Tentaram me doutrinar para ir bem na escola, cortar o cabelo, conseguir um bom trabalho, ganhar um bom salário, ter uma boa casa e televisão para assistir o Faustão e o Silvio Santos até o fim dos meus dias . Não conseguiram! Hoje eu ensino os meus filhos a perseguirem suas paixões, e se transformarem na luz que ilumina o mundo.
Querida(o) Amiga(o),
Nós vivemos em uma sociedade que não estimula em nada a criação de empreendedores, muito pelo contrário, a novela da rede bobo mostra os empresários como ladrões e assassinos; o jornal nacional exalta o governo como criador de emprego; a professora na escola ensina o moleque a pintar dentro do quadrado; o professor na faculdade idolatra a GM, IBM, Petrobrás e Vale do Rio Doce como expressões máximas do capitalismo; no cinema, os heróis são um bando de Vampiros que não trabalham há séculos; na televisão, são um bando de vabagundos que ganham 1 milhão de reais para tirar a roupa.
Ninguém está dizendo aos seus filhos para serem empreendedores! Ninguém! Se você não fizer nada, os seus filhos vão crescer achando que a vida é sobre trilhar uma única e linear estrada, trabalhar para o Bradesco, fazer carreira doce na Vale do Rio, ou prestar concurso público para mamar nas tetas da dilma.
Eu não quero isso para os meus filhos. Eu vou criá-los para serem empreendedores.
A imensa quantidade de problemas brasileiros que você e eu tanto conhecemos ainda não foram resolvidos porque não temos quantidade suficiente de empreendedores para atacá-los. Falta empreendedor, sobra problema.
Criar Filhos para serem Empreendedores é uma Responsabilidade Social, a alternativa que o país precisa para acabar com os problemas sociais.
Eu quero ver os meus filhos empreendendo, pode ser qualquer coisa: limonada, computador, artesanato em feira hippie, software, música, whatever!
"Pai, eu gosto de dançar", LEGAL FILHA!! Vamos vender esse troço, "Pai, eu gosto de ler", LEGAL FILHO, vamos transformar essa brincadeira em uma empresa, "Pai, eu gosto de ver televisão", LEGAL FILHA, vamos transformar a sua paixão em um web site".
"Filhos, nós podemos criar qualquer coisa a partir de qualquer paixão que vocês tiverem. Vocês devem e podem viver daquilo que vocês mais gostam de fazer. NUNCA SE ESQUEÇAM DISSO. NÃO DEIXEM NINGUÉM DIZER O CONTRÁRIO, NEM MESMO EU!".
Eu vou mudar o mundo, um filho de cada vez.
CRACHÁ JAMAIS!
Eu vou criá-los para serem Empreendedores, e não Advogados.
Eu vou educá-los para serem PRODUTORES e não consumidores.
Eu vou educá-los para AMPLIAR A RIQUEZA do mundo e não para se aproveitar do que os outros já criaram.
Desde cedo eu vou dizer a eles que não existe trabalho algum esperando por eles.
"Tratem de serem os melhores do mundo em alguma coisa, e alguém, eventualmente, em algum lugar, irá pagar a maior grana do mundo para vê-los trabalhar. Ponto." , eles ouvem isso todos os dias, e vão ouvir até eu bater as botas.
É claro que eles não vão fazer ou ser o que eu quiser. Acima de tudo eles vão aprender a questionar tudo e todos e pensar por si mesmos. Além do mais, existe toda uma sociedade falida cheia de imbecis buzinando lixo na cabeça deles. Eu sou apenas mais um, inocente, idiota, falando; e sobretudo, dando o meu exemplo.
Por que é tão importante ensinar Empreendedorismo para os nossos filhos?
Porque o Empreendedorismo resolve os problemas do mundo.
As empresas, os governos, os sistemas, e toda a panacéa que está "funcionando" não vão resolver nenhum novo problema do mundo, ou problema velho que foi deixado para trás. A panacéa vai resolver os problemas originais que foram criadas para resolver - e olhe lá!
A sociedade precisa de empreendedores para atacar os problemas; a turma que funciona (os funcionários, agora chamados de "colaboradores daquilo que funcionam"), foram cultivados, ensinados e doutrinados a manter as coisas funcionando.
Se você levar em conta que o atual sistema está ficando obsoleto. Danou-se!
"Houston, Nós temos um problema!"
Chama o Forrest Gump!!!
Nós precisamos criar os rebentos para serem empreendedores!!!
Como?
1. Projeto Mãe Desestressada. Se você tem filhos pequenos e uma esposa, você sabe o quanto a mulher pode ficar paranóica com os pequenos problemas que aparecem na vida dos filhos. Depois que você ajudá-la a resolvê-los, e a poeira abaixar, sente com os seus filhos para fazer um "brainstorm" sobre os problemas da casa. Jogue o problema no colo dos pimpolhos, e peça por soluções. "O quarto de vocês precisa estar arrumado depois das brincadeiras, qual solução vocês tem para esse problema?", invente problemas (se não tiver o bastante), exemplo, "Nós sempre esquecemos de colocar o suco na lancheira. O que vocês acham que papai ou mamãe poderiam fazer para não esquecer de colocar o suco na lancheira?".
Eu acredito que somos bichos de hábitos. Se o hábito de resolver problemas entrar na vida dos meus filhos, eles irão crescer empreendedores, e um dia, lá na frente, eles vão dar de cara com um problema que pode virar riqueza.
2. Projeto Loja de Brinquedo. A minha filha já aprendeu que precisa doar brinquedo velho para criança pobre. Agora, eu vou ensinar a ela como empreender uma loja de brinquedos usados. Empreendedorismo dá certo quando o empreendedor ama o que faz. Uma vez que ela ama brinquedos, e ama lojas de brinquedos, eu tenho certeza que ela vai amar a idéia de montar uma loja de brinquedos usados, e se dedicar de coração e paixão pelo projeto. Nós vamos montar a lojinha, definir os preços, criar uma decoração especial, fazer a promoção dos produtos, enfim, setar tudo, ganhar o dinheiro com as vendas, e economizar o faturamento para comprar alguma coisa interessante no futuro. A primeira vez a gente nunca esquece. No futuro, ela poderá dizer aos meus netos que empreendeu pela primeira vez aos seis anos de idade.
3. Projeto Crianças no Trabalho. Ok, já temos o Casual Day. Que tal agora criarmos o Kids Day? Todos os dias os seus filhos vêem você sair para o trabalho e voltar com dinheiro. Eles devem ficar imaginando, que fucking coisa os meus pais fazem todos os dias dentro de um escritório cercado de paredes cinzas? O que eles sabem é que você trabalha, o dinheiro entra. Na cabeça deles tudo parece fácil. Basta sair de casa, entrar em outro lugar, e o dinheiro entra em casa na forma de brinquedos, doces, roupas, viagens e agregados. Tá tudo muito fácil!! Chega! Vamos ensiná-los o valor do Trabalho! Vamos levar os crianças para o escritório, para a fábrica, para a loja, para conhecer um cliente! Sim, por que não? Leve o seu filho para conhecer o seu principal cliente. Eu tenho certeza que será um excelente quebra gelo, e uma excelente reunião. Vamos mostrar como as coisas funcionam! Vamos deixar as crianças colocarem as mãos nos produtos que vendemos, nas notas fiscais, nos clientes!
4. Projeto Mundo Criativo. A minha filha não é a Alice, mas a mente dela é o país das maravilhas. Os nossos filhos tem as idéias mais loucas do mundo. Basta deixá-los se expressar. Eu costumo brincar com a minha filha sobre que tipo de mundo ela gostaria de viver. "Eu sei que você gosta do sorvete de casquinha do McDonalds, mas como seria o sorvete mais gostoso do mundo para você?", "Olha aquela loja, o que poderia ter de louco por lá?", "O que deveria existir dentro de uma sala de cinema?", "O que você gostaria de fazer pela sua mãe que você nunca fez?" e assim por diante. Ela costuma dar as respostas mais "Alices" que eu já ouviu. Experimente com o seu filho!
5. Projeto Contadora de Histórias. Fatos não movem ninguém, Histórias sim. Antes da minha filha nascer, eu falava para todo mundo que ia ler histórias infantis para ela dormir. O plano já foi para o buraco. Eu não preciso mais ler histórias para ela dormir. Ela não gosta que eu leia histórias. Ela gosta de contar as histórias. Ela gosta de inventar as suas próprias versões das histórias tradicionais com personagens imaginários e versões fantásticas. Um bom empreendedor tem que ser um excelente contador de histórias para conseguir motivar os seus funcionários. Eu acredito que centenas de horas passadas em claro ouvindo minha filha inventar histórias irá ajudá-la a ser uma pessoa empreendedora no futuro.
Leia livros de histórias para os seus filhos, mas deixe-os contar e inventar suas próprias histórias. Às vezes, durante o dia, quando temos visita em casa, nós estimulamos os filhos a contar histórias em público, para todos ouvirem. Contar Histórias e Saber Falar em Público são habilidades essenciais para o empreendedorismo. Se você quer um filho empreendedor, estimule o pimpolho a falar em público.
"Você precisa ser dono do seu próprio negócio", "Você precisa ser independente", "Você precisa ser responsável pelas suas próprias decisões", "Você precisa fazer o que você ama", "Você precisa transformar a sua paixão em uma empresa", "Você precisa ajudar o mundo a resolver os seus problemas mais complexos" , os meus filhos vão me ouvir falar sobre isso o tempo todo. O mundo precisa de resolvedores de problemas, eu espero contribuir sensivelmente para o crescimento dessa mão de obra.
Mas acima de tudo, o maior ensinamento sobre empreendedorismo que podemos passar aos nossos filhos é viver do empreendedorismo. As nossas ações falam muito mais alto do que qualquer discurso.
Se você quer que o seu filho seja empreendedor, você precisa ser empreendedor!
Mas empreendedorismo não é apenas sobre abrir empresas. Empreendedorismo é sobre uma maneira especial de viver e pensar o mundo que nos cerca. Quando você é dono de um negócio, você é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Esse sentimento de responsabilidade pessoal é um presente de valor incalculável que você pode passar para os seus filhos.
Vamos criar os filhos para serem empreendedores!
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!
QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você?
Ricardo Jordão Magalhães
Consultor para Lojas de Brinquedos Usados
E-Mail e Messenger: ricardom@bizrevolution.com.br
Twitter twitter.com/bizrevolution
Linkedin http://www.linkedin.com/in/ricardojordao
www.bizrevolution.com.br
BIZREVOLUTION
terça-feira, 16 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Kotler fala sobre 5 questões fundamentais do Marketing
Redes sociais, sustentabilidade, inovação, clientes e desafios da profissão são os temas.
