segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Spoleto: um show de estratégia nas mídias sociais

 

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Mais uma vez o Spoleto, rede de restaurante que é amada e odiada por muitos, é satirizada por um vídeo na internet. A brincadeira entrou no canal do Youtube no dia 13 de agosto de 2012 e já recebeu mais de um milhão de visualizações.
 
Assista ao vídeo postado:

Analisando a repercussão do filme, a equipe de marketing do Spoleto chamou os mesmos atores para interpretar um novo vídeo em resposta ao primeiro.
Assista o segundo vídeo:

Com o segundo vídeo eles conseguiram reverter o que de início poderia ter sido negativo. Isso que é estratégia! Usaram um viral a seu favor. O vídeo postado no dia 29 de agosto de 2012 conta com mais de 700 mil visualizações. A grande sacada acontece no final do vídeo, quando a marca pede desculpas e deixa seu contato para os próprios clientes relatarem se foram ou não mal atendidos em uma de suas lojas.
O que você achou da estratégia do Spoleto?

4 lições que as grandes empresas precisam aprender com as feiras livres

Apesar de todas as tecnologias e métodos modernos que grandes companhias oferecem, os consumidores se sentem mais realizados nos tradicionais mercados. Entenda por quê


Em meio à explosão do comércio online, aplicativos que comparam preços através de fotos, tecnologias de pagamento via celular, códigos QR e etiquetas de identificação via rádio frequência, surpreendem os resultados do estudo conduzido pela empresa de pesquisa SAX, a qual aponta as feiras livres como os locais que oferecem as experiências de consumo mais satisfatórias.
Segundo os entrevistados, as feiras apresentam atendimento personalizado, são democráticas, tolerantes e pouco burocráticas, além de não apresentarem problemas operacionais. Em épocas de call centers e 0800, os velhos bordões: o sistema caiu, está lento ou precisa ser reinicializado mais se parecem desculpas velhas e esfarrapadas. Como era de se esperar, bancos e empresas de telefonia tiveram os piores índices. Basta consultar os rankings dos procons ou sites de reclamações.
Como a grande maioria dos moradores das capitais, assumo que há tempos deixei de frequentá-las, trocando-as por sacolões ou supermercados. Para escrever este artigo, visitei uma feira que costumava ir com meu pai quando criança, o que fazia em troca de um grande pastel e um bom caldo de cana, ajudando-o a carregar as pesadas sacolas. Como já era de se esperar acabei indo sozinho, apesar dos insistentes convites a minha filha, cujo apetite não se comoveu com minha calórica oferta.
Imagem: Thinkstock

Comecei pelo mesmo caminho: barracas de roupas, consertos de panelas, salgadinhos e laticínios, verduras e legumes, tomates, frutas, cebolas, batatas, carnes, frangos, peixes e enfim as famigeradas bancas de pastel e caldo de cana, apinhadas às nove horas da manhã. A não ser algumas novidades, tais como produtos eletrônicos, CDs e DVDs piratas, quase tudo permanecia do mesmo jeito. Com uma lista na mão e muita disposição fui às compras.
Seguem as lições colhidas em campo, confirmadas pela pesquisa.

Atendimento personalizado

Apesar de não ser um cliente frequente, vulgo freguês, fui muito bem atendido em todas as bancas, em especial as de frutas, onde pude experimentar de jabuticabas às laranjas, passando por melões e abacaxis. Para um leigo como eu, poder levar para casa frutas doces e sem risco de estarem passadas ou muito verdes, foi uma grande conquista. Apesar do preço um pouco mais elevado, o aproveitamento, as degustações e o atendimento cortês valeram a pena.

Democráticas e tolerantes

Creio que Michael Porter não conhecia este espaço quando desenvolveu a teoria das estratégias genéricas, através da qual as empresas devem optar entre custo ou diferenciação. Na feira, estas estratégias migram conforme o horário. Senhoras distintas em carros importados e motoristas logo nas primeiras horas da manhã, e pessoas mais simples na hora da Xepa. Os mais antigos talvez se lembrem de Yara Cortes interpretando o papel de uma feirante em novela de Gilberto Braga no final dos anos setenta.

