quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Porque assistir Deadpool pode ser melhor que uma aula de Administração


O mais novo personagem do filme da Marvel não possui os atributos morais característicos dos heróis clássicos, mas deixa boas lições para a área


 Fábio Bandeira
Divulgação
Professores de Administração não me odeiem ou xinguem. Não questiono que estar em sala de aula é muito importante para o aprendizado, para a troca de conhecimento e para o crescimento de cada profissional. Mas sou daqueles que acredita que a Administração está em tudo, ela move o mundo e podemos tirar lições sobre a área onde muitos não conseguem visualizar a primeira vista. Do cinema, então, nossa! Há muitas referências que podiam - e deveriam - nortear as nossas salas de aula.
O mais novo filme da Marvel, do controverso “herói" Deadpool, em minha opinião, poderia entrar nessa listinha de indicações complementares no curso. E nesse quesito podemos extrair um pouco de áreas que envolvem Negócios, Inovação, Marketing e Empreendedorismo, disciplinas mais do que presentes dentro da Administração.
Negócios
Como sucesso cinematográfico, ninguém pode questionar. Para se ter uma ideia, segundo a “Entertainment Weekly”, o filme arrecadou cerca de 135 milhões de dólares somente no fim de semana de estreia, tornando-se o primeiro filme com restrição etária a quebrar o recorde de US$ 100 milhões na estreia. Lembrando que a classificação indicativa é de 16 anos no Brasil e nos EUA o filme não é recomendado para menores de 17 anos.
De quebra é o maior recorde histórico do 20th Century Fox, se tornando a maior bilheteria de estreia do estúdio, superando até Star Wars: A Vingança dos Sith (US$ 108 milhões em 2005). Para um filme que teve o modesto custo de US$ 58 milhões, não foi nada mal.
Inovação
Um de seus sucessos está atrelado a ruptura. O enredo e a própria característica do personagem já trazem uma quebra em termos dos habituais filmes de super-heróis (que por sinal, já estão bem saturados). Deadpool é subversivo e inovador em diversos aspectos, tanto em sua estrutura narrativa quanto no uso de violência, palavrões, humor e da quebra da quarta parede (quando o personagem conversa com o espectador). Há uma ruptura com a atual fórmula que os atuais blockbuster de super-heróis insistiam seguir para apresentar suas histórias.
Um dos grandes nomes atuais no conceito em inovação, Durwin Sharp, costuma fazer uma provação interessante sobre o tema: "Como você demonstra o valor de uma inovação? Traduzindo ideias em algo que até os céticos conseguem entender: resultados.” Não fazer o mais do mesmo em um filme, mesmo usando um personagem não tão conhecido do grande público, parece ter sido uma das fórmulas encontradas para que o Mercenário Tagarela (como também é conhecido Dearpool) encontrasse o sucesso.
Claro que Deadpool não é o único dessa nova safra de heróis (que não são tão heróis). Guardiões da Galáxia também conseguiu essa quebra em 2014.
Marketing
O público de Deadpool parece bem definido: jovens e amantes de quadrinhos. E as estratégias implementadas para conectar essa turma foram bem conduzidas. O próprio ator - que também assina a produção - Ryan Reynolds, participou ativamente de toda a divulgação do filme, fazendo peças e mais peças.
Foram centenas de trailers, comerciais, aparições em feiras especializadas - antes e depois do filme estrear. Nas redes sociais, então, o arsenal de artes em produção tem alavancando números estrondosos (aqui há alguns exemplos).  No Facebook, em pouco tempo, apenas sua página no Brasil, já ultrapassou quatro milhões de pessoas que acompanham. O sucesso e a forma assertiva de falar com o público, além de teases empolgantes sem sombra de dúvida ajudaram.
Há uma onda favorável também pelo Deadpool: o boca-a-boca. As risadas garantidas que o longa-metragem provocam dentro do cinema agradam o público e se tornam recomendações espontâneas para outros pessoas. Essa bola de neve do boca-a-boca só aumenta o sucesso e seu público.
Adapte-se ou morra
A primeira aparição de Deadpool foi na HQ Novos Mutantes em 1991. Ele foi criado para ser um vilão, mas caiu no gosto do público e seus criadores o transformaram em um anti-heroi. A mudança fez com que ele ganhasse os seus próprios quadrinhos. Essa transição e adaptação do personagem também aconteceu no cinema. A primeira vez que Deadpool deu as caras no cinema foi em X-Men Origens: Wolverine. No entanto, sua forma de apresentação colecionou críticas, principalmente pela distância do personagem com a dos quadrinhos. O próprio ator, a produção, o personagem tiram sarro dessa frustrante apresentação. Resultado: resolveram adaptar completamente seu estilo relacionado ao do X-Men para que o filme solo do anti-herói apagasse esse passado.
O ator Ryan Reynolds também teve que se readaptar - já que sua partição no X-men e também como Lanterna Verde foram tão apagadas que não deixaram saudades e quase o tiram completamente do mundo dos super-heróis. Reynolds passou anos tentando convencer os estúdios a fazer um filme solo do Deadpool, com outras características, dinâmicas e posturas. A célebre frase de Meredith Grey, muito comum dentro do empreendedorismo e dos negócios, acaba sendo um bom resumo para Deadpool e Reynolds nos cinemas: "Adapte-se ou morra”. E ambos o fizeram muito bem.
Assista o trailer do filme abaixo: 

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