Os consumidores estão comprando mais por menos; As empresas devem inovar, oferecendo garantias aos clientes; A sustentabilidade pode dar lucro para as companhias; Muitas empresas ficarão em apuros nas redes sociais; O concorrente roubará facilmente o seu cliente caso acredite que esteja satisfazendo-o plenamente. Essas são as principais respostas de Philip Kotler para cinco questões fundamentais nos dias de hoje.
Em sua única entrevista antes de falar sobre o Marketing 3.0 na HSM ExpoManagement 2010, no dia 9 de novembro, em São Paulo, Kotler falou com exclusividade para o Mundo do Marketing sobre como conquistar e manter clientes, inovar, aproveitar a onda das redes sociais, da sustentabilidade e sobre os desafios do profissional de Marketing. O consultor, professor e autor dos livros de Marketing mais vendidos e influentes de todos os tempos, é categórico ao afirmar que as empresas ainda precisam se desenvolver para poder sobreviver neste novo mercado.
Mundo do Marketing: O comportamento do consumidor mudou muito nos últimos anos e mudará ainda mais. Quais tendências indicarão as transformações?
Philip Kotler: A recessão global e a crescente incerteza diminuirão a confiança de todos para gastar. Os consumidores estão adiando suas compras de bens duráveis mais caros como carros, móveis e eletrodomésticos de linha branca. Para as necessidades diárias, as pessoas estão optando por marcas mais baratas e marcas próprias. Se a recessão continuar, os consumidores ficarão acostumados a economizar em vez de gastar. Muitos podem vir a adotar um estilo de vida simples, baseado no “menos é mais” em vez de “mais é melhor”.
Por outro lado, se a recessão terminar logo, as pessoas provavelmente voltarão aos seus hábitos antigos de comprar e gastar. Muito disso depende da criação de empregos. Se houver emprego suficiente, as pessoas vão ganhar dinheiro e gastar. Se os empregos estiverem escassos, elas terão menos para gastar e gastarão menos. A questão é se as empresas serão arrojadas ou gananciosas. Se elas forem arrojadas devem deixar o poder de compra na mão dos consumidores para sustentar o crescimento econômico. Caso as empresas sejam gananciosas, elas ganharão no curto prazo, mas passarão por um longo período de dificuldade em seguida.
Mundo do Marketing: Os profissionais de Marketing estão prontos para estas mudanças? Como eles devem reagir?
Philip Kotler: Os profissionais de Marketing podem dar alguns passos para estimular o aumento do consumo junto aos consumidores sem confiança. Um deles seria criar produtos de custo mais baixo que ofereça benefícios similares às versões mais caras. A indústria pode lançar embalagens menores de seus produtos, que sejam mais acessíveis, e as empresas podem criar alternativas inovadoras. A Índia, por exemplo, produz um computador de 100 dólares e oferece cirurgias de catarata muito baratas.
Outra alternativa é oferecer garantias de retorno da compra de um produto muito caro. A Saturn, uma montadora americana, aceitava o carro de volta no prazo de 30 dias caso o consumidor não estivesse satisfeito com o produto. A Hyundai também prometeu a devolução do carro caso o cliente perdesse o emprego. Mesmo o segmento que queira ser líder com uma linha de produtos mais simples, precisará da ajuda do profissional de Marketing para criar casas, eletrodomésticos e móveis mais simples.
Mundo do Marketing: De que forma as redes sociais mudaram o Marketing e o que as empresas podem desenvolver para se aproximar do consumidor neste ambiente?
Philip Kotler: Um número crescente de consumidores de todas as idades está entrando no Facebook, no Twitter e no Linkedin criando grandes redes sociais. As pessoas estão procurando informações sobre experiências de produtos e serviços de outros consumidores. Um brasileiro que esteja pensando em comprar um carro recém-lançado provavelmente dará mais valor à opinião de seus amigos do que aos anúncios.
Muitas conversas nas redes sociais incluem opiniões favoráveis e desfavoráveis a respeito das marcas. Toda companhia agora está em um aquário com muitas pessoas discutindo os méritos de seus produtos e de suas marcas. Com isso, as empresas que não têm qualidade não sobreviverão. Já as fortes ficarão ainda melhores e as fracas se afogarão num mar de discussões negativas.
Mundo do Marketing: As empresas brasileiras começaram a se preocupar mais com a questão da sustentabilidade nos últimos anos. A sustentabilidade será realmente um diferencial num futuro próximo?
Philip Kotler: Muitas empresas acreditam que a sustentabilidade é um custo imposto que irá prejudicar seus lucros. Parece ser o caso quando a companhia deve pagar por um sistema que reduz a poluição do ar que a sua fábrica produz. Mas existem muitos outros esforços a favor da sustentabilidade que na verdade podem melhorar a lucratividade.
Considere um hotel que tenha uma conta de água cara porque os hóspedes tomam banho sem limites e eles querem que os lençóis das camas sejam trocados diariamente. Esse hotel pode trocar o chuveiro e perguntar aos clientes se eles se importariam se os lençóis não fossem trocados diariamente, o que no total reduziria a conta de água. O fato é que precisamos distinguir entre ações de sustentabilidade que representam economia de dinheiro e aquelas que demandam gastos. Adicione a isso a boa opinião do cliente em relação às companhias que estão se tornando ecologicamente corretas e teremos uma equação de valor para as empresas.
Mundo do Marketing: As empresas estão sempre olhando para o futuro e desenvolvendo novas plataformas de Marketing para conquistar novos clientes, mas o que elas deveriam fazer que é primordial e não fazem, chegando a perder clientes por isso?
Philip Kotler: As empresas são surpreendidas quando elas perdem os clientes que disseram que estavam satisfeitos. Por que isso acontece? Obviamente algum concorrente está satisfazendo-o mais, seja pela venda a um preço inferior, ou oferecendo serviços ou recursos de qualidade superior. Nunca tenha seus clientes como certos. Os concorrentes são como abelhas zumbindo em torno de uma empresa à procura de onde morder. Descubra os seus pontos fracos e como está desapontando seus clientes antes que seus concorrentes façam isso.
Por Bruno Mello
Os consumidores estão comprando mais por menos; As empresas devem inovar, oferecendo garantias aos clientes; A sustentabilidade pode dar lucro para as companhias; Muitas empresas ficarão em apuros nas redes sociais; O concorrente roubará facilmente o seu cliente caso acredite que esteja satisfazendo-o plenamente. Essas são as principais respostas de Philip Kotler para cinco questões fundamentais nos dias de hoje.
Em sua única entrevista antes de falar sobre o Marketing 3.0 na HSM ExpoManagement 2010, no dia 9 de novembro, em São Paulo, Kotler falou com exclusividade para o Mundo do Marketing sobre como conquistar e manter clientes, inovar, aproveitar a onda das redes sociais, da sustentabilidade e sobre os desafios do profissional de Marketing. O consultor, professor e autor dos livros de Marketing mais vendidos e influentes de todos os tempos, é categórico ao afirmar que as empresas ainda precisam se desenvolver para poder sobreviver neste novo mercado.
Mundo do Marketing: O comportamento do consumidor mudou muito nos últimos anos e mudará ainda mais. Quais tendências indicarão as transformações?
Philip Kotler: A recessão global e a crescente incerteza diminuirão a confiança de todos para gastar. Os consumidores estão adiando suas compras de bens duráveis mais caros como carros, móveis e eletrodomésticos de linha branca. Para as necessidades diárias, as pessoas estão optando por marcas mais baratas e marcas próprias. Se a recessão continuar, os consumidores ficarão acostumados a economizar em vez de gastar. Muitos podem vir a adotar um estilo de vida simples, baseado no “menos é mais” em vez de “mais é melhor”.
Por outro lado, se a recessão terminar logo, as pessoas provavelmente voltarão aos seus hábitos antigos de comprar e gastar. Muito disso depende da criação de empregos. Se houver emprego suficiente, as pessoas vão ganhar dinheiro e gastar. Se os empregos estiverem escassos, elas terão menos para gastar e gastarão menos. A questão é se as empresas serão arrojadas ou gananciosas. Se elas forem arrojadas devem deixar o poder de compra na mão dos consumidores para sustentar o crescimento econômico. Caso as empresas sejam gananciosas, elas ganharão no curto prazo, mas passarão por um longo período de dificuldade em seguida.
Mundo do Marketing: Os profissionais de Marketing estão prontos para estas mudanças? Como eles devem reagir?
Philip Kotler: Os profissionais de Marketing podem dar alguns passos para estimular o aumento do consumo junto aos consumidores sem confiança. Um deles seria criar produtos de custo mais baixo que ofereça benefícios similares às versões mais caras. A indústria pode lançar embalagens menores de seus produtos, que sejam mais acessíveis, e as empresas podem criar alternativas inovadoras. A Índia, por exemplo, produz um computador de 100 dólares e oferece cirurgias de catarata muito baratas.
Outra alternativa é oferecer garantias de retorno da compra de um produto muito caro. A Saturn, uma montadora americana, aceitava o carro de volta no prazo de 30 dias caso o consumidor não estivesse satisfeito com o produto. A Hyundai também prometeu a devolução do carro caso o cliente perdesse o emprego. Mesmo o segmento que queira ser líder com uma linha de produtos mais simples, precisará da ajuda do profissional de Marketing para criar casas, eletrodomésticos e móveis mais simples.
Mundo do Marketing: De que forma as redes sociais mudaram o Marketing e o que as empresas podem desenvolver para se aproximar do consumidor neste ambiente?
Philip Kotler: Um número crescente de consumidores de todas as idades está entrando no Facebook, no Twitter e no Linkedin criando grandes redes sociais. As pessoas estão procurando informações sobre experiências de produtos e serviços de outros consumidores. Um brasileiro que esteja pensando em comprar um carro recém-lançado provavelmente dará mais valor à opinião de seus amigos do que aos anúncios.
Muitas conversas nas redes sociais incluem opiniões favoráveis e desfavoráveis a respeito das marcas. Toda companhia agora está em um aquário com muitas pessoas discutindo os méritos de seus produtos e de suas marcas. Com isso, as empresas que não têm qualidade não sobreviverão. Já as fortes ficarão ainda melhores e as fracas se afogarão num mar de discussões negativas.
Mundo do Marketing: As empresas brasileiras começaram a se preocupar mais com a questão da sustentabilidade nos últimos anos. A sustentabilidade será realmente um diferencial num futuro próximo?
Philip Kotler: Muitas empresas acreditam que a sustentabilidade é um custo imposto que irá prejudicar seus lucros. Parece ser o caso quando a companhia deve pagar por um sistema que reduz a poluição do ar que a sua fábrica produz. Mas existem muitos outros esforços a favor da sustentabilidade que na verdade podem melhorar a lucratividade.
