segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cinco mitos de inovação em comunicação

 

Fundamental para marcas que querem ganhar destaque, mudanças e estratégias de Marketing nem sempre devem ser tomadas com base em verdades absolutas criadas no Brasil

Por Isa Sousa, do Mundo do Marketing | 08/11/2012

isa@mundodomarketing.com.br

Coppead,Inovação,inovar,comunicação,TV,mídia,redes sociais,pesquisaA inovação é fundamental para que as marcas tenham destaque no mercado. Em um cenário brasileiro atual de transformações, onde os conteúdos direcionados ao consumidor podem ser gerados em múltiplos canais, é preciso estar atento aos mitos – verdadeiros ou não – que se apresentam. Enumerados na pesquisa “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, do Coppead, são eles: 1 - nada vai mudar no mercado brasileiro; 2 – a TV é a mãe do Brasil; 3 – audiência é igual à atenção; 4 – conteúdo é rei; 5 – sucesso nunca é demais.
A premissa de que tudo permanecerá imóvel e como sempre esteve falseia o primeiro mito. Apesar de a TV ter sido e continuar sendo, desde sua implantação no Brasil na década de 1950, o principal canal de comunicação entre público e marcas, outras mídias surgiram e o grau de engajamento e co-criação atualmente é muito maior. Segundo o estudo do Coppead, não haverá mudanças bruscas e definitivas, mas elas começam a acontecer.
Ainda assim, mesmo que as mídias sociais tenham ganhado um espaço maior no relacionamento entre as empresas e seu público-alvo, existe lentidão. “O Brasil tem uma situação única no mundo. Temos uma audiência de Super Bowl diariamente em nossas novelas e as marcas ainda conseguem uma abertura grande trabalhando especificamente com essa mídia. Por outro lado, o cenário de inovação tem diversas possibilidades e múltiplos futuros. O que percebemos é que haverá um investimento cada vez maior em mídia própria e mídia espontânea e pessoas cada vez mais jovens assumindo cargos de liderança e mudando todos os formatos antes tradicionais”, indica a pesquisadora Paula Chimanti.
Coppead,Inovação,inovar,comunicação,TV,mídia,redes sociais,pesquisaO Brasil no alvo
A revolução digital que o país passou e os números de usuários brasileiros nas redes sociais ainda não foram suficientes para derrubar a verdade do segundo mito da inovação: “A TV é a mãe do Brasil”. Boa parte da importância e da permanência acentuada de ações das marcas por meio dos televisores se explica pela inserção do aparelho em 99% dos lares brasileiros e de sua penetração forte em diversas regiões, ainda que com diferenças marcantes entre si.
Outro fator prioritário é a conveniência do canal. “Geralmente escutamos a frase de que a TV é a mídia mãe do Brasil acompanhada de um ‘ainda’. Não sabemos quanto tempo vai durar, mas trabalhamos com análises de cenários e, nesse ponto, surgem a internet e os celulares, que estão crescendo e sendo bem avaliados. Porém, a televisão é mais conveniente e entrega uma quantidade maior de conteúdo, junto com entretenimento e uma imagem mais trabalhada diante de seus consumidores”, indica Paula.
Mídias tradicionais x mídias digitais
Mais do que medir qual o número de leitores e assinantes de um jornal ou quantos estão com a televisão ligada em determinado canal, o mundo digital, incluindo as mídias sociais e as plataformas mobile, revolucionaram a forma que as empresas podem e devem falar com seu público-alvo. Diferente dos formatos tradicionais de mídia, hoje a internet permite ir além da simples aferição da efetividade das ações, levando os grupos a entenderem o potencial de interação do consumidor.