Pouco burocráticas

Não me faz falta o som característico da leitura dos códigos de barras, assim como as perguntas padrões: faltou algum produto? É com ou sem CPF? - repetidas durante todo o dia por funcionárias cuja identificação se dá apenas pelo nome do crachá. O fechamento da venda na feira é uma etapa a parte. Com a caneta que se acomoda na orelha e um pedaço de papel improvisado em uma prancheta, os valores são anotados e somados, sempre se arredondando em favor do consumidor, cuja sensação de ter feito um bom negócio é invariável.

Problemas operacionais

Quem nunca se sentiu um verdadeiro idiota, aguardando na fila ou na linha, até que o sistema voltasse a funcionar? Em geral temperamentais, não raro costumam gerar problemas nos horários de maior movimento. Totalmente dependentes da tecnologia, varejistas e comerciantes perdem vendas por não poder registrá-las. Felizmente, abobrinhas, bananas e alfaces são abobrinhas, bananas e alfaces na feira, não códigos de barras.
Não obstante as limitações em transpor os exemplos da feira livre e do armazém de bairro, as redes de hipermercados, eletroeletrônicos e franquias, tornar o atendimento mais gentil, flexível, democrático e tolerante são ações que se podem colocar em prática, tornando a vida dos consumidores mais fácil e descontraída.
Apesar da experiência positiva, não acredito que vá mudar meus hábitos de compra devido ao estilo de vida corrido que levo. Porém, colocarei como um hábito esporádico frequentá-las, lembrando-me dos bons tempos nos quais éramos tratados pelo nome, por comerciantes que conheciam a fundo seus produtos, fregueses e a arte de encantá-los.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Gina Indelicada é um bom exemplo para as marcas?

 

Página criada no Facebook possui quase dois milhões de seguidores, números dignos de grandes marcas. Apesar da visibilidade, especialistas alertam para o risco desse posicionamento

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing | 29/08/2012

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

Gina Indelicada,Luíza,Facebook,ActiviaUma marca icônica para as famílias brasileiras e uma ideia irreverente na cabeça. Assim nasceu a Gina Indelicada no Facebook. Criada há menos de um mês, a página já conta com quase dois milhões de seguidores, números dignos de grandes companhias. A empresa Rela Gina, proprietária da marca de palitos, vem estudando uma parceria com o criador do perfil, o estudante de publicidade Rick Lopes. Apesar da repercussão, especialistas atentam para o risco deste tipo de interação nas redes sociais.

O sucesso da página acabou empurrando a fabricante de palitos para as redes sociais. A marca até então esquecida pelos brasileiros precisou estudar uma negociação de parceria para administrar a visibilidade instantânea. Os números de seguidores estão equiparados a fan pages como a do Guaraná Antárctica, Heineken, Nestlé e Coca-Cola Zero.

Apesar de considerarem uma possível parceria entre o estudante e a Rela Gina como uma excelente oportunidade para gerar interação na internet, especialistas chamam a atenção para a linha tênue que divide o humor do tom ácido utilizado nas respostas do perfil e o que pode ser considerado ofensa pelos internautas.

Estilo alinhado à marca
O estilo utilizado na linguagem deve estar alinhado ao DNA da marca e precisa ser bem analisado antes de se pensar em parcerias utilizando o conteúdo produzido pelos internautas nas redes sociais. “Apesar de gerar uma excelente visibilidade, é preciso observar até que ponto o que está sendo colocado não fere a imagem e avaliar os riscos. Em alguns casos, o que é criado pelos consumidores é tão bem feito que acaba gerando um grande awarness de marca e, aí sim, deve ser aproveitado”, explica o CEO da E-Life Alessandro Barbosa em entrevista ao Mundo do Marketing.

A espontaneidade do ambiente social permite a criação de sucessos instantâneos, já que os internautas buscam a diversão e a irreverência. O sucesso de Gina Indelicada está ligado à própria marca, que há mais de 60 anos se apresenta da mesma forma e não conta com uma interação com os consumidores. A única ação desenvolvida pela Rela Gina no ambiente digital é o website, que apresenta apenas informações sobre a empresa e seus processos produtivos.
Marcas obrigadas às parcerias

Muitas vezes o sucesso dos conteúdos produzidos por terceiros acaba obrigando as marcas a seguirem o mesmo caminho. “É uma situação que acaba levando a empresa para a parceria. Neste caso, fazer algo contra acabaria gerando uma antipatia, já que a personagem caiu no gosto das pessoas. A marca pode sim usar o perfil como uma forma de Marketing, mas usar este tipo de posicionamento é arriscado”, diz Renato Abdo, especialista em Social Media e CEO da Sneezy.