Considere um hotel que tenha uma conta de água cara porque os hóspedes tomam banho sem limites e eles querem que os lençóis das camas sejam trocados diariamente. Esse hotel pode trocar o chuveiro e perguntar aos clientes se eles se importariam se os lençóis não fossem trocados diariamente, o que no total reduziria a conta de água. O fato é que precisamos distinguir entre ações de sustentabilidade que representam economia de dinheiro e aquelas que demandam gastos. Adicione a isso a boa opinião do cliente em relação às companhias que estão se tornando ecologicamente corretas e teremos uma equação de valor para as empresas.
Mundo do Marketing: As empresas estão sempre olhando para o futuro e desenvolvendo novas plataformas de Marketing para conquistar novos clientes, mas o que elas deveriam fazer que é primordial e não fazem, chegando a perder clientes por isso?
Philip Kotler: As empresas são surpreendidas quando elas perdem os clientes que disseram que estavam satisfeitos. Por que isso acontece? Obviamente algum concorrente está satisfazendo-o mais, seja pela venda a um preço inferior, ou oferecendo serviços ou recursos de qualidade superior. Nunca tenha seus clientes como certos. Os concorrentes são como abelhas zumbindo em torno de uma empresa à procura de onde morder. Descubra os seus pontos fracos e como está desapontando seus clientes antes que seus concorrentes façam isso.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Redes sociais são para complemento no processo de seleção
O rápido crescimento das redes sociais, blogs e microblogs têm feito destas o alvo das atenções e muitas vezes deixam a falsa impressão de que estes sistemas são a panaceia para todo tipo de problema
A Internet mudou nossa forma de interagir com o mundo e também a maneira de as empresas procurarem candidatos e de os profissionais buscarem emprego. Até uns anos atrás, o currículo era o único instrumento que os selecionadores tinham para conhecer melhor os candidatos antes de convocá-los para uma entrevista.
O rápido crescimento das redes sociais, blogs e microblogs têm feito destas o alvo das atenções e muitas vezes deixam a falsa impressão de que estes sistemas são a panaceia para todo tipo de problema. No entanto, há de se ter muito cuidado com este pensamento.
Tais plataformas, além de fomentar o networking, vêm sendo mais utilizadas por quem contrata como uma ferramenta que complementa e auxilia o processo de seleção. É comum os selecionadores analisarem perfis dos candidatos nas redes de relacionamento para conhecê-los melhor.
Mas, note, estou falando que as redes sociais são úteis e podem ajudar na etapa de seleção, na hora de conhecer melhor os candidatos que já foram previamente encontrados. Não estou falando que elas são úteis para encontrar candidatos. É esse o ponto crucial deste artigo!
Definitivamente as redes sociais não são o melhor lugar para buscar candidatos. Há sites desenvolvidos especialmente para isso e que não só concentram um número muito maior de candidatos dentro de vários perfis como também têm ferramentas de busca especialmente desenvolvidas para encontrá-los.
Em redes sociais, por exemplo, as pessoas não colocam sua formação, nem suas experiências profissionais detalhadas, fluência em idiomas, cursos e várias outras informações que só existem em currículos e sites de currículos.
Se estiver precisando de uma secretária, você até pode pedir indicações numa rede social e talvez até receba alguns perfis. Mas nada será comparável a um site especializado em recrutamento online. Na Curriculum, por exemplo, se você fizer esta pesquisa, encontrará, num simples clique, milhares de currículos dentro do perfil.
Percebe a brutal diferença entre uma ferramenta e outra e a força para encontrar candidatos que um site de recrutamento online tem nesta hora?
Ou seja, até dá para achar candidatos nas redes sociais, concordo, mas definitivamente não é a melhor solução para isso. Cada site foi desenvolvido e é estruturado para um propósito, não sendo desenvolvido para atender outras necessidades.
No entanto, há de se fazer algumas exceções a esta regra. A primeira é quando estamos realmente com muita dificuldade de encontrar um perfil específico. Já procuramos em vários sites de recrutamento online e não encontramos. Talvez você possa até utilizar as redes sociais para auxiliar a encontrar o candidato desejado. Mas não se esqueça que, ao divulgar esta sua necessidade, provavelmente terá de lidar com inúmeros currículos fora do perfil desejado.
Outro ponto importante a ser salientado é que, ao desencorajar as empresas a buscarem profissionais primeiramente em redes sociais, não quero dizer que o mesmo se aplica aos candidatos. Para eles, a história é outra. Distribuir o currículo em redes sociais é, sim, uma forma de se divulgar ao mercado no momento em que se procura uma recolocação.
Quem procura emprego tem de divulgar seu currículo o mais amplamente possível, pois nunca se sabe de onde poderá surgir uma oportunidade de trabalho. Lógico que o solo mais fértil são os sites de recolocação profissional online.
Em resumo, as redes sociais vieram para fomentar as redes de relacionamentos e trazem informações valiosas que auxiliam e complementam o processo de seleção. E servem também como um apoio em processos mais difíceis, quando não se encontra o perfil desejado e também para a divulgação de currículo para quem busca um emprego, mas na hora de procurar candidatos, a ferramenta correta são os sites de recrutamento online.
Marcelo Abrileri - presidente e sócio-fundador da Curriculum.com.br, especialista em recolocação profissional e atua na área de Internet há mais de 15 anos.
Por Marcelo Abrileri
A Internet mudou nossa forma de interagir com o mundo e também a maneira de as empresas procurarem candidatos e de os profissionais buscarem emprego. Até uns anos atrás, o currículo era o único instrumento que os selecionadores tinham para conhecer melhor os candidatos antes de convocá-los para uma entrevista.
O rápido crescimento das redes sociais, blogs e microblogs têm feito destas o alvo das atenções e muitas vezes deixam a falsa impressão de que estes sistemas são a panaceia para todo tipo de problema. No entanto, há de se ter muito cuidado com este pensamento.
Tais plataformas, além de fomentar o networking, vêm sendo mais utilizadas por quem contrata como uma ferramenta que complementa e auxilia o processo de seleção. É comum os selecionadores analisarem perfis dos candidatos nas redes de relacionamento para conhecê-los melhor.
Mas, note, estou falando que as redes sociais são úteis e podem ajudar na etapa de seleção, na hora de conhecer melhor os candidatos que já foram previamente encontrados. Não estou falando que elas são úteis para encontrar candidatos. É esse o ponto crucial deste artigo!
Definitivamente as redes sociais não são o melhor lugar para buscar candidatos. Há sites desenvolvidos especialmente para isso e que não só concentram um número muito maior de candidatos dentro de vários perfis como também têm ferramentas de busca especialmente desenvolvidas para encontrá-los.
Em redes sociais, por exemplo, as pessoas não colocam sua formação, nem suas experiências profissionais detalhadas, fluência em idiomas, cursos e várias outras informações que só existem em currículos e sites de currículos.
Se estiver precisando de uma secretária, você até pode pedir indicações numa rede social e talvez até receba alguns perfis. Mas nada será comparável a um site especializado em recrutamento online. Na Curriculum, por exemplo, se você fizer esta pesquisa, encontrará, num simples clique, milhares de currículos dentro do perfil.
Percebe a brutal diferença entre uma ferramenta e outra e a força para encontrar candidatos que um site de recrutamento online tem nesta hora?
Ou seja, até dá para achar candidatos nas redes sociais, concordo, mas definitivamente não é a melhor solução para isso. Cada site foi desenvolvido e é estruturado para um propósito, não sendo desenvolvido para atender outras necessidades.
No entanto, há de se fazer algumas exceções a esta regra. A primeira é quando estamos realmente com muita dificuldade de encontrar um perfil específico. Já procuramos em vários sites de recrutamento online e não encontramos. Talvez você possa até utilizar as redes sociais para auxiliar a encontrar o candidato desejado. Mas não se esqueça que, ao divulgar esta sua necessidade, provavelmente terá de lidar com inúmeros currículos fora do perfil desejado.
Outro ponto importante a ser salientado é que, ao desencorajar as empresas a buscarem profissionais primeiramente em redes sociais, não quero dizer que o mesmo se aplica aos candidatos. Para eles, a história é outra. Distribuir o currículo em redes sociais é, sim, uma forma de se divulgar ao mercado no momento em que se procura uma recolocação.
Quem procura emprego tem de divulgar seu currículo o mais amplamente possível, pois nunca se sabe de onde poderá surgir uma oportunidade de trabalho. Lógico que o solo mais fértil são os sites de recolocação profissional online.
Em resumo, as redes sociais vieram para fomentar as redes de relacionamentos e trazem informações valiosas que auxiliam e complementam o processo de seleção. E servem também como um apoio em processos mais difíceis, quando não se encontra o perfil desejado e também para a divulgação de currículo para quem busca um emprego, mas na hora de procurar candidatos, a ferramenta correta são os sites de recrutamento online.
Marcelo Abrileri - presidente e sócio-fundador da Curriculum.com.br, especialista em recolocação profissional e atua na área de Internet há mais de 15 anos.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
10 dicas para largar as dívidas e ter uma vida financeira saudável
A primeira coisa é encarar a situação de frente e com seriedade. Se você assumiu compromissos, faça o possível para honrá-los.
"Devo pagar minhas dívidas?". Esse tipo de questão chega com alguma frequência ao meu e-mail. Confesso que, às vezes, começo a ler meio apreensivo. Felizmente, na maioria das vezes, o meu receio não se confirma e o que as pessoas estão na verdade buscando são melhores maneiras de resolver problemas com endividamento. Mas querem pagar suas dívidas. Isso é o básico.
Por princípio e ética profissional, não considero a hipótese de as dívidas não serem pagas. A não ser quando indevidas, mas isso acontece em raras situações. Às vezes, são relacionadas a contratos mal resolvidos ou a prestadoras de serviços que tentam se aproveitar da fragilidade dos consumidores.
Vamos nos ater às dívidas devidas, àquelas que foram contraídas e não foram honradas em tempo por qualquer motivo e tornaram-se um problema de difícil solução.
Comecemos pelo básico: sim, dívidas devem ser pagas. De preferência, em dia e nas condições pactuadas. A melhor forma de se livrar das dívidas é não se aproximar delas. Evitar tentações, viver e consumir dentro da realidade econômica da família e não gastar mais do que se ganha.
Até aí parece fácil, mas se trata de medidas preventivas. Então, o que fazer quando as dívidas já existem? A primeira coisa é encarar a situação de frente e com seriedade. Se você assumiu compromissos, faça o possível para honrá-los. O dinheiro costuma respeitar isso. Quem enfrenta seus problemas financeiros normalmente encontra forças e caminhos para superá-los e, muitas vezes, vira o jogo de tal forma que em pouco tempo muda de devedor para investidor.