Nesse cenário, o terceiro mito, audiência é igual atenção, encontra seu problema na intersecção entre modelos tradicionais e digitais e se mostra falso. “Na internet eu consigo de fato saber onde o usuário está colocando sua atenção. Um modelo de negócios do Google, por exemplo, cobra o anúncio da empresa só se houver o click. Existe então um deslocamento dos formatos antes usados para outros onde existe o engajamento. A união deles é o grande desafio porque, no final das contas, a empresa quer vender”, avalia Paula Chimenti, responsável pelo tema “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, apresentada durante o 4º Encontro Internacional Coppead de Comportamento do Consumidor.
Coppead,Inovação,inovar,comunicação,TV,mídia,redes sociais,pesquisaAparecer nem sempre é bom
Facebook, Twitter, blog, portal, ações em pontos de venda, televisão, jornal, rádio: não importa se são todas de uma vez ou uma pequena seleção, toda empresa deseja aparecer e estar entre os assuntos mais comentados – e de forma positiva – nas mídias. A saga pela prioridade do consumidor, no entanto, pode ser um tiro no pé e levar ao quarto mito que não é verdadeiro: “Conteúdo é Rei”.
A lição, de acordo pesquisa “Inovação e o Ecossistema de Mídia”, não é quantidade e sim qualidade. “Sim, o conteúdo continua sendo uma base importante, mas não é suficiente e não ganha o jogo sozinho. É preciso que haja conveniência, imagem, comunicação e relevância no que se aborda. O consumidor não quer apenas saber o melhor filme para assistir, ele quer um lugar no celular onde ele possa clicar, receber um ingresso e ir para o cinema sem se preocupar com mais nada”, diz Paula.
Outro erro comum dos grupos é acreditar que o importante é aquilo que eles definirem em suas estratégias de Marketing. “Qualidade de conteúdo é muito questionável. Não é o que a empresa acha que é bom, é o que o consumidor percebe como relevante. Existem empresas como o Netflix ou o iTunes que são grandes plataformas e não produzem conteúdos. O case de sucesso é no sentido de serem agregadoras e organizadoras de acervos relevantes para os usuários”, completa a pesquisadora.
O último mito, sucesso nunca é demais, se torna, portanto, complemento do quarto mito. A falsa premissa indica que em um cenário onde as redes sociais têm aparecido cada vez mais e que o futuro da TV ainda é incerto, grupos que se tornaram grandes no passado não necessariamente continuarão da mesma forma em novos cenários onde a instabilidade comanda o futuro.
A inovação, nesse caso, pode vir de onde menos se espera. “Sempre que existe uma tecnologia que rompe e realmente muda as coisas, criam novos modelos de negócio ou novos mercados, geralmente são as menores empresas que lideram o processo de inovação. Grupos que não faziam parte daquele nicho, daquela cadeia de valor, mas abriram os olhos. As grandes empresas ainda continuam reticentes e esse cenário já ocorreu com a música, com a indústria editoral norte-americana e continuará acontecendo. A pergunta não tem que ser ‘por que mudar?’, mas sim ‘por que não mudar?’”, define Paula Chimanti.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Conheça suas armas: Matriz de mídias para marketing de conteúdo [Infográfico]


