas, a meu ver, tem um detalhe nessa estória que não dá liga. A postura da empresa no desdobramento do caso não combina com a agilidade e leveza da mediadora da fanpage.
Na terça-feira, prevendo a repercussão do fato e os ensinamentos que dele poderia tirar, resolvi aprofundar a análise e compartilhar as respostas que, eventualmente, eu obtivesse junto à empresa no fechamento do episódio. No tocante à atendente: ela seria demitida ou levaria apenas um pito, para aprender a reservar seus desejos para os momentos de folga? Gostaria de saber mais sobre a profissional (cismei que é uma mulher!) que, com seu talento e perspicácia, administrou o problema; queria saber o real impacto do ocorrido na rede (total de likes, compartilhamentos, comentários) e a avaliação da empresa sobre a atitude do cliente, que passou a defendê-la nos posts mais críticos, agindo como um mediador colaborativo, etc.
Mesmo tendo cobrado, por duas vezes, a empresa não me respondeu. Apenas a social média, agora, com bem menos agilidade, limitou-se a informar:“estou aguardando feedback da direção para saber se posso passar as informações para você. Assim que tiver retorno (ainda não tenho previsão) eu aviso”. Corroborando minha opinião quanto à postura da empresa, observei que o UOL, no dia 18/07, também não havia logrado êxito nem mesmo junto à assessoria de imprensa da mesma, que ignorou a demanda.
Agora estou a pensar com os meus botões: Não obstante a elogiável performance da social média, nesse episódio, será que a extrovertida atendente não estava apenas de SAC cheio?
Nelson Gonçalves é palestrante e jornalista