Existem algumas dicas básicas que valem à pena ser lembradas:
1 – Corte os gastos supérfluos imediatamente. Reduza também o quanto for possível nos demais gastos, inclusive no essencial. É preciso reduzir despesas para obter sobras de dinheiro.
2 - Faça um levantamento de todas as suas dívidas. Valores, taxas, vencimentos e condições estabelecidas. Verifique se o que está sendo cobrado faz parte do que você acordou.
3 – Verifique se você possui bens que possa se desfazer. Comece com os menos necessários, mas faça também algum sacrifício. É possível sobreviver sem carro, sim.
4 – Procure os credores. Explique a situação e procure renegociar os vencimentos e a eliminação de multas e taxas por inadimplência.
5 – Avalie se você consegue obter alguma linha de crédito mais barata do que as dívidas que você possui. A ideia é trocar dívidas caras por dívidas baratas.
6 – Se você conseguiu apurar algum dinheiro ou reduzir suas despesas, priorize a liquidação das dívidas mais caras e das menores. As caras porque acabam com seu dinheiro e as pequenas porque prejudicam a sua tranquilidade.
7 – Busque fontes de renda alternativas. Férias e finais de semana na praia são para quem está com as contas em dia. É melhor sacrificar os anéis para salvar os dedos. E os seus talentos? Procure encontrar formas de diversificar suas fontes de renda. E, com seu tempo ocupado, as tentações de gastar terão menos oportunidades.
8 – Estabeleça metas. Depois de conhecer, renegociar e reduzir as suas dívidas, é hora de estabelecer um prazo e um plano para acabar com elas. Coloque tudo no papel que parece ficar mais fácil de resolver.
9 – Certifique-se que seus direitos de consumidor estão sendo respeitados. Cobranças abusivas podem ser inibidas por meios legais.
10 – Por fim, mas não menos importante, lembre-se dos transtornos e prejuízos que as dívidas causam.
Use essa lição como ensinamento. Esforce-se para acabar com suas dívidas, criar uma reserva para emergências e nunca mais se endividar.
Se necessário, procure ajuda de um profissional. Algumas situações precisam da intervenção e apoio de terceiros. Não raras vezes esse apoio deve vir da área psicológica. Maus hábitos nas finanças decorrem muito mais de problemas ou desequilíbrios nessa área do que por falta de conhecimentos na área de finanças.
Quanto à Educação Financeira, reafirmo a posição que venho externando: é um campo muito mais amplo do que aprender ou ensinar a lidar com assuntos puramente financeiros. Envolve questões éticas, psicológicas, humanas, sociais e muito mais. Fico contente que a sociedade brasileira esteja evoluindo também nessa área.
* Álvaro Modernell é especialista em educação financeira, palestrante, autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre educação financeira, além de sócio fundador da Mais Ativos Educação Financeira.
Por Álvaro Modernell
"Devo pagar minhas dívidas?". Esse tipo de questão chega com alguma frequência ao meu e-mail. Confesso que, às vezes, começo a ler meio apreensivo. Felizmente, na maioria das vezes, o meu receio não se confirma e o que as pessoas estão na verdade buscando são melhores maneiras de resolver problemas com endividamento. Mas querem pagar suas dívidas. Isso é o básico.
Por princípio e ética profissional, não considero a hipótese de as dívidas não serem pagas. A não ser quando indevidas, mas isso acontece em raras situações. Às vezes, são relacionadas a contratos mal resolvidos ou a prestadoras de serviços que tentam se aproveitar da fragilidade dos consumidores.
Vamos nos ater às dívidas devidas, àquelas que foram contraídas e não foram honradas em tempo por qualquer motivo e tornaram-se um problema de difícil solução.
Comecemos pelo básico: sim, dívidas devem ser pagas. De preferência, em dia e nas condições pactuadas. A melhor forma de se livrar das dívidas é não se aproximar delas. Evitar tentações, viver e consumir dentro da realidade econômica da família e não gastar mais do que se ganha.
Até aí parece fácil, mas se trata de medidas preventivas. Então, o que fazer quando as dívidas já existem? A primeira coisa é encarar a situação de frente e com seriedade. Se você assumiu compromissos, faça o possível para honrá-los. O dinheiro costuma respeitar isso. Quem enfrenta seus problemas financeiros normalmente encontra forças e caminhos para superá-los e, muitas vezes, vira o jogo de tal forma que em pouco tempo muda de devedor para investidor.
Existem algumas dicas básicas que valem à pena ser lembradas:
1 – Corte os gastos supérfluos imediatamente. Reduza também o quanto for possível nos demais gastos, inclusive no essencial. É preciso reduzir despesas para obter sobras de dinheiro.
2 - Faça um levantamento de todas as suas dívidas. Valores, taxas, vencimentos e condições estabelecidas. Verifique se o que está sendo cobrado faz parte do que você acordou.
3 – Verifique se você possui bens que possa se desfazer. Comece com os menos necessários, mas faça também algum sacrifício. É possível sobreviver sem carro, sim.
4 – Procure os credores. Explique a situação e procure renegociar os vencimentos e a eliminação de multas e taxas por inadimplência.
5 – Avalie se você consegue obter alguma linha de crédito mais barata do que as dívidas que você possui. A ideia é trocar dívidas caras por dívidas baratas.
6 – Se você conseguiu apurar algum dinheiro ou reduzir suas despesas, priorize a liquidação das dívidas mais caras e das menores. As caras porque acabam com seu dinheiro e as pequenas porque prejudicam a sua tranquilidade.
7 – Busque fontes de renda alternativas. Férias e finais de semana na praia são para quem está com as contas em dia. É melhor sacrificar os anéis para salvar os dedos. E os seus talentos? Procure encontrar formas de diversificar suas fontes de renda. E, com seu tempo ocupado, as tentações de gastar terão menos oportunidades.
8 – Estabeleça metas. Depois de conhecer, renegociar e reduzir as suas dívidas, é hora de estabelecer um prazo e um plano para acabar com elas. Coloque tudo no papel que parece ficar mais fácil de resolver.
9 – Certifique-se que seus direitos de consumidor estão sendo respeitados. Cobranças abusivas podem ser inibidas por meios legais.
10 – Por fim, mas não menos importante, lembre-se dos transtornos e prejuízos que as dívidas causam.
Use essa lição como ensinamento. Esforce-se para acabar com suas dívidas, criar uma reserva para emergências e nunca mais se endividar.
Se necessário, procure ajuda de um profissional. Algumas situações precisam da intervenção e apoio de terceiros. Não raras vezes esse apoio deve vir da área psicológica. Maus hábitos nas finanças decorrem muito mais de problemas ou desequilíbrios nessa área do que por falta de conhecimentos na área de finanças.
Quanto à Educação Financeira, reafirmo a posição que venho externando: é um campo muito mais amplo do que aprender ou ensinar a lidar com assuntos puramente financeiros. Envolve questões éticas, psicológicas, humanas, sociais e muito mais. Fico contente que a sociedade brasileira esteja evoluindo também nessa área.
* Álvaro Modernell é especialista em educação financeira, palestrante, autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre educação financeira, além de sócio fundador da Mais Ativos Educação Financeira.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
A copa de 2014 e seus impactos no marketing brasileiro!
Hoje publico aqui no blog um artigo do site mundo do marketing. Peço desculpas à todos, pois com a correria da faculdade e um mega evento para ser feito como Projeto Integrado deste semestre, acabei não tendo tempo de escrever um artigo próprio. Como achei o tema interessante ressolvi publicar o artigo aqui também. Espero que gostem!
A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil já representa uma oportunidade para as marcas e para o país, que terão maior visibilidade global. O consumo aquecido e a expectativa de que a economia brasileira produza R$ 142 bilhões adicionais nos próximos quatro anos provam que o campeonato de futebol sediado no país movimentará a estratégia de Marketing de muitas empresas.
Quais são os impactos socieconômicos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Que desafios serão enfrentados pelo Marketing brasileiro até a realização do mundial? Como garantir os efeitos positivos do evento no país e minimizar os negativos? Quais são as oportunidades e iniciativas para potencializar os benefícios do campeonato para a sociedade, marcas e consumidores?
Essas são algumas das questões avaliadas no estudo Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, realizado pela Ernst & Young. Em entrevista ao Mundo do Marketing, José Carlos Pinto, Sócio da Consultoria Ernst & Young, fala sobre as oportunidades encontradas pelos profissionais de Marketing e pelo mercado brasileiro até o mundial de 2014.
Mundo do Marketing: O que motivou esta edição do Estudo Brasil sustentável e como avaliar os resultados apresentados?
José Carlos Pinto: Esse estudo está inserido no programa Brasil Sustentável. A ideia é pensar no país em um horizonte de longo prazo. Desde o ano passado, tomamos a decisão de que um desses estudos deveria estar focado na Copa do Mundo, tendo em vista a percepção de que os impactos seriam bastante substanciais. Fizemos uma avaliação que vai muito além dos investimentos diretos, como construção e reforma de estádios e infraestrutura básica, como aeroportos, rodovias e urbanização de cidades.
Apuramos também quais são os impactos indiretos desses investimentos. Avaliamos a cadeia de produção para mensurar o efeito desses investimentos na cadeia produtiva como um todo e, consequentemente, no consumo. O resultado disso tudo deu um número importante para a economia como um todo: a injeção na economia de R$ 142 bilhões, evidentemente com escalas diferenciadas nos diversos setores.
Mundo do Marketing: Quais são esses impactos socioeconômicos?
José Carlos Pinto: Do ponto de vista de impactos econômicos, temos a oportunidade de receber tanto capital nacional da iniciativa privada, como de investimentos internacionais, que só ocorrerão em decorrência da organização da Copa do Mundo. São investimentos diretos que, de fato, gerarão legados, como estádios, aeroportos, rodovias e urbanização das cidades-sede. Iniciativas que serão aceleradas ou feitas em uma intensidade maior em função do mundial.
Do ponto de vista social, é a oportunidade de gerar um volume de empregos bastante representativo, o equivalente a 3,6 milhões de empregos por ano. Isso insere na economia formal e no mercado de trabalho um conjunto de profissionais que não tinham qualificação ou oportunidade de capacitação.
Mundo do Marketing: Como estes impactos podem influenciar a estratégia de Marketing das empresas patrocinadoras?
José Carlos Pinto: Segundo o estudo, o principal investimento é de mídia, previsto em torno de R$ 6,5 bilhões. Levamos em consideração análises de Copas anteriores, principalmente a da Alemanha e a da África, que ainda está produzindo efeito e não tivemos todos os dados disponíveis. Já observamos nesta Copa de 2010 que as empresas brasileiras são patrocinadoras da FIFA e não apenas da CBF. A cota de patrocínio está aumentando e o nível de publicidade é crescente em comparação às Copas anteriores.