Postado em 1 de novembro de 2012 por Camilla Slotfeldt

O marketing de conteúdo é cada vez mais falado na internet, e aqui no blog da LUZ já falamos de várias estratégias para fazer a marca da sua empresa ficar mais conhecida online e trazer novos clientes.
Mas mais do que isso, o que vemos hoje, em números, é que o conteúdo vem se tornando uma espécie de moeda da internet. É algo que criamos e trocamos pela atenção dos nossos consumidores. Como disse em uma ótima frase o estrategista de conteúdo global da Intel, Bryan Rhoads:
“A web hoje é um ciclo 24/7 sem fim, alimentado por conteúdo e atividades sociais. Nesse ciclo, as marcas estão percebendo que o conteúdo é a moeda de troca…”
E o valor dessa troca aumenta quando esse conteúdo é compartilhado por outras pessoas que não nós mesmos: gerando inspiração, desentendimento e discussão de maneira geral. O trabalho do marketing de conteúdo é criar algo que as pessoas desejem compartilhar – como isso vai ser compartilhado já é outra história.
Por isso fizemos um infográfico baseado no post do copyblogger para ilustrar os diferentes tipos de conteúdo que podem ser criados para a internet, e que são compartilhados diariamente por milhões de usuários. Fizemos uma matriz que compara os diferentes tipos de mídia de acordo com o que dá mais ou menos trabalho para produzir, e que exige maior ou menor atenção do consumidor. Esperamos que ele possa te ajudar a ter uma visão maior de todas as opções disponíveis e a escolher qual pode ser a melhor opção para o seu público e sua marca! E aí, quais serão as suas armas na internet?
Se gostar do infográfico, pode compartilhá-lo usando o código HTML no fim do post. :)