As marcas podem criar ações semelhantes, mas devem estar focadas com a sua linha de posicionamento. A irreverência pode ser utilizada por empresas voltadas para o público jovem ou cuja imagem permita a utilização deste tipo de linguagem. “Isso funciona muito bem vindo do consumidor, mas não funciona de forma tão interessante quando parte diretamente das marcas. Não é tão natural. É importante que, caso se opte por este tipo de posicionamento, ele esteja totalmente ligado ao estilo da marca”, afirma Abdo.

Um exemplo de ação que perdeu a naturalidade quando relacionada a uma empresa foi a série de vídeos “Perdi meu amor na balada”, lançada pela Nokia. A ideia, que no início foi bem vista pelos internautas, que chegavam a torcer para que os dois personagens se encontrassem, acabou repercutindo mal para a empresa quando foi revelado tratar-se de um viral. Muitos consumidores não gostaram da iniciativa e criticaram a marca nas redes sociais.
O resultado mostra que o público prefere aquilo que é gerado de forma espontânea pelas pessoas. “É preciso cuidado por que, se a situação não for bem conduzida, pode acabar tendo um efeito contrário. Dependendo da situação, o conteúdo pode levar atributos ruins”, conta Renato Abdo.

Gina Indelicada,Luíza,Facebook,ActiviaBrincadeiras são comuns
A utilização das marcas para brincadeiras no ambiente social não é algo incomum. Activia, Johnnie Walker e Mastercard já enfrentaram esse tipo de situação e usaram as ações de forma bem humorada. “As marcas precisam saber lidar com isso, porque o embate pode acabar negativando a imagem. O posicionamento deve ser feito apenas em algumas situações, nos quais os valores são feridos”, explica Pedro Ivo Resende, Diretor-Executivo da Riot, em entrevista ao portal.

Seguir as tendências criadas pelos internautas é um caminho que pode ser usado pelas empresas, no entanto, não é algo fácil, já que, geralmente, tratam-se de modismos passageiros. “São sucessos imprevisíveis e muito rápidos. Esse tom ácido usado por Gina Indelicada pode ser seguido, mas implica em muitos riscos”, afirma Resende.

O ponto positivo de Gina Indelicada, além do humor, foi a capacidade de produzir visibilidade para a Rela Gina que, apesar de estar presente em boa parte dos lares brasileiros, quase não era notada. Mesmo gerando presença nas redes sociais, o posicionamento não agrega quando o assunto é construção de marca.

Valor para a marca
O boca a boca digital chama a atenção, mas não traz valor. “Usar o Facebook como construção de marca não traz benefícios. Usar apenas a graça pela graça não contribui. Pode-se sim pegar carona nesse posicionamento, mas o benefício maior é para o criador de Gina Indelicada, não para a empresa. O único benefício é o fato de ser uma marca que estava esquecida e agora é conhecida por todos. Isso só aumenta a lembrança, porém, sem levar nenhum benefício”, pondera Marcos Machado, Sócio-diretor da Top Brands, ao Mundo do Marketing.

Em uma sociedade onde se pratica cada vez mais o chamado Open Brand, onde as marcas deixam de pertencer às empresas para fazerem parte do que é produzido pelo consumidor, o melhor caminho é sempre investir na parceria para tirar o melhor proveito da situação. Evitar atacar diretamente o internauta é a melhor opção. “A situação é inevitável. O importante é que a marca analise se aquilo vai contra o seu DNA antes de agir, mas atacar nunca é o melhor caminho. Vejo sim a possibilidade de uma marca desenvolver uma ação como essa, mas não é algo fácil. Apesar de não parecer, o Marketing no Brasil ainda é conservador e tem medo de arriscar”, conta Marcelo Trípoli, CEO da iThink, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Apesar de não verem ganhos em termos de construção de marca para a Rela Gina a partir da Gina Indelicada, executivos de Marketing acreditam que a associação pode resultar em maiores vendas para a empresa por conta da visibilidade dada à personagem, mas não enxergam vantagens concretas em termos de branding.