As empresas brasileiras, de uma forma geral, aproveitarão para fazer um investimento relevante voltado para a Copa do Mundo, que é o evento que mais atrai a atenção global. As marcas que precisam aparecer do ponto de vista global utilizarão esse canal para investir diretamente na Copa ou indiretamente em outras possibilidades.
Mundo do Marketing: Como o Marketing poderá contribuir para a imagem da marca “Brasil” internacionalmente?
José Carlos Pinto: Existe algo que chamamos de “atmosfera da Copa” e isso deve ser capitalizado desde já, não só no país, como em cada município que receberá os jogos. Há um grande comitê organizador e diversos outros em cada uma das 12 cidades sedes, em nível municipal e até estadual.
Nossa recomendação é que os comitês locais iniciem desde já a definição de seus planos de Marketing. Serão necessárias ações que consigam comunicar, mostrar e fortalecer a imagem do local, como festas e manifestações regionais e culturais. Como vender a imagem da cidade e da região e como capitalizar em torno disso. Isso será responsável por promover o turismo, por exemplo.
Mundo do Marketing: E quais os desafios para as marcas?
José Carlos Pinto: Os investimentos devem estar muito mais concentrados no período de 2014, mas as empresas devem iniciar estudos sobre como investir, criar produtos e ações de Marketing desde já. Existem muitas restrições para vincular a marca à Copa do Mundo, mas muito pode ser feito. Esse é o grande desafio.
Mundo do Marketing: Quais são os segmentos que serão mais beneficiados com a Copa?
José Carlos Pinto: Sem dúvida a construção civil. Em alimentos e bebidas há empresas que querem expor sua marca mundialmente, como a Seara fez neste último mundial. Há também uma demanda por prestação de serviços especializados que só existem por causa da Copa. Consultorias, empresas especializadas e organizações internacionais estão se instalando no Brasil exclusivamente para a prestação de serviços com foco em grandes eventos esportivos.
Não podemos esquecer do turismo de uma forma geral. A hotelaria terá um impacto muito grande, hotéis receberão investimento e serão ampliados. Além disso, o Brasil receberá um International Broadcast Center (espaço para transmissão de rádio e televisão de um determinado evento), o que consome milhões em investimentos. Cada cidade sede também terá um centro de mídia e milhares de profissionais do exterior virão trabalhar no mundial.
Mundo do Marketing: Que oportunidades a Copa oferece para as marcas nacionais?
José Carlos Pinto: Vinculando a marca a esse tipo de evento, as empresas brasileiras terão um nível de exposição nacional alto, porque estamos falando de 12 cidades que são bastante representativas, da paixão brasileira pelo futebol e do aumento da demanda por consumo. Há um conjunto de potenciais benefícios. Alguns deles geram aumento imediato de receita, enquanto outros melhoram o posicionamento da marca, seja nacionalmente, como também internacionalmente.
O Brasil vive um momento relativamente recente de construção de organizações globais. Grandes companhias brasileiras querem se internacionalizar. Quando vincula a marca à imagem de um país que não é muito sólida, o esforço é maior para que ela se torne importante no cenário global. A Copa no Brasil é uma oportunidade de dar visibilidade global às marcas, como aconteceu com alguns produtos da Ambev e com a Seara na Copa da África do Sul. Se as empresas aproveitarem os benefícios desse investimento, o retorno será garantido.
Mundo do Marketing: Qual será o perfil dos consumidores nesta Copa?
José Carlos Pinto: O consumo já começa a existir e toda cadeia será afetada. No período da realização do evento, temos a expectativa de que cerca de 3,3 milhões de ingressos serão vendidos. O público que assistirá aos jogos já é um número bastante significativo. Mas tem o fator multiplicador. Muita gente não vem, necessariamente, para ver as partidas. Há os acompanhantes, os prestadores de serviços e toda movimentação local. Na Copa da Alemanha, por exemplo, foram três milhões de ingressos vendidos para os jogos e 18 milhões de pessoas participando de eventos como o FIFA Fan Fest. Isso tem um efeito de atração de pessoas e, consequentemente, de consumo significativo.
Mundo do Marketing: Como coibir ações de guerrilha?
José Carlos Pinto: O estudo não cobriu especificamente este assunto, mas é um tema de grande preocupação. A FIFA é extremamente atuante e preventiva em coibir esse tipo de ação, junto com a CBF. Desde o início, há uma preocupação em evitar que esses problemas ocorram e não simplesmente cobrar uma indenização depois. Existem regras preventivas que ainda estão em fase de ajuste e farão parte das garantias governamentais brasileiras, desde questões tributárias e alfandegárias, até em relação à propriedade da marca. Com a criatividade do brasileiro, certamente os problemas acontecerão, mas temos que ter um batalhão de choque para coibir rapidamente e fazer valer a força da lei. Para isso, temos instrumentos legais.
Mundo do Marketing: Quando a Copa 2014 deve começar para o Marketing no Brasil?
José Carlos Pinto: A minha recomendação é de que comece desde já, dosando investimentos e planejando de forma adequada. Com o conceito de “atmosfera da Copa” e a criatividade do profissional brasileiro, há oportunidades para que o Marketing brasileiro pegue carona e comece a planejar, identificando ações efetivas e fazendo investimentos adequados. Evidentemente, os maiores investimentos serão concentrados em 2014, mas existe um conjunto significativo de eventos que acontecerão até 2014, como a Copa das Confederações. O foco do mundo estará voltado para o Brasil no que se refere a futebol e à Copa do Mundo nos próximos quatro anos. Podemos esperar até 2014 para fazer barulho, ou começar desde já.
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/7,14901,os-impactos-da-copa-de-2014-no-marketing-brasileiro.htm, acessado no dia 20/10/2010.
A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil já representa uma oportunidade para as marcas e para o país, que terão maior visibilidade global. O consumo aquecido e a expectativa de que a economia brasileira produza R$ 142 bilhões adicionais nos próximos quatro anos provam que o campeonato de futebol sediado no país movimentará a estratégia de Marketing de muitas empresas.
Quais são os impactos socieconômicos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Que desafios serão enfrentados pelo Marketing brasileiro até a realização do mundial? Como garantir os efeitos positivos do evento no país e minimizar os negativos? Quais são as oportunidades e iniciativas para potencializar os benefícios do campeonato para a sociedade, marcas e consumidores?
Essas são algumas das questões avaliadas no estudo Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, realizado pela Ernst & Young. Em entrevista ao Mundo do Marketing, José Carlos Pinto, Sócio da Consultoria Ernst & Young, fala sobre as oportunidades encontradas pelos profissionais de Marketing e pelo mercado brasileiro até o mundial de 2014.
Mundo do Marketing: O que motivou esta edição do Estudo Brasil sustentável e como avaliar os resultados apresentados?
José Carlos Pinto: Esse estudo está inserido no programa Brasil Sustentável. A ideia é pensar no país em um horizonte de longo prazo. Desde o ano passado, tomamos a decisão de que um desses estudos deveria estar focado na Copa do Mundo, tendo em vista a percepção de que os impactos seriam bastante substanciais. Fizemos uma avaliação que vai muito além dos investimentos diretos, como construção e reforma de estádios e infraestrutura básica, como aeroportos, rodovias e urbanização de cidades.
Apuramos também quais são os impactos indiretos desses investimentos. Avaliamos a cadeia de produção para mensurar o efeito desses investimentos na cadeia produtiva como um todo e, consequentemente, no consumo. O resultado disso tudo deu um número importante para a economia como um todo: a injeção na economia de R$ 142 bilhões, evidentemente com escalas diferenciadas nos diversos setores.
Mundo do Marketing: Quais são esses impactos socioeconômicos?
José Carlos Pinto: Do ponto de vista de impactos econômicos, temos a oportunidade de receber tanto capital nacional da iniciativa privada, como de investimentos internacionais, que só ocorrerão em decorrência da organização da Copa do Mundo. São investimentos diretos que, de fato, gerarão legados, como estádios, aeroportos, rodovias e urbanização das cidades-sede. Iniciativas que serão aceleradas ou feitas em uma intensidade maior em função do mundial.
Do ponto de vista social, é a oportunidade de gerar um volume de empregos bastante representativo, o equivalente a 3,6 milhões de empregos por ano. Isso insere na economia formal e no mercado de trabalho um conjunto de profissionais que não tinham qualificação ou oportunidade de capacitação.
Mundo do Marketing: Como estes impactos podem influenciar a estratégia de Marketing das empresas patrocinadoras?
José Carlos Pinto: Segundo o estudo, o principal investimento é de mídia, previsto em torno de R$ 6,5 bilhões. Levamos em consideração análises de Copas anteriores, principalmente a da Alemanha e a da África, que ainda está produzindo efeito e não tivemos todos os dados disponíveis. Já observamos nesta Copa de 2010 que as empresas brasileiras são patrocinadoras da FIFA e não apenas da CBF. A cota de patrocínio está aumentando e o nível de publicidade é crescente em comparação às Copas anteriores.
As empresas brasileiras, de uma forma geral, aproveitarão para fazer um investimento relevante voltado para a Copa do Mundo, que é o evento que mais atrai a atenção global. As marcas que precisam aparecer do ponto de vista global utilizarão esse canal para investir diretamente na Copa ou indiretamente em outras possibilidades.
Mundo do Marketing: Como o Marketing poderá contribuir para a imagem da marca “Brasil” internacionalmente?
José Carlos Pinto: Existe algo que chamamos de “atmosfera da Copa” e isso deve ser capitalizado desde já, não só no país, como em cada município que receberá os jogos. Há um grande comitê organizador e diversos outros em cada uma das 12 cidades sedes, em nível municipal e até estadual.
Nossa recomendação é que os comitês locais iniciem desde já a definição de seus planos de Marketing. Serão necessárias ações que consigam comunicar, mostrar e fortalecer a imagem do local, como festas e manifestações regionais e culturais. Como vender a imagem da cidade e da região e como capitalizar em torno disso. Isso será responsável por promover o turismo, por exemplo.
Mundo do Marketing: E quais os desafios para as marcas?
José Carlos Pinto: Os investimentos devem estar muito mais concentrados no período de 2014, mas as empresas devem iniciar estudos sobre como investir, criar produtos e ações de Marketing desde já. Existem muitas restrições para vincular a marca à Copa do Mundo, mas muito pode ser feito. Esse é o grande desafio.
Mundo do Marketing: Quais são os segmentos que serão mais beneficiados com a Copa?