Use esse código HTML para inserir o infográfico no seu blog ou website:

Avon inova e lança aplicativo para Ipad

 

Publicado por
 
A Avon inova e disponibiliza um aplicativo para Ipad e permitirá a compra de seus produtos via mobile. O objetivo do canal é ampliar a experiência dos consumidores com a marca por meio de tutoriais, ferramentas, informações sobre cada linha e vídeos. A empresa especializada em venda direta oferece o app gratuitamente na Apple Store e o considera uma evolução do seu tradicional catálogo.
 
 
Com isso, a Avon pretende ampliar a atuação de seus 6,4 milhões de revendedores no ambiente virtual, facilitando o relacionamento com os clientes, que também podem usar a plataforma. Porém, ao fazer um pedido, este será remetido para o representante mais próximo do consumidor, para que este profissional dê prosseguimento à venda.
Inovar é preciso! E a Avon dá um passo importante em sua presença nos dispositivos móveis.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Webempreendedorismo: novo modelo de negócios

 

Criar um negócio na era digital é sentir-se inserido em um novo mundo, no qual você é o que você compartilha


O momento econômico pede o empreendedorismo. O mundo pede a inovação. Sai a classe média de carteira assinada e entram os revolucionários empreendedores. Criar um negócio na era digital é sentir-se inserido em um novo mundo, no qual você é o que você compartilha. O conceito de modernidade foi cunhado no século passado, mas acabou a era do ter. Esta é a era do ser.
Vivemos o tempo da "dissonância cognitiva", ou seja, ninguém sabe as regras, ninguém foi ensinado. Por que não empreender? Por que não experimentar? Ouse, arrisque, experimente. Muitos erros acontecerão, erraremos mais e mais. Será empírico, mas aprenderemos como fizeram tantos "gênios digitais". A pergunta é como aprendemos com o erro das gigantes e dos profissionais que venceram? O que de bom eles fizeram para conter a ira das pessoas? Temos muito a aprender, e que bom que não existe receita de bolo. E que bom que há gente saindo para se molhar na chuva.
Empreender é o melhor remédio para a depressão e para o vazio existencial. Vivemos uma abertura sem precedentes para novas ideias, novas abordagens e novos negócios. Lá vem você com a pergunta simplista: "E onde arranjo tempo?". Sim, o tempo linear acabou. Esqueça o relógio e foque nas ações e no objetivo final. Sei que você tem dúvidas e medos: "E a bolsa de estudos que eu ganhei da empresa?"; "E a prestação do carro?". Então, faça como milhares de pessoas: separe duas horas por dia, sacrifique um pouco seu lazer e seu tempo diante da televisão e vá empreender na era digital.
Imagem: Shutterstock

Um grande amigo escreveu em seu blog uma vez que os concorrentes no mundo do empreendedorismo digital são os programas de trainees, os donos de bares e os vendedores de drogas. São eles que tiram os corações e as mentes de jovens que poderiam criar novas empresas.
É hora de reagir. Não tenha medo de demitir da sua vida os chefes que gritam e de renunciar aos trabalhos chatos. Olhe à sua volta e perceba o olhar dos empreendedores. Repare nas perguntas questionadoras e inventivas dos curiosos. Os novos poetas do "mundo.com" estão deixando uma marca digital, quebrando o silêncio e começando uma revolução.
São milhares de empreendedores em todo o Brasil, inquietos, que trocam empregos pelo sonho de fazer seu negócio. São executivos que trabalham à noite e na madrugada para montar a própria empresa. Essa revolução não usa armas, mas mentes inventivas. Um Brasil inventivo já nasceu. Já existe um Brasil empreendedor, digital, vanguardista e ético. Pessoas estão criando novos negócios e novas formas de pensar na economia criativa e no webempreendedorismo. Precisamos valorizar o que nosso país tem de bom, principalmente as boas ideias.