Gina Indelicada,Luíza,Facebook,ActiviaSucesso passageiro
O sucesso da ação no Facebook pode ser passageiro, como no caso da “Luísa, que está no Canadá”. O bordão ganhou destaque na mídia, resultou em parceria entre a estudante e o Magazine Luiza, no entanto, não foi longe e acabou esquecido pelo público. Para analisar a repercussão de Gina Indelicada, a empresa eCRM 123 elaborou uma pesquisa nas redes sociais e concluiu que a personagem desperta sentimentos antagônicos de amor e ódio: 45% dos internautas consideram a ação positiva, 18% acham negativo, enquanto 37% se mantêm neutros diante do fato.

Ações desse tipo geram visibilidade, porém, sem engajamento. “Popularidade não significa engajamento. A utilização desse tom é algo complicado para a marca e pode resultar em prejuízos. As redes sociais são espaços sensíveis e que precisam ser trabalhados com cuidado. É necessária uma análise cuidadosa e coerente antes de se fazer uma ação dessas, porque utilizar esse tipo de posicionamento é muito arriscado”, alerta José Jarbas Pereira Jr, Diretor da eCRM 123, ao Mundo do Marketing.

Uma aula de Administração com Gina Indelicada

 

Fenômeno na internet nos ensina a enxergar a administração além do óbvio


"Gina, me disseram que você tá falida, porque ninguém mais compra palitos, pois todos preferem fio dental...", comenta um usuário do Facebook. "É? Você come petiscos com fio dental? Deve ser legal brincar de laçar as fritas, né?", responde a personagem que atende pela alcunha de Gina Indelicada, identificada com o rosto da modelo Zofia Burk, aquela que virou sinônimo da marca de palitos Gina.
Com tiradas sarcásticas como essa, a fan page Gina Indelicada tornou-se um fenômeno no Facebook: em uma semana, ultrapassou 1 milhão de fãs, tirou do limbo a adormecida marca Gina e tornou-se o centro das atenções no meio digital - e fora dele. Ok, você aí do outro lado deve estar resmungando que se trata de mais um desses virais da internet que aparecem da noite pro dia e somem com a mesma velocidade - do dia pra noite. Certo? Pode até ser, mas o que está por trás do sucesso da Gina Indelicada interessa e muito para os administradores. Keep calm que eu explico.
Boa parte dos virais são não-intencionais. Uma família com sua webcam grava um vídeo cantando uma música e, bum!, explode na rede a febre "para nossa alegria". O colunista social se gaba em um comercial que sua filha está fazendo intercâmbio, e todo mundo passa a comentar a gafe, "menos Luiza, que está no Canadá". Um adolescente judeu grava um vídeo para comemorar o seu Bar Mitzvah, e quase que automaticamente passamos a cantarolar "eu sou Nissim Ourfali". Gina Indelicada é um viral diferente: ela foi criada intencionalmente para fazer sucesso. O detalhe: por um garoto de 19 anos, recém saído da puberdade.
Mereceria até uma capa da revista Administradores, não? (Arte: Thiago Castor/Administradores.com)