José Carlos Pinto: Sem dúvida a construção civil. Em alimentos e bebidas há empresas que querem expor sua marca mundialmente, como a Seara fez neste último mundial. Há também uma demanda por prestação de serviços especializados que só existem por causa da Copa. Consultorias, empresas especializadas e organizações internacionais estão se instalando no Brasil exclusivamente para a prestação de serviços com foco em grandes eventos esportivos.
Não podemos esquecer do turismo de uma forma geral. A hotelaria terá um impacto muito grande, hotéis receberão investimento e serão ampliados. Além disso, o Brasil receberá um International Broadcast Center (espaço para transmissão de rádio e televisão de um determinado evento), o que consome milhões em investimentos. Cada cidade sede também terá um centro de mídia e milhares de profissionais do exterior virão trabalhar no mundial.
Mundo do Marketing: Que oportunidades a Copa oferece para as marcas nacionais?
José Carlos Pinto: Vinculando a marca a esse tipo de evento, as empresas brasileiras terão um nível de exposição nacional alto, porque estamos falando de 12 cidades que são bastante representativas, da paixão brasileira pelo futebol e do aumento da demanda por consumo. Há um conjunto de potenciais benefícios. Alguns deles geram aumento imediato de receita, enquanto outros melhoram o posicionamento da marca, seja nacionalmente, como também internacionalmente.
O Brasil vive um momento relativamente recente de construção de organizações globais. Grandes companhias brasileiras querem se internacionalizar. Quando vincula a marca à imagem de um país que não é muito sólida, o esforço é maior para que ela se torne importante no cenário global. A Copa no Brasil é uma oportunidade de dar visibilidade global às marcas, como aconteceu com alguns produtos da Ambev e com a Seara na Copa da África do Sul. Se as empresas aproveitarem os benefícios desse investimento, o retorno será garantido.
Mundo do Marketing: Qual será o perfil dos consumidores nesta Copa?
José Carlos Pinto: O consumo já começa a existir e toda cadeia será afetada. No período da realização do evento, temos a expectativa de que cerca de 3,3 milhões de ingressos serão vendidos. O público que assistirá aos jogos já é um número bastante significativo. Mas tem o fator multiplicador. Muita gente não vem, necessariamente, para ver as partidas. Há os acompanhantes, os prestadores de serviços e toda movimentação local. Na Copa da Alemanha, por exemplo, foram três milhões de ingressos vendidos para os jogos e 18 milhões de pessoas participando de eventos como o FIFA Fan Fest. Isso tem um efeito de atração de pessoas e, consequentemente, de consumo significativo.
Mundo do Marketing: Como coibir ações de guerrilha?
José Carlos Pinto: O estudo não cobriu especificamente este assunto, mas é um tema de grande preocupação. A FIFA é extremamente atuante e preventiva em coibir esse tipo de ação, junto com a CBF. Desde o início, há uma preocupação em evitar que esses problemas ocorram e não simplesmente cobrar uma indenização depois. Existem regras preventivas que ainda estão em fase de ajuste e farão parte das garantias governamentais brasileiras, desde questões tributárias e alfandegárias, até em relação à propriedade da marca. Com a criatividade do brasileiro, certamente os problemas acontecerão, mas temos que ter um batalhão de choque para coibir rapidamente e fazer valer a força da lei. Para isso, temos instrumentos legais.
Mundo do Marketing: Quando a Copa 2014 deve começar para o Marketing no Brasil?
José Carlos Pinto: A minha recomendação é de que comece desde já, dosando investimentos e planejando de forma adequada. Com o conceito de “atmosfera da Copa” e a criatividade do profissional brasileiro, há oportunidades para que o Marketing brasileiro pegue carona e comece a planejar, identificando ações efetivas e fazendo investimentos adequados. Evidentemente, os maiores investimentos serão concentrados em 2014, mas existe um conjunto significativo de eventos que acontecerão até 2014, como a Copa das Confederações. O foco do mundo estará voltado para o Brasil no que se refere a futebol e à Copa do Mundo nos próximos quatro anos. Podemos esperar até 2014 para fazer barulho, ou começar desde já.
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/7,14901,os-impactos-da-copa-de-2014-no-marketing-brasileiro.htm, acessado no dia 20/10/2010.
GEOMARKETING: O QUE VOCÊ GANHA COM ISSO?
Estudo de segmentação baseado em localização não é novidade, mas ganha força e é usado por empresas como Pão de Açúcar e O Boticário
Muitas vezes, o Marketing é acusado de ser o vilão em histórias de fracassos de empresas. O problema, na maioria dos casos, está na falta de estudos que balizem as ações e os projetos realizados. É neste contexto que se insere o Geomarketing, uma ferramenta desenvolvida para, basicamente, determinar o potencial de consumo de uma região e de implantação de uma nova marca. Há diversas outras ferramentas que devem ser utilizadas para obter o retorno sobre o investimento desejado, cada qual com sua especialidade. Atualmente, o Geomarketing tem atuado principalmente para ajudar nas estratégias de expansão de redes varejistas.
Setores que também se destacam na utilização da ferramenta são os de telecomunicações, financeiro, imobiliário e turismo. Mas, de forma geral, todos podem se beneficiar com o Geomarketing, também conhecido como Georreferenciamento. Empresas de consumo massivo encontram no conceito uma forma de saber em que tipo de varejo apostar mais fichas e onde o produto tem maior penetração. O estudo pode ser aplicado na produção, na estratégia de relacionamento, na abertura de lojas, na parceria com grandes marcas e até como forma de medir o retorno das ações de Marketing.
O conceito é uma forma de segmentar geograficamente, encontrando perfis específicos de consumidores em determinadas regiões com diferenças comportamentais, culturais, sócio-econômicas, religiosas, entre outras. O Geomarketing é, portanto, essencial para que as companhias enxerguem o seu público-alvo em potencial antes de abrir um novo ponto de venda ou de lançar um produto em determina região.
Estratégia com base na geografia
Veja o exemplo do Pão de Açúcar. A marca principal do Grupo é direcionada para o consumidor que busca alta qualidade, atendimento diferenciado, diversificação selecionada, além de soluções eficientes e inovadoras. Por outro lado, a bandeira Compre Bem/Sendas identifica-se com a mulher batalhadora, de orçamento restrito, que gerencia o lar, e o supermercado geralmente está localizado nas periferias. Já o Hipermercado Extra oferece variedade a preços competitivos em diversas regiões de uma mesma cidade, enquanto o Extra-Eletro é especializado em eletroeletrônicos, móveis e itens de bazar. Há ainda o Extra-Fácil e o Extra-Perto, que são supermercados de fácil acesso para atender bairros específicos, além da marca Assai, cujo foco são pequenos varejistas e atacadistas.
Outra empresa que não viveria sem o Geomarketing é a Domino’s Pizza. Eles usam o conceito para poder tangibilizar o posicionamento: “Entrega em 30 minutos ou a pizza é de graça”. A rede norte-americana, que foi adquirida pelo Grupo Umbria em 2004 no Brasil e ganhou espaço no Rio de Janeiro, agora tem como foco a expansão no mercado paulistano. De acordo com um estudo de Geomarketing do Umbria, a cidade oferece 51 regiões com potencial para a Domino’s. Hoje com três lojas em atividade e quatro em obras em São Paulo, o Grupo busca implementar a marca com a característica do estado, como a massa “paulista” – mais fina que a tradicional – adaptando assim o mix de produtos para o consumidor local.
Como a missão da empresa é conseguir entregar pizzas quentinhas em até 30 minutos, estar no trânsito caótico da maior cidade da América Latina é um desafio a mais. Por isso, os pontos de venda são escolhidos com base no Golden Mile, um formato de medida americana, para atender os domicílios presentes em um raio de 1,6 km. Desde o layout da loja, até a linha de produção, tudo é feito neste raio que abrange cerca de 20 mil casas. Este número poderia até parecer tímido não fosse a contribuição que o Geomarketing dá ao indicar o potencial de consumo de milhares de residências juntas.
Definição do local
Entender cada segmentação serve como ponto de partida para o lançamento e desenvolvimento de produtos e de novas lojas. Descobrir qual região é a mais adequada para um teste de determinado produto, serviço ou ponto de venda, por exemplo, varia de acordo com o objetivo de cada empresa. Ao contrário do que muitos pensam, não é possível estabelecer uma cidade-teste. Apesar de municípios como Curitiba serem associados a modelos de avaliação, é necessário selecionar cidades que tenham a ver com a estratégia da marca.
Os mais indicados são lugares onde representem o máximo possível o público-alvo que a companhia deseja atingir. E é aqui que entra o Geomarketing, indicando estes locais. A função do Geomarketing é descobrir cidades que sejam representativas para o negócio. Por isso ele é importante dentro da estratégia de O Boticário. Das 2840 lojas, 68% estão localizadas em ruas. Só elas correspondem a 55% do faturamento do grupo. Os shoppings são os endereços de 15% dos pontos de venda, que representam 30% da receita da marca que abre, em média, 200 lojas por ano. O restante está em centros comerciais e afins.
As diferenças regionais fizeram o projeto de expansão da empresa dividir o Brasil em três grupos. Os municípios onde não havia lojas, os que possuem poucos pontos de venda e as grandes cidades. Para cada modelo, a companhia dispõe de 40 consultores que avaliam os espaços e dão o aval para o início do projeto de construção de uma nova loja. Depois de verificar o potencial destas regiões, a rede se baseia em um sistema de filtros estatísticos que avalia a renda média dos habitantes da região, o seu potencial de mercado, o custo por metro quadrado e o retorno para o franqueado.
Formatos de lojas
Apesar de parecer mais fácil, dos grandes municípios brasileiros avaliados no processo de expansão, apenas 60% deles ofereceram reais condições de efetivar a expansão da rede. “Abrir novas lojas, relocalizar, ampliar os pontos de venda e padronizar a arquitetura são movimentos feitos ao mesmo tempo. Demanda ferramentas de gestão. Por isso criamos o Sistema de Gerenciamento de Processos Construtivos”, aponta Osvaldo Braga Moscon, Gerente Executivo de Canais de Vendas de O Boticário.
O planejamento de expansão das lojas teve forte crescimento no faturamento dos pontos de venda de rua. Em algumas delas, a movimentação de consumidores é maior do que qualquer shopping poderia ter. “O número de pessoas que entra nas lojas de rua O Boticário é menor do que nos shoppings. As lojas de rua têm menor capacidade de captar, mas tem um índice de conversão maior do que o dos shoppings”, diz Moscon.
O comércio de rua atrai principalmente os consumidores que residem próximos a ele. O tempo máximo de deslocamento que o cliente suporta para chegar ao local de compras é de até 15 minutos, segundo um estudo interno da companhia. A diferença dos shoppings é que a população flutuante não mora perto, mas trabalha próxima destes centros ou estão de passagem pela região por um motivo qualquer. Para fazer disso uma oportunidade, O Boticário investe em Geomarketing, fazendo o cruzamento de dados como a renda média dos consumidores da região e o número da população flutuante do pólo.