Faculdades criam estratégias para acompanhar velocidade do mercado

 

Instituições de ensino de graduação e pós-graduação em Marketing desenvolvem soluções para oferecer aos seus estudantes assuntos sempre atualizados

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing | 30/10/2012

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

Universidades,Anhembi,ESPM,BSP,Estácio,MarketingEscolas e faculdades de Marketing precisam acompanhar o mercado constantemente para se manterem na dianteira. Na contramão do ensino tradicional, os assuntos que são tratados em Marketing partem do meio profissional para o acadêmico, exigindo que professores e instituições de ensino lancem mão de estratégias alternativas para se seus cursos estejam atualizados. A agilidade com que conceitos surgem obriga as instituições de ensino a fazerem revisões curriculares e disciplinares frequentes.
Escolas como a Universidade Estácio de Sá, Universidade Anhembi Morumbi, Business School - BSP e Escola Superior de Propaganda e Marketing mantêm conselhos que avaliam periodicamente as disciplinas e estruturas curriculares tanto dos cursos de graduação quanto nos de pós para analisar a sua adequação com o mercado. O objetivo é oferecer um ensino que traga assuntos atuais que estão sendo discutidos e utilizados pelas empresas e profissionais do setor.
Para garantir que seus cursos em Marketing estejam em conformidade com as exigências profissionais, a Universidade Estácio de Sá montou o que chama de Sistema de Gestão do Conhecimento. Trata-se de um grupo que conta com a participação de professores e profissionais de diferentes áreas que analisam as disciplinas e a grade curricular.
Velocidade de Informação
O maior desafio é garantir que o conteúdo ministrado aos alunos dentro das salas de aula esteja afinado com o que é praticado nas empresas. “O que vemos hoje é uma área que muda com uma velocidade muito grande no mundo digital. Todos os dias vemos um conceito novo e acompanhar tudo isso é o nosso maior desafio. Temos que estar cientes dessas mudanças, passá-las para nossos alunos e ir articulando até o final”, explica o professor Décio Moraes, Coordenador Nacional de Marketing da Universidade Estácio de Sá.
Uma das estratégias encontradas pela instituição foi a integração entre os profissionais atuantes dentro das empresas e os estudantes para que eles possam trocar experiências. Ao longo do curso são promovidas diferentes atividades extracurriculares para que os alunos possam ter contato com esses profissionais.
Já na Universidade Anhembi Morumbi, uma das saídas para acompanhar um mercado tão mutável foi dar flexibilidade aos professores, que possuem um certo grau de independência para aplicarem mudanças nas cadeiras em que lecionam. Esta mobilidade, chamada de Aprendizagem Ativa, faz com que os profissionais levem para as salas de aula questões do cotidiano, que são debatidas entre os alunos e fundamentadas na teoria. Ao final de cada aula é aplicado um teste para avaliar se o assunto foi compreendido.
Isso faz com que o que é ensinado esteja sempre atualizado, já que os conceitos básicos do Marketing permanecem os mesmos, embora as estratégias mudem. “O Marketing é uma disciplina diferente das outras. Primeiro os assuntos surgem no mercado para depois chegarem na academia. É diferente de uma ciência exata, por exemplo, onde a questão surge dentro de um laboratório, vai para o livro, e depois para as escolas. Esse dinamismo faz com que tenhamos que estar sempre muito atentos para formar profissionais extremamente atualizados”, comenta Sérgio Luis Ignácio de Oliveira, professor no curso de Graduação em Marketing da Universidade Anhembi Morumbi
Universidades,Anhembi,ESPM,BSP,Estácio,MarketingComissão de professores
A formação de uma comissão de professores e profissionais foi a estratégia encontrada pela Business School SP- BSP para manter seu ensino sempre atualizado com as exigências do mercado. Anualmente os currículos das disciplinas são revisados para avaliar a necessidade de ajustes. A instituição também conta com as sugestões de alunos e busca pelos assuntos que estão em alta nas redes sociais.
Para ajudar neste processo, a escola busca parcerias com empresas e mantém um diálogo constante com ex-alunos, que ajudam a trazer para o mundo acadêmico as novidades. “Nossos alunos são muito antenados e ajudam trazendo as novidades para as salas de aula. Quase que anualmente fazemos mudanças curriculares. Uma das últimas incluiu disciplinas que fazem parte do Marketing atual e que não existiam como Sustentabilidade, Marketing Social e Branding”, diz a Marcia Auriani, Coordenadora Geral de Pós-Graduação Lato Sensu/Master, da BSP - Business School São Paulo.
A liberdade para que os próprios professores proponham os conteúdos e mudanças nas disciplinas também é uma estratégia praticada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM. A instituição atua com um corpo docente formado principalmente por profissionais atuantes no mercado que sugerem ajustes curriculares ou a inserção de novas disciplinas.
Para garantir que os assuntos que são passados aos alunos estejam sempre atualizados, os professores procuram levar para as salas de aula assuntos que estão em alta no cotidiano. “Tanto a graduação quanto a pós-graduação são focadas no mercado. Periodicamente os currículos são reavaliados e hoje, por exemplo, já incluem disciplinas que não tínhamos antes como Marketing de nichos e Trade Marketing. A pós-graduação nos dá uma maior flexibilidade de ação, o que significa que a cada dois anos pelo menos podemos fazer mudanças. Nos cursos de graduação isso não é tão simples”, conta Marcos Bedendo, Professor de Gestão de Marcas e Marketing Estratégico dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação da ESPM.
Cursos Procurados
As mudanças no mercado vêm fazendo crescer a procura por alguns cursos de pós-graduação e tecnológicos específicos. O Marketing Digital continua sendo uma das áreas mais buscadas pelos profissionais que procuram por uma especialização. Outra carreira em alta é a de Trade Marketing que, apesar de não ser tão recente, continua entre as mais procuradas nas instituições de ensino superior. A área antes só contava com cursos de pós-graduação e foi transformada em graduação tecnológica em diversas instituições.
Outra área que vem provocando uma corrida às escolas é o Marketing Esportivo, por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eventos realizados no Brasil. “Acredito que essa será uma boa oportunidade de termos daqui para a frente profissionais bem preparados para atuarem nesta área. Hoje temos muita gente trabalhando com o Marketing Esportivo, porém, boa parte sem a formação específica. Creio que esta será uma oportunidade de sedimentar esta área”, comenta Prof. Sérgio Luis Ignácio de Oliveira da Universidade Anhembi Morumbi.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bombril investe R$ 70 milhões em Marketing para se atualizar

 

Após sua quase falência, companhia dobra o portfólio em dois anos e se adapta à nova mulher brasileira da classe média para alcançar a liderança no mercado

Por Isa Sousa, do Mundo do Marketing | 29/10/2012

isa@mundodomarketing.com.br

Bombril,reposicionamento,portfólio,produtos,mulheres evoluídasO protagonismo alcançado pelas mulheres de forma definitiva no mercado de trabalho foi o pontapé inicial para a Bombril entender que era o momento de mudar. Com 64 anos de dedicação quase exclusivos a um target mais velho, formado em sua base por donas de casa, a marca se reposicionou e rejuvenesceu, focando em mulheres entre 20 e 30 anos da nova classe média. A empresa também ampliou o seu portfólio de produtos, buscando a liderança em novas categorias.
A iniciativa só foi possível graças a um investimento pesado em estratégias de Marketing. Em 2011, foram aplicados R$ 70 milhões para ampliar a visibilidade. A compreensão de quem é e o que quer a nova consumidora da marca ajudou na elaboração de futuras ações. Boa parte delas é pensada para as redes sociais. “Esse target tem reflexo direto nas nossas iniciativas, na construção do que será veiculado nas redes sociais, na TV aberta. A mulher tem vida ativa e é um grande desafio dialogar com ela”, explica Marcos Scaldelai, Diretor Comercial e de Marketing e P&D da Bombril, em entrevista ao Mundo do Marketing.
O reposicionamento começou a ser comunicado por meio da ação Mulheres Evoluídas, protagonizada pelas atrizes Dani Calabresa, Marisa Orth e Monica Iozzi. Com o mote “Os produtos que evoluíram com as mulheres” a ideia é exatamente dialogar com uma mulher moderna, que busca conhecimento e se tornou mais exigente.
Bombril,reposicionamento,portfólio,produtos,mulheres evoluídasUm dos resultados é que o alcance dos produtos, com um target de até 29 anos, saltou de 65,8% em 2010 para 71,9% no último ano. A ação também foi reforçada com uma revista eletrônica homônima neste ano. “Mudamos todas as formas de falar com nossas consumidoras. Hoje essa mulher exige informação atual e rápida, é bastante conectada à internet. Ela não quer mais ouvir que um produto ‘lava mais branco’ ou que ‘tira mancha’. Ela quer saber sobre sua realidade e por isso o investimento é alto nesse tipo de comunicação”, explica Marcos Scaldelai.
Portfólio ampliado para novas categorias
A ampliação do portfólio também foi estratégica para a Bombril rejuvenescer, entrando em categorias mais modernas, antes impensáveis para o grupo. Em 2010 a empresa contava com 250 itens e, até o fim deste ano, o número chegará a 500. Para 2013 o objetivo é lançar de 25 a 30 produtos e continuar nessa mesma perspectiva para os próximos anos.
Entre os itens, alguns são novidades no mercado nacional varejista. A linha Pratice, por exemplo, possui limpador específico para telas LCD e Led, ou ainda um limpador para micro-ondas, com tecnologia antiodor para inibir o cheiro de alimentos aquecidos no eletrodoméstico. Até o fim do ano a marca também começa a concorrer na categoria de sapólio, que foi criado depois de pedido das consumidoras que desejam um limpa-quintal que não fizesse tanta espuma como o detergente em pó.
A ideia é que a consumidora entenda que a marca mudou e se adaptou a um novo momento. “A grande estratégia da Bombril é comunicar a evolução dos produtos com a evolução das mulheres brasileiras. Hoje começamos um processo de comunicação desses lançamentos. Estamos atualmente com oito ações no ar, por meio de quadros em diversas emissoras, que focam exatamente nesses novos produtos. Para o próximo ano teremos ações separadas”, afirma Diretor Comercial e de Marketing e P&D.
Outra estratégia da Bombril para ganhar mercado está na ampliação da distribuição de produtos para o Norte e Nordeste. No início dos anos 2000, a empresa perdeu a liderança nas regiões para a Assolan, até então do grupo Hypermarcas e vendida no ano passado por R$ 125 milhões a Química Amparo. Aproveitando a fragilidade da concorrência, a companhia criou o programa Arrastão, que levou a um aumento de 40% em número de distribuidores. Dados do Kantar WorldPanel indicam que a marca saiu de uma participação de 39% no mercado do Norte e Nordeste para 42,5% em 2011.
Bombril,reposicionamento,portfólio,produtos,mulheres evoluídasNome forte
Com uma ampliação tão ousada em seu portfólio e mesmo em um curto espaço de tempo, a Bombril conseguiu se estabilizar em algumas categorias e alcançar a liderança de outras. Os destaques, segundo o grupo, vão para o desentupidor de pia e ralo, que ultrapassou o até então líder absoluto Diabo Verde, e os alvejantes, já com o segundo lugar. “Sem dúvida, o sucesso da Bombril é pela força de marca que ela tem”, define Scaldelai.
Além da força, é fundamental avaliar as potencialidades do mercado e a absorção do consumidor, principal ator na hora de qualquer tomada de decisão. “Os consumidores não são eternos, mas a marca pode ser. O branding é um trabalho de continuidade. É dever da empresa contar uma história que nunca pode terminar. No caso da Bombril, a primeira coisa que os profissionais de Marketing associam é à limpeza, mas é necessário entender e se adequar a linguagem do público. A forma como a mulher vê a limpeza mudou, portanto é preciso mudar. Só as empresas mais espertas conseguiram olhar e trazer novos produtos”, avalia Ana Luisa Negreiros Diretora Sócia do Grupo Troiano de Branding, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Do ponto de vista econômico, a iniciativa da Bombril também deve representar bons resultados para 2012. Após um período de quase falência, quando em 2006 estava com uma dívida de R$ 800 milhões, o grupo expandiu o faturamento em 7% em 2011, chegando a R$ 1, 16 bilhão. Para este ano, a expectativa é uma alta de 14%. “A Bombril vem crescendo mais que o setor e a meta é que nosso crescimento continue sendo de dois dígitos para os próximos anos”, pontua Marcos Scaldelai.