Ricck Lopes, o jovem estudante de publicidade, já havia criado outra página popular no Facebook, dedicada a compartilhar imagens cômicas e outras bobagens que alimentam os botões de Curtir e Compartilhar da rede de Mark Zuckerberg. Essa fan page foi o seu laboratório para entender a dinâmica da rede social, como as pessoas se comportam, o que gera mais "curtidas" e compartilhamentos, o que gera comentários e, o mais importante, como engajar os internautas.
Com base no seu exercício de antropologia digital, Ricck observou que, tradicionalmente, as pessoas no Facebook reagem a um determinado conteúdo, seja curtindo, compartilhando ou comentando alguma postagem, e decidiu fazer algo diferente: colocá-las do mesmo lado do editor da página, ou seja, ajudando a criar esse conteúdo. A dinâmica é bastante simples: os usuários enviam uma pergunta e Gina Indelicada responde - à sua maneira, claro. E a diversão dos fãs faz o resto, espalhando os diálogos de Gina pela rede milhares e milhares de vezes.
E o que isso tem a ver com Administração? Tudo. Há algum tempo, as empresas se deram conta da importância de marcar presença nas redes sociais - e têm feito isso da maneira que aprenderam desde sempre, ou seja, investindo pesado. Agências e consultores especializados são contratados, e dê-lhe anúncios nos mais diferentes meios (dentre eles, a própria internet) e promoções exclusivamente voltadas para aumentar o número de fãs e seguidores virtuais. O Burger King Brasil, por exemplo, criou sua página no Facebook há mais de um ano e apenas recentemente atingiu a marca de 1 milhão de fãs, feito que Gina Indelicada (ou Ricck Lopes, como preferir) realizou em apenas uma semana, sem gastar um mísero real e sem dar um hambúrguer a ninguém. Nem Philip Kotler conseguiria algo parecido.
Ricck Lopes nos ensinou que, antes de fazer qualquer investimento, devemos conhecer o nosso público-alvo a fundo e conhecer, também, o ambiente onde atuamos. Somente a partir daí, podemos criar e desenvolver o nosso produto (de preferência com a participação direta dos consumidores!). Gina Indelicada pode seguir a curva do ciclo de vida de qualquer viral, esfriando com o tempo, mas Ricck Lopes, seu criador, escreveu um importante capítulo no complexo livro que busca entender o que são as redes sociais, como ela nos afetam - e como podemos tirar proveito dela em nossos negócios.
Se fizéssemos à Gina Indelicada a seguinte pergunta: "Gina, o que devo fazer para ter mais sucesso em meu negócio?", com certeza ela responderia:
- Comece a enxergar a Administração além do óbvio.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Senhoras e senhores, Gina do Palito! A garota propaganda mais cotada na internet


 

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Mais uma vez, brincadeira se transformando em um buzz incontrolável! Por meio de interações com os seguidores em respostas mal humoradas e irônicas, a página Gina Indelicada no Facebook virou sucesso. Ela foi criada pelo estudante de publicidade e propaganda Riccky Lopes, de apenas 19 anos. Em menos de 10 dias o perfil alcançou cerca de 1,5 milhão de seguidores. A criação do perfil foi trabalhada em cima da imagem da garota propaganda do palito da década de 1970, a Rela Gina.
E vem aquela “pulguinha” atrás da orelha: será que essa página criada prejudica a imagem institucional da marca Gina?
Inicialmente, a Rela Gina declarou que acionaria o jurídico para retirar a página do ar por uso indevido e de caráter comercial da marca Gina, que já está há 65 anos no mercado e possuí uma marca de prestígio junto a seus consumidores. Porém, a empresa repensou o seu posicionamento quando percebeu que, sem gastar nenhum centavo, tornou-se um dos assuntos mais comentados no Brasil nos últimos dias.
A empresa entrou em contato com o estudante e suspendeu a ideia de processá-lo e pedir o cancelamento da página, que causaria um grande desconforto aos mais de 1,5 milhão de curtidores e os mais de 2 milhões de perfis que falam sobre a Gina Indelicada.
Vivemos uma era em que a internet vem transformando todo o processo de comunicação entre empresa e público-alvo. Para chamar a atenção do consumidor, as marcas precisam apostar mais em meios diferenciados, que garantam a interação com os públicos.
Danilo Gentili entrevista o criador da página da Gina Indelicada. Veja o que Riccky Lopes fala a respeito:

Quem será o próximo personagem a ganhar esse tremendo destaque? Quem sabe você não será o próximo criador.

Mudança: entenda por que saber administrá-la faz toda a diferença

 

Em entrevista exclusiva ao Administradores.com, David Miller, fundador da consultoria britânica ChangeFirst, especializada em gestão de mudança, explica qual o melhor momento para buscar uma mudança

Por Agatha Justino
O mundo globalizado é uma selva bem particular. Entre arranha-céus e grandes empresas, vemos, além da competitividade entre as organizações, a necessidade dos profissionais e empresas se renovarem. Mas mudar por mudar, de qualquer jeito, não faz sentido. Por isso, saber administrar as transições pode definir a grande diferença entre uma mudança bem sucedida e outra fracassa.
Em entrevista exclusiva ao Administradores.com, David Miller, fundador da consultoria britânica ChangeFirst, especializada em gestão de mudança, explica qual o melhor momento para buscar uma mudança, por que nem toda empresa precisa mudar e dá algumas dicas para transições bem sucedidas.