Raio X da região
Para escolher os locais ideais para abertura ou reforma das lojas, a empresa estuda a densidade do comércio daquela região, o número de pontos comerciais e até a correlação dos segmentos de outras lojas com os produtos O Boticário. A origem e o destino dos consumidores que entram nas lojas de rua também fizeram parte do estudo que validou a expansão da marca de cosméticos. “Uns saíram de casa para comprar, outros estavam voltando do trabalho. Ao compararmos as lojas de rua com as de shopping, de supermercados e as de galerias, verificamos que 50% dos que passavam por ela efetuaram uma compra”, conta o Gerente Executivo de Canais de Vendas do Boticário.
Em um processo de relocalização, O Boticário transferiu uma loja de rua para outro logradouro na mesma região, já que a fachada era obstruída por uma árvore. No novo endereço, o número de pessoas dobrou e, consequentemente, aumentou a receita da loja. Em uma outra ocasião, uma simples mudança de uma rua para outra fez com que o trânsito de consumidores passasse de 200 para 600 pessoas a cada hora. Tudo isso, graças ao Geomarketing.
Muitas vezes, o Marketing é acusado de ser o vilão em histórias de fracassos de empresas. O problema, na maioria dos casos, está na falta de estudos que balizem as ações e os projetos realizados. É neste contexto que se insere o Geomarketing, uma ferramenta desenvolvida para, basicamente, determinar o potencial de consumo de uma região e de implantação de uma nova marca. Há diversas outras ferramentas que devem ser utilizadas para obter o retorno sobre o investimento desejado, cada qual com sua especialidade. Atualmente, o Geomarketing tem atuado principalmente para ajudar nas estratégias de expansão de redes varejistas.
Setores que também se destacam na utilização da ferramenta são os de telecomunicações, financeiro, imobiliário e turismo. Mas, de forma geral, todos podem se beneficiar com o Geomarketing, também conhecido como Georreferenciamento. Empresas de consumo massivo encontram no conceito uma forma de saber em que tipo de varejo apostar mais fichas e onde o produto tem maior penetração. O estudo pode ser aplicado na produção, na estratégia de relacionamento, na abertura de lojas, na parceria com grandes marcas e até como forma de medir o retorno das ações de Marketing.
O conceito é uma forma de segmentar geograficamente, encontrando perfis específicos de consumidores em determinadas regiões com diferenças comportamentais, culturais, sócio-econômicas, religiosas, entre outras. O Geomarketing é, portanto, essencial para que as companhias enxerguem o seu público-alvo em potencial antes de abrir um novo ponto de venda ou de lançar um produto em determina região.
Estratégia com base na geografia
Veja o exemplo do Pão de Açúcar. A marca principal do Grupo é direcionada para o consumidor que busca alta qualidade, atendimento diferenciado, diversificação selecionada, além de soluções eficientes e inovadoras. Por outro lado, a bandeira Compre Bem/Sendas identifica-se com a mulher batalhadora, de orçamento restrito, que gerencia o lar, e o supermercado geralmente está localizado nas periferias. Já o Hipermercado Extra oferece variedade a preços competitivos em diversas regiões de uma mesma cidade, enquanto o Extra-Eletro é especializado em eletroeletrônicos, móveis e itens de bazar. Há ainda o Extra-Fácil e o Extra-Perto, que são supermercados de fácil acesso para atender bairros específicos, além da marca Assai, cujo foco são pequenos varejistas e atacadistas.
Outra empresa que não viveria sem o Geomarketing é a Domino’s Pizza. Eles usam o conceito para poder tangibilizar o posicionamento: “Entrega em 30 minutos ou a pizza é de graça”. A rede norte-americana, que foi adquirida pelo Grupo Umbria em 2004 no Brasil e ganhou espaço no Rio de Janeiro, agora tem como foco a expansão no mercado paulistano. De acordo com um estudo de Geomarketing do Umbria, a cidade oferece 51 regiões com potencial para a Domino’s. Hoje com três lojas em atividade e quatro em obras em São Paulo, o Grupo busca implementar a marca com a característica do estado, como a massa “paulista” – mais fina que a tradicional – adaptando assim o mix de produtos para o consumidor local.
Como a missão da empresa é conseguir entregar pizzas quentinhas em até 30 minutos, estar no trânsito caótico da maior cidade da América Latina é um desafio a mais. Por isso, os pontos de venda são escolhidos com base no Golden Mile, um formato de medida americana, para atender os domicílios presentes em um raio de 1,6 km. Desde o layout da loja, até a linha de produção, tudo é feito neste raio que abrange cerca de 20 mil casas. Este número poderia até parecer tímido não fosse a contribuição que o Geomarketing dá ao indicar o potencial de consumo de milhares de residências juntas.
Definição do local
Entender cada segmentação serve como ponto de partida para o lançamento e desenvolvimento de produtos e de novas lojas. Descobrir qual região é a mais adequada para um teste de determinado produto, serviço ou ponto de venda, por exemplo, varia de acordo com o objetivo de cada empresa. Ao contrário do que muitos pensam, não é possível estabelecer uma cidade-teste. Apesar de municípios como Curitiba serem associados a modelos de avaliação, é necessário selecionar cidades que tenham a ver com a estratégia da marca.
Os mais indicados são lugares onde representem o máximo possível o público-alvo que a companhia deseja atingir. E é aqui que entra o Geomarketing, indicando estes locais. A função do Geomarketing é descobrir cidades que sejam representativas para o negócio. Por isso ele é importante dentro da estratégia de O Boticário. Das 2840 lojas, 68% estão localizadas em ruas. Só elas correspondem a 55% do faturamento do grupo. Os shoppings são os endereços de 15% dos pontos de venda, que representam 30% da receita da marca que abre, em média, 200 lojas por ano. O restante está em centros comerciais e afins.
As diferenças regionais fizeram o projeto de expansão da empresa dividir o Brasil em três grupos. Os municípios onde não havia lojas, os que possuem poucos pontos de venda e as grandes cidades. Para cada modelo, a companhia dispõe de 40 consultores que avaliam os espaços e dão o aval para o início do projeto de construção de uma nova loja. Depois de verificar o potencial destas regiões, a rede se baseia em um sistema de filtros estatísticos que avalia a renda média dos habitantes da região, o seu potencial de mercado, o custo por metro quadrado e o retorno para o franqueado.
Formatos de lojas
Apesar de parecer mais fácil, dos grandes municípios brasileiros avaliados no processo de expansão, apenas 60% deles ofereceram reais condições de efetivar a expansão da rede. “Abrir novas lojas, relocalizar, ampliar os pontos de venda e padronizar a arquitetura são movimentos feitos ao mesmo tempo. Demanda ferramentas de gestão. Por isso criamos o Sistema de Gerenciamento de Processos Construtivos”, aponta Osvaldo Braga Moscon, Gerente Executivo de Canais de Vendas de O Boticário.
O planejamento de expansão das lojas teve forte crescimento no faturamento dos pontos de venda de rua. Em algumas delas, a movimentação de consumidores é maior do que qualquer shopping poderia ter. “O número de pessoas que entra nas lojas de rua O Boticário é menor do que nos shoppings. As lojas de rua têm menor capacidade de captar, mas tem um índice de conversão maior do que o dos shoppings”, diz Moscon.
O comércio de rua atrai principalmente os consumidores que residem próximos a ele. O tempo máximo de deslocamento que o cliente suporta para chegar ao local de compras é de até 15 minutos, segundo um estudo interno da companhia. A diferença dos shoppings é que a população flutuante não mora perto, mas trabalha próxima destes centros ou estão de passagem pela região por um motivo qualquer. Para fazer disso uma oportunidade, O Boticário investe em Geomarketing, fazendo o cruzamento de dados como a renda média dos consumidores da região e o número da população flutuante do pólo.
Raio X da região
Para escolher os locais ideais para abertura ou reforma das lojas, a empresa estuda a densidade do comércio daquela região, o número de pontos comerciais e até a correlação dos segmentos de outras lojas com os produtos O Boticário. A origem e o destino dos consumidores que entram nas lojas de rua também fizeram parte do estudo que validou a expansão da marca de cosméticos. “Uns saíram de casa para comprar, outros estavam voltando do trabalho. Ao compararmos as lojas de rua com as de shopping, de supermercados e as de galerias, verificamos que 50% dos que passavam por ela efetuaram uma compra”, conta o Gerente Executivo de Canais de Vendas do Boticário.
Em um processo de relocalização, O Boticário transferiu uma loja de rua para outro logradouro na mesma região, já que a fachada era obstruída por uma árvore. No novo endereço, o número de pessoas dobrou e, consequentemente, aumentou a receita da loja. Em uma outra ocasião, uma simples mudança de uma rua para outra fez com que o trânsito de consumidores passasse de 200 para 600 pessoas a cada hora. Tudo isso, graças ao Geomarketing.
sábado, 16 de outubro de 2010
AS LIÇÕES DO CHILE
Eu tentei acompanhar o resgate dos 33, mas não tenho o preparo, a infra e a energia do presidente Sebastián Piñera, do Chile. Vi o principal. No meio desse tempo, li pela internet inúmeras opiniões sobre a participação do presidente, sobretudo nas últimas 30 horas de resgate. Oportunismo foi um dos adjetivos que correram as redes sociais (twitter, facebook etc). Obviamente houve, mas, convenhamos, o sujeito transformou o Chile. Se fosse uma marca Ponto Com, hoje a Nasdaq elevaria sua cotação a trilhões.
Sebastián Piñera assumiu a responsabilidade que lhe é atribuída pelo cargo. Aproveitou a deixa e mostrou ao mundo, aos estadistas, aos empresários, executivos e grupos organizados o valor da palavra “liderança”. Aliás, atributo em falta em vários setores sociais em todo mundo, inclusive no Brasil, e talvez isso provoque certo incômodo.
É lugar comum o discurso fácil de grandes empresários propalarem sobre a importância de reter talentos, reconhecê-los, bla-bla-bla. Exercitar o mantra é mais difícil.
Por algumas vezes durante os vários momentos que tive oportunidade de assistir aos resgates, me veio à mente um fato que ficou marcado na minha mente e pautou, desde então, muitas ações que adotei como profissional de comunicação. Certa vez o teto de um dos supermercados da rede Pão de Açúcar ruiu. À época, quem dirigia o departamento de Relações Públicas da organização era Vera Giangrande, que morreu aos 69 anos, em 2000. Era seu papel, portanto, dirigir-se ao local do acidente e assim o fez. Vera era uma mulher elegante, firme, mas não perdia o olhar doce e fala ponderada. São atributos incomuns em mulheres em posição de poder.
