quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O efeito Tiririca e suas lições básicas e infáliveis de marketing

Ao utilizar todos os preceitos básicos do marketing e a falta de senso dos outros políticos fez com que desta vez um palhaço de verdade desse um banho nos engravatados.


Por Fabricio Luiz Novaes da Silveira
 
Apesar de não temos a matéria política presente nominalmente na grade de nossos cursos, temos por obrigação conhecer bem e entender do assunto já que ele é fundamental para nossa vida e nosso trabalho.


Por obra do destino, trabalho nas eleições desde 2002 como mesário e secretário e cada eleição que passei tem uma história diferente que pode ser notada claramente no semblante e nas palavras dos eleitores de minha seção.

Esta eleição em particular tivemos a presença da arrancada de Marina Silva que culminou no 2º Turno para presidente, a não eleição de vários políticos que antes eram tidos como ganhadores mesmo antes do fim da eleição, as trapalhadas do TSE e a eleição retumbante de Tiririca.

Vou falar apenas da eleição do Tiririca já que os outros fatos devem estender muito o texto.

É correto o eleitor ter dado mais de um milhão de votos ao candidato Tiririca e através disso ter puxado mais alguns candidatos de sua coligação?

Claro que a resposta lógica é não, porém temos que pensar um pouco mais e chegar ao depende.

Penso depende porque ao não votar nele, em quem devemos votar?

É de conhecimento que faço pós em Marketing e o principio básico para qualquer ação neste sentido segue a máxima de que ninguém vende um produto, o que vendemos é uma sensação, um status, uma comodidade, um sentimento ou qualquer outra coisa que acrescente algo intangível.

O exemplo básico é o da furadeira. Ninguém compra uma furadeira, o que compramos é algo capaz de fazer o furo que precisamos.

Desde o principio da campanha eleitoral o candidato Tiririca provou conhecer esta máxima em todos os seus detalhes e desdobramentos. Honestamente ele deu um banho de competência nesta área em muitos Phds.

Primeiro ele criou uma frase de efeito que, querendo ser elogioso, diria que era muito espirituosa: Pior do que tá, não fica. Caracterizou-se com seu personagem e agiu como ele durante todo período de campanha e, como personagem, nada mais fez do que criar esquetes de humor dentro do Horário Eleitoral. Nunca prometeu uma coisa sequer e ainda tentava mostrar em algumas situações a sua origem e aonde chegou.

Amigos, profissionais do marketing sejamos honestos: Ele fez tudo perfeitamente e não cabe qualquer critica já que ao que ele se propôs fazer foi feito com louvor.


Pensando por outro prisma, devemos lembrar que ao votar em alguém estamos escolhendo alguém para nos representar e, sendo assim, temos que pensar na seguinte situação:

Quem representa melhor a população? Tiririca ou qualquer outro candidato engravatado e "deputado por profissão"?

É óbvio que a resposta é Tiririca.

Os efeitos desse "fenômeno" podem ir às raias de termos vários candidatos personagens nas próximas eleições ou, de uma vez por todas, as pessoas que querem realmente o bem para o nosso país passam a finalmente se preocupar com a população e se comprometer com a representação dada já que do contrário pior do que tá fica.

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