Qual é o melhor momento para uma empresa buscar por mudanças?

A melhor época para uma empresa mudar é quando tem um problema para resolver ou uma oportunidade real de ser compreendida. Organizações se transformam de uma maneira melhor quando elas têm uma razão de mudança tangível e visível, de modo que todos na organização reconheçam e compreendam.

Uma empresa estabilizada no mercado também deve pensar em mudanças?

Nós nunca defenderíamos fazer uma mudança apenas por fazer. Mas se as organizações não estão prontas para mudar, o que pode acontecer é que quando os clientes ou acionistas exigirem uma transformação, eles não estarão preparados, porque não desenvolveram as habilidades ou a mentalidade para conduzir essa mudança. Faltará uma espécie de músculo para sustentá-la. Inclusive, será mais difícil para convencer aos profissionais, que estão habituados ao seu status quo, a aceitarem as mudanças quando o momento chegar.
Imagem: Thinkstock

Você afirma que é difícil um profissional mudar porque não estamos acostumados a sair da nossa zona de conforto. Como um líder deve agir para quebrar essa resistência?

Em primeiro lugar, eu acho importante se referir a isso como resistência, por que essa palavra possui uma conotação negativa. Nós, seres humanos, desenvolvemos maneiras de estar no controle por um longo período e não gostamos quando esse poder é interrompido. No entanto, os líderes podem ajudar de três maneiras: Eles podem mostrar aos funcionários a necessidade da mudança e que o status quo já não é mais uma situação viável. Podem também interagir com as pessoas e ajudá-las a perceber que elas também precisam mudar individualmente, mas isso deve ser feito oferecendo alternativas e sugestões de como repaginar seu trabalho. Por último, os líderes devem assumir um papel de modelo da nova forma de trabalhar. Muitos chefes costumam a apontar nos funcionários o que eles precisam mudar, mas continuam agindo da mesma maneira que sempre agiram.

De acordo com pesquisas, 70% das mudanças falham antes de atingirem seus objetivos. Por que isso acontece?

Bem, nós acreditamos que a maioria das mudanças não são falhas nesse sentido. Elas são o que chamamos, geralmente, de instaladas. Então, o investimento é feito, mas as pessoas não modificam seu comportamento. Assim o retorno sobre investimento (ROI) nunca é alcançado. Existem muitas razões pelas quais isso acontece, mas as três mais frequentes são: Poucas mudanças na liderança da empresa, em relação a todos os níveis de gerência; A incapacidade de engajar os funcionários que mais precisam de mudanças; Os profissionais não entendem por que a mudança está acontecendo, e as razões pelas quais precisam realizar mudanças individuais.

Qual a diferença entre seu método de mudanças, o PCI, dos outros?

Eu acredito que existam duas diferenças. Primeiramente, é uma abordagem que procura não apenas mudar, mas ajudar as organizações a executar seus planos e fornecer suporte as pessoas afetadas pelo projeto de transformação. Segundo, e talvez mais importante, o PCI acompanha todas as pessoas para que elas obtenham sucesso durante o processo. Nós ajudamos as pessoas desenvolverem habilidades e a confiança necessária para crescer. Nós estamos certos de que as organizações que têm as melhores gerências serão mais bem sucedidas na mudança;

Em todo o seu trabalho voltado para essa área, quais são as principais dicas você daria paras os gestores que desejam fazer algum tipo de mudança em sua organização?

Há muito a dizer! Mas deixe-me dar dois conselhos. Analise os pontos que você acredita que necessitem de mudanças, foque e trabalhe em como você vai fazê-la ser bem-sucedida. Líderes geralmente pensam que já mudaram e incorporaram as novas qualidades à maneira de trabalhar, e os casos que isto realmente acontecem são raros. Então trabalhe em como você vai mostrar a organização que você mudou. Quais são as atitudes que você tomará que são diferentes?

E em relação a forma de transmitir as informações aos colaboradores. Existe alguma maneira mais apropriada para essa comunicação?

Gostaria de tratá-los como stakeholders (partes interessadas). É necessário que as informações cheguem até eles desde o começo das mudanças. Evite surpresas e que a comunicação seja lenta.

Fórmula de Sucesso dos Casamentos = CRM + EFM

 

Postado por Guilherme Cerqueira - 28/08/2012
 
Muitos clientes me perguntam quais as diferenças entre EFM (Enterprise Feedback Management) e CRM (Customer Relationship Management). Tentarei explicar o assunto de uma maneira simples nas próximas linhas. Desde sempre, tanto os homens quanto as mulheres fazem uso do sucesso da combinação de CRM + EFM para conquistar a pessoa amada e alcançar o casamento. O problema é que, após conquistarem seus pares, essa combinação é abandonada e são raros os casais que alcançam a meta: “e viveram felizes para sempre”.

Na fase da conquista, ao se depararem com um “cliente potencial” (mulher), os homens disciplinadamente abastecem seu sistema de CRM – aqui, você pode entender como um telefone celular- usando o famoso jargão “você me dá seu telefone?”. Mas hoje existem os telefones modernos, que já organizam mais que uma agenda, mas cadastro de lembretes, idade, amigos e coisas em comum, que vão desde o histórico de relacionamento até percepção sobre cada “atendimento”.

Saber o nome, as rotinas e o perfil do cliente - CRM -, porém, não garante nenhum poder de oferta alinhada com as expectativas do momento de decisão compra. Acima de tudo, é importante estar alinhado com as demandas que ele tem no momento em que ele está disposto a negociar uma oferta – e nesse contexto se insere a Gestão de Feedback (EFM). Feedbacks coletados em eventos sociais ou em papos despretensiosos com as “melhores amigas”, permitem a realização “mental” de um projeto de Gestão de Feedback (EFM). Os mais espertos correm para aproveitar as informações ainda no auge do seu valor.

Ao combinar o poder do CRM (perfil e histórico) com o poder de um EFM (informações de momento), basta apenas que o homem gere uma oportunidade com a “cliente potencial” para finalmente cantar músicas para seus ouvidos. Ou seja, no momento certo ele aparece “por acaso”; sugere jantares em restaurantes que ela deseja ir; no encontro fala sobre seu amor por família; por crianças e comenta o quanto é difícil encontrar pessoas sérias e dedicadas nos dias de hoje. Informações valiosas obtidas através do feedback das amigas.

Esse simples exemplo pode ser intitulado como o próprio EFM em ação. Ele sabia que ela estava, naquele momento, em busca de um relacionamento sério para construir um futuro. Não é preciso dizer que por mais que a concorrência seja mais bonita, isso nunca será o suficiente para competir com o homem da nossa história. O fator decisivo deixou de ser o produto e passou a ser a informação que ele tem sobre o quando, sobre o porquê e sobre o como a mulher irá escolher o homem que ela busca naquele momento. Nem antes, nem depois. Cedo ou tarde, tanto os homens quanto as mulheres começam a ter desejos de fidelização eterna, ou melhor dizendo, “casamento”. Casei com o cliente, e agora? Acabou o CRM e o EFM?

Após o casamento, caem as cortinas e saber tudo sobre o cliente (CRM) não é mais um privilégio. Aquilo que o outro deseja deixa de ser prioridade e a pressa em prestar o atendimento mais curto torna-se a regra do relacionamento. O comodismo faz com que o casal esqueça a importância da gestão de feedback (EFM). Até que, por motivos óbvios, o cliente ameaça ir embora. Apenas nessa hora é que surgem ofertas desesperadas da área de retenção (churn) que prometem um futuro melhor. O problema é que muitas vezes o cliente já desistiu.

O CRM e EFM são conceitos de igual importância e absolutamente complementares. O CRM te mostra o “Quem”, “Onde” e o “Quanto (do passado)”, já o EFM te mostra o “Quando”, o “O Que”, o “Como”, o “Por que” e o “Quanto (do futuro)”. Combinar CRM e EFM é mais do que ouvir o cliente, é ouvir o dinheiro e ter sempre ofertas que vão ao encontro a ele.