Quando chegou ao local do acidente, ela foi imediatamente rodeada por repórteres, ávidos por uma declaração em nome da empresa. Com a serenidade de sempre, a delicadeza que lhe era inerente e a firmeza de uma rainha, disse a todos: “.... sei que todos vocês estão trabalhando e precisam de informações. Mas, primeiro, eu preciso saber como estão meus colegas e todas as pessoas feridas no acidente. Depois disso, eu volto aqui e conto a vocês”. Não foi exatamente com essas palavras, faz muito tempo, e eu vi a cena pela TV. Mas em síntese o contexto foi esse.
A atitude do presidente do Chile foi semelhante, respeitadas aqui as condições e proporções de cada acontecimento. Desde as primeiras horas depois da comunicação do acidente, ele tomou as rédeas da situação, sabendo que mina é da iniciativa privada e não tinha condições financeiras de assumir uma operação dessas proporções. Os primeiros dados dão conta de que o custo da operação foi estimado em 22 milhões de dólares. Previsivelmente, por conta dessas condições, a Companhia demorou a comunicar oficialmente o acidente, fato que poderia ter custado a vida de todos os mineiros e retardou ainda mais o período em que eles ficaram completa e totalmente sem comunicação com o mundo exterior. Covardia, descaso e negligência em nome do dinheiro. Lamentável, mas comum no mundo corporativo.
Terminado o resgate, certamente alguns cineastas vão transformar a tragédia em filme, a maioria dos mineiros deve voltar à vida aos poucos e, se eu militasse na área acadêmica, criaria uma disciplina nos cursos de administração, marketing e comunicação. A matéria chamar-se-ia “As lições do Chile”.
Mas por que uma disciplina e não uma aula, uma palestra? Porque seria muito pouco. Se alguém se dispuser a reunir todo material publicado, pesquisar a fundo, entrevistar envolvidos, familiares e os próprios mineiros, saberá que um curso será mais adequado. O que houve naquele pedaço do Deserto de Atacama representa muitas, mas muitas lições importantes para o mundo corporativo: trabalho em equipe, solidariedade, liderança, realização e, finalmente, celebração. Tudo ao mesmo tempo tudo junto, com perdão pelo trocadilho. Ao final do resgate, Piñera resgatou outros valores, para qualificar o grupo: companheirismo, coragem e lealdade. Atributos em franca extinção em vários setores.
Não conheço tão profundamente quanto deveria a economia, a sociedade e a história chilena. Mas sei, pelo menos, que eles estão muito à frente do Brasil, em vários aspectos. E talvez a trajetória de Piñera como empresário de sucesso no Chile explique sua participação no histórico resgate. Ele sabia exatamente qual a extensão da sua responsabilidade. E sabia que poderia tirar dividendos dali, se investisse numa operação vitoriosa. Não hesitou em aceitar ajuda externa e dividir os louros da vitória. Enfrentou esse desafio como deve ter enfrentado centenas de desafios em sua trajetória como empresário (ele tem participação em linhas aéreas, emissoras de Tv etc).
Piñera tirou, sim, dividendos políticos importantes da situação. Mas ele foi um grande líder. E não nos esqueçamos de que ele não tem tanta intimidade com o cargo. Tornou-se presidente pouco depois da tragédia provocada pelo terremoto que arrebatou parte do País no começo do ano.
Há de se destacar, também, o papel da esposa do presidente, que permaneceu com ele, ininterruptamente. Ambos não arredaram pé da boca do poço aberto que trouxe de volta à vida os 33 mineiros. Eles estavam, sim, cumprindo uma missão oficial. Mas a cumpriram com maestria. E, diferentemente da maioria de seus pares mundo afora, nela não vi um único traço de arrogância. Vi emoção, empenho, dedicação absoluta, motivação. Se fosse por pura vaidade e apenas oportunismo a primeira dama não estaria por mais de 30 horas com a mesma jaqueta. Sim, mulher observa esses detalhes. Ela sabia mais do que ninguém que as imagens corriam mundo. Retocou o batom, sim, mas com todo direito. Ficou ali, com capacete na cabeça quase 30 horas. Poucos líderes conduziram uma crise tão magistralmente. Mostrando a cara, se expondo, apoiando, liderando na verdadeira acepção da palavra. Trouxe a tona não só 33 mineiros soterrados, mas conseguiu aquilo que perseguem todos os lideres do mundo, políticos e empresariais: preservar, valorizar, exortar e ampliar positivamente a sua melhor marca.
Na disciplina que eu criaria para aspirantes do mundo corporativo, eu destacaria uma aula em particular: a força de um líder. Os bastidores dessa história só o tempo contará. Mas por enquanto, Piñera mostrou ao mundo como conduzir uma crise, e como valorizar a marca diante dela.
Sebastián Piñera assumiu a responsabilidade que lhe é atribuída pelo cargo. Aproveitou a deixa e mostrou ao mundo, aos estadistas, aos empresários, executivos e grupos organizados o valor da palavra “liderança”. Aliás, atributo em falta em vários setores sociais em todo mundo, inclusive no Brasil, e talvez isso provoque certo incômodo.
É lugar comum o discurso fácil de grandes empresários propalarem sobre a importância de reter talentos, reconhecê-los, bla-bla-bla. Exercitar o mantra é mais difícil.
Por algumas vezes durante os vários momentos que tive oportunidade de assistir aos resgates, me veio à mente um fato que ficou marcado na minha mente e pautou, desde então, muitas ações que adotei como profissional de comunicação. Certa vez o teto de um dos supermercados da rede Pão de Açúcar ruiu. À época, quem dirigia o departamento de Relações Públicas da organização era Vera Giangrande, que morreu aos 69 anos, em 2000. Era seu papel, portanto, dirigir-se ao local do acidente e assim o fez. Vera era uma mulher elegante, firme, mas não perdia o olhar doce e fala ponderada. São atributos incomuns em mulheres em posição de poder.
Quando chegou ao local do acidente, ela foi imediatamente rodeada por repórteres, ávidos por uma declaração em nome da empresa. Com a serenidade de sempre, a delicadeza que lhe era inerente e a firmeza de uma rainha, disse a todos: “.... sei que todos vocês estão trabalhando e precisam de informações. Mas, primeiro, eu preciso saber como estão meus colegas e todas as pessoas feridas no acidente. Depois disso, eu volto aqui e conto a vocês”. Não foi exatamente com essas palavras, faz muito tempo, e eu vi a cena pela TV. Mas em síntese o contexto foi esse.
A atitude do presidente do Chile foi semelhante, respeitadas aqui as condições e proporções de cada acontecimento. Desde as primeiras horas depois da comunicação do acidente, ele tomou as rédeas da situação, sabendo que mina é da iniciativa privada e não tinha condições financeiras de assumir uma operação dessas proporções. Os primeiros dados dão conta de que o custo da operação foi estimado em 22 milhões de dólares. Previsivelmente, por conta dessas condições, a Companhia demorou a comunicar oficialmente o acidente, fato que poderia ter custado a vida de todos os mineiros e retardou ainda mais o período em que eles ficaram completa e totalmente sem comunicação com o mundo exterior. Covardia, descaso e negligência em nome do dinheiro. Lamentável, mas comum no mundo corporativo.
Terminado o resgate, certamente alguns cineastas vão transformar a tragédia em filme, a maioria dos mineiros deve voltar à vida aos poucos e, se eu militasse na área acadêmica, criaria uma disciplina nos cursos de administração, marketing e comunicação. A matéria chamar-se-ia “As lições do Chile”.
Mas por que uma disciplina e não uma aula, uma palestra? Porque seria muito pouco. Se alguém se dispuser a reunir todo material publicado, pesquisar a fundo, entrevistar envolvidos, familiares e os próprios mineiros, saberá que um curso será mais adequado. O que houve naquele pedaço do Deserto de Atacama representa muitas, mas muitas lições importantes para o mundo corporativo: trabalho em equipe, solidariedade, liderança, realização e, finalmente, celebração. Tudo ao mesmo tempo tudo junto, com perdão pelo trocadilho. Ao final do resgate, Piñera resgatou outros valores, para qualificar o grupo: companheirismo, coragem e lealdade. Atributos em franca extinção em vários setores.
Não conheço tão profundamente quanto deveria a economia, a sociedade e a história chilena. Mas sei, pelo menos, que eles estão muito à frente do Brasil, em vários aspectos. E talvez a trajetória de Piñera como empresário de sucesso no Chile explique sua participação no histórico resgate. Ele sabia exatamente qual a extensão da sua responsabilidade. E sabia que poderia tirar dividendos dali, se investisse numa operação vitoriosa. Não hesitou em aceitar ajuda externa e dividir os louros da vitória. Enfrentou esse desafio como deve ter enfrentado centenas de desafios em sua trajetória como empresário (ele tem participação em linhas aéreas, emissoras de Tv etc).
Piñera tirou, sim, dividendos políticos importantes da situação. Mas ele foi um grande líder. E não nos esqueçamos de que ele não tem tanta intimidade com o cargo. Tornou-se presidente pouco depois da tragédia provocada pelo terremoto que arrebatou parte do País no começo do ano.
Há de se destacar, também, o papel da esposa do presidente, que permaneceu com ele, ininterruptamente. Ambos não arredaram pé da boca do poço aberto que trouxe de volta à vida os 33 mineiros. Eles estavam, sim, cumprindo uma missão oficial. Mas a cumpriram com maestria. E, diferentemente da maioria de seus pares mundo afora, nela não vi um único traço de arrogância. Vi emoção, empenho, dedicação absoluta, motivação. Se fosse por pura vaidade e apenas oportunismo a primeira dama não estaria por mais de 30 horas com a mesma jaqueta. Sim, mulher observa esses detalhes. Ela sabia mais do que ninguém que as imagens corriam mundo. Retocou o batom, sim, mas com todo direito. Ficou ali, com capacete na cabeça quase 30 horas. Poucos líderes conduziram uma crise tão magistralmente. Mostrando a cara, se expondo, apoiando, liderando na verdadeira acepção da palavra. Trouxe a tona não só 33 mineiros soterrados, mas conseguiu aquilo que perseguem todos os lideres do mundo, políticos e empresariais: preservar, valorizar, exortar e ampliar positivamente a sua melhor marca.
Na disciplina que eu criaria para aspirantes do mundo corporativo, eu destacaria uma aula em particular: a força de um líder. Os bastidores dessa história só o tempo contará. Mas por enquanto, Piñera mostrou ao mundo como conduzir uma crise, e como valorizar a marca diante